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1 A Contabilidade nos Negócios Empresariais: seus mecanismos e gestões Marina Ribeiro Soares Prof. Fernando Pinheiro Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Administração (ADG0947) – Seminário Interdisciplinar III 25/10/2017 RESUMO A contabilidade Gerencial é um segmento da ciência contábil em que se verificam os maiores esforços de pesquisa em todo mundo. Apesar de a contabilidade gerencial utilizar-se de temas de outras disciplinas, ela se caracteriza por ser uma área contábil autônoma, pelo tratamento dado á informação contábil, enfocado planejamento, controle e tomada de decisão, e por seu caráter integrativo dentro de um sistema de informações contábil. O caráter integrativo é o que traz a identidade para a disciplina. Enquanto em outros segmentos da ciência contábil os temas são tratados e analisados de forma isolada, na contabilidade gerencial todos os temas são tratados dentro de um conjunto único, e toda a integração necessária á informação contábil é conseguida. Palavra-chave: Gestão, Contabilidade, Características. ABSTRACT Managerial accounting is a segment of accounting science in which there are the greatest research efforts in the world. Although management accounting is used in other disciplines, it is characterized by being an autonomous accounting area, due to the treatment given to accounting information, focusing on planning, control and decision making, and its integrative nature within a system of accounting information. The integrative character is what brings the identity to the discipline. While in other segments of accounting science the topics are treated and analyzed in isolation, in management accounting all issues are treated within a single set, and all necessary integration of accounting information is achieved. Keyword: Management, Accounting, Features. 1 INTRODUÇÃO Os profissionais de contabilidade possuem as ferramentas para auxiliar os empresários na gestão das empresas. Vivencia-se uma mudança cultural devido a novas tecnologias e estes recursos vem sendo utilizados pelas entidades federativas, o que 2 exige dos contadores e empresários conscientização da necessidade de investimento tecnológico. Sabe-se que muitas empresas não elaboram a contabilidade, onde há uma preocupação com esse cenário, pois uma empresa sem contabilidade é uma empresa sem “memória”. A empresa não tem informações para a chamada tomada de decisão. Com a competividade do mercado, as empresas que não tem como levantar seus custos, saber qual a sua margem de lucratividade, saber os impostos sobre mercadorias e ou serviços, não tem como chegar, sem essas informações, a um preço para ser competitivo no mercado. A contabilidade como instrumento de gestão empresarial vai auxiliar em todo esse processo para o empresário tomar decisões. Segundo Marion, (2009, p.25): A contabilidade é o grande instrumento que auxilia a administração a tomar decisões. Na verdade, ela coleta todos os dados econômicos, mensurando-os monetariamente, registrando-os e sumarizando-os em forma de relatórios ou de comunicados, que contribuem sobremaneira para a tomada de decisões. O entendimento dos profissionais da contabilidade e dos empresários, a grande competividade do mercado, e outros fatores, tem feito com que a contabilidade tome um papel de grande importância dentro das organizações, pois é ela que consegue reunir todas as informações necessárias para auxiliar os gestores nas tomadas de decisão empresarial. Neste artigo será demonstrada a importância da Contabilidade na gestão das empresas, um instrumento que permite ao gestor tomar as decisões baseadas em informações mais detalhadas sobre a situação da empresa em determinado período. Um fator que facilita a contabilidade como instrumento de gestão empresarial é que a Contabilidade já esta viabilizada no interior da empresa, e de acordo com a legislação. 2 CARACTERIZAÇÃO DA CONTALIDADE GERENCIAL Segundo Sérgio de Iudícibus, “a Contabilidade Gerencial pode ser caracterizada, superficialmente, como um enfoque especial conferido a varias técnicas e 3 procedimentos contábeis já conhecidos e tratado na contabilidade financeira, na contabilidade de custo, na analise financeira e de balanços, colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais analítico ou uma forma de classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório”. Segundo a Associação Nacional dos contadores dos Estados Unidos, através de seu relatório numero 1A “Contabilidade Gerencial é o processo de identificação, mensuração, acumulação, analise, preparação, interpretação e comunicação de informações financeiras utilizadas pela administração para o planejamento, avaliação e controle dentro de uma organização e para assegurar e contabilizar o uso apropriado de seus recursos”. 