Unidade 1.1 Cultura Organizacional e Educação

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CULTURA 
ORGANIZACIONAL 
E EDUCAÇÃO
Pablo Bes
Revisão técnica:
Marcia Paul Waquil 
Graduada em Serviço Social 
Mestre em Educação
Doutora em Educação
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147
B554c Bes, Pablo.
Cultural organizacional e educação / Pablo Bes ; [revisão 
técnica: Marcia Paul Waquil] . – Porto Alegre: SAGAH, 
2017.
113 p. : il.; 22,5 cm 
ISBN 978-85-9502-274-4
1. Administração. 2. Pedagogia. I. Título.
CDU 658.014:37 
Cultura Organizacional e Educacao_LIVRO.indb 2 23/11/2017 16:36:17
A educação e a cultura 
organizacional
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Identifi car os conceitos de educação e suas características.
 Apreender o conceito de cultura organizacional.
 Descrever as tendências do cenário contemporâneo no que tange à
educação e à cultura organizacional.
Introdução
A sociedade em que vivemos se reconfigurou de forma muito perceptível 
após a chamada globalização, que se universalizou no mundo inteiro, 
principalmente após a década de 1990. A globalização, muito além da 
simples fusão ou junção de blocos econômicos visando uma melhor 
competitividade nas relações comerciais internacionais, fez com que 
uma matriz de ideias surgisse consigo. Paralelo ao seu surgimento e 
impulsionando esta, temos os avanços nas tecnologias da informação 
e comunicação digitais que, por meio da internet, fizeram com que as 
noções de tempo e de espaço se alterassem. As ideias advindas da glo-
balização caminham na direção proposta pelas ideias capitalistas, em que 
o aprender, a educação e o ensino-aprendizagem são conceitos muito
importantes, pois atendem o que o mercado de trabalho necessita e
proporcionam a empregabilidade tão buscada por todos para manter-se 
ativamente consumindo e vivendo nos padrões desta sociedade global. 
Neste capítulo, serão mapeadas algumas dessas características e suas 
aproximações com o campo da educação, bem como com os aspectos 
culturais que se modificam e como estas mudanças afetam as organiza-
ções como um todo, incluindo as instituições escolares.
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O que é educação?
A primeira coisa a estabelecermos quando falamos sobre educação é entender 
que dela nenhum ser humano escapa no decorrer de sua existência, devido 
aos seus múltiplos formatos e variadas apresentações, sendo o mais correto 
considerá-la na sua forma plural, ou seja, educações. Acompanham esse 
argumento inicial as formas do ensinar, do aprender, do aprender e ensinar 
e vice-versa. 
Sobre isso é importante destacar: nem toda a educação é escolarizada! 
Ou seja, existe educação mesmo nas comunidades onde a educação formal, 
escolar, não existe. Mesmo que o projeto de sociedade atual tenha estabele-
cido ao mundo sua escolarização, devemos nos questionar se ela realmente é 
necessária em todos os grupos culturais e a todos os povos e etnias.
A educação também se traduz nos ensinamentos que se recebem dos 
pais, da igreja, dos grupos sociais diversos dos quais participamos desde 
que nascemos. Somos educados e aprendemos com as práticas da cultura 
de nossa família, através das coisas que se dizem (discursos e enunciados) 
e das ideias que circulam entre as comunidades (paradigmas) sobre a vida, 
seu propósito e seus objetivos. Logo, para ser sujeito à educação basta estar 
vivo e em sociedade.
Brandão (1981) afirma que
a educação é, como outras, uma fração do modo de vida dos grupos sociais 
que a criam e recriam, entre tantas outras invenções da sua cultura, em sua 
sociedade. Formas de educação que produzem e praticam, para que elas 
reproduzam, entre todos os que ensinam e aprendem, o saber que atravessa 
as palavras da tribo, os códigos sociais de conduta, as regras do trabalho, os 
segredos da arte ou da religião, do artesanato ou da tecnologia que qualquer 
povo precisa para reinventar, todos os dias, a vida do grupo e de cada um de 
seus sujeitos (...) (BRANDÃO, 1981, p. 6).
Por paradigma, podemos entender todo o rol de ideias e conceitos sobre o mundo e 
a vida que se estabelecem e norteiam as formas de pensar e agir de um grupo social 
em determinada época.
