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A INFLUÊNCIA DA ALIMENTAÇÃO EM CRISES DE enxaqueca

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Prévia do material em texto

Pró-Reitoria Acadêmica 
Escola de Saúde 
Curso de Nutrição 
Trabalho de Conclusão de Curso 
A INFLUÊNCIA DA ALIMENTAÇÃO EM CRISES DE 
ENXAQUECA: UM ESTUDO DE REVISÃO 
Autora: Marina Nunes Lopes 
Orientadora: MsC Iama Marta de Araújo Soares 
Brasília - DF 
2015 
 
 
 
 
 
MARINA NUNES LOPES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A INFLUÊNCIA DA ALIMENTAÇÃO EM CRISES DE ENXAQUECA: UM ESTUDO 
DE REVISÃO 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao 
curso de graduação em Nutrição da 
Universidade Católica de Brasília, como 
requisito parcial para obtenção do Título de 
Bacharel em Nutrição. 
Orientador: MsC.Iama Marta de Araújo Soares 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brasília 
2015 
 
 
 
 
 
Artigo de autoria de Marina Nunes Lopes, intitulada “A influência da alimentação em 
crises de Enxaqueca: um estudo de revisão”, apresentado como requisito parcial para 
obtenção do grau de Bacharel em Nutrição da Universidade Católica de Brasília, em 12 de 
novembro de 2015, defendido e aprovado pela banca examinadora abaixo assinada: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
____________________________________________ 
Prof.: MsCIama Marta de Araújo Soares 
Orientador 
Nutrição - UCB 
 
 
 
 
 
____________________________________________ 
Prof.: Esp. Fernanda Lima Avena 
Nutrição - UCB 
 
 
 
 
 
 
____________________________________________ 
Prof.: Esp. Marcus Vinícius Vasconcelos Cerqueira 
Nutrição - UCB 
 
 
 
 
Brasília 
2015 
 
 
RESUMO 
 
 
LOPES, Marina Nunes.A Influência da alimentação em crise de Enxaqueca: um estudo de 
revisão. Trabalho apresentado à Universidade Católica de Brasília para obtenção do título de 
bacharel em Nutrição. 
 
Episódios de cefaleia (dor de cabeça) intensos constituem um importante problema de saúde pública 
no Brasil e no mundo, isto porque é elevado o potencial de cronificação e alta a incidência. Dentre 
as cefaléias, a enxaqueca é a de maior interesse científico, devido à sua alta prevalência e grau de 
comprometimento na qualidade de vida. Sendo assim, o presente estudo objetivou verificar o papel 
da alimentação na profilaxia ou tratamento da enxaqueca,buscando identificar substâncias e 
nutrientes específicos para a manifestação dos sintomas. Trata-se de uma revisão sistemática da 
literatura onde foram usados como critérios de inclusão, os artigos de revisão sobre os 
determinantes da enxaqueca publicados, preferencialmente, nos últimos quinze anos, e aqueles que 
relatavam a influência dos alimentos como desencadeantes. Sendo assim, foram selecionados 
21artigos científicos mais pertinentes ao tema, publicados entre 2000 e 2015. O jejum e o 
espaçamento entre refeições se apresentaram como alguns dos principais fatores para o 
desencadeamento das crises. Em se tratando da correlação alimento x dor, foram comuns alguns 
alimentos e substâncias químicas, dos quais: bebidas alcoólicas, chocolates, edulcorantes, 
Glutamato Monossódico; alimentos ricos em gorduras e Nitritos. A intervenção nutricional, com a 
adoção de dietas livre de produtos industrializados e ricos em alimentos in natura, bem como a 
melhoria dos hábitos e estilo de vida; melhora do sono e perda de peso, relacionam-se com a 
enxaqueca, diminuindo a gravidade das crises.Diante dos dados coletados pode-se concluir que a 
alimentação tem papel significativo no processo de enxaqueca, tanto de forma profilática quanto 
desencadeadora das crises, podendo atuar também em tratamentos. 
 