2.1 CONTABILIDADE GERENCIAL E A FUNÇÃO DE CRIAÇÃO DE VALOR ATKINSON, BANKER, KAPLAN e YOUNG iniciam seus trabalhos com este conceito dizendo: “Contabilidade Gerencial- Informação que cria valor-Sistemas contábeis gerenciais efetivos pode criar valor considerável, pelo fornecimento de informações acuradas e importunas sobre a atividade necessária para o sucesso da organização de hoje”. O estágio da Contabilidade Gerencial, que embarcam todos os estágios evolutivos interiores, centra-se o processo de criação de valores por meio de usos efetivos de recursos empresariais. Essa função - objetivo está declarada no Relatório Revisado de Março de 1998, emitido pelo Comitê de Contabilidade Financeira e Gerencial da Federação Internacional de Contadores (International Federation ofAccountants-IFAC), sobre o conceito de Contabilidade Gerencial. “A Contabilidade Gerencial, como uma parte integral do processo de gestão, adiciona valor distintivamente pela investigação contínua sobre a efetividade da utilização dos recursos pelas organizações na criação de valores para acionistas, clientes e outros credores” (IFAC, parágrafo 17). A função-objetivo da contabilidade gerencial de criação de valor para os acionistas é um conceito objetivo, pois pode ser mensurado economicamente. A criação de valor para acionistas centra-se na geração do lucro empresarial, que por sua vez, é transferido 4 para os proprietários da entidade, que genericamente estamos denominados acionistas. O pequeno e simples exemplo, sobre objetivo de finanças com abertura de uma empresa, de ROSS, WESTERFIELD e JAFFE ilustra a questão: “No linguajar financeiro, seria feito um investimento em ativos, tais como estoques, máquinas, terrenos e mão de obra”. O dinheiro aplicado em ativos deve ser contrabalanceado por uma quantia idêntica de dinheiro gerada por um financiamento. Quando começar a vender, sua empresa irá gerar dinheiro. Essa é à base da criação de valor. A finalidade da empresa é criar valor para o seu proprietário. “O valor esta refletido no modelo básico da empresa, representado pelo seu balanço patrimonial”. O conceito de criação (ou adição) de valor na Contabilidade Gerencial, como em finanças, esta ligada ao processo de geração de lucro para os acionistas. Dentro desses pontos referenciais, a controladoria, no exercício da função contábil gerencial, pode monitorar adequadamente o processo de geração de valor dentro da empresa por meio da: Adoção dos conceitos adequados de mensuração do lucro empresarial, que em nosso entendimento, são derivadosdo conceito de lucro econômico. Apoio ás atividades operacionais no processo de geração de valor por meio do sistema de informação contábil gerencial. A controladoria, por meio do sistema contábil gerencial, que incorpora os conceitos de lucro econômico, dá as condições á empresa de avaliar todos os processos de geração ou criação de valor (geração de lucro dos acionistas). Para exercer a função de controladoria, são necessários recursos, que custam para empresa, essas função, como todo o recurso internado, deve ser sempre avaliada á luz do beneficio gerado. Dessa maneira cabe o controlador e á empresa, avaliar os exercícios da função de controladoria dentro da relação custo versus benefícios da produção de informação, como qualquer sistema informacional existente dentro da empresa. A contabilidade gerencial deve atender a todos os segmentos hierárquicos da empresa, e isso se reflete na forma de utilização da administração da companhia, que denominamos de gerenciamento contábil global, objetivando canalizar informação que 5 sejam apresentadas de formas sintéticas, em grandes agregados, com a finalidade de controlar e planejar a empresa dentro de uma visão de conjunto. 2.2 CONTABILIDADE GERENCIAL E SISTEMA DE INFORMAÇÃO Para que a informação contábil seja usada no processo administrativo, é necessário que essa informação contábil seja desejável e útil para as pessoas responsáveis pela administração da entidade. Para os administradores que buscam a excelência empresarial, uma informação, mesmo que útil, só se é desejável e conseguida a um custo adequado e interessante para entidade. A informação não pode custar mais do que ela pode valer para administração da entidade. O Sistema pode ser definido como um complexo de elementos de interação. Sistema é um conjunto de elementos interdependentes, ou um todo organizado, ou partes que interagem formando um todo um unitário e complexo. Como um resultante em enfoque sistêmico, o