A educação e a cultura organizacional12
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Já em 1981, mesmo antes das tecnologias digitais e da universalização do 
acesso à internet, o autor já citava a questão da tecnologia relacionada com os 
aspectos educacionais que se apresentavam presentes na vida social. Quanto 
mais ainda agora, na sociedade contemporânea globalizada e conectada por 
meio da internet, essa educação se ressignifica e se apresenta de inúmeras 
outras formas, não é mesmo? Quem de nós não aprendeu algum conceito por 
meio de alguma informação da internet? Ou, ainda, quem de nós, ao exercer 
a docência, não se utilizou de algum recurso das tecnologias audiovisuais 
digitais em nossas aulas?
Se formos analisar o conceito de educação através de suas finalidades, iremos per-
ceber que, historicamente, esta serviu para moldar indivíduos a um projeto social 
específico, exercer a dominação sobre as massas populares, incutir ideias dominantes 
ou ideológicas, bem como inspirou posicionamentos críticos sobre o mundo e sobre 
as ações sociais e realizou o processo transformador e emancipatório em algumas 
comunidades ou indivíduos. Enfim, a educação serve a várias finalidades, alinhadas com 
as tendências pedagógicas específicas e, na sociedade atual, é relacionada diretamente 
aos processos educacionais.
Segundo Hugo Assmann (1998, p. 33), “toda a educação implica doses fortes 
de instrução, entendimento e manejo de regras e reconhecimento de saberes 
já acumulados pela humanidade”. A educação, aliada ao impulso pela busca 
de novos conhecimentos e aprendizagens, se faz cada vez mais importante 
no contexto contemporâneo. Inclusive no Brasil isso se demonstra ao encon-
trarmos disposto na Constituição Federal de 1988 o seguinte texto, parte do 
artigo 205: “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será 
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno 
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua 
qualificação para o trabalho” (BRASIL, 2000).
 Embora o texto constitucional mencione a educação como um direito de 
todos, é muito comum, ao realizarmos a leitura deste artigo, encontrarmos 
naturalizada nas explicações sobre o mesmo a educação escolar, que se institui 
fortemente no ocidente e se expande a partir daqui para o mundo inteiro. Educa-
13A educação e a cultura organizacional
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ção escolarizada que teria como finalidade promover o desenvolvimento integral 
deste aluno, formar o cidadão e qualificar o mesmo para o mundo do trabalho.
Como a educação escolar parece não suprir as necessidades que exigem 
as organizações para a qualificação de seus quadros funcionais, algumas 
vezes por falta de qualidade, outras pelo distanciamento dos conhecimentos 
com a realidade empresarial, surge a necessidade de estabelecer processos 
educacionais internos, dentro das empresas, o que consiste na ideia base da 
educação corporativa. A educação corporativa, normalmente atrelada ao setor 
de Gestão de Pessoas ou de Recursos Humanos, se caracteriza pela busca 
da gestão do conhecimento dos colaboradores da organização em prol dos 
objetivos corporativos.
Segundo Marisa Eboli (2004), ao investir na educação corporativa as 
organizações conseguem aumentar seus índices de excelência organizacional 
por meio do aumento do valor das pessoas. Obviamente, o valor das pessoas 
para a organização associa-se diretamente ao seu capital intelectual, para o 
qual as pessoas e seu conhecimento são partes importantese decisivas. A 
autora ainda cita que a educação corporativa procura aumentar a inteligência 
organizacional através do enfoque em três áreas onde a aprendizagem contínua 
deve ser enfatizada: na cultura organizacional da empresa, nas lideranças 
educadoras e no autodesenvolvimento das pessoas. Como podemos perceber, 
vivemos na era da busca constante por aprender, onde a aprendizagem é o 
enfoque também do ambiente corporativo e tem garantido o destaque, a ma-
nutenção e o sucesso das corporações que investem na busca de se tornarem 
organizações que aprendem.
Cultura organizacional
Podemos considerar como organização a união de duas ou mais pessoas 
em torno de um objetivo comum, podendo ser este relacionado às estruturas 
sociais básicas, como, por exemplo, a família, a igreja, etc., mas também às 
mais diversas instituições existentes na sociedade, como a escola, os hospitais, 
os quartéis, os presídios e todas as demais agências de controle e regulação do 
Estado. Nesse conceito de organização também se encontram as empresas com 
fi nalidade lucrativa, em todas as suas modalidades e segmentos, e as empresas 
sem fi ns lucrativos, que podem ser as públicas, ou, ainda, as organizações não 
governamentais do terceiro setor. Logo, podemos perceber que as organizações 
fazem parte importante de nossa existência humana em sociedade.
