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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, SOCIAIS E AGRÁRIAS
DEPARTAMENTO DE GESTÃO E TECNOLOGIA AGROINSDUSTRIAL
CAMPUS III – BANANEIRAS – PB 
COLÉGIO AGRÍCOLA VIDAL DE NEGREIROS
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA
ORGANIZADORAS:
MSc. CATHERINE TEIXEIRA DE CARVALHO
MSc. CELENE ATAÍDE CORDEIRO RIBEIRO
MSc. ISABELLE DE LIMA BRITO POLARI
Dra. GEÍZA ALVES AZERÊDO DE OLIVEIRA 
MSc. JOSSANA PEREIRA DE SOUSA GUEDES
PATOLOGIA DA 
NUTRIÇÃO E 
DIETOTERAPIA
________________
__
1
Bananeiras – PB
Março/2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, SOCIAIS E AGRÁRIAS
COLÉGIO AGRÍCOLA VIDAL DE NEGREIROS
CURSO TÉCNICO EM NUTRIÇÃO E DIETÉTICA
DISCIPLINA: PATOLOGIA APLICADA À NUTRIÇÃO
PROFESSORA: CATHERINE TEIXEIRA DE CARVALHO
CAPÍTULO 01: CONCEITOS BÁSICOS EM PATOLOGIA APLICADA À 
NUTRIÇÃO
O padrão alimentar sofre influência de preceitos religiosos, tabus, 
hábitos alimentares e socioculturais, incutidos no indivíduo desde a infância. 
Tanto na saúde quanto na doença é importante uma alimentação adequada 
às necessidades de cada um.
Nutrição clínica é a área da nutrição pela qual são tratadas as 
diversas enfermidades (doenças) que acometem o ser humano, através da 
alimentação. A Nutrição clínica atua também prevenindo o aparecimento de 
doenças através de uma alimentação saudável e de forma terapêutica no 
controle de doenças crônicas.
O atendimento de nutrição clinica é realizado pelo 
profissional nutricionista com o auxilio do profissional técnico em nutrição que 
operacionaliza ações planejadas a nível ambulatorial (consultórios 
particulares ou públicos, clínicas, asilos, creches, spa's) ou hospitalar 
(enfermarias, bancos de leite humano, lactários).
A Nutrição Clínica divide-se em algumas áreas tais como: Nutrição 
Materno-Infantil, Nutrição enteral e parenteral, Nutrição em Geriatria, 
Nutrição em Banco de Leite humano, Nutrição em Lactário e SPAs e 
2
Nutrição no pré e pós operatório.
Diversas são as enfermidades que necessitam de acompanhamento 
nutricional rigoroso para evolução e melhora do quadro. Dentre elas 
podemos destacar: enfermidades do esôfago e estômago, intestino, 
glândulas anexas (pâncreas, vesícula biliar e fígado) , hipertensão arterial e 
doenças cardíacas, Os grandes traumas 
como queimaduras e cirurgias também precisam de atenção nutricional, uma 
vez que, estes pacientes correm o grande risco de apresentarem 
desnutrição.
A dietoterapia é a ciência que estuda e aplica a dieta com principio 
terapêutico, tendo a dieta normal como padrão. A finalidade básica da 
dietoterapia é ofertar ao organismo nutrientes adequados ao tipo de doença, 
condições físicas, nutricionais e psicológicas do paciente, mantendo ou 
recuperando o estado nutricional. Para isso, o, profissional nutricionista deve 
proceder à prescrição dietética que envolve várias etapas como a anamnese 
alimentar, avaliação do estado nutricional, hipótese diagnostica nutricional, 
determinação da conduta alimentar, definição do nível de assistência e, 
posteriormente, a reabilitação nutricional. 
Uma dieta nutritiva deve ser planejada de acordo com as doenças e 
condições físicas do indivíduo, atendendo as leis fundamentais de 
alimentação de Escudero (quantidade, qualidade, harmonia e adequação). 
As recomendações nutricionais mais atuais levam em conta os guias 
alimentares. A Pirâmide Alimentar que foi publicada em 1992 pelo 
departamento de agricultura dos E.U.A. é o guia alimentar adotado 
oficialmente para a população americana.
A orientação da Pirâmide Alimentar tem um enfoque um pouco mais 
amplo que os guias propostos anteriormente. Há uma preocupação em 
abordar a alimentação de forma a ensinar urna dieta global, e não apenas 
uma dieta básica. São levados em conta as deficiências nutricionais, que 
podem ocorrer e os prejuízos decorrentes dos excessos alimentares. O 
3
objetivo é orientar três conceitos básicos: a variedade na seleção de 
alimentos, a proporcionalidade e a moderação principalmente de gordura e 
açúcares. Para pacientes hospitalizados, as vias de suporte nutricional 
podem ser oral, enteral e/ou parenteral.
Fonte: Tuncunduva (2008)
No atendimento clinico o cliente/paciente é examinado individualmente 
4
onde são observados sua situação fisiopatológica, história clinica pregressa, 
atual e familiar (anamnese), estado nutricional, físico e bioquímico podendo 
assim ser formulado o diagnóstico nutricional e conduta nutricional. O 
atendimento ambulatorial em nutrição clínica geralmente visa o controle de 
peso, aconselhamento e educação nutricional para indivíduos sadios ou 
enfermos. O atendimento hospitalar em nutrição clinica visa o tratamento e 
recuperação de pessoas enfermas através da Terapia Nutricional. 
A dietoterapia (tratamento através dos alimentos) é a ferramenta 
usada pelo nutricionista com auxílio dos técnicos em nutrição para a 
recuperação dos enfermos. A dieta hospitalar do paciente é prescrita pelo 
médico. Para cada enfermidade existe uma prescrição dietoterápica 
especifica, cabe ao nutricionista com o auxílio do técnico em nutrição fazer a 
seleção dos alimentos que comporão o cardápio, pois, estes são os únicos 
profissionais aptos para isso.
CAPÍTULO 02: PRONTUÁRIO HOSPITALAR
O prontuário deve ser organizado para prestar serviços ao paciente, 
ao corpo clínico, à administração do hospital e à sociedade. Serve como 
instrumento de consulta, avaliações, ensino, pesquisa, auditoria, estatística 
médico-hospitalar, sindicâncias, prova de que o doente foi ou está sendo 
tratado convenientemente, investigação epidemiológica, processos éticos e 
legais, comunicação entre os profissionais de assistência ao paciente, defesa 
e acusação. O prontuário completo possibilita avaliar o desempenho da 
instituição responsável pela assistência ao enfermo. A avaliação da 
qualidade e da quantidade de serviços prestados dependerão, 
primariamente, da exatidão das informações incluídas no prontuário. É 
fundamental, portanto, que estejam confluídos nesse documento todos os 
dados sobre o paciente e os cuidados assistenciais a ele dedicados.
Em princípio, o prontuário bem preenchido traz todas as indicações 
do que é preciso ser feito, o que demonstra seu valor como documento 
autêntico para desfazer dúvidas quanto aos procedimentos médicos e quanto 
5
às respostas do organismo do paciente (Moraes, 1991, p. 106). Possibilita o 
conhecimento e o controle de infecções pós-operatórias hospitalares, saber 
quantos diagnósticos clínicos não coincidiram com o diagnóstico pós-
operatório e com o anatomopatológico, que percentagem de tecido normal foi 
retirado e outros detalhes (Carvalho, 1977, p. 169).
A importância dos registros completos é fundamental em caso de 
intercorrências que exijam intervenção de médicos plantonistas, visto que 
estes ficarão cientes da evolução da doença pelo exame do prontuário. Além 
disso, é a forma de ligação e de comunicação entre os variados setores 
assistenciais. Para o paciente, o prontuário possibilita atendimento e 
tratamento mais rápido e eficiente, mediante os dados em registro. Simplifica 
ou dispensa interrogatórios e exames complementares já realizados, com 
redução do custo de atendimento e do tempo de permanência hospitalar 
(Mezzomo, ob. cit., p. 246).
No Brasil, não há leis específicas que determinem quais documentos 
mínimos devem integrar os prontuários. O Conselho Federal de Medicina, 
pela Resolução n.º1.638/02, estabeleceu os itens que deverão 
obrigatoriamente constar do prontuário, elaborado em qualquer padrão: 
identificação do paciente (nome, sexo, data do nascimento, filiação, 
endereço), anamnese, exames físico e complementares, diagnósticos, 
tratamento, anotações diárias sobre a evolução do estado do paciente. 
