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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E EXATAS - CCNE DEPARTAMENTO DE FÍSICA EXPERIMENTO III Tubos Sonoros SANTA MARIA -RS 2018 Sumário 1 Experimento: Tubos Sonoros…………………………………………………………….3 1.1 Objetivos do Experimento………………………………………………………...3 1.2 Fundamentação Teórica………………….………………………..………………3 1.3 Materiais Utilizados……………………………………………………...………..7 1.4 Procedimento……...……………………………………………………………….7 1.5 Resultados……………………..…………………………………………….……..8 1.6 Discussão dos Resultados………………………………………………………….8 2. Referências………………………………………………………………………………...9 1. Experimento: Tubos Sonoros As ondas sonoras desempenham papel muito importante em nosso cotidiano e possuem características que podem nos auxiliar constantemente. Através do estudo delas, podemos analisar seus diversos comportamentos. Uma das maneiras de fazer esta análise com o auxílio de um tubo sonoro. Denomina-se tubo sonoro a toda massa de ar, geralmente limitada por uma superfície cilíndrica fechada que, quando posta a vibrar, produz um efeito sonoro. Quando o tubo sonoro possuir um de seus extremos fechados, é denominado de tubo sonoro fechado, caso contrário, “tubo sonoro aberto”. Neste relatório é apresentado um breve referencial teórico sobre ondas estacionárias, o fenômeno da ressonância e esperiências realizadas em aula no laboratório. 1.1 Objetivos do Experimento Obervar que o som comporta-se como onda mecânica e, em dadas condições, pode apresentar- se como onda estacionária. Medir as grandezas físicas associadas ao fenômeno e obter o valor da velocidade do som no ar, nas condições de temperatura e pressão do laboratório. Observar as variações na intensidade de uma onda sonora estacionária a fim de identificar o fenômeno da ressonância 1.2 Fundamentação Teórica 1.2.1 Ondas Estacionárias Ao estudar a respeito de ondas vemos que a característica básica do movimento ondulatório é o transporte de energia sem o transporte de matéria. Desta forma, podemos dizer que pelo fato de as ondas não serem corpos em movimento, mas deformações que se propagam em um meio, elas podem atravessar a mesma região ao mesmo tempo. Esse princípio é dito como Princípio da superposição. A superposição, também chamada interferência em alguns casos, é o fenômeno que ocorre quando duas ou mais ondas se encontram, gerando uma onda resultante igual à soma algébrica das perturbações de cada onda. As ondas estacionárias são ondas resultantes da sobreposição de duas ondas de mesma frequência, mesma amplitude, mesmo comprimento de onda, mesma direção e sentidos opostos. É um caso especial de sobreposição de ondas. Pode-se obter uma onda estacionária em uma corda fixa numa das extremidades. Com uma fonte, faz-se a outra extremidade vibrar com movimentos verticais periódicos, produzindo-se perturbações regulares que se propagam pela corda. Ao atingirem a extremidade fixa, as ondas se refletem, retornando com sentido de deslocamento contrário ao anterior. Dessa forma, as perturbações se sobrepõem às outras que estão chegando à parede, originando o fenômeno das ondas estacionárias. Uma onda estacionária se caracteriza pela amplitude variável de ponto para ponto, isto é, existem pontos da corda que não se movimentam (amplitude nula), chamados nós, e pontos que vibram com amplitude máxima, chamados antinós. 1.2.2 Ondas Estacionárias em Tubos Sonoros Colunas de ar que emitem som são abertas em uma ou nas duas extremidades. Muitos instrumentos musicais são feitos desta forma (flautas e instrumentos de sopro em geral, órgãos, etc). O ar contido no tubo entra em vibração emitindo um som. Quando uma onda sonora se propaga em um tubo e atinge uma extremidade aberta, parte da energia é transmitida para fora do tubo na forma de um som, e parte da onda é refletida de volta para o tubo. Essa onda refletida internamente é responsável pelo estabelecimento da onda estacionária dentro do tubo. Figura 1: Onda estacionária formada a partir de uma corda com uma das extremidades fixa A ressonância é um fenômeno que ocorre quando um oscilador emite uma onda com frequência igual à frequência natural de vibração de outro receptor. Com isso, ocorre um aumento na amplitude do som, o intensificando. No experimento