A educação e a cultura organizacional14
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Cada organização destas citadas possuirá um jeito próprio de existir, de 
organizar e estabelecer suas práticas, seus afazeres, suas tarefas e, da mesma 
forma, uma maneira de pensar sobre sua finalidade, seus objetivos, a forma 
como lida com aqueles que ali se encontram. Esta combinação de formas de 
pensar e agir inerentes a cada organização, podemos denominar de cultura 
organizacional.
Para mais detalhes sobre o conceito de cultura organiza-
cional, leia o artigo Cultura organizacional: grandes temas em 
debate (FREITAS, 1991). Acesse o link ou o código a seguir.
https://goo.gl/rV6pQo 
Schein (1984, p. 3) define a cultura organizacional como:
(...) o modelo dos pressupostos básicos que determinado grupo tem inventado, 
descoberto ou desenvolvido no processo de aprendizagem para lidar com 
os problemas de adaptação externa e integração interna. Uma vez que os 
pressupostos tenham funcionado bem o suficiente para serem considerados 
válidos, são ensinados aos demais membros da organização como a maneira 
correta para se perceber, se pensar e sentir-se em relação àqueles problemas.
Como podemos depreender da citação do autor, a cultura organizacional 
possui uma relação muito próxima com os processos de aprendizagem que são 
desenvolvidos na organização. Ou seja, ao executarem suas tarefas cotidianas, 
os membros destas organizações acabam utilizando-se de técnicas e ações 
que, por terem sido anteriormente aplicadas, em muitos casos, acabaram por 
instituir, instalar uma maneira mais correta ou mais eficiente de agir. Logo, este 
processo de aprender com a ação anteriormente executada, avaliar a mesma 
e corrigir possíveis desvios e inconsistências em relação ao objetivo, acaba 
por construir uma ideia de como as coisas devem ser feitas que é incorporada 
à cultura dessa organização. Como cada organização é distinta e particular, 
específica em relação a sua estrutura, a seu pessoal e a seus objetivos, também 
a cultura dessa organização assim o será.
15A educação e a cultura organizacional
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Mas como podemos enxergar esta cultura organizacional se manifestando 
nos processos de aprendizagem no interior das organizações? De acordo com 
Dias (2003, p. 41),
(...) podemos dizer que a cultura organizacional é um sistema de valores e 
crenças compartilhados que interage com pessoas, estruturas da organização, 
processos de tomada de decisões e sistemas de controle de uma empresa para 
produzir normas de comportamento (de como devem ser feitas as coisas em 
uma organização em particular).
Essa afirmação traz elementos importantes para analisarmos e que podemos 
relacionar com as questões da aprendizagem no interior das organizações. 
Normalmente, o setor encarregado de atuar como o guardião da cultura 
organizacional e também responsável pelos processos relacionados à apren-
dizagem é o de Recursos Humanos, que irá debruçar-se sobre as normas que 
terão impacto nos treinamentos necessários para o aumento da inteligência 
organizacional, conquistado por meio da gestão do conhecimento de seus 
colaboradores. Logo, este entendimento de como as coisas são feitas que se 
apresenta na cultura organizacional, pode constituir-se como aprendizagem 
a ser reforçada e desenvolvida através dos processos de gestão das pessoas 
dessas organizações.
A Figura 1 apresenta um esquema com algumas ‘regras’ ou elementos 
da cultura organizacional que se mantêm ao longo do tempo e moldam o 
comportamento dos indivíduos dentro das organizações.
Figura 1. Elementos da cultura organizacional.
A educação e a cultura organizacional16
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Ao analisar os elementos da Figura 1, é possível entender um pouco melhor 
como a cultura organizacional se manifesta no interior de grande parte das 
organizações. A cultura organizacional incide diretamente sobre a identidade 
da empresa e propicia o sentimento coletivo de fazer parte desta e compartilhar 
da busca de seus objetivos. Muitas vezes, a identificação com a organização é 
tão grande que os colaboradores acabam reproduzindo em todos os aspectos 
de suas vidas aqueles que se apresentam estabelecidos como os valores e 
princípios desta cultura.
O compromisso com algo maior é facilmente identificável quando os co-
laboradores da empresa enxergam em seus esforços individuais um resultado 
coletivo maior do que seriam capazes, mesclando os sentimentos de sinergia e 
visão sistêmica. Os indivíduos sentem-se parte significativa do funcionamento 
e dos rumos que a empresa venha a tomar.