O Conselho Regional de Medicina, estabelece, na Resoluçãon.º 
189/01, como norma de fiscalização (NF17), a inclusão de outros 
documentos que, se originados durante a assistência aos pacientes, serão 
incluídos no prontuário as declarações de nascimento, de óbito, de 
transferência, guias de atendimento, relatório cirúrgico e anestésico, folhas 
de pareceres, relatório de enfermagem, de assistência social, odontológica, 
nutricional e outras. 
O Ministério da Saúde estabelece como padrão de nível 1 na 
acreditação hospitalar o arquivo médico cujos prontuários sejam legíveis, 
assinados pelo médico assistente e têm uma sequência lógica e contínua 
com registro de admissão, história clínica, evolução, informações 
complementares (exames, pareceres) e condições de alta, exigindo 
6
capacitação específica para o responsável técnico (Ministério, 1999, p. 97). 
Na composição do prontuário, em consideração à sua importância 
legal, didática, médica e para o paciente – são utilizados os seguintes 
elementos, cuja sequência varia nas instituições. Em geral, segue-se a 
ordem lógica: 
_ Identificação 
– Anamnese e avaliação clínica
– Laudos e pareceres – folha de internação/ exames bioquímicos
– Folhas de prescrição e evolução
– Relatório de alta ou de óbito. 
MODELO DE PRONTUÁRIO CLÍNICO
7
8
9
10
Funções do prontuário:
⦁ De Assistência e comunicação: entre os profissionais, o sistema de 
saúde e o usuário;
⦁ De apoio diagnóstico: Para registrar o diagnóstico e conduta evolutiva 
⦁ De educação, pesquisa e ensino: registro histórico, científico;
⦁ Gerencial: registro administrativo, financeiro, documento de valor legal.
⦁ Epidemiológico: verificar a evolução epidemiológica da doença em 
ambiente interno e externo
Objetivos do prontuário:
⦁ Facilitar assistência ao paciente
⦁ Promover meios de comunicação ao paciente
⦁ Assegurar a continuidade do atendimento
⦁ Suporte para área administrativa do hospital, nos aspectos financeiros 
e e legais
A Portaria do MS/SAS/40 de 30/12/92 institui:
Registro obrigatório em prontuário único, das atividades desenvolvidas pelas 
diversas categorias profissionais – médico, enfermeiro, odontólogo, 
assistente social, psicólogo, terapeuta ocupacional, nutricionista, 
farmacêutico, pessoal auxiliar.
A quem pertence o Prontuário?
⦁ Ao profissional de saúde;
⦁ Ao paciente;
⦁ À Instituição de Saúde.
Quem pode solicitar cópia do Prontuário?
⦁ Apenas o paciente ou seu representante legal através de Procuração;
⦁ Em caso de falecimento: o representante familiar nomeado pelo juiz;
⦁ O Conselho Regional de Medicina.
O Prontuário e os aspectos éticos e legais
O Código de Ética Médica estabelece:
11
É vedado ao Médico:
⦁ Art. 87 - Deixar de elaborar prontuário médico legívelpara cada 
paciente.
⦁ Art. 88 - Negar ao paciente acesso ao seu prontuário médico, ficha 
clínica ou similar, bem como deixar de dar explicações necessárias à 
sua compreensão, salvo quando ocasionar riscos para o paciente ou 
para terceiros.
⦁ Art. 86 - Deixar de fornecer laudo médico ao paciente, quando do 
encaminhamento ou transferência para fins de continuidade do 
tratamento, ou em caso de solicitação de alta.
⦁ Documento único constituído de um conjunto de informações, sinais e 
imagens registradas, geradas a partir de fatos, acontecimentos e 
situações sobre a saúde do paciente e a assistência a ele prestada, 
de caráter legal, sigiloso e científico, que possibilita a comunicação 
entre os membros da equipe multiprofissional e a continuidade 
prestada ao indivíduo”
Obrigatoriedade de acordo com a Resolução do CFM 1638/2002
⦁ Legibilidade da letra do profissional;
⦁ Identificação dos profissionais que realizaram o atendimento;
⦁ Assinatura do médico e CRM;
⦁ Responsabilidade quanto ao preenchimento, guarda e 
manuseio - cabe ao profissional de saúde, à chefia da equipe, 
à direção da Unidade;
⦁ Comissão de Revisão de Prontuários. 
Resolução CFM n° 1605/00
Normatiza a revelação do sigilo médico e o acesso ao 
prontuário médico.
⦁ Art. 1° - O médico não pode, sem o consentimento do paciente, 
revelar o conteúdo do prontuário ou ficha médica.
⦁ Art. 2° - Nos casos do art. 269 do Código Penal, onde a 
comunicação da doença é compulsória, o dever do médico 
12
restringe-se exclusivamente a comunicar tal fato à autoridade 
competente, sendo proibida a remessa do prontuário médico do 
paciente.
 Capítulo 03: Paciente crítico
A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é conceituada como uma 
“Unidade complexa dotada de sistema de monitorização contínua que admite 
pacientes potencialmente graves ou com descompensação de um ou mais 
sistemas orgânicos e que com o suporte e tratamento intensivos tenham 
possibilidade de se recuperar” (CREMESP, 1995). Assim UTI tem como 
objetivo prestar assistência a pacientes graves e de risco que exijam 
assistência médica e de enfermagem ininterruptas, além de equipamento e 
recursos humanos especializados.
Os profissionais que prestam assistências na Unidade de Terapia 
Intensiva são nomeados como intensivistas. A equipe de atendimento é 
multiprofissional e interdisciplinar, constituída por diversas profissões: 
médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, assistentes 
sociais e técnicos de enfermagem, dentre outros.
Fonte: Manual de cuidados ao paciente crítico ( 2013)
13
Para trabalhar numa unidade de terapia intensiva é necessário 
entender qual tipo de paciente pode-se encontrar nela. O paciente para ser 
admitido nessa área de internação precisa ser grave ou de risco, mas com 
possibilidade de recuperação. Pode-se descrever resumidamente estas duas 
situações:
Paciente Grave (crítico) – paciente que apresenta instabilidade de 
um ou mais sistemas orgânicos, com risco de morte.
Paciente de Risco – paciente que possui alguma condição 
potencialmente determinante de instabilidade.
Nas duas situações visualizamos clientes em situações críticas de 
saúde. Quais são as patologias que mais levam os pacientes a este estado?
O que é, de fato, essa situação crítica?
Paciente grave/crítico é aquele que apresenta instabilidade de um ou 
mais de seus sistemas orgânicos, devido às alterações agudas ou 
agudizadas, que ameaçam sua vida. O paciente crítico internado numa UTI 
está numa situação de estresse onde suas necessidades básicas são 
afetadas.
Os tipos de instabilidade que pode tornar um paciente crítico são: 
⦁ Trauma severo: grandes traumas necessitam de 
recomendações médicas e nutricionais específicas
⦁ Sepse (infecção generalizada ou resposta sistêmica a 
infecção): ocorre um choque séptico gerado, quando ocorre o 
aumento da produção de óxido nítrico, um vasodilatador que 
diminui a pressão arterial, levando a uma diminuição de 
oxigênio para os tecidos.
⦁ Cirurgia: Depende da avaliação prévia do paciente quanto as 
questões nutricionais e os fatores de riscos
⦁ AIDS, queimaduras extensivas, câncer entre outros.
Segundo Maslow (1954) as necessidades básicas são aquelas 
relacionadas com a sobrevivência física, psíquica e espiritual (necessidades 
psicobiológicas, psicossociais e psicoespirituais).
Reichele apud Gomes (2003) diz que muitas dessas necessidades 
14
estão afetadas no paciente de UTI. Removido para lá quase sempre por ter 
uma afecção primária na área biológica, tem todo o seu complexo 
sociobiológico e socioespiritual envolvido. O paciente gravemente enfermo 
tem uma grande dependência em relação à satisfação dessas necessidades 
e, como todo ser humano que se vê dependente, responde a este fato de 
uma forma característica, individual. Ele se torna concentrado em si mesmo, 
seus interesses e as atenções se limitam ao tempo presente, sua 
preocupação primária é o funcionamento do seu corpo.
A doença grave tem como ponto em comum a inflamação sistêmica,que promove alterações metabólicas previsíveis que interferem em todo o 
suporte nutricional, e as doenças têm características próprias que podem 
acentuar este fenômeno. A desnutrição também ocorre dentro do ambiente 
hospitalar e, na maioria das vezes, com intensidade maior, pela coexistência 
de fatores de risco, devendo ser triada, diagnosticada e tratada 
sistematicamente. A precocidade no início do suporte nutricional através do 
tubo digestório dos pacientes com risco e (ou) desnutrição e o cuidado em 
aguardar a estabilidade hemodinâmica e metabólica do paciente grave, antes 
de perseguir suas metas calóricas, tornaram o suporte nutricional mais 
seguro e e ciente. Além disso, a correção de distúrbios metabólicos, como 
hiperglicemia, e a oferta de nutrientes específicos podem reduzir a morbi-
mortalidade, desde que a população seja adequadamente selecionada. 
