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6 Ventilação Mecânica.

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Ventilação Mecânica 
Invasiva e Não 
Invasiva 
Curso de Graduação em Fisioterapia 
Disciplina: Fisioterapia Respiratória 
Professora Aline Ramos 
Introdução 
• Ventilação Mecânica = 
Ventilação Artificial 
• Princípio básico: dar 
suporte ventilatório a 
pacientes cujo sistema 
respiratório encontra-se 
em falência até que 
sejam retomadas as 
funções respiratórias 
mínimas para a 
respiração espontânea. 
(VEGA et. al., 2012) 
Indicações da VM 
Hipoxemia e acidose respiratória severa 
Trabalho respiratório insuportável 
Necessidade de sedação ou uso de bloqueadores 
neuromusculares (anestesia) 
Consumo exagerado de oxigênio sistêmico ou miocárdico, 
para redução do trabalho ventilatório 
Hipertensão Intracraniana severa 
Traumas importantes com instabilidade da caixa torácica 
 
• Em geral, atua como um importante coadjuvante terapêutico 
para aliviar sinais e sintomas, e não necessariamente como 
uma terapia em si, com algumas exceções. 
 (VEGA et. al., 2012) 
Indicações 
Parâmetros Normal Considerar VM 
Frequência respiratória 12-20 >35 
Volume corrente (ml/Kg) 5-8 <5 
Capacidade vital (ml/kg) 65-75 <50 
Volume minuto (L/min) 5-6 >10 
Pressão Inspiratória Máxima (cmH2O) 80-120 >-25 
Pressão Expiratória Máxima (cmH2O) 80-100 <+25 
Espaço morto (%) 25-40 >60 
PaCO2 (mmHg) 35-45 >50 
PaO2 (mmHg) (FiO2 = 0,21) >75 <50 
PaO2 / FiO2 >300 <200 
(VEGA et. al., 2012) 
Parâmetros à beira do leito que podem indicar a 
necessidade de suporte ventilatório 
Funcionamento 
• A VM fornece ao paciente ciclos ventilatórios com duas 
fases: inspiração e expiração. 
 
• Na inspiração, o ventilador abre a válvula inspiratória e 
libera um fluxo de ar, a partir de um disparo. 
 
• Ao final da inspiração, essa válvula se fecha e, 
concomitantemente, abre-se a válvula expiratória com a 
saída passiva do ar. 
 
• A passagem da inspiração para a expiração é denominada 
ciclagem do respirador. 
Funcionamento 
• Durante a entrada e saída do ar, alguns ajustes podem ser 
feitos nas seguintes variáveis: 
 
a) Fluxo: é o volume de ar que circula num determinado 
tempo, medido em litros/minuto (L/min), geralmente 
representado de forma positiva na inspiração e negativa na 
expiração. 
b) Volume (V): é a quantidade de gás que o pulmão recebe e 
elimina a cada ciclo respiratório, medida em mililitros (ml) 
ou litros (L). 
c) Pressão: é a tensão que as moléculas de gás exercem dentro 
do pulmão, medida em centímetros de água (cmH2O). 
(VEGA et. al., 2012) 
Disparo do Ventilador 
• O início da inspiração (ciclo inspiratório) pode se dar a partir de um 
esforço muscular do próprio paciente, o qual contrai o diafragma, 
diminui a pressão intratorácica e dispara o fluxo inspiratório do 
ventilador; ou pode ser determinado pelo terapeuta, através de uma 
FR predefinida. Assim, o disparo pode ser: 
a) A tempo: FR determinada, independente do esforço do paciente. 
b) A pressão: a sensibilidade do aparelho é determinada, definindo o 
nível de queda da pressão (esforço inspiratório) que o paciente 
deve fazer para disparar o aparelho. 
c) A fluxo: a sensibilidade do aparelho é determinada, definindo o 
fluxo de ar movimentado num esforço inspiratório que o paciente 
deve fazer para disparar o aparelho. 
d) A volume: o alcance de um volume inspiratório superior a 6 ml a 
partir de esforço do próprio paciente dispara o aparelho. 
(VEGA et. al., 2012) 
Ciclagem do Ventilador 
• A ciclagem é a interrupção da inspiração, para que ocorra a 
expiração passiva. Ela também pode ser determinada a partir 
de 4 tipos de ajustes: 
a) A volume: o ventilador cicla (interrompe a inspiração) 
quando o volume inspiratório escolhido é alcançado. 
b) A pressão: o ventilador cicla quando a pressão inspiratória 
predeterminada é alcançada, a partir de um fluxo também 
pré-ajustado. 
c) A tempo: O ventilador cicla ao final de um tempo 
inspiratório predeterminado, mantendo uma pressão 
constante. 
d) A fluxo: O ventilador cicla quando o fluxo inspiratório cai a 
uma porcentagem pré-ajustada do pico inicial. 
(VEGA et. al., 2012) 
Administração da VM 
• A Ventilação Mecânica pode ser 
administrada ao paciente de forma 
INVASIVA ou NÃO INVASIVA. 
 