A estabilidade do sistema social da organização se faz pelas regras e normas 
que se estabelecem e posicionam claramente os cargos, funções, atribuições e 
responsabilidades, definindo as hierarquias, os níveis de comando e os principais 
fluxos de comunicação a serem utilizados. Essa estabilidade tem relação direta 
com essas regras que são legitimadas e aceitas por todos e que permitem e servem 
de balizadores para os processos de tomada de decisão dentro das organizações.
Enfim, o que resta frisar para o encerramento desta seção é que a cultura 
organizacional é particular e diferenciada para cada organização e traduz 
aquilo que foi criado e instituído por seus membros nos últimos anos, por 
meio de suas vivências e experiências ao realizar a função de educar e buscar 
seus objetivos. Cabe a nós, gestores ou colaboradores internos, conhecermos 
a cultura organizacional da organização em que atuamos, respeitando sua 
história, suas normas, crenças e pressupostos e propondo acréscimos para o 
novo jeito de ser que se constituirá no futuro.
Para entender como elementos da cultura organizacional 
expressam e definem padrões de relações de trabalho 
dentro de uma organização, acesse o link ou o código a 
seguir e leia o artigo Estórias, mitos, heróis - cultura organi-
zacional e relações do trabalho (FLEURY, 1987).
https://goo.gl/wqXDEP 
17A educação e a cultura organizacional
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O cenário contemporâneo: 
a educação e a cultura
O cenário atual traz consigo as marcas de uma sociedade global, a qual busca, 
por meio de suas práticas, o estabelecimento de uma universalização. Uma 
dessas práticas, relacionadas diretamente à educação, diz respeito ao fato de, 
neste momento, as pessoas possuíremum acesso nunca antes visto na história 
da humanidade a uma gama de informações, as quais podem ser facilmente 
acessadas via internet.
Esse acesso à informação, traduzida em diversas formas de conteúdo, 
baseado tanto em senso comum quanto científico, proporcionou que as formas 
de aprendizagem também se modificassem. Existe hoje, inclusive, uma deno-
minação para a modalidade de aprendizagem autônoma na qual o indivíduo 
aprende sozinho, preferencialmente via internet, selecionando seus conteúdos, 
estabelecendo seu cronograma de estudos e as regras que irá seguir: é a heu-
tagogia. Dessa forma, podemos inferir que a educação, que tradicionalmente 
se baseava nas ideias, pensamentos, valores e práticas que eram ensinadas 
através dos grupos sociais aos quais pertencemos, desde o nascimento, agora 
também é realizada de forma virtual.
Todo este acesso à informação, que ocorre em praticamente todas as na-
ções mundiais hoje, aliado às ideias de que o mundo é global e, logo, todos 
competem neste mercado, fez com que as exigências em termos de preparo, 
formação e educação também se elevassem. Em um mercado global altamente 
competitivo, faz muita diferença possuir um nível mais alto de educação (em 
número de anos) ou ter tido acesso a uma educação de maior qualidade. Da 
mesma forma, existe um investimento grande por parte das organizações 
em estabelecer processos de educação corporativa que façam com que se 
aperfeiçoem os níveis de conhecimento de seus colaboradores.
Você sabe quais são os cinco maiores desafios na educação 
corporativa? Acesse o link ou o código a seguir e descubra.
https://goo.gl/5Naz6a 
A educação e a cultura organizacional18
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Esse acúmulo de experiências educacionais aumenta, em muito, as possi-
bilidades de sucesso na conquista de um bom emprego, por exemplo, ou ao 
concorrer a uma promoção. O fato é que alguns conceitos surgem de forma a 
regular, coordenar e conduzir as ações dos indivíduos nesta busca por maiores 
opções educacionais: um deles, muito potente, é o de empregabilidade; o outro, 
o de empreendedorismo.
A empregabilidade age operando de forma a culpabilizar o indivíduo 
pelas conquistas ou derrotas perante o mercado de trabalho. Estabelece que 
a pessoa é responsável pela manutenção do seu emprego, e, para isso, precisa 
estar sempre em busca de aprender mais e mais, aperfeiçoar-se, aprimorando os 
conhecimentos em que a empresa tenha interesse e suas aplicações práticas. A 
empregabilidade também é garantida por meio do interesse em participar das 
ações de desenvolvimento de pessoas que focam na gestão do conhecimento 
e no aumento da inteligência da organização como um todo. Ao engajar-se a 
estes cursos e formações disponibilizados pelas empresas, os colaboradores 
também procuram garantir e manter suas ocupações. Este conceito alia-se 
muito à ideia de capital intelectual tão explorada nas últimas décadas dentro 
das organizações.