15
16
⦁ Hipermetabolismo: aumento descompensado do gasto energético e 
necessidades calóricas
⦁ Hiperglicemia: nível muito alto de glicose no sangue
⦁ Resistência à insulina: é uma situação onde há um desequilíbrio entre 
a quantidade de insulina produzida pelo pâncreas e o funcionamento 
desta quantidade de insulina. Para simplificar, em uma pessoa sem 
resistência insulínica, é como se uma molécula de insulina tivesse a 
capacidade de colocar uma molécula de glicose dentro da célula, 
porém, na pessoa com resistência, fosse necessário duas ou mais 
moléculas de insulina para realizar o mesmo trabalho. No organismo, 
a conta não é bem esta, mas a perda de funcionamento de insulina 
ocorre de forma bem semelhante quando esta resistência aparece.
⦁ Lipólise acentuada: degradação desequilibrada da gordura no 
organismo
⦁ Intenso catabolismo proteico: Degradação acentuada de proteína com 
perda muscular acentuada
17
18
Diagnóstico nutricional paciente crítico
A ASG (avaliação subjetiva global) tem sido utilizada como ferramenta para 
avaliação e quantificação do estado nutricional, também no paciente grave. 
Portanto, a história de perda de peso recente e durante a estada no hospital, 
a quantidade de dieta efetivamente ingerida (administrada), o grau de 
catabolismo, as condições associadas à via de administração, ao tempo para 
o início da terapia nutricional e à baixa tolerabilidade e (ou) absorção de 
nutrientes devem ser considerados. As ferramentas tradicionais de avaliação 
nutricional (antropometria, bioquímica e medida dos compartimentos 
corporais) sofrem grande interferência no doente grave, dificultando sua 
interpretação. O acúmulo de líquido no espaço extracelular muda 
rapidamente o peso (balanço hídrico cumulativo), além de diluir proteínas 
viscerais e alterar as medidas de pregas e circunferências; o processo in 
amatório sistêmico (Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica – SIRIS, 
19
do inglês ou SEPSE) consome grande quantidade de proteínas plasmáticas, 
reduzindo sua concentração independentemente do processo de 
desnutrição. À medida que o paciente supera a fase aguda da doença, 
quando o quadro clínico se estabiliza, e se inicia a fase de recuperação, a 
avaliação nutricional convencional passa a ser útil e desejável. 
Recomendação 
Não há ferramenta ideal para avaliação e monitorização do estado nutricional 
do paciente grave, deve-se utilizar a associação entre as distintas técnicas 
disponíveis para melhorar a sensibilidade dos métodos. 
Necessidade energético-proteica: O monitoramento da terapia nutricional 
no paciente crítico é de alta relevância, no qual uma insuficiência de proteína 
e energia, bem como o prejuízo do desequilíbrio da glicemia, são fatores que 
podem promover a piora do quadro clínico do paciente na UTI.
20
CAPÍTULO 04: DIETAS HOSPITALARES
Segundo Isosaki et al. (2009), as dietas são elaboradas considerando-
se o estado nutricional e fisiológico das pessoas, e em situações 
hospitalares, devem estar adequadas ao estado clínico do paciente, além de 
proporcionar melhoria na sua qualidade de vida. Portanto a dieta hospitalar 
garante o aporte de nutrientes ao paciente internado e preservar seu estado 
nutricional, por ter um papel co-terapêutico em doenças crônicas e agudas 
(GARCIA, 2006). 
As dietas hospitalares podem ser padronizadas segundo as 
modificações qualitativas e quantitativas da alimentação normal, assim como 
da consistência, temperatura, volume, valor calórico total, alterações de 
macronutrientes e restrições de nutrientes, com isso podem ser classificadas 
a partir das suas principais características, indicações e alimentos ou 
preparações que serão servidos (DIAS et al., 2009; ISOSAKI et al., 2009) 
A padronização das dietas tem como objetivo manter um atendimento 
nutricional seguro, eficiente e de qualidade ao paciente, portanto as dietas 
são classificadas em três grupos, dietas de rotina, modificadas, especiais 
(ISOSAKI et al., 2009; WAITZBERG, 2000). A padronização da dieta, ainda, 
facilita o trabalho na produção e distribuição de refeições, permite 
treinamento de pessoal, devendo ser sempre flexível para permitir 
adequações as condições e necessidades individuais. 
De acordo com Martins et al. (2001), o manual de dietas Hospitalares 
tem como objetivo principal a padronização das refeições servidas no 
Hospital e informar toda a equipe envolvida com os cuidados dos pacientes 
sobre a nomenclatura, as indicações e as características de cada dieta 
padronizada, assim como a sua adequação nutricional. 
 O serviço de Nutrição e dietética (SND) é um setor do hospital que 
cuida especificamente da produção e distribuição das dietas hospitalares que 
são elaboradas conforme a prescrição médica, registrada no prontuário 
médico do paciente juntamente com outros dados que são relevantes para 
21
avaliação nutricional, plano alimentar e orientação do paciente, tais como a 
identificação, o histórico, o diagnóstico provisório ou definitivo, os dados 
clínicos, antropométricos e laboratoriais. Em seguida, as dietas são 
encaminhadas para a produção, onde serão preparadas.
TIPOS DE DIETAS HOSPITALARES:
DIETA GERAL OU LIVRE
Atende as leis da nutrição: lei da harmonia, adequação, qualidade e 
quantidade dos alimentos. 
Não há restrição de preparações e consistência dos alimentos. 
22
CRITÉRIOS DE INCLUSÃO: 
A dieta geral é indicada para as pessoas que não necessitam de 
modificações dietoterápicas específicas. 
Seu objetivo é o de fornecer uma quantidade suficiente de proteínas, calorias 
e outros nutrientes. 
CARACTERÍSTICAS DA DIETA: Sem alteração de consistência; - Sem 
alteração de nutrientes. 
FRACIONAMENTO DA DIETA:
Cinco (5) refeições por dia (desjejum, almoço, lanche da tarde, jantar e 
lanche da noite). 
Exemplo de dieta livre ou geral:
Exemplo de cardápio Quantitativo dieta geral:
23
DIETA BRANDA:
⦁ Dieta de transição entre a pastosa e a geral. Apresenta baixos níveis de 
celulose e tecido conectivo, abrandados por cocção ou por ação 
mecânica, facilitando o trabalho digestório. 
⦁ CRITÉRIOS DE INCLUSÃO: 
É indicada para pacientes no pós-operatório, enfermidades do 
esôfago, pacientes com uso de próteses dentárias e aqueles com 
dificuldades leves na mastigação ou deglutição. 
⦁ CARACTERÍSTICAS DA DIETA: Dieta com tecidos conectivos e celulose 
abrandados por cocção; 
- Sem alteração de nutrientes;
- Alimentos, que podem, ser excluídos da dieta: 
- Especiarias e condimentos fortes; - Bebidas gaseificadas;
- Hortaliças e legumes crus;
- Alimentos duros. 
24
⦁ FRACIONAMENTO DA DIETA: 
Cinco (5) refeições por dia (desjejum, almoço, lanche da tarde, jantar e 
lanche da noite). 
Exemplo de cardápio Quantitativo dieta branda:
DIETA PASTOSA
⦁ Dieta de transição entre a leve e a branda. Apresenta alimentos 
abrandados por cocção ou por ação mecânica, facilitando o trabalho 
digestório,deglutição e a mastigação. 
⦁ CRITÉRIOS DE INCLUSÃO: 
É indicada para pacientes com dificuldade de mastigação ou 
deglutição devido à inflamação, danos neurológicos, distúrbios 
neuromotores, alterações anatômicas da boca ou esôfago e uso de 
próteses dentárias. 
⦁ CARACTERÍSTICAS DA DIETA - Alimentos bem cozidos e de fácil 
25
mastigação; -Sem alteração de nutrientes; 
Alimentos com textura macia, para que possam ser 
mastigados e deglutidos com pouco esforço; 
Alimentos que podem fazer parte desta dieta: Purês, legumes em 
pedaços; - Carnes desfiadas ou moída; - Massas bem cozidas;
- Pães e biscoitos. 
⦁ FRACIONAMENTO DA DIETA 
Cinco (5) refeições por dia (desjejum, almoço, lanche da tarde, jantar e 
lanche da noite). 