Palavras-chave:Nutrição, enxaqueca,alimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Episódios de cefaleia (dor de cabeça) intensos constituem um importante problema de saúde pública 
no Brasil e no mundo, isto porque é elevado o potencial de cronificação e alta incidência. Dentre as 
cefaléias, a enxaqueca é a de maior interesse científico, devido à sua alta prevalência e 
comprometimento na qualidade de vida. É considerada um distúrbio neurovascular cuja dor, em 
geral, envolve metade da cabeça e está frequentemente associada à náusea, vômitos e desconforto 
com a exposição à luz e sons altos. Um conjunto de sintomas neurológicos, conhecidos pelo nome 
de aura, costuma acompanhar o quadro de dor.
1,2
 
 A enxaqueca está entre as doenças mais incapacitantes da humanidade, segundo a 
Organização Mundial da Saúde (OMS)
3
 e sua prevalência no Brasil é de cerca de 15%, 
representando cerca de 35% das consultas neurológicas, segundo a Sociedade Brasileira de 
Cefaléia
4
. Atinge, em grande maioria, a população feminina, podendo se manifestar desde à 
infância e permanecer até a idade adulta.5Esse distúrbio pode ser acentuado com as atividades 
cotidianas. 
“São fatores condicionantes de enxaqueca: predisposição familiar, 
estresse, ingestão de álcool, fumo, falta de alimentação e sono, mudança 
climática, odores e perfumes, menstruação, exercício e uso de 
contraceptivos orais."
5 
 Estudos afirmam que a alimentação é um fator altamente relevante quando se trata de 
enxaqueca, podendo ser utilizada como uma medida profilática para o início do quadro ou, se for 
inadequada, levando ao desencadeamento de uma crise.
6 
Sendo assim, o objetivo desta revisão foi verificar o papel da alimentação na profilaxia ou 
tratamento da enxaqueca, buscando especificar substâncias e nutrientes específicos para a 
manifestação dos sintomas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
METODOLOGIA 
 
Trata-se de uma revisão sistemática da literatura1 nas bases de dados, Google Acadêmico, 
Biblioteca Virtual em Saúde do Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências 
da Saúde,Lilacs,Scielo e Pubmed, usando-se os descritores: a) enxaqueca; b) enxaqueca e 
alimentação; c) enxaqueca e Nutrição; d)headache; e) migraineandfood; f) migraineandnutrition, 
sendo delimitados os idiomas português, espanhol e inglês. Foram usados como critérios de 
inclusão, os artigos de revisão sobre os determinantes da enxaqueca publicados preferencialmente 
nos últimos quinze anos, e aqueles que relatavam a influência dos alimentos como desencadeantes. 
Sendo assim, foram selecionados 21artigos científicos mais pertinentes ao tema, publicados entre 
2000 e 2015. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1“Revisão sistemática é uma forma de pesquisa que utiliza como fonte de dados a literatura sobre 
determinado tema. Esse tipo de investigação disponibiliza um resumo das evidências relacionadas a uma 
estratégia de intervenção específica, mediante a aplicação de métodos explícitos e sistematizados de busca, 
apreciação crítica e síntese da informação selecionada (SAMPAIO RF &MANCINI MC, 2007).7 
 
 
FISIOPATOLOGIA E ETIOPATOGENIA 
 
A enxaqueca é caracterizada por algias na região encefálica, sendo estas intensas e por vezes 
duradouras. Podendo apresentar além de cefaleia, sintomas como vômito; náuseas e aura. As 
primeiras manifestações ocorrem, em grande parte, antes da vida adulta, tendo prevalência em 
adolescentes, atingindo em maior parte as mulheres.
8
 