realizado em aula, usa-se a ressonância para encontrar o comprimento de onda, e a partir dele, obter a velocidade do som. Ao emitir dentro de um tubo uma onda sonora, esta vai refletir na outra extremidade. Quando a reflexão for igual à onda de emissão, ocorrerá ressonância, e então um batimento será ouvido. A ressonância irá ocorrer quando um antinó da onda chegar à extremidade do tubo. A equação geral da onda é dada por: y (x ,t)=2 ym sen(k . x)cos (w . t) (1) A partir dela, compreendemos que a amplitude de onda A é representada por, A (x )=2 ym sen(k .x ) (2) Para que ocorra o fênomeno da ressonância no tubo senoro são necessárias as condições: A (x=0)=0 , ou seja 2 ym sen(k .0)=0 e A (x=L)=2 ym , ou seja 2 ym sen(K . L)=2 ym . Para isso, temos que, sen (K .L)=±1 Para determinarmos a velocidade da onda em um tubo aberto em uma extremidade, e fechado em outra, basta observarmos que é preciso existir um número inteiro de meios comprimentos de onda que se ajuste no comprimento L do tubo. O comprimento é dado por: Figura 2: Fênomeno da ressonância ocorrendo em um tubo sonoro L=n π 2 1 k (3) Onde, k=2 π λ , logo: L=n λ 4 , n=1,3,5,7.. . (4) Podemos escrever L de forma que valha para valores de n inteiros pares e ímpares, da forma: L=(2n+1) λ 4 , n=0,1,2,3,4. .. (5) Sabemos que a velocidade do som se dá por V=λ . f (6) E obtendo o comprimento de onda λ a partir de L, λ= 4 L (2n+1) (7) Logo, obtemos a velocidade por meio da seguinte equação: V= 4 L (2n+1) . f (8) 1.3 Materiais Utilizados Para realização do experimento foram utilizados os seguintes materiais: Um diapasão de frequência conhecida, 512 Hz Um diapasão de frequência desconhecida Dois tubos cilindrícos com suporte. Trena Água Mangueira 1.4 Procedimentos 1. Primeiramente, por meio de uma mangueira, os dois tubos foram conectados, e um deles foi preenchido completamente com água. 2. Cuidadosamente, o tubo foi baixado de modo que parte da água escoasse para o tubo vazio, variando o então comprimento L do tubo que a onda provocada pelo diapasão percorre. 4. Inicia-se a medicação, tocando o diapasão de frequência conhecida o mais próximo possível da extremidade aberta do tubo com água. Ao ressoar pela primeira vez em intesidade máxima, significa que estamos em n = 0. 5. O valor do comprimento L foi anotado, e o procedimento foi repetido para o diapasão de frequência desconhecida. Figura 3: Esquema de montagem semelhante ao realizado em aula. 1.5 Resultados O primeiro comprimento L obtido para o diapasão de frequência 512 Hz foi de L= 15,3 cm. Sabendo que esse valor é válido para n = 0, foi calculada a velocidade do som nas condições de pressão e temperatura do laboratório, a partir da equação (8): V= 4 L (2n+1) . f , com 15,3 cm = 0,153 m, V= 4.0,153 (2.0+1) . 512=317 m /s Utilizando esse valor de velocidade, podemos aferir o valor da frequência do segundo diapasão utilizado. Nas medições feitas, o comprimento L encontrado, para n = 0 , foi de 18,3 cm. f =V (2n+1) 4 L , com 18,3 cm = 0,183 m , f =317,44 (2.0+1) 4.0,183 =433 Hz 1.6 Discussão dos Resultados No ar, em condições normais de pressão e no nível do mar a uma temperatura de 20° C, as ondassonoras se propagam a aproximadamente 343 m/s. O valor obtido em laboratório, de 317,44 m/s, apresenta um desvio de 7,45% em comparação ao valor comumente utilizado. Isso deve-se ao fato das condições de temperatura e pressão do laboratório estarem apresentarem valores exatos, visto que, estava sendo utilizado o ar condicionado, e estarmos acima do nível do mar. Com o valor aproximado da velocidade do som, foi possível estimar o valor da frequência até então desconhecida do diapasão utilizado. Verificou-se que para estabelecer a frequência de um oscilador pode-se usar uma onda estacionária. E com um equipamento que permita ajustar o comprimento de um tubo, pode-se medir a velocidade do som com uma precisão satisfatória. 2. Referências HALLIDAY, D avid. RESNICK, Robert. WA LKER, J earl. Fundamentos de Física, Volume 2, 8ª edição. Rio de Janeiro, LTC 2009. LANG, Fernando. Determinando a aceleração gravitacional. 1995. Disponível em: <http://www.if.ufrgs.br/~lang/Textos/GRAVIDADE.pdf>. Acesso em 09/11/2018. BONJORNO, R. 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