Exemplo de cardápio qualitativo pastoso:
DIETA LEVE – LIQUIDA PASTOSA
⦁ Dieta de transição entre a líquida e a pastosa. Tem por finalidade 
favorecer a digestão dos alimentos em situações com 
comprometimento de fases mecânicas do processo digestório, numa 
fase pós-operatória ou em situações que a função gastrointestinal 
esteja debilitada. 
⦁ CRITÉRIOSDEINCLUSÃO 
É indicada para pacientes com preparo de determinados exames, no 
pré e pós-operatório, dificuldade de deglutição e mastigação, e em 
casos de intolerância a alimentos sólidos. 
⦁ CARACTERÍSTICASDADIETA - Proporciona um mínimo trabalho 
digestório, por provocar pouco estímulo químico e mecânico; 
Normalmente utilizada em pré e pós-operatório; Alimentos que podem 
26
ser excluídos: 
Especiarias e condimentos fortes; - Bebidas gaseificadas;
- Hortaliças e legumes crus. 
⦁ FRACIONAMENTODADIETA 
Cinco (5) refeições por dia (desjejum, almoço, lanche da tarde, jantar e 
lanche da noite). 
DIETA LÍQUIDA
⦁ Tem por finalidade favorecer a hidratação e facilitar o trabalho digestório. 
⦁ CRITÉRIOS DE INCLUSÃO: Pacientes com cirurgia de cabeça e 
pescoço, casos graves de infecção, pós-operatório, transtornos 
intestinais, preparo de exame e pacientes incapazes de tolerar 
alimentos sólidos ou com dificuldade de mastigação e deglutição. 
⦁ CARACTERÍSTICAS DA DIETA: Proporciona um mínimo trabalho 
digestório, por provocar pouco estímulo químico e 
mecânico; Composta por alimentos na consistência líquida ou que 
liquefazem na boca; 
Alimentos, que podem ser incluídos na dieta: - Leite, iogurte, mingau e 
vitaminas ralas;
27
- Chás e café;
- Sucos de fruta; 
- Sopas na consistência líquida; - Gelatina e sorvete. 
⦁ FRACIONAMENTO DA DIETA 
Seis (6) refeições por dia (desjejum, colação, almoço, lanche da tarde, 
jantar e lanche da noite). 
DIETA LÍQUIDA RESTRITA
Dieta restrita em nutrientes, geralmente empregada no pós-operatório, 
preparo para exames ou para pacientes que necessitem de repouso 
gastrointestinal. Tem como finalidade a hidratação do paciente. 
⦁ CRITÉRIOS DE INCLUSÃO 
É indicada para pacientes que necessitem de repouso gastrointestinal. 
⦁ CARACTERÍSTICAS DA DIETA: Dieta qualitativa e quantitativamente 
inadequada para cobrir as necessidades nutricionais dos 
micronutrientes; 
Necessidade de suplementação e monitorização clínica do paciente, 
em relação ao estado nutricional; 
Dieta constituída apenas de: Água; 
Chás claros sem adoçante; Gelatinas diet. 
⦁ FRACIONAMENTO DA DIETA 
Seis (6) refeições por dia (desjejum, colação, almoço, lanche da tarde, 
jantar e lanche da noite). 
TERAPIA NUTRIÇÃO ENTERAL (TNE):
28
Pacientes impossibilitados de ingestão oral, seja por patologias do 
trato gastrointestinal alto, por intubação oro-traqueal, por distúrbios 
neurológicos com comprometimento do nível de consciência ou dos 
movimentos mastigatórios. Indicado também nos casos em que o paciente 
vem com ingestão oral baixa, por anorexia de diversas etiologias. A 
administração de dieta por sonda nasoenteral não contraindica a alimentação 
oral, se esta não implicar em riscos para o paciente.
Vias de acesso: 
A . Sondas Naso-Enterais: Utilizamos as sondas de polietileno, nos 
diâmetros de 8 a 12 French (“Dubbohoff”). A administração por sondas de 
calibres maiores não é indicada, pelo risco de regurgitação e 
microaspirações, além de complicações mecânicas outras. A posição da 
sonda pode ser gástrica, duodenal ou jejunal. Não há contra-indicação de se 
iniciar a administração da dieta se a sonda está em posição gástrica desde 
que não haja contra-indicações para tal, e desde que sejam respeitados os 
cuidados orientados durante a administração da mesma. A posição duodenal 
pode ser desejável se houver gastroparesia, ou grande risco de 
microaspiração. A posição jejunal está indicada na TNE em pacientes com 
pancreatite, devendo ser usada uma fórmula elementar ou semi-elementar; 
exige sonda específica e passagem endoscópica da mesma. 
B. Estomias: Indica-se classicamente a realização de uma estomia para 
alimentação enteral por questões mecânicas envolvendo o Trato 
GastroIntestinal alto, ou se existe uma previsão de utilização desta via por 
mais de 6 semanas. Em relação a esta última indicação, no nosso meio, por 
questões culturais envolvendo equipe médica e também familiar, sua prática 
é um tanto limitada.
Complicações Frequentes em TNE: 
1. Diarréia em TNE: Este é um capítulo à parte, sobre o qual poderíamos 
discorrer longamente. Considera-se Diarréia em paciente em TNE a 
ocorrência de 4 ou mais evacuações líquidas ou semi-líquidas, em moderada 
a grande quantidade, em 24 horas, e suas causas são bastante diversas. 
Orienta-se não suspender imediatamente a TNE, mas tentar adequar a 
administração (mais lenta, em bomba de infusão s/n), ou a fórmula em uso 
29
às condições clínicas do paciente, bem como identificar a causa da diarréia. 
A contaminação da dieta é um evento raro dentro das condições em que é 
preparada no hospital; culpar a “dieta” pela diarréia é uma forma um tanto 
quanto simplista na avaliação do problema. 
2. Na ocorrência de vômitos ou resíduo gástrico alto, orienta-se a suspensão 
imediata da TNE se houver risco de broncoaspiração, ou diminuição 
temporária do aporte calórico-proteico programado. Também orientamos a 
prescrição de gastrocinéticos, a administração lenta e cuidadosa da fórmula, 
em bomba de infusão se necessário. Caso o quadro se mantenha, avaliar 
passagem pós-pilórica endoscópica da sonda enteral. 
Atenção para a avaliação clínica diária é de extrema importância
CAPÍTULO 05: DIETOTERAPIA NAS DIVERSAS PATOLOGIAS
5.1. SÍNDROME METABÓLICA (DIABETES, HIPERTENSÃO E 
OBESIDADE)
A síndrome metabólica é constituída por diversas anormalidades metabólicas 
que são fatores de risco para doenças cardiovasculares (DCV). As alterações 
do metabolismo dos ácidos graxos livres associada mais especificamente 
com a obesidade abdominal fazem parte da patogênese da síndrome 
metabólica. Este tópico tratará dos três fatores principais que podem compor 
a síndrome metabólica.
⦁ DIABETES MELLITUS
O conhecimento da diabetes mellitus já data de vários séculos:
⦁ Ebers (1500 a.C.) - doença caracterizada pela passagem de 
grande quantidade de urina; 
⦁ Arataeus (século II) - denominou essa enfermidade de diabetes 
(correr através de sifão);
“A carne do corpo e dos membros se derretia e se convertia em urina”. 
⦁ Willi (1675) - doce e mel, estabelecendo-se o nome de diabetes 
30
mellitus.
Conceito:
 Doença provocada pela deficiência de produção e/ou de ação da insulina, 
que leva a sintomas agudos e a complicações crônicas características. O 
distúrbio envolve o metabolismo da glicose, das gorduras e das proteínas
e tem graves conseqüências tanto quando surge rapidamente como quando 
se instala lentamente. Nos dias atuais se constitui em problema de saúde 
pública pelo número de pessoas que apresentam a doença, principalmente 
no Brasil. 
⦁ Etiologia da diabetes mellitus 
⦁ doença multifatorial; 
⦁ elevação de glicose no sangue.⦁ Os novos conhecimentos relacionados à fisiopatologia da diabetes 
mellitus
⦁ melhor compreensão de suas bases imunológicas;
⦁ suscetibilidades genéticas;
⦁ papel desenvolvido pelo ambiente e o estilo de vida. 