todo deve ser mais que a soma das partes. Fundamentalmente, o funcionamento de um sistema configura-se a um processamento de recursos (entrada do sistema) obtendo-se com esse processamento, as saídas ou produtos do sistema (entrada, processamentos, saída). Podemos definir sistema de informação como um conjunto de recurso humano, materiais tecnológicos e financeiros agregados segundo uma sequência lógica para o processamento de dados e tradução de informações, para o seu produto, permitir as organizações o comprimento de seus objetivos principais. Os sistemas de informações classificam-se em: Sistema de informação de apoio ás operações e Sistema de informação de Gestão. Os sistemas de Apoio ás Operações têm como objetivo auxiliar o departamento e atividades e executarem suas funções operacionais,(compras,estocagem,produção,vendas,faturamento,recebimento,pagamento ,qualidade, manutenção, planejamento, e controle de produção etc.).Os sistemas de apoio á Gestão preocupam se basicamente com á informação necessária para gestão econômica –financeira da empresa .O sistema de informação Contábil é um sistema de apoio á gestão têm como base de apoio informacional as informações de processo e quantitativas geradas pelo sistema operacional. 6 Como refinamento dos sistemas de apoio á gestão existe sistemas específicos desenhados para auxílio direto á questão das decisões gerenciais. São denominados de Sistemas de Suporte á Decisão – DSS,Sistema de Informações Executivas –EIS (Decision Support Systems e Executive Information Systems) e Business Intelligence- BI. Eles utilizam-se da base de dados dos sistemas operacionais e do sistema de apoio á gestão e tem como foco flexibilizar informações não estruturada para tomadas de decisões. 3 PLANEJAMENTO E CONTROLE O sistema de Informação Gerencial exige planejamento para produção dos relatórios, para atender plenamente aos usuários. É necessário saber o conhecimento contábil de todos os usuários, e construir relatórios com enfoque diferentes níveis de usuários. Dessa forma, será possível efeituar o controle posterior. Só poderá ser controlado aquilo que é aceito e entendido. Além disso, conforme Oliveira, se o Sistema de Informações Gerenciais, não for atualizado periodicamente, poderá ficar numa situação de descrédito perante seus usuários. Conforme Gil, o Sistema de informação Contábil deve produzir informações que possam atender aos seguintes aspectos: I-Níveis empresarias: Estratégico Tático Operacional II-Ciclo administrativo: Planejamento Execução Controle III- Nível de estruturação da informação: Estruturada Semiestruturada Não estruturada 7 Três pontos são fundamentais para um sistema de informação contábil tenha validade perene dentro de uma entidade. São os seguintes: operacionalidade, integração e custo de informação. 4 CONTABILIDADE TRIBUTARIA Contabilidade Tributária é o ramo que tem por objetivo aplicar na prática conceitos, princípios e normas básicas da contabilidade e da legislação tributária, de forma simultânea e adequada. Seu objetivo é demonstrar a situação do patrimônio e o resultado do exercício, de forma clara e precisa, rigorosamente de acordo com conceitos, princípios e normas básicas de contabilidade. O resultado apurado deve ser economicamente exato. Entretanto, a legislação tributária, frequentemente atropela os resultados econômicos para, por imposição legal, adaptá-los a suas exigências e dar-lhes outro valor, que não tem nada a ver com o resultado contábil. Acontece que os sócios ou acionistas tem o direito de saber o efetivo resultado econômico, que não pode ser modificado para atender a exigências fiscais. A Contabilidade deve demonstrar com exatidão o patrimônio e o resultado do exercício. Porém, as exigências fiscais impostas por lei devem ser cumpridas, o que é feito mediante controles extras contábeis e puramente fiscais. Os tributos serão devidos na forma exigida, desde que suficientemente amparada em lei. O objeto da Contabilidade Tributária é apurar com exatidão o resultado econômico do exercício social, demonstrando de forma clara e sintética, para em seguida, atender de forma extra contábil às exigências das legislações do IRPJ e da CSLL determinando a base de cálculo fiscal para formação das provisões destinadas ao pagamento desses tributos, as quais serão abatidas no resultado contábil para determinação do lucro líquido a disposição dos acionistas, sócios ou titular de uma firma individual. Para atingir plenamente esse objetivo, é preciso estudar, registrar e controlar os atos e fatos administrativos que provoquem modificações no patrimônio, e consequentemente o resultado econômico positivo ou negativo (Lucro ou Prejuízo). Isso se faz pela escrituração contábil. 