Segundo Martins, 2009, as quatro fases de crise completa de enxaqueca passam pelos pródromos, 
caracterizados como sintomas que antecedem à crise, tais como fadiga, sonolência, alterações no 
humor, entre outros. Em alguns casos surge a fase de aura, que são sintomas neurológicos focais, 
sendo as visuais mais frequentes. A fase de dor é a chamada cefaleia, normalmente unilateral, 
podendo mudar de lado nascrises distintas. Essa fase é caracterizada por uma algia intensa podendo 
se associar aos sintomas gastrointestinais. É comum o indivíduo se isolar, evitando estímulos 
sensoriais para facilitar o alívio da dor. Após essa fase ainda existe a fase pósdromica, que apesar de 
não se caracterizar pela dor, é comum a permanência da intolerância aos estímulos (luz, cheiro, 
ruído, movimento e esforço físico). No entanto, não são em todos os casos de enxaqueca que têm a 
ocorrência das quatro fases.
8
 
Para diagnosticar uma enxaqueca é necessário uma anamnese completa e não somente verificar 
sintomas individuais. Apesar de estudos na área, não é possível afirmar um diagnóstico com base 
em exames específicos. “Uma aparição global é imprescindível, o que significa dizer que a 
possibilidade de um diagnóstico correto depende, do ponto de vista prático, único e exclusivamente 
de uma anamnese bem feita.”9 
As crises de migrâneas podem estar relacionadas a fatores genéticos, podendo aumentar o risco em 
indivíduos com familiares já diagnosticados. “É hoje aceito que a enxaqueca tem uma causa 
multifatorial e os fatores genéticos explicam cerca de 50% da vulnerabilidade.”8 Segundo este 
autor, todos os defeitos encontrados estão relacionados aos genes que controlam a estabilidade 
iônica da membrana celular, podendo assim fundamentar a teoria da causa da enxaqueca estar 
relacionada a uma disfunção do equilíbrio iônico transmembrana, despolarizando ou dificultando na 
repolarização. A despolarização das membranas está associada a um aumento do fluxo sanguíneo. 
Enquanto a hiperpolarização associa-se a uma redução do fluxo. 
Durante um episódio de enxaqueca ocorre uma depressão cortical alastrante (DCA), dando início a 
dor. A enxaqueca com aura é ocasionada devido à uma DCA onde se despolariza as membranas 
neuronais e gliais. De acordo com Takano &Nedergaard,2009, o tecido cortical sofre um curto 
episódio de hipóxia antes de ocorrer uma DCA, causado não pela diminuição de sangue, mas pelo 
excessivo consumo de oxigênio para restaurar a homeostase de íons que ocorre na crise.
10
 
A dor da enxaqueca é entendida como uma série de percepções alteradas dos estímulos, e a ativação 
de um mecanismo dilatador neurovascular de pré-controle na primeira divisão do nervo trigêmio. A 
cefaleia que aparece após a aura está relacionada ao FSC que ainda é reduzido e pode ser 
considerado como o resultado da ativação do nociceptortrigemial e das fibras parassimpáticas por 
iões de hidrogênio e de potássio, glutamato e óxido nítrico (NO), libertadas durante a DCA no 
espaço extracelular.
8,11
 “De facto, durante a aura observa-se uma onda de excitação, seguida de 
diminuição da actividade metabólica cortical que pode persistir várias horas, e sobrepor-se à fase 
álgica da crise.”8 
 
 
Com a ativação do sistema trigeminovascular ocorre a liberação de neuropéptidos sensoriais 
vasoativos, os quais aumentam a sensação de dor. Além desse mecanismo, a serotonina pode estar 
relacionada à ativação da dor. 
“Quando as plaquetas são activadas, agregam-se e liberam serotonina, 
aumentando o nível plasmático desta substancia. Um aumento súbito do 
nível de serotonina no plasma pode causar vasoconstrição cerebral e 
consequente redução do FSC.”11 
Após isso ocorre uma queda nos níveis de serotonina, que podem levar a uma dilatação arterial 
intracraniana, ocasionando a dor. 
 Relacionando as aminas biogenéticas incluímos no mecanismo a enzima 
plaquetáriafenolsulfotransferase. Os portadores de enxaqueca têm níveis mais baixos dessa enzima, 
esta por sua vez, tem a capacidade de inativar as monoaminas. Quando há uma baixa função dessa 
enzima plaquetária aumenta-se a quantidade das monoaminas toxicas na corrente sanguínea. Outra 
forma de atuação das aminas biogenéticas é no metabolismo da tiramina, dessa vez de forma 
positiva ao organismo. A oxidase das monoaminas metaboliza a tiramina no intestino e no fígado, 
que é conjugada com enzimas, a fim de não passar para a corrente sanguínea.
11,12
 