⦁ Esta síndrome é classificada, hoje, de acordo com os fatores 
etiológicos peculiares envolvidos no aparecimento de cada uma de 
suas doenças:
⦁ Diabetes do tipo 1
⦁ Diabetes do tipo 2
⦁ Outros tipos específicos
⦁ Defeitos genéticos na função da célula β 
⦁ Defeitos genéticos na ação da insulina
⦁ Doença do pâncreas exócrino
⦁ Endocrinopatias
⦁ Induzido quimicamente ou por drogas
⦁ Infecções
⦁ Formas incomuns de diabetes imunomediado
31
⦁ Outras síndromes associadas ao DM
⦁ Diabetes Gestacional
⦁ Diabetes Mellitus tipo I:
 Ocasionado pela destruição da célula beta do pâncreas, em geral por 
decorrência de doença auto-imune, levando a deficiência absoluta de 
insulina. 
⦁ Diabetes Mellitus tipo II: 
 Provocado predominantemente por um estado de resistência à ação da 
insulina associado a uma relativa deficiência de sua secreção. 
⦁ Outras formas de Diabetes Mellitus:
 Quadro associado a desordens genéticas, infecções, doenças 
pancreáticas, uso de medicamentos, drogas ou outras doenças endócrinas. 
⦁ Diabetes Gestacional: 
 Circunstância na qual a doença é diagnosticada durante a gestação, em 
paciente sem aumento prévio da glicose
32
⦁ Os sintomas do DM são decorrentes do aumento da glicemia e das 
complicações crônicas que se desenvolvem a longo prazo. 
⦁ Os sintomas do aumento da glicemia são:
sede excessiva 
aumento do volume da urina, 
aumento do número de micções 
surgimento do hábito de urinar à noite 
fadiga, 
fraqueza
33
tonturas 
visão borrada 
aumento de apetite 
perda de peso.
Sintomas visuais: visão turva, catarata, alterações retinianas,(retinopatia 
diabética), cegueira 
-Sintomas cardíacos: associados com tabagismo, sobrepeso, nem sempre 
são detectados, só formas mais graves...
-Sintomas circulatórios: membros inferiores(pés, perna), "pé diabético“, 
alterações fúngicas, bacterianas...amputação 
-Sintomas digestivos: menor inervação do tubo digestivo, diarréia noturna 
-Sintomas renais: quando ocorrem em geral já significam uma perda de 
função renal significativa 
Sintomas urinários: dificuldade para esvaziamento da bexiga(inervação), 
ereção e impotência sexual, próstata. 
-Sintomas neurológicos: neurites agudas(nervos da face, olhos e 
extremidades)perda da sensibilidade. 
-Sintomas dermatológicos : fúngicas da pele e unhas, hiperceratoses 
-Sintomas ortopédicos, entre outros : “Junta de Charcot“ (degeneração das 
articulações joelhos, tornozelos)
COMO SE FAZ O DIAGNÓSTICO DO DIABETES?
⦁ CLÁSSICOS: sede excessiva, aumento do volume e do número de 
micções (incluindo o surgimento do hábito de acordar a noite para 
urinar), fome excessiva e emagrecimento. 
⦁ O diagnóstico laboratorial do Diabetes Mellitus é estabelecido pela 
medida da glicemia no soro ou plasma, após um jejum de 8 a 12 
horas. 
FATORES DE RISCO PARA O DM. 
⦁ Idade maior ou igual a 45 anos 
⦁ -História Familiar de DM ( pais, filhos e irmãos)
⦁ -Sedentarismo 
⦁ -HDL-c baixo ou triglicerídeos elevados 
34
⦁ -Hipertensão arterial 
⦁ -Doença coronariana 
⦁ -DM gestacional prévio 
⦁ -Filhos com peso maior do que 4 kg, abortos de repetição ou morte de 
filhos nos primeiros dias de vida 
⦁ -Uso de medicamentos que aumentam a glicose (cortisonas, diuréticos 
tiazídicos e beta-bloqueadores)
TRATAMENTO
⦁ Plano alimentar: mudanças em seus hábitos alimentares, permitindo 
um controle metabólico adequado. Além disso, o tratamento 
nutricional deve contribuir para a normalização da glicemia, diminuir os 
fatores de risco cardiovascular, fornecer as calorias suficientes para 
manutenção de um peso saudável, prevenir as complicações agudas 
e crônicas e promover a saúde geral do paciente. 
⦁ Para atender esses objetivos a dieta deveria: evitar os alimentos ricos 
em colesterol e/ou gorduras saturadas: porco, leite integral, 
embutidos, frutos do mar, miúdos, frituras, pele de frango, gordura 
visível das carnes, gema de ovo; utilizar óleos vegetais nas 
preparações.
⦁ vitaminas A, E, C: minimizam os radicais livres diminui o risco de 
doença cardiovascular;
⦁ fibras: colaboram com a perda de peso e levam o colesterol e sódio 
para fora do organismo;
DIETA PARA DIABETES: A dieta é a base do tratamento desta patologia, 
quer como medida exclusiva ou conciliado ao tratamento medicamentoso.
É uma dieta onde há a restrição de carboidratos simples e a introdução 
de carboidratos complexos, auxiliando no controle glicêmico. 
CRITÉRIOS DE INCLUSÃO: 
É indicada para paciente com diabetes, tendo como objetivo corrigir as 
anomalias metabólicas características do diabetes, manter o peso ideal e 
35
prevenir complicações associadas ao diabetes. 
CARACTERÍSTICAS DA DIETA: Hipocalórica, hipoglicídica, 
normoprotéica e normolipídica; Controlar o nível de glicemia do paciente, 
evitando crises de hipoglicemia ou hiperglicemia. 
FRACIONAMENTO DA DIETA: 
Seis (6) refeições por dia (desjejum, colação, almoço, lanche da tarde, 
jantar e lanche da noite). 
⦁ HIPERTENSÃO ARTERIAL ( HA):
⦁ a HA e suas complicações ganharam importância com o aumento da 
freqüência das doenças cardiovasculares;
⦁ a partir da década de 50, tomaram impulso nos países 
industrializados, os estudos epidemiológicos; 
⦁ como entidade isolada encontra-se entre as mais freqüentes 
morbidades do adulto em todo mundo industrializado e na maioria dos 
países em fase de desenvolvimento.
⦁ Morbidade: elevada incidência em pessoas jovens, com acúmulo de 
casos após os 30 anos, resultando em altas prevalências;
⦁ Mortalidade: substituída pelas suas complicações: doenças 
cerebrovasculares, doenças isquêmicas do coração, cardiopatia 
hipertensiva. 
FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DA HA 
ASPECTOS BIOLÓGICOS:
⦁ sexo e idade: até os 45 anos, no sexo masculino; 
⦁ raça: negra;
⦁ hereditariedade: independente da etnia; obesidade: fator de risco 
mais caracterizado
ESTILO DE VIDA
⦁ consumo excessivo de calorias e bebidas alcoólicas;
36
⦁ sedentarismo;
⦁ baixa ingestão de potássio e elevado consumo de sódio;
⦁ tabagismo;
⦁ anticoncepcionais, corticoesteróides.
ASPECTOS AMBIENTAIS
⦁ estratos sociais mais baixos;
⦁ baixa escolaridade;
⦁ estresses sociais-econômicos;
⦁ estresses do trabalho;
⦁ estressores físicos.
PROGRAMAS DE PREVENÇÃO
⦁ objetivo principal: reduzir a morbidade e a mortalidade pelas 
complicações da doença;
⦁ preconizados ao nível nacional;
⦁ normas, estratégias e metas apresentados aos estados, juntamente 
com o material audio-visual em 1989, após 3 anos de trabalho;
⦁ 6 capitais: divulgação para população em geral;
⦁ 4 programas educativos: prevenção e/ou controle de fatores de risco;
Ministério da Saúde não contribuiu, em nível nacional, para a divulgação dos 
mesmos para a população até 1996.
DEFINIÇÃO:
“... conceituada como síndrome caracterizada pela presença de 
níveis tensionais elevados, associados a alterações metabólicas 
e hormonais e a fenômenos tróficos (hipertrofias cardíaca e 
vascular)”. 