8 4.1 A CONTABILIDADE E OBRIGAÇÕES Os empresários e executivos já estão cientes de que o gerenciamento das obrigações tributárias já não pode ser considerado uma necessidade cotidiana, mas algo estratégico dentro das organizações de médio e grande porte seja qual for o setor de atividade. Além da elevada carga tributária, o sistema tributário brasileiro é um dos mais complexos do mundo. Estima-se a existência de aproximadamente sessenta tributos vigentes. Tais fatores penalizam o custo da maioria das empresas e acarretam grandes transtornos para o gerenciamento contábil e financeiro dos impostos e demais tributos. Nesse ambiente, cresce sensivelmente a responsabilidade de todosos gestores da empresa, em particular a dos profissionais da Contabilidade. O Contador precisa conhecer com grande profundidade a legislação tributária, devido as suas responsabilidades quanto à eficácia e eficiência nesse gerenciamento. Isso porque, além de perder prestígio profissional em razão de quaisquer falhas mais relevantes na interpretação ou na aplicação no dia-a-dia das normas tributárias, pode ser responsabilizado por possíveis prejuízos que causar no exercício profissional por culpa ou dolo, podendo ser condenado a indenizar o empresário que for prejudicado. Toda empresa legalmente constituída no Brasil pode ser enquadrada pela legislação tributária em cinco situações distintas, em relação à tributação sobre seu resultado: Simples nacional, Lucro real, Lucro presumido, Lucro arbitrado e Imune/isenta. O Simples nacional é exclusivo para empresas enquadradas como micro empresas e empresas de pequeno porte; Lucro arbitrado decorre principalmente da impossibilidade de se calcular os tributos pelas vias normais; Lucro presumido é calculado considerando apenas as receitas das empresas, devendo ser utilizado principalmente nas empresas bastante lucrativas. Já o Lucro real é forma de tributação que tem como base o lucro contábil sendo interessante para empresas com resultados mais equilibrados. Além do mais, no Lucro presumido, o nível de exigência é menos, não havendo preocupação com tantos controles, como ocorre no lucro real. A empresa que optar pelo lucro presumido pode, por exemplo, efetuar a escrituração do livro caixa em substituição à escrituração contábil. As entidades imunes e isentas estão desobrigadas ao pagamento de IR e CSLL. O objetivo do Fisco foi facilitar ao máximo o cálculo dos tributos para empresas que não representam um potencial de recolhimento tão elevado. 9 5 CONCLUSÃO Portanto, conclui-se que a dispensa de alguns procedimentos contábeis legalmente permitidas apresenta-se como mecanismo simplificador das atividades administrativas. O sucesso das empresas está embasado na sua capacidade de produzir e gerar lucros, na qualidade de seus produtos/serviços e na sua capacidade de se manter atuante no mercado, sugere-se o uso da contabilidade, maior aliado do empresário, como ferramenta de gestão, facilitando os cálculos de custos, previsões de receitas e resultados, controle de despesas e eliminação de desperdícios, análise de fluxo de caixa, monitoramento de produção, controle de prazos, além de excelente auxiliar nas tomadas de decisões. Sugere-se o uso de relatórios gerenciais periódicos, principalmente os diários e semanais, graças ao seu caráter dinâmico e atual, o que permite ao administrador tomar decisões de forma segura e adotar procedimentos corretivos e de forma proativos. Recomenda-se o treinamento periódico das pessoas envolvidas com as diversas áreas, de acordo com as peculiaridades e necessidades de cada empresa. REFERÊNCIAS TAFNER, Elisabeth Penzlien; DA SILVA, Everaldo. Metodologia do Trabalho Acadêmico. Indaial: ASSELVI, 2008. ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Curso Básico de Contabilidade. 3ª Ed. São Paulo: Atlas, 2003. BRAGA, Hugo Rodha. Demonstrações Contábeis. 5ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2003. CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade Gerencial – Teoria e Prática. 3ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2004. GARRISON, Ray H., NOREEN, Eric W. Contabilidade Gerencial. 9. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2001. PADOVESE, Clovis Luís. Contabilidade Gerencial. Um enfoque em sistema de informação contábil. 7ª. Ed. Atlas, 2010. MARION, José Carlos. Contabilidade Básica. 7ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2004 MARION, José Calos; Sérgio de Iudícibus. Introdução à Teoria da Contabilidade 5ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2009 10
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