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MECANISMO DE PARTO NAS APRESENTAÇÕES CEFÁLICAS FLETIDAS Camila Lazzati Gabriela Beites Giulia Grilli MECANISMO DE PARTO Conjunto de fenômenos passivos que o feto sofre no decurso da passagem pelo canal pelvigenital TEMPOS DO MECANISMO DE PARTO Composto por 6 tempos 1º Tempo: Insinuação 2º Tempo: Descida ou progressão 3º Tempo: Rotação Interna 4º Tempo: Desprendimento Cefálico 5º Tempo: Rotação Externa 6º Tempo : Desprendimento das Espáduas e Desprendimento do Pólo Pélvico TEMPOS DO MECANISMO DE PARTO Passagem, pelo estreito superior, do maior diâmetro perpendicular à linha de orientação fetal (sutura sagital) Passagem do diâmetro biparietal (9,5cm) – nas cefálicas fletidas 1º Tempo: Insinuação TEMPOS DO MECANISMO DE PARTO Necessário haver redução dos diâmetros da cabeça, o que será obtido pela orientação de diâmetros e por flexão Insinuação estática, processada na gravidez, em mais de 50% das primigestas. Flexão por aconchego no segmento inferior e na descida, conjuntamente com o útero, por tração dos ligamentos sustentadores do órgão e pressão das paredes abdominais •Insinuação dinâmica, que surge no fim da dilatação cervical ou no início do período expulsivo nas multíparas. Flexão por contato com o estreito superior da bacia e descida à custa das contrações expulsivas 1º Tempo: Insinuação TEMPOS DO MECANISMO DE PARTO Movimento da cabeça Oferece uma das metades por vez Sinclitismo: a sutura sagital está a igual distância da púbis e do sacro Assinclitismo posterior: a sutura sagital está mais próxima da púbis Assinclitismo anterior: a sutura sagital está mais próxima do sacro Assinclitismo TEMPOS DO MECANISMO DE PARTO Cabeça desce do estreito superior ao inferior Avalia-se pelo toque vaginal Planos de De Lee – ponto de partida: espinhas ciáticas (0) Cabeça no plano 0 de De Lee ou abaixo = insinuada Classifica-se em: Móvel Ajustada Insinuada 2º Tempo: Descida TEMPOS DO MECANISMO DE PARTO Movimento de rotação, que levará a sutura sagital a se orientar no sentido anteroposterior da saída do canal Tempo em que a linha de orientação fetal (sutura sagital) passa do diâmetro transverso ou um dos oblíquos do ES para o diâmetro antero-posterior do EI Ao forçar a distensão do assoalho pélvico, a cabeça fetal desliza nas paredes laterais (planos inclinados) e roda para acomodar seus maiores diâmetros aos mais amplos da fenda vulvar. Insinuação das Espáduas: Penetração das espáduas através do estreito superior da bacia, o diâmetro biacromial, que mede 12 cm, sofre redução apreciável porque os ombros se aconchegam, forçados pela constrição do canal, e se orienta no sentido de um dos diâmetros oblíquos ou do transverso daquele estreito 3º Tempo: Rotação Interna TEMPOS DO MECANISMO DE PARTO Cabeça se desprende do EI Retropulsão do cóccix (diâmetro antero-posterior de 9,5 cm para 11 cm) Movimento de deflexão A nuca do feto apoia-se na arcada púbica; e a cabeça oscila em torno desse ponto. Com o maior diâmetro do ovoide cefálico (occipitomentoniano) continuando orientado no sentido do eixo do canal, a passagem da cabeça através do anel vulvar deve ser feita pelos diâmetros anteroposteriores, de menores dimensões, originados do suboccipital. Essa região acomoda-se, assim, à arcada inferior da sínfise, em redor da qual a cabeça vai bascular para o desprendimento. Com o movimento de deflexão, estando o suboccipital colocado sob a arcada púbica, liberta-se o diâmetro suboccipitobregmático, seguido pelo suboccipitofrontal, suboccipitonasal e assim por diante, até o completo desprendimento. 4º Tempo: Desprendimento Cefálico TEMPOS DO MECANISMO DE PARTO Imediatamente após o desprendimento Novo e ligeiro movimento de flexãopelo seu prórpio peso Rotação de ¼ a 1/8 de circunferência Volta o occipital para o lado onde se encontrava na bacia - restituição Simultâneo à rotação interna das espáduas Rotação Interna das Espáduas: biacromial orientado no sentido do oblíquo direito ou do transverso da bacia, assoalho pélvico - sofrem movimento de rotação, até orientarem o biacromial na direção anteroposterior da saída do canal. O ombro anterior coloca-se sobre a arcada púbica; o posterior, em relação com o assoalho pélvico, impelindo para trás o cóccix materno. 5º Tempo: Rotação Externa TEMPOS DO MECANISMO DE PARTO Espádua anterior transpõe a arcada púbica e aparece através do orifício vulvar Tronco sofre movimento de flexão lateral para libertar o ombro posterior- facilimum de flexão desse segmento é no sentido lateral do corpo Tronco fletido lateralmente, desprende-se a espádua posterior 6º Tempo: Desprendimento das espáduas e polo pélvico VÍDEO PARTO RESUMINHO 1.Sob o ponto de vista do mecanismo do parto, o feto é o móvel ou o objeto que percorre o trajeto (bacia), impulsionado pelo motor (contração uterina). 2.O estudo do mecanismo de parto é, em essência, o dos movimentos que a cabeça descreve, sob a ação das contrações uterinas, a transitar pelo desfiladeiro pelvigenital. 3.O trajeto ou canal do parto estende-se do útero à fenda vulvar – partes moles (segmento inferior do útero, cérvice, vagina, região vulvoperineal) –, sustentado pela cintura óssea – pequena bacia ou escavação. 4.O mecanismo do parto tem características próprias, que variam em seus pormenores de acordo com o tipo de apresentação e a morfologia da pelve. O único mecanismo fisiológico é o da apresentação cefálica fletida em bacia ginecoide. 5.Os tempos do mecanismo do parto são basicamente: insinuação, descida e desprendimento. RESUMINHO 6.A insinuação é a passagem da maior circunferência da apresentação pelo estreito superior. Nessas condições, o ponto mais baixo da apresentação está à altura das espinhas ciáticas (plano “O” de DeLee). 7.A variedade de posição mais frequente de insinuação para os autores franceses é a occipitoesquerda anterior (OEA); para os anglo-saxões, a occipitoesquerda transversa (OET). 8.Na descida, a cabeça migra até as proximidades do assoalho pélvico, onde ocorre a rotação interna para occipitopúbica (OP); concomitantemente há a insinuação das espáduas. 9.Uma vez colocado o suboccipital sob a arcada púbica, o desprendimento da cabeça ocorre por movimento de deflexão. O tempo imediato é a rotação externa da cabeça. 10.Durante a descida das espáduas, ocorre a sua rotação interna, colocando o ombro anterior sob a arcada púbica, ocorrendo, em seguida, o seu desprendimento. REFERÊNCIAS Rezende: obstetrícia fundamental / Carlos Antonio Barbosa Montenegro, Jorge de Rezende Filho. – 14. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
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