 III Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial, 1999
⦁ é a força que o sangue exerce contra as paredes dos vasos 
sanguíneos do corpo durante o ciclo cardíaco;
⦁ a cada batida, o coração expele um pouco de sangue para aorta;
⦁ é determinada pela quantidade de sangue que é expelida X 
37
resistência que o sangue encontra na circulação periférica; 
⦁ quantidade de sangue a ser expelida: 
⦁ freqüência do batimento cardíaco;
⦁ da força do batimentocardíaco; 
⦁ volume de fluido no sistema circulatório;
⦁ pressão diastólica: que existe nas artérias entre as batidas do 
coração;
⦁ pressão sistólica: causada pela batida do coração;
⦁ Aumentos na pressão arterial são normais e necessários: situações de 
emergência;
⦁ pressão permanece elevada por períodos prolongados 
HIPERTENSÃO
38
DIAGNÓSTICO E CLASSIFICAÇÃO
⦁ É estabelecido pelo encontro de níveis permanentemente elevados, 
acima dos limites de normalidade;
⦁ A medida da pressão arterial é o elemento-chave para o diagnóstico;
39
TRATAMENTO NUTRICIONAL
⦁ objetivo: diminuir as morbi-mortalidades cardiovasculares;
⦁ modificações dos hábitos alimentares e do estilo de vida: 
⦁ redução do peso corporal; redução na ingestão de sal/sódio;
⦁ aumento da ingestão de potássio; 
⦁ redução do consumo de bebidas alcoólicas; 
⦁ exercício físico regular; 
⦁ abandono do tabagismo; 
⦁ controle das dislipidemias e do DM;
⦁ suplementação de cálcio e magnésio; 
⦁ medidas anti-estresse.
40
DIETA HIPÓSSODICA: As dietas hipossódicas são prescritas primariamente 
para a prevenção ou controle de edemas e hipertensão ou hipernatremia. 
⦁ CRITÉRIOS DE INCLUSÃO: É indicada para pacientes renais, cardíacos, 
que apresentam hipertensão, com ou sem edema. 
⦁ CARACTERÍSTICAS DA DIETA: Dependendo da severidade da doença, 
a restrição de sódio será determinada podendo variar entre restrição 
leve de sódio até 1000 mg de sódio diário; Não são permitidos 
alimentos enlatados, industrializados ou embutidos; A dieta é 
preparada sem o acréscimo de sal (apenas com temperos naturais), 
sendo encaminhado, no almoço e jantar, um sache de sal (1g) para 
acréscimo. 
⦁ FRACIONAMENTO DA DIETA: 
Cinco (5) refeições por dia (desjejum, almoço, lanche da tarde, jantar e 
lanche da noite). 
⦁ OBESIDADE
Conceito:
Define-se como acúmulo excessivo de gordura de tal magnitude que possa 
comprometer a saúde. grave problema de saúde pública; prevalência vem 
crescendo acentuadamente nas últimas décadas, inclusive nos países em 
desenvolvimento
Obesidade - excesso de peso acentuado (IMC >= 30,0Kg/m2), doença 
crônica não transmissível, heterogênea e multifatorial caracterizada pelo 
excesso de gordura corpórea (aumento da % de gordura).
****Representa grave risco à saúde, risco que aumenta progressivamente de 
acordo com o ganho de peso.
⦁ Sobrepeso: ( IMC 25Kg/m2) proporção relativa de peso maior que 
altura, sem ter ocorrido aumento substancial da composição do 
41
compartimento de gordura. 
⦁ Peso saudável: IMC = 18,5 a 24,99 Kg/m2 (OMS, 1998)
De acordo com Consenso Latino Americano de obesidade, cerca de 200 mil 
pessoas morrem por anos devido à doenças associadas a obesidade.
⦁ Dislipidemia
⦁ Diabetes Mellitus tipo 2 (intolerância a glicose)
⦁ Síndrome de resistência à insulina
⦁ Doença coronariana
⦁ HAS
⦁ Câncer
⦁ SINDROME METABÓLICA
TRATAMENTO:
⦁ NUTRICIONAL
⦁ ATIVIDADE FÍSICA
⦁ PSICOLÓGICO 
⦁ FARMACOLÓGICO 
⦁ CIRÚRGICO
Tratamento dietético e comportamental:
⦁ Redução da ingestão alimentar.
⦁ Redução na ingestão de carboidratos simples e gorduras.
⦁ Ajustar transtornos alimentares.
⦁ Perda de peso gradativa.
⦁ Recomendações dietéticas no tratamento da obesidade
A dietoterapia deve ser individualizada, visando aos seguintes 
objetivos principais:
⦁ Reduzir o peso corporal atual.
⦁ Manter a perda de peso a longo prazo.
⦁ Minimizar o ganho de peso no futuro.
⦁ Reeducar os hábitos alimentares.
42
⦁ Estimular a atividade física.
⦁ Controlar as co-morbidades associadas
 Princípios da atenção nutricional ao paciente obeso inclui:
⦁ Avaliação do estado nutricional - diagnóstico nutricional e 
necessidades nutricionais.
⦁ Plano de ação nutricional.
⦁ Implementação da dietoterapia - conteúdo de macro e 
micronutrientes.
⦁ Educação nutricional.
⦁ Avaliação da eficiência da intervenção
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Cirurgia bariátrica = grego
Baros = peso
Iatrein= tratamento
Objetivos :
⦁ Reduzir a capacidade gástrica e, portanto, implica na restrição da 
ingestão de alimentos
Perda de peso decorrente da cirurgia bariátrica ocorre:
⦁ Restrição do volume alimentar consumido -técnica restritiva que reduz 
o tamanho do estômago ocasionando a saciedade precoce;
⦁ Diminuição da absorção dos nutrientes (técnica disarbsortiva que 
diminui a absorção dos nutrientes devido ao desvio do trânsito 
intestinal);
⦁ Combinação da restrição gástrica com algum grau de disabsorção 
(técnica mista).
Existem três formas básicas de tratamento cirúrgico:
⦁ -através das técnicas restritivas: São técnicas que limitam o volume 
de alimento sólido que o paciente ingere nas refeições (come menos 
sólidos e pastosos e consequentemente emagrece) 
⦁ resultados- colaboração do paciente (alimentos líquidos podem ser 
ingeridos quase no mesmo volume que eram antes da operação e se 
43
forem muito calóricos irão atrapalhar ou até impedir a perda de peso).
⦁ mais simples, de menor risco, de mais fácil adaptação, e de fácil 
recuperação. 
⦁ IMPORTANTE é saber que a perda de peso é menor do que nas 
outras técnicas.
⦁ a gastroplastia vertical restritiva de Mason ("grampear" o estômago de 
maneira a criar um pequeno tubo que recebe o alimento dando ao 
paciente a sensação de estar "cheio". 
-Antecâmara gástrica esvazia-se lentamente e o paciente tem a 
sensação de que está satisfeito 
-Inconveniente : usar líquidos em vez de alimentos sólidos, poderá 
toma-los em grande quantidade e ser forem hipercalóricos, a perda de 
peso não será a esperada
⦁ a banda gástrica ajustável por laparoscopia (banda gástrica é uma 
prótese de silicone que tem um balão insuflável, por dentro, parecido 
com um manguito do aparelho de medir pressão arterial)
-colocada em volta da parte alta do estômago forma um anel que o 
aperta
-balão é insuflado ou desinsuflado, aperta mais ou menos o 
estômago -controle esvaziamento do alimento da parte alta para a 
parte baixa do órgão. 
⦁ perda de peso: 20 a 30% (cooperação do paciente).
⦁ técnicas disabsortivas: técnicas que permitem comer (atrapalham a 
absorção dos nutrientes e com isto levam o obeso ao emagrecimento) 
bem sucedidas quanto ao emagrecimento (40% do peso original, no 
entanto tem necessidade de controle mais rígido quanto a distúrbios 
nutricionais, de elementos minerais e vitaminas). Desviam uma boa 
parte do caminho que os alimentos tem que passar = absorção menor 
dos nutrientes.
⦁ -técnicas mistas: técnicas que associam um pouco de restrição a 
ingestão alimentar com um pouco de disabsorção, ou seja um desvio 
intestinal menor. 
44
Como fazê-las:
-técnica mais utilizada chama-se by-pass gástrico com anel ou cirurgia de 
Fobi-Capella (redução do estômago através de grampeamento). 
-estômago é dividido em duas partes: uma menor (30ml) que será por onde o 
alimento irá transitar e outra maior que ficará isolada.
-pequeno estômago é então ligado ao intestino para que o alimento possa 
seguir seu curso natural. 
-técnica além de limitar o volume do que entra também limita a velocidade de 
esvaziamento do estômago pois é aplicada uma banda de contenção.
TRATAMENTO NUTRICIONAL
DIETA GASTROPLASTIA OU CIRURGIA BARIÁTRICA
Nesta dieta da primeira semana após a cirurgia bariátrica, também chamada 
de dieta líquida restrita ou dieta da primeira fase, o paciente deve se 
alimentar sempre utilizando copos de 50 ml, aqueles de cafezinho, 
descartável.
Deve se servir com o copo quase cheio, dividindo em 6 goles iguais, sendo 
01 gole a cada 3 minutos. Ou seja, vai tomar o copo inteiro em 18 a 20 
minutos.
É importante observar que não deve haver intervalos entre os copos, 
mantendo os 3 minutos entre os goles, mesmo de um copo para o outro.