1. Ventilação Mecânica Invasiva (VMI): 
necessariamente se requer uma via 
aérea artificial (tubo orotraqueal ou 
cânula de traqueostomia) 
 
2. Ventilação Mecânica Não Invasiva 
(VMNI): a comunicação entre o 
paciente e o ventilador se dá por 
meio de máscaras, normalmente 
faciais ou nasais. 
(VEGA et. al., 2012) 
Ventilação Mecânica Não 
Invasiva (VMNI) 
• A ventilação não invasiva permite fornecer suporte 
ventilatório ao paciente na ausência de via aérea 
artificial por meio de máscaras. Tem por objetivos 
reverter os sintomas da insuficiência respiratória 
(principalmente a dispneia), melhorar a troca gasosa, 
evitar a intubação traqueal, prevenir e tratar as 
atelectasias, maximizar a qualidade de vida dos 
pacientes, e prevenir e reverter a insuficiência 
respiratória pós-extubação, evitando reintubação 
orotraqueal e reduzindo tempo de internação na UTI. 
VMNI - Interfaces 
• Dentre as interfaces utilizadas, constam 
máscaras nasais, faciais, máscara facial total 
(full face ou total face) e capacete. 
 
• Máscaras nasais – uso indicado para período 
prolongado. 
• Vantagens: gera menor sensação de 
claustrofobia, apresenta menor risco de 
aspiração, facilita expectoração, permite 
fala/alimentação, é de fácil manuseio e 
possui menor espaço morto. 
• Desvantagens: possui escape e 
despressurização oral, gera irritação nasal, 
tem uso limitado em pacientes com 
obstrução nasal e ressecamento nasal. 
VMNI – Interfaces 
• Máscaras faciais – recobrem as cavidades 
nasal e oral. 
• Vantagens: gera menor vazamento oral, 
permite maiores fluxos e pressões. 
• Desvantagens: promove maior claustrofobia, 
apresenta maior risco de aspiração e bronco 
aspiração, e dificulta alimentação e 
comunicação. 
 
• Total face 
• Vantagens: promove mais conforto para 
paciente, é fácil de ajustar, apresenta menor 
risco de lesão facial por pressão da máscara e 
menor risco de vazamento. 
• Desvantagens: aumenta o espaço morto, não 
deve ser utilizada durante aerossolterapia, 
requer cuidado com aspiração (vômito). 
VMNI – Interfaces 
• Capacete (Helmet) – um manguito em 
torno do pescoço evita vazamento. A 
fixação é realizada por tiras fixadas nos 
membros superiores. 
• Vantagens: é mais confortável para uso 
prolongado, não apresenta riscos de 
lesão cutânea facial. 
• Desvantagens: apresenta maior risco de 
reinalação de CO2, favorece assincronia 
(de disparo) com o ventilador, não pode 
ser utilizada com aerossolterapia, gera 
sensação de pressão no ouvido, 
necessidade de pressões elevadas para 
compensar espaço morto, lesão 
cutânea pode ocorrer nas axilas. 
VNMI – Modalidades 
• CPAP (Continuous Positive Airway Pressure – Pressão Positiva 
Contínua nas Vias Aéreas) – garante pressão contínua nas vias 
aéreas durante todo o ciclo respiratório (PEEP). O paciente 
deve apresentar respiração espontânea (drive), sendo 
indicado para pacientes com hipoxemia na ausência de 
hipercapnia. Há aumento da CRF e da ventilação colateral, 
redução do shunt, melhora da complacência, melhora da 
oxigenação e redução do trabalho respiratório. 
 
• BiPAP (Bilevel Positive Pressure Airway – Pressão Positiva em 
2 níveis nas VA) – permite ajuste de pressão inspiratória (IPAP) 
e de pressão expiratória (EPAP). O IPAP auxilia na ventilação, e 
o EPAP na CRF. Pode ser indicado na presença de insuficiência 
respiratória aguda hipoxêmica (edema de 
pulmão/pneumonias) ou hipercapnica (DPOC). 
 
VMNI - Modalidades• De acordo com as Diretrizes Brasileiras de Ventilação 
Mecânica (2013), o CPAP é indicado no caso de edema agudo 
de pulmão cardiogênico, no pós-operatório de cirurgia 
abdominal e na apneia do sono leve/moderada, enquanto o 
Bilevel tem indicação para pacientes com hipercapnia, edema 
agudo de pulmão cardiogênico e nas infecções de pacientes 
imunossuprimidos. 
VMNI 
 
Referência 
• Livro Didático de Fisioterapia Respiratória – Faculdade Estácio. 
 
• VEGA, Joaquim M. et. al. Tratado de Fisioterapia Hospitalar: 
Assistência Integral ao Paciente. 8. ed. São Paulo: Atheneu, 
2011.

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