Capital intelectual significa o somatório dos conhecimentos inerentes a todos os 
colaboradores da empresa, sendo considerado hoje um dos principais ativos das 
organizações. Logo, quando nos preocupamos em manter nossa empregabilidade, 
estamos, de certa forma, fazendo com que o capital intelectual da empresa se eleve.
Já o empreendedorismo age no sentido de fazer com que algumas ha-
bilidades, conhecimentos e atitudes sejam despertados nos colaboradores. 
Habilidades como a iniciativa, a competência, a busca pela excelência nas suas 
ações é treinada no interior das organizações, visando produzir o funcionário 
intraempreendedor. Ora, uma das características do empreendedorismo tam-
bém é a busca por uma conduta excelente, por uma visão que leve à solução 
de problemas, o que exige esforços educacionais e comprometimento com a 
gestão de seu próprio conhecimento e do setor onde atua.
Dentro da ideia de cultura – entendida como as ideias, os modos de analisar 
o mundo e as práticas que circulam na sociedade e que são ensinadas e repas-
sadas pelos seus membros –, percebemos que a globalização também acabou 
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por impulsionar o mundo a uma lógica atrelada ao consumo como principal 
motivador da vida social. E para consumir, precisamos de renda; para que 
tenhamos uma renda melhor, precisamos de empregos melhores (ou manter ao 
menos os nossos). Para manter ou adquirir novos empregos, necessariamente 
precisamos de educação formal e não formal. Essa cultura foi socialmente 
imposta e podemos percebê-la no interior das mais variadas organizações.
Sobre estas questões, o filósofo e sociólogo Hugo Assmann (1998) sustenta que
seria absurdo negar a relevância da educação para conseguir emprego no 
mundo de hoje. Não se trata de questionar se a educação é uma condição 
imprescindível para a empregabilidade (...). O que é preciso questionar é se 
esta condição necessária é condição suficiente para a empregabilidade dentro 
da lógica do mercado assim como ela existe e opera atualmente (já que são 
perfeitamente imagináveis outras formas de coexistência entre mecanismos 
e mercados e políticas públicas). A equação educação/empregabilidade/ supe-
ração da exclusão, além de simplista, torna-se claramente ideológica quando 
não vem acompanhada de propostas de implantação de políticas públicas 
para garantir que a dinâmica do mercado obedeça a prioridades sociais (AS-
SMANN, 1998, p. 20).
Fica evidente na citação do autor que, ao mesmo tempo em que a sociedade se 
volta, seguindo a lógica do mercado, para a busca da empregabilidade, também 
percebemos o efeito dessa busca para aqueles que não conseguem ter essa pre-
paração na mesma condição dos demais, ou seja, serão excluídos das melhores 
oportunidades. Dessa forma, percebemos que a educação atualmente apresenta 
estes vieses de preparar, aprimorar, aperfeiçoar e, em contrapartida, excluir, 
reforçando ainda mais as desigualdades sociais existentes no Brasil e no mundo.
1. Analise as alternativas que falam 
sobre o significado da palavra 
“educação” e marque a correta.
a) A educação é restrita a um certo 
grupo de pessoas, pois nem 
todos têm acesso à escola.
b) É considerada educação somente 
aquela que oferece ao indivíduo 
os conhecimentos científicos e 
culturais no interior da escola.
c) A educação é um conceito mais 
abrangente, relacionando aquilo 
que é ensinado e aprendido 
nos grupos sociais e nas 
instituições, como a escola.
d) A educação escolar é entendida 
como aquela que tem como 
finalidade moldar o indivíduo 
A educação e a cultura organizacional20
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dentro das normas para 
convivência em sociedade.
e) A educação realizada nas igrejas 
não faz parte deste conceito.
2. Analise as afirmativas sobre o 
cenário contemporâneo e suas 
relações com a educação e 
marque a alternativa correta.
a) A globalização afeta e 
reconfigura a forma como 
agimos e aprendemos em 
sociedade, principalmente 
devido ao acesso a inúmeras 
informações via internet.
b) A globalização exerce mudanças 
somente nas áreas econômicas 
e no comércio entre os 
países ao redor do mundo.
c) Houve muitas mudanças na 
contemporaneidade, porém 
a relação do homem com o 
espaço/ tempo não se alterou.
d) Embora tenham ocorrido 
mudanças na sociedade 
contemporânea, a aprendizagem 
ainda continua a mesma, através 
do professor e do aluno.
e) O mundo mudou, mas a 
educação ainda continua 
restrita à escola e aos grupos 
sociais, não possuindo relação 
com o mercado de trabalho.