 Apesar dos mecanismos citados, cientificamente não existe uma recomendação alimentar 
relacionada a enxaqueca e aminas biogenéticas.
11,12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FATORES NUTRICIONAIS 
 
 São muitos os estudos que apontam componentes nutricionais relacionados à enxaqueca. 
Alguns tratam de profilaxia e tratamento, enquanto outros, em grande maioria, descrevem acerca de 
fatores desencadeantes.
13
 
 A alimentação pode afetar na crise de enxaqueca através de mecanismos químicos e 
imunológicos, sendo que o mecanismo químico está relacionado aos constituintes da alimentação, 
enquanto o imunológico relaciona-se à alguma intolerância alimentar.
11,12
 Quando se trata de 
mecanismo químico a serotonina e a noradrenalina são as substancias relacionadas. Estas quando 
liberadas podem provocar vasodilatação ou vasoconstrição, ou estimulam diretamente o nervo 
trigêmio, o tronco cerebral e as vias neuronais do córtex.
11,12
 Já o mecanismo imunológico 
relaciona-se à enxaqueca devido a elevados níveis de imunoglobulinas no sangue, frente à ingesta 
de alimentos específicos. Estudos que utilizaram uma dieta de eliminação, onde foram suprimidos 
determinados alimentos, mostraram que os sintomas de migrânea diminuíram, retornando com a 
reinserção do alimento à dieta.
11,12
 
 Um experimento realizado em ratos de laboratório, em 2014, com intervenção na ingestão 
de alimentos, encontrou alterações fisiológicas no desencadeamento da dor. A mudança nos hábitos 
alimentares dos animais influenciou, ainda, o sono, a vigília, a temperatura corporal, a pressão 
arterial e a frequência cardíaca.
14
 
Alguns comportamentos alimentares, tais como “fazer jejum” ou “pular refeições” foram relatados 
como os principais fatores desencadeantes da enxaqueca. Em um estudo realizado com 100 
indivíduos portadores da doença,onde responderam um questionário informando quais seriam, 
prioritariamente, osdesencadeantes da crise, 48% referiu-se ao jejum e 46%aos fatores 
alimentares.
15,16
 
A sensibilidade a determinados alimentos tem sido relatada em grande parte de trabalhos científicos 
relacionados à migrânea. A dieta restritiva, com a experimentação na exclusão de alimentos ou de 
determinados nutrientes, tem surgido como alternativa de minimização das crises. No entanto, essa 
medida profilática é de difícil recomendação geral, devido às especificidades alimento/nutriente x 
paciente. Além disso, intolerâncias alimentares podem surgir a qualquer momento da vida com 
manifestações clínicas peculiares e individuais.
13
 Segundo Brenner & Lewis, 2008, em crianças, os 
principais alimentos que desencadeiam a dor são o chocolate, o queijo e as frutas cítricas.
17
 