Considera-se muitoimportante a utilização de um timer ou temporizador, de 
celular ou de cozinha.
Relação dos alimentos Permitidos na primeira semana da cirurgia 
bariátrica:
⦁ Água mineral ou água filtrada;
⦁ Chás claros (ex.: erva-cidreira, camomila, maçã, etc. – devem ser 
evitados os chás mate e preto);
⦁ Água de coco verde (pode ser de caixinha);
⦁ Suco de laranja lima coado;
45
⦁ Caldos coados (água do cozimento)
Exemplos de Caldos que podem ser tomados na primeira fase após a 
cirurgia de redução de estômago
⦁ Todos os caldos devem ser coados em coador de pano ou de nylon.
⦁ Nesta primeira semana deve ser evitado qualquer tipo de açúcar, dando 
preferencia aos adoçantes
2ª fase – Dieta Líquida Completa: do 8º ao 14º dia
– utilizar adoçante, utilizar peneira fina para coar os líquidos 50ml/ 
20min.Alimentos a serem acrescentados: chás em geral; café fraco; leite 
desnatado; sucos de frutas coados (laranja lima, melão, maçã, pêra, manga, 
uva, etc) – exceto frutas ácidas (laranja, limão, abacaxi,maracujá); não é 
permitida a utilização de sucos em pó;
leite/suco de soja puro ou com sabor de frutas desde que sem a adição de 
açúcar;gelatina dietética (ou light), de qualquer sabor em consistência semi-
líquida; iogurte batido light,caldo de feijão (ervilha, lentilha – qualquer grão), 
sem gordura, coado.
3ª fase – Dieta Líquida Completa: do 15º ao 21º dia
utilizar adoçante; utilizar peneira para coar; 50ml/ 20min. Alimentos a serem 
acrescentados: a sopa, agora deve ser batida no liquidificador sendo coada e 
permanecendo na consistência líquida (rala); o restante é mantido como nas 
fases anteriores.
A evolução passa por quatro consistências: liquida, pastosa, branda e livre. 
Essa evolução dos tipos e consistências de alimentos oferecidos ao paciente 
depende do quadro clínico evolutivo do mesmo com o espaço geralmente de 
uma semana para evoluir a dieta.
⦁ DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES
46
Coração:
⦁ Lado direito = recebe sangue das veias cavas superior e inferior –
artéria pulmonar – oxigenação – sangue venoso
⦁ Lado esquerdo = recebe sangue das veias pulmonares – ventrículo 
bombeia para aorta – sistemas orgânicos – sangue arterial
Coronariopatia:
⦁ desproporção entre consumo e oferta de oxigênio na musculatura 
cardíaca
⦁ déficit de irrigação miocárdica com comprometimento na oxigenação 
tecidual cardíaca
⦁ dividida em aguda e crônica
ATEROESCLEROSE:
⦁ Caracterizada pela formação desordenada de depósitos de lipídios no 
interior das artérias (vasos sanguíneos de grande calibre que 
transportam o sangue com oxigênio e nutrientes) provocando a perda 
da sua capacidade funcional normal seu desenvolvimento está 
associado à lesão da parede interior das artérias em virtude de 
fenômenos como a hipertensão, os tóxicos ambientais, as placas de 
gordura desenvolvem-se quando o LDL-colesterol se acumula nos 
47
locais onde as artérias estão lesionadas e as plaquetas se depositam 
por cima, formando uma placa fibrosa. 
⦁ A aterosclerose impede a circulação normal do sangue para as células 
provocando isquemias (carência de oxigênio por diminuição da 
irrigação sanguínea) está associada a fenômenos de angina (dor forte, 
usualmente no peito, devido a isquemia do coração) e infartes (morte 
celular por inexistência repentina de fornecimento de sangue). 
Envelhecimento da lesão – inflamação e acúmulo de tecido fibroso 
acompanhado de: hemorragias dentro da placa aterosclerótica, 
calcificação, necrose celular e conseqüente obstrução da luz arterial 
artérias de médio calibre: artérias coronárias, cerebrais, renais e 
extremidades inferiores
CARDIOPATIA ISQUÊMICA ATEROSCLERÓTICA (CIA)
⦁ isquemia: redução ou abolição do suprimento sangüíneo para um 
órgão ou região
48
⦁ CIA: desequilíbrio entre oferta e demanda de oxigênio no miocárdio 
(angina, infarto agudo do miocárdio) - resulta de uma obstrução parcial 
ou total das artérias que suprem o coração 
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA - (ICC)
⦁ lesão isquêmica progressva do miocárdio
⦁ pode ou não ser fatal
⦁ silenciosa – arritmia 
⦁ aumento do tamanho do coração e da freqüência dos batimentos 
cardíacos
⦁ dispnéia (ortopnéia) e dor torácica
INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO - (IAM)
⦁ isquemia a curto prazo – súbito ou a longo prazo
⦁ resultado da aterosclerose
⦁ sintomas: fadiga, desconforto torácico ou mal-estar nos dias que o 
antecedem 
⦁ início é repentino e devastador, com intensa dor subesternal ou 
constritiva em aperto, em queimação que muitas vezes irradia-se para 
ombro esquerdo, mandíbula ou braço
⦁ muitas vezes é acompanhado de sudorese, náusea, vômitos e falta 
de ar. 
⦁ DIAGNÓSTICO DAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES (DCV)
⦁ avaliação nutricional:
⦁ antropometria: peso, circunferências, IMC
⦁ alimentar: alimentação praticada
⦁ exames bioquímicos:
49
⦁ dosagem de triglicérides, colesterol, Glicemia 
IMC e DCV
Relação Cintura-Quadril e DCV
50
FATORES DE RISCO:
⦁ consumo de gordura elevado, principalmente saturadas e colesterol
⦁ consumo elevado de açúcares
⦁ fatores de risco associados
⦁ colesterol total > 200mg/dl
⦁ lipoproteína colesterol de alta densidade (HDLc) < 40mg/dl
⦁ lipoproteína colesterol de baixa densidade (LDL-c) > 130mg/dl 
51
⦁ triglicerídeos > 10mg/dl 
⦁ hiperglicemia:
⦁ glicemia em jejum – 126mg = indivíduos suspeitos
⦁ glicemia em qualquer período – 200mg
⦁ hipertensão arterial 
⦁ - diabetes 
⦁ - colesterol elevado 
⦁ - tabagismo 
⦁ - estilo de vida sedentário 
⦁ - estresse 
⦁ - obesidade 
⦁ - sexo masculino 
⦁ - histórico de doenças cardíacas na família 
⦁ - idade avançada 
TRATAMENTO: objetivo: diminuir as morbimortalidades cardiovasculares; 
modificações dos hábitos alimentares e do estilo de vida: 
⦁ redução do peso corporal
⦁ redução na ingestão de gorduras
⦁ redução na ingestão de sal/sódio
⦁ aumento da ingestão de potássio 
⦁ redução do consumo de bebidas alcoólicas 
⦁ exercício físico regular
⦁ abandono do tabagismo
⦁ controle das dislipidemias e do DM
⦁ suplementação de cálcio e magnésio
⦁ medidas anti-estresse
Realização de planos alimentares, resguardando aspectos sócio-econômicos 
e culturais e criação de modelos que possibilitem a implementação dos 
conhecimentos alimentares e nutricionais
52
Objetivos da dietoterapia:
- contribuir com a adesão
- trabalhar os aspectos nutricionais e do estilo de vida envolvidos com a 
patologia
- proporcionar autonomia
- melhorar a qualidade de vida
- evitar as complicações da patologia
- controlar/manter peso corporal em níveis adequados
- reduzir a quantidade de sal na elaboração de alimentos (6g a 7g/dia – 1 
colher chá) e retirar o saleiro da mesa
- utilizar restritamente as fontes industrializadas de sal: embutidos, 
conservas, enlatados, defumados e salgados de pacote do tipo “snaks”
- limitar ou abolir o uso de bebidas alcoólicas
- dar preferência a temperos naturais como limão, ervas, alho, cebola, salsa 
e cebolinha, ao invés dos similares industrializados
⦁ substituir doces e derivados do açúcar por carboidratos complexos, 
frutas e adoçantes
⦁ incluir, pelo menos, 5 porções de frutas/verduras no plano alimentar 
diário, com ênfase nos vegetais verdes ou amarelos e nas frutas 
cítricas
⦁ optar por alimentos com reduzido teor de gordura e, 
preferencialmente, do tipo mono ou poliinsaturada, presentes nas 
fontes de origem vegetal, exceto dendê e coco
⦁ manter ingestão adequada de cálcio pelo uso de produtos lácteos, de 
preferência, desnatados 
⦁ identificar formas prazerosas de preparo dos alimentos: assados, 
crus, grelhados
⦁ estabelecer plano alimentar capaz de atender às exigências de uma 
alimentação saudável, do controle de peso corporal, dar preferênciaspessoais e do poder aquisitivo do indivíduo/família.
