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Esquemas de Reforçamento Como explicamos? • Por que as pessoas viciam-se em jogos de azar? • Se no começo do mês, a resposta de ir ao banco é reforçada com o saque de dinheiro, por que não se repete durante todo o mês? • Por que começamos a estudar apenas na véspera das provas? • Por que as pessoas ainda torcem para o “Palmares não tem mundial”, se o time raramente vence? Esquemas de reforçamento • Nem todas as respostas são reforçadas quando emitidas – intermitentemente reforçadas • Esquemas de reforçamento: critério que uma resposta, ou conjunto de respostas, deve atingir para que ocorra o reforçamento ou; Regras que especificam as relações entre respostas e reforços Esquemas de reforçamento • Reforço Contínuo (CRF – continuous reinforcement) – Toda resposta é seguida do reforçador – Menos comum na vida cotidiana – Ex.: choro de bebê, birra de criança, etc. • Reforço Intermitente – Apenas algumas respostas são seguidas de reforço – Mais comum na vida cotidiana – Ex.: pregar um prego, procurar filme no Netflix, comportamento verbal, etc. Esquemas de Reforçamento Intermitente Quatro tipos principais: FR, VR, FI e VI a) Esquemas de razão: de acordo com o nº de respostas para cada reforçador (FR/VR) b) Esquemas de intervalo: de acordo com o tempo entre reforçadores (FI/VI) c) Razão ou intervalo fixos: nº de respostas ou tempo entre reforçadores é sempre o memos (fixos – FI/FR) d) Razão ou intervalo variáveis: nº de respostas ou tempo entre reforçadores é variável (VI/VR) Esquemas de Razão • Exige um certo número de respostas para a apresentação de cada reforçador • Razão Fixa (FR) – O nº de respostas exigido para a apresentação de cada reforçador é sempre o mesmo – Ex.: aula de Ed. Física (FR5), trabalhador que recebe por nº de peças produzidas, corrigir provas, chamada telefonica, subir degraus de escada – Difícil encontrar exemplos de razão fixa – ambiente mutável Esquemas de Razão • Razão Variável (VR) – O nº de respostas exigido para a apresentação de cada reforçador é variável – Ex.: fazer a barba, escovar os dentes, fazer pedidos, ordens, jogos de azar etc. – VR5 = o reforçador é apresentado após a ocorrência de 5 respostas, em média Esquemas de Intervalo • Nº de respostas não é relevante, basta apenas a ocorrência de uma resposta para produzir o reforçador • Tempo decorrido desde o último reforçador é o determinante para uma resposta produzir ou não o reforçador • Intervalo entre o último reforçador e a disponibilidade do próximo Esquemas de Intervalo • Intervalo Fixo (FI) – Período entre o último reforçador e a disponibilidade do próximo é sempre o mesmo – Ex.: eventos regulares – programas de TV, metrô/trem em Londres (resposta de olhar), colocar água pra ferver, etc. – Além do intervalo de tempo, deve ocorrer ao menos uma resposta! – FI20” – intervalo fixo de 20 segundos Esquemas de Intervalo • Intervalo Variável (VI) – Período entre o último reforçador e a disponibilidade do próximo é variável. – Ex.: achar música no rádio, procurar emprego, metrô/trem em São Paulo (resposta de olhar). – Além do intervalo de tempo, deve ocorrer ao menos uma resposta! – VI5” – intervalo fixo 5 segundos Esquemas de Intervalo • Tempo de Disponibilidade (limited hold) – Os reforçadores não ficam disponíveis indefinidamente – Limite temporal para a resposta ser emitida. Usado para aumentar similaridade em situações experimentais ao cotidiano – Ex.: programa de TV, metrô/trem etc. – FI5’ limited hold 30” Comparação entre esquemas intermitentes e contínuo (CRF) • Frequência de Respostas – Intermitentes produzem frequência maior de respostas – Relação maior de respostas por reforço – No caso de reforçadores incondicionados, saciação ocorre mais rapidamente no CRF • Aquisição do comportamento – CRF mais eficaz para aquisição de novo comportamento – Intermitentes: no início, respostas não reforçadas poderiam entrar em extinção mais rapidamente Comparação entre esquemas intermitentes e contínuo (CRF) • Manutenção do comportamento – Intermitentes são ideais para a manutenção do comportamento – Aumentam a resistência à extinção, já que muitas respostas não são reforçadas – Mais difícil a discriminação entre o reforçamento intermitente e o não reforçamento da extinção Comparação entre esquemas intermitentes e contínuo (CRF) • Efeitos sobre a extinção – Padrões comportamentais na extinção após esquemas intermitentes difere dos padrões após esquema contínuo – Efeitos mais amenos – Sem respostas emocionais, nem aumento súbito da frequência da resposta – Diminuição do responder também é mais lenta Padrões de cada esquema • Cada esquema produz um padrão comportamental característico em estabilidade • Dados de Transição – Observado quando o organismo acabou de ser submetido ao novo esquema – Padrão comportamental tem características do antigo esquema e do novo • Estado Estável – Comportamento já se adaptou ao novo esquema e não mudará mais – Organismo precisa ser submetido a varias sessões do esquema Padrões de cada esquema Padrão de FR • Taxa alta de respostas – Quanto mais resposta, mais reforços • Pausa pós-reforçamento – Organismo não é reforçado logo após um reforçamento anterior – Reforço sinaliza que as próximas respostas não serão reforçadas, tornando o responder menos provável – A medida que começa a responder, suas respostas atingem rapidamente uma taxa alta constante que permanece até o reforço (ex., abdominal) Padrão de VR • Taxa alta de resposta – Esquema que produz maiores taxas • Ausência de pausa pós-reforçamento – Ausência de pausas ou pausas curtas – não é possível discriminar se o reforço será liberado com muitas ou poucas respostas – Ex.: jogos de azar Padrão de FI • Menores taxas de respostas – Não é exigido um nº de respostas, basta apenas uma • Pausa pós-reforçamento – Produz maiores pausa pós-reforçamento – Discriminação temporal entre reforçamento e não-reforçamento facilitada pelas regularidade das durações dos intervalos entre reforçamento – Longas pausa pós-reforçamento, com início lento do responder e aumento gradual na taxa de respostas – Aceleração no responder - scalop Padrão de VI • Taxa relativamente alta e constante de respostas • Não tem como prever quando o reforçador estará disponível • Permanecerá respondendo quase o tempo todo, moderadamente • Ex.: olhar para ônibus em São Paulo Efeito do tamanho do esquema • Esquemas de razão: – Quanto maior o valor do esquema, maior a frequência de respostas – Maiores as pausas pós-reforçamento • Esquemas de intervalo: – Quanto maior o valor do esquema, menores serão as frequências de respostas – Maiores as pausas pós-reforçamento Controle de Estímulos: discriminação e generalização Controle de Estímulos • “Embora a resposta seja livre para ocorrer em um número muito grande de situações estimuladoras, ela será efetiva na produção de reforçamento somente em uma pequena parte delas” (Skinner, 1966, p. 177) • Por que nos comportamos de formas diferentes em situações diferentes? Controle de Estímulos • Controle: descreve relações entre eventos ambientais e do organismo • Controle de estímulos: influência dos estímulos antecedentes sobre as respostas • Importante para compreensão de comportamentos humanos complexos, como o conhecimento do mundo e de si próprio Controle de Estímulos • Descrição do comportamento operante envolveduas relações: 1. Relação resposta e sua consequência 2. Relação entre a resposta e os estímulos que a antecedem • Sensibilidade a estímulos que antecedem a resposta é produto evolucionário Controle de Estímulos • Discriminação: organismo passa a responder sempre que estiver presente o estímulo que estava presente na ocasião do reforçamento e a não responder em outras situações. • Estímulo antecedente estabelece a ocasião na qual a resposta será reforçada. • Processo de estabelecimento das discriminações envolve história de reforçamento diferencial. Antecedente 1 R Consequência Presença da mãe choro atenção Antecedente 2 R Consequência Presença do pai choro atenção EXTINÇÃO Discriminação REFORÇO Controle de Estímulos • Reforçamento diferencial: uma classe de respostas é seguida de reforço quando emitida na presença de determinados estímulos e não na presença de outros estímulos • Resultado: a) a resposta será emitida dependendo dos estímulos presentes e; b) a apresentação de determinados estímulos alterará a probabilidade de emissão da resposta Controle de Estímulos • Sd ou S+ (estímulo discriminativo): estímulo que aumenta a probabilidade de a resposta ocorrer; estímulo diante do qual as respostas foram reforçadas. • SΔ ou S- (estímulo delta): estímulo que diminui a probabilidade de a resposta ocorrer; estímulo diante do qual as respostas não foram reforçadas. Sd R Sr mãe choro atenção SΔ R Sr pai choro atenção Tríplice Contingência • Unidade básica de análise do comportamento Discriminação Dado 1. Uma classe de resposta 2. Duas condições de estímulo Procedimento Reforçamento diferencial: reforçar a resposta em uma das condições de estímulo (Sd) e não reforçar a resposta na outra condição de estímulo (SΔ) Processo Aumento gradual na frequência da resposta diante do Sd Diminuição gradual na frequência da resposta diante do SΔ (extinção) Produto Organismo passa a responder diante de Sd e a não responder (ou responder em menor frequência) diante do SΔ Millenson (1967) Tipos de Procedimentos • Discriminação sucessiva: Sd e SΔ são apresentados um de cada vez, sucessivamente. – Aspecto crítico: tempo de apresentação do estímulo Sd R Sr Sd R Sr SΔ R Sr Tipos de Procedimentos • Discriminação simultânea: Sd e SΔ são apresentados ao mesmo tempo, simultaneamente – Aspecto crítico: posição do Sd e SΔ Sd R Sr SΔ R Sr Sd R Sr SΔ R Sr Sd R Sr SΔ R Sr
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