Nos Estados Unidos 40 pessoas portadoras de enxaqueca participaram de um estudo durante 90 
dias, o qual concluiu que é possível amenizar os efeitos da doença na vida social fazendo uso da 
terapia nutricional. Cada participante ingeriu em doses crescentes cápsulas de peptídeos bioativos 
associados à probióticos, os quais auxiliariam na digestão e absorção de nutrientes e cápsulas de 
uma mistura de 21 ingredientes, incluindo vitaminas (mononitrato de tiamina epiridoxal 5-fosfato), 
minerais (entre eles magnésio, aspartato e zinco) e outros micronutrientes como ácido málico e 
ervas (entre elas salsa e agrião). O objetivo da ingestão dessas substâncias foi o de fornecer suporte 
nutricional para os órgãos de eliminação e para atuar como antioxidantes e desintoxicantes. Durante 
o experimento os participantes responderam a um questionário onde eram avaliadas suas funções 
restritivas(grau em que as atividades normais eram restringidas pela enxaqueca), funções 
preventivas (grau em que as atividades normais eram impossibilitadas pela enxaqueca) e função 
 
 
emocional (os efeitos emocionais na enxaqueca); os resultados foram positivos, revelando uma 
melhora significativa em 60% dos participantes.
18
 
Outro estudo, também realizado nos Estados Unidos, com 42 pessoas portadoras de enxaqueca, 
durante 36 semanas, concluiu que é possível amenizar as crises de enxaqueca utilizando uma dieta 
vegana. Os participantes foram divididos em dois grupos, onde o primeiro aderiu à uma dieta com 
característica vegana com baixo teor de gorduras durante 4 semanas, e após esse período, aderiu-se 
também uma dieta de eliminação para que cada participante identificasse alimentos específicos 
desencadeantes da dor. Então foram orientados a reintroduzir os alimentos retirados, um de cada 
vez, onde relataram a volta dos sintomas. Concomitantemente, com o segundo grupo, foi realizado 
um experimento com uso de placebo; neste caso, os participantes foram orientados a ingerir 
cápsulas de vitamina E e ácido alfa linolênico, suplemento sem efeito real no estudo. Porém foram 
informados que nas cápsulas continham Vitamina E e ômega – 3, este último com eficácia afirmada 
por estudos. Ao final foi possível concluir uma melhora significativa na dor durante o período de da 
dieta vegana, comparado ao período de suplementação de Vitamina E e ômega – 3. Bem como uma 
melhora no peso corporal e níveis e colesterol. Este resultado pode ser justificado pela presença de 
compostos anti-inflamatórios e antioxidantes presentes na dieta vegana, associado à perda de peso e 
melhora nos níveis de colesterol.
19
 
No Brasil, em 2013, foi realizado um estudo comportadores de enxaqueca, onde foi possível 
concluir que a intervenção nutricional associada a melhores hábitos de vida diminuíram a gravidade 
das crises. Foram avaliados 52 indivíduos e determinado o diagnóstico nutricional de cada um, 
verificando hábitos de vida e alimentação e os relacionando com as crises. Em uma segunda fase do 
estudo elaborou-se um plano alimentar para cada paciente segundo suas necessidades. A cada 30, 
60 e 90 dias os pacientes retornavam para nova avaliação e pôde-se verificar o impacto das crises 
durante esse período. Dos 52 sujeitos, 50% (n=26) aderiram ao tratamento até o final, onde todos 
relataram melhora nos sintomas da enxaqueca, além de melhoras nos padrões antropométricos e 
dietéticos.
20
 
Uma pesquisa realizada em São Paulo/SP, com 200 participantes, sobre fatores desencadeantes de 
enxaqueca, reforçou que hábitos alimentares inadequados (jejum e dietas sem acompanhamento) 
levam às crises em 84,5% dos casos. Com relação aos alimentos agravantes da dor, figuraram entre 
os principais o álcool, o chocolate, o vinho tinto e o café. Dentre os componentes da lista merecem 
destaque, também, refrigerantes, salsicha, salames, queijos, leites, frutas cítricas, e os que contêm 
aspartame e glutamato monossódico.
15 
 
Segundo Campos & Martins, 2010, “O vinho tinto, por conter mais histamina que o vinho branco, 
possui maior poder desencadeante de enxaqueca.”21 
Um edulcorante citado em alguns trabalhos como desencadeador das crises é o aspartame.
11,12,20,22
 