3. “A equação educação/
empregabilidade/superação 
da exclusão, além de simplista, 
torna-se claramente ideológica 
quando não vem acompanhada 
de propostas de implantaçãode 
políticas públicas para garantir que 
a dinâmica do mercado obedeça 
a prioridades sociais” (ASSMANN, 
1998, p. 20). A partir da citação do 
autor, podemos afirmar que:
a) a educação não interfere nas 
questões postas pelo mercado 
como a empregabilidade dos 
trabalhadores, pois sempre 
existirão pessoas excluídas.
b) enxergar simplesmente 
a educação como uma 
ferramenta para manter a 
empregabilidade e superar 
a exclusão do mercado de 
trabalho não é suficiente, pois 
carecemos de políticas públicas 
para que isso se efetive.
c) o mercado de trabalho não 
exige preparo intelectual 
dos seus trabalhadores, logo 
a educação não é um fator 
importante no qual se investir.
d) a criação de políticas públicas 
que favoreçam a inserção de 
pessoas menos privilegiadas 
e com menos acesso a uma 
educação de qualidade é 
muito onerosa e não resolveria 
os problemas de exclusão.
e) o mercado de trabalho age 
através da regulação feita pelas 
políticas públicas que recaem 
sobre o emprego, a educação 
e a empregabilidade, logo, 
não há exclusão, somente 
pessoas desinteressadas.
4. Analise as afirmativas que falam 
sobre o conceito de cultura 
organizacional e marque a correta.
a) A cultura organizacional 
refere-se somente à forma 
como as pessoas se relacionam 
dentro da organização ao 
buscarem seus objetivos.
b) Por cultura organizacional 
entendemos o que foi 
estabelecido no início, no 
surgimento da instituição, 
através de seu fundador, que 
21A educação e a cultura organizacional
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se torna um mito ou herói.
c) A cultura organizacional 
remete às atividades culturais 
que a empresa apoia e 
incentiva, como peças de 
teatro, cinema, música, etc.
d) A cultura organizacional é 
aquela que reúne as formas de 
pensar e agir da organização, 
desenvolvida através do 
aprendizado ocasionado pelas 
experiências anteriores.
e) A cultura organizacional 
não se reflete nas normas e 
regulamentos, atuando somente 
nas relações interpessoais.
5. Alguns pontos de vista 
caracterizam a cultura 
organizacional como o conjunto 
de normas e regras estabelecidas 
e seguidas pelos colaboradores 
e o sentimento de identidade. 
Sobre esses fatores, análise as 
afirmativas e marque a que 
apresenta uma relação correta.
a) O sentimento de identidade da 
empresa traduz a identidade 
coletiva que é formada pela 
participação de todos os 
colaboradores no interior de 
sua cultura organizacional.
b) A identidade individual das 
pessoas é sempre superior e não 
afeta a cultura da organização.
c) As normas e regras estabelecidas 
pela empresa são sempre 
impostas e não fazem parte 
da cultura organizacional.
d) As normas e regras que são 
legitimadas por todos e 
seguidas dentro da empresa 
são aquelas estabelecidas 
de maneira informal.
e) As normas e regras 
estabelecem a identidade 
de cada departamento pois 
obrigam os mesmos a ser de 
uma determinada maneira.
A educação e a cultura organizacional22
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ASSMANN, H. Reencantar a educação: rumo a sociedade aprendente. 8. ed. Rio de 
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BRANDÃO, C. R. O que é educação. São Paulo: Brasiliense, 1981.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Organização 
de Alexandre de Moraes. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
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Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=cG9DBHKm9BY>. Acesso em: 
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FREITAS, M. E. Cultura organizacional grandes temas em debate. Revista administração 
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SCHEIN, E. H. Coming to a new awareness of organizational culture. Sloan Management 
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Leitura recomendada
SARAIVA, L. A. S. Cultura organizacional em ambiente burocrático. Revista de admi-
nistração contemporânea, Curitiba, v. 6, n. 1, p. 187-207, 2002. Disponível em: <http://
www.scielo.br/scielo.php?pid=S1415-65552002000100011&script=sci_arttext>. Acesso 
em: 30 out. 2017.
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