“O aspartame, um edulcorante artificial constituído por fenilalanina e 
acido aspartico, tem sido adicionado a uma grande variedade de alimentos 
e bebidas.”12 
Segundo Nunes, 2006, pacientes que se queixam de enxaqueca relacionada ao edulcorante 
Aspartame, após interromperem o uso deste edulcorante têm os sintomas atenuados ou extintos.
19
 
Autores sugerem que o mecanismo pelo qual a enxaqueca é deflagrada está relacionado à conversão 
e oxidação do aspartame em formaldeído, em vários tecidos do corpo
21
 
 
 
Os nitritos, substâncias utilizadas nas indústrias alimentícias, no processo de fabricação de 
embutidos e alguns tipos de queijos, também são responsáveis pela frequência das cefaleias, uma 
vez que libertam óxido nítrico.
11,12,20
 
Outro elemento estudado como desencadeante da dor é o Glutamato Monossódico, adicionado a 
muitos alimentados com o intuito de melhorar o sabor. De acordo com Oliveira, 2008, o Glutamato 
Monossódico liga-se ao receptor do glutamatoprovocando excitabilidade dos nociceptores centrais e 
promovendo um aumentosustentado da produção de neuropeptidos vasodilatadores, tendo como 
consequência a dor (substancia P e oCGRP).”11,12,20,21 
Diversos estudos apontam o chocolate entre os alimentos de maior capacidade desencadeante da 
enxaqueca; isto porque as substancias existentes no chocolate podem alterar o fluxo sanguíneo 
cerebral e libertar noradrenalina pelos neurônios simpáticos.
11,12,13,15
 
Alimentos ricos em gordura também se relacionam com as dores, pois níveis elevados de lipídeos 
no sangue associam-se com a agregação de plaquetas, diminuição de serotonina e elevados níveis 
de prostaglandinas. Todas essas manifestações levam à vasodilatação, o que pode gerar uma 
crise.
11,12,13
 
 
Nutrientes x Profilaxia 
 
Riboflavina 
 Sua ação profilática relaciona-se com o aumento do potencial de fosforilação mitocondrial que é 
menor em pessoas com enxaqueca.
6,12 “Para a profilaxia da enxaqueca, a dose preconizada é de 
400mg/dia.”6 “Considerando a grande eficácia, excelente tolerabilidade e baixo custo econômico, a 
riboflavina revela ser uma escolha alternativa na profilaxia da Enxaqueca, em comparação com 
outros agentes farmacológicos profiláticos.”12 
Magnésio 
Com relação aos minerais pode-se citar a deficiência de magnésio como fator desencadeante da 
dor.
2,12,13“A concentração de magnésio tem efeito sobre os receptores de serotonina, a síntese e 
liberação de óxido nítrico, e os mediadores inflamatórios.”13 Estudos afirmam que paciente com 
enxaqueca têm uma deficiência de magnésio relacionados aos indivíduos que não possuem a 
doença.
12,13
 “...a deficiência de magnésio pode causar uma fosforilação oxidativa anormal na 
mitocôndria e uma instabilidade da polarização neuronal, dois aspectos característicos da 
Enxaqueca.”12 
 
Cafeína 
A Cafeína é utilizada para estimular o sistema nervoso central. Ela tem capacidade de atravessar as 
membranas celulares, podendo concentrar-se no cérebro. Apesar da queixa de alguns pacientes 
 
 
quanto ao uso, a cafeína pode diminuir as cefaleias devido ao seu efeito vasoconstritor. Alguns 
estudos apontam o uso eficaz da cafeína no possível tratamento da enxaqueca sem aura, porém seu 
uso é limitado devido aos efeitos secundários, sendo necessário mais estudos para comprovação. 
Em doses elevadas podem causar ansiedade.
5,23
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCLUSÃO 
 
Esta revisão de literatura permite-nos concluir que a alimentação tem papel significativo no 
processo de enxaqueca; tanto no desencadeamento de crise quanto como forma profilática, podendo 
atuar também em tratamentos. A bibliografia explorada neste estudo indica alimentos e substâncias 
específicas atuantes no mecanismo da doença. 
A alimentação pode afetar na crise de enxaqueca através de mecanismos químicos e 
imunológicos, onde o mecanismo químico está relacionado aos constituintes da alimentação, e o 
imunológico relaciona-se à alguma intolerância alimentar. Neste sentido, o jejum e hábitos 
alimentares inadequados (espaçamento entre refeições) se apresentaram como alguns dos principais 
fatores para o aparecimento das crises. 
Em se tratando da correlação alimento x dor/migrânea, foram comuns alguns alimentos e 
substâncias químicas, dos quais: bebidas alcoólicas, chocolates, edulcorantes,Glutamato 
Monossódico; alimentos ricos em gorduras e Nitritos (ex.embutidos, queijos e outros produtos 
industrializados). 
A intervenção nutricional, com a adoção de dietas livre de produtos industrializados e ricos 
em alimentos in natura (ex. Dieta vegana), bem como a melhoria dos hábitos e estilo de vida; 
melhora do sono e perda de peso, relacionam-se com a enxaqueca, diminuindo a gravidade das 
crises. Outros elementos como o uso de Ribloflavina (vitamina B2), Magnésio e Cafeína têm sido 
utilizados como medidas profiláticas. 
Foram encontrados poucos artigos referentes ao tema, limitando os aspectos conclusivos 
deste artigo de revisão. Sugere-se a ampliação de pesquisas na área no sentido de melhorar o 
entendimento sobre o real papel da Nutrição na enxaqueca. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
Intense headache episodes are an important public health problem in Brazil and the world, 
that’s why there is a high potential for high chronicity and the incidence. Among the 
headaches, migraine is the most scientific interest due to its high prevalence and degree of 
impairment in quality of life. Therefore, this study aimed to verify the role of food in the 
prophylaxis or treatment of migraine in order to identify specific substances and nutrients to 
the onset of symptoms. This is a systematic review of the literature where they were used as 
inclusion criteria, review articles on the determinants of migraine published, preferably in the 
past decade, and those who reported the influence of food as triggers. Therefore, we selected 
“X” most relevant scientific articles to the subject, published between 2005 and 2015. Fasting 
and spacing meals presented as some of the main factors in triggering the crisis. In the case of 
the correlation food vs pain were common some food and chemical substances, including: 
alcohol, chocolate, sweeteners, MSG; foods high in fat and nitrites. The nutritional 
intervention, with the adoption of industrialized free diets and products rich in fresh food, as 
well as improving the habits and lifestyle; improvement of sleep and loss of weight relate to 
migraine, reducing the severe crises. On the data collected can be concluded that food plays a 
significant role in the migraine process, both prophylactically as a trigger of the crisis, and 
may also act on treatments. 
 
 
Keywords: Nutrition, migraine, food. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
1.GALDINO, G.S. Cefaléias primárias: abordagem diagnóstica por médicos não-
neurologistas. Arq. Neuropsiquiatria 2007;65(3-a):681-4. 
 
2.STEFANE, T.; NAPOLEÃO, A.A.; SOUSA, F.A.F.; HORTENSE, P. Influência de 
tratamentos para enxaqueca na qualidade de vida: revisão integrativa de literatura. 
Rev. bras. enferm. vol.65 no.2 Brasília Mar./Apr. 2012. 
 
3.Organização Mundial da Saúde. Disponível em: http://www.paho.org/bra/ 
 
4.BRASIL. Sociedade Brasileira de Cefaleia. Disponível em: 
http://www.sbce.med.br/sbcefaleia/ 
 
5. WANNMACHER, L. Tratamento de Enxaqueca – Escolhas Racionais. Brasília: 
Ministério da Saúde, 2010. 
 
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