⦁ DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS DO TRATO DIGESTÓRIO
53
DIGESTÃO QUÍMICA
54
QUILIFICAÇÃO – FINAL DA DIGESTÃO QUÍMICA
⦁ Ocorre no duodeno. 
⦁ pH = 8,0 (básico ou alcalino). 
⦁ Bile: sais biliares. 
⦁ Suco pancreático: íon bicarbonato, amilase, lipase, nucleases, 
tripsinogênio (tripsina) e quimiotripsinogênio (quimiotripsina). 
⦁ Suco entérico: amilase, maltase, sacarase, lactase, lipase e 
proteases. 
ESÔFAGO: Canal que liga a faringe ao estômago, localiza-se entre os 
pulmões, atrás do coração, e atravessa o músculo diafragma.
Condutor do bolo alimentar no estômago.
Epitélio: estrutura que promove a movimentação do bolo alimentar até o 
estômago, através de ondas rítmicas (ondas peristálticas) de contração e 
relaxamento, e pelo estímulo a abertura do esfíncter esofageano inferior 
(EEI) na porção distal em conexão com o estômago 
55
PATOLOGIAS ASSOCIADAS: Doença do refluxo gastroesofágico, esofagite, 
hérnia hiatal,esôfago de barret, acalasia e magaesofago
DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO (DRGE): Fisiopatologia: 
perda funcional do esfíncter esofagiano inferior permitindo o retorno de bolo 
alimentar ácido do estômago. O esfíncter deve permanecer fechado após a 
presença de alimento no estômago, até ser completado o esvaziamento 
gástrico. Enfraquecimento da válvula (cardia) Sintomas: azia, dor, náuseas, 
desconforto torácico, saciedade, dor para deglutição (disfagia), rouquidão, 
tosse, inflamação de vias aéreas (faringite, sinusite) 
CAUSAS: Hérnia hiatal,Estresse e fadiga,Padrão incorreto de consumo 
alimentar Obesidade,Tabagismo e alcoolismo, Café 
DIAGNÓSTICO: sintomatologia+endoscopia digestiva alta
56
HERNIA HIATAL: Representa uma anomalia em que parte do estômago 
extravasa pelo diafragma, formando uma bolsa na parte superior do 
diafragma (região torácica) A presença desta hérnia afeta a perda funcional 
do EEI.
ESÔFAGO DE BARRET: Diagnóstico de doença do esôfago, caracterizado 
por alteração das células epiteliais do esôfago.Resultante da agressão 
crônica do epitélio escamoso devido o refluxo gastroesofágico, ácido ou 
biliopancreático, com sintomático ou não, causa a injúriapor um processo 
inflamatório crônico. É um dos principais fatores de risco para o câncer 
57
esofágico.
MEGAESÔFAGO E ACALASIA: Diagnóstico de doença do esôfago: 
caracterizado por alteração das células epiteliais pela destruição ou ausência 
de plexos nervosos intramurais. Causa o comprometimento da motilidade, 
déficit de condição nutricional e pulmonar. Comum na fase avançada da 
doença chagásica.
Acalasia: estreitamento da porção final da parede do esôfago por 
desnervação do epitélio, não completando a entrada do alimento no 
estômago.
Megaesôfago: consequência da acalasia representando a dilatação, 
representa uma fase avançada com destruição de 90% das fibras nervosas. 
Sintomatologia: tosse noturna, penetração dos alimentos em vias 
respiratórias, retorno alimentar a boca.
Tratamento: medicamentoso ou cirúrgico
Tratamento nutricional: Pacientes com obesidade: adequação calórica e 
perda de peso, casos de obesidade e consumo alimentar excessivo 
⦁ Adequação do padrão de mastigação
⦁ Ingestão de pequenos volumes de alimentos Fracionamento de 
refeições:pelo menos 6ref/dia Controlar o consumo de café 
⦁ Lesões com sinal de sangramento: dieta branda ou pastosa, suspensa 
fibras, grãos íntegros 
⦁ Suspender o consumo: refrigerantes, doces, alimentos gordurosos, 
alimentos processados, temperos artificiais, molhos (inglês, pimenta, 
shoyo) – dificultam processo digestivo e podem ter relação com a 
irritação da mucosa esofágica 
Acalasia + megaesôfago: quando associados a outras doenças 
58
(Chagas), podem estar envolver o estado de risco nutricional, sendo 
recomendado a avaliação para uso de suplementos nutricionais para 
completar o teor calórico, proteico e de microelementos 
⦁ Não deitar após consumo de alimentos (organização de horários junto 
à rotina de pacientes) 
⦁ Suspender consumo de bebidas alcóolicas em especial até completar 
o tratamento 
⦁ Estratégias de preparo de refeições com pouca gordura 
⦁ Manter cabeceira elevada de 45 º em repouso
⦁ Não usar roupas apertadas.
ESTÔMAGO:
A mucosa do estômago e do duodeno normalmente é protegida da 
ação proteolítica do ácido gástrico e da pepsina através de uma camada de 
muco secretado por glândulas nas paredes epiteliais desde o terço distal do 
esôfago até a primeira porção do duodeno. A camada da mucosa também é 
protegida da invasão bacteriana através da ação digestiva da pepsina, ácido 
clorídrico e das secreções mucoides. O muco contém bicarbonatos 
neutralizadores de ácidos, além de bicarbonato proveniente do suco 
pancreático secretado para dentro da luz intestinal 
59
GASTRITE:
Refere-se a um estado inflamatório do tecido gástrico, resultante da erosão 
da camada mucosa e exposição das células subjacentes às secreções 
gástricas e às bactérias. 
CAUSA COMUM: Helycobacter pylori . Rompe a mucosa gástrica e libera 
citocinas resulta em respostas gerais e específicas inflamatórias e 
imunológicas.Uso abusivo de bebidas alcóolicas
GASTRITE AGUDA: rápido início da inflamação e dos sintomas 
GASTRITE CRÔNICA: poderá ocorrer durante um período de meses a 
décadas , com redução ou exacerbação dos sintomas 
ULCERA GÁSTRICA:
60
DEFINIÇÃO: úlcera decorrente da desestruturação na defesa normal e 
mecanismos de reparo. Diferente da gastrite sua lesão ocorre através da 
camada muscular da mucosa para dentro da submucosa ou muscular 
própria. Demonstram evidências de inflamação crônica e processo de 
cicatrização ao redor da lesão. 
CAUSAS: infecções por H. pylori, uso de aspirina e outros e as úlceras de 
estresse, álcool, derivados do fumo, uso elevado de corticóides
SINTOMAS: dor abdominal, desconforto, anorexia, perda de peso, náuseas 
e vômitos, epigastralgia, hemorragia e perfuração, melena 9presença de 
evacuações com fezes enegrecidas tipo carvão
DIAGNÓSTICO: Baseado na sintomatologia + exames bioquímicos + 
endoscopia digestiva 
TRATAMENTO: Terapia medicamentosa: proteção da mucosa gástricas. 
Casos avançados úlceras: cirurgias 
TERAPIA NUTRICIONAL: Controlar o estímulo da acidez gástrica, Melhorar 
a motilidade, Prevenir complicações.
⦁ Suspender o consumo de bebidas alcóolicas (provoca redução na 
produção de muco) e refrigerantes 
⦁ Evitar o consumo de café em excesso e bebidas descafeinadas 
(cafeína estimula a produção de suco gástrico) 
⦁ Suspender o uso de condimentos picantes, ácidos, industrializados 
⦁ Dieta com teor reduzido de gordura
u Processo completo e lento de mastigação
⦁ Fracionamento de refeições em menores volumes u Não deitar após 
as refeições
61
⦁ Evitar fibras cruas 
⦁ Avaliar suplementação de microelementos: zinco (agente no processo 
de cicatrização) 
62
DOENÇAS INTESTINAIS:
⦁ Padrão de funcionamento intestinal é individualizado, de forma 1 a 2 
evacuações /dia é considerado normal
⦁ Caracterizar as alterações: é parte da avaliação nutricional e requer a 
investigação detalhada do perfil de ocorrência das alterações (início, 
duração, modificação de alimentação)
⦁ O cólon tem participação ativa na manutenção no padrão de 
evacuação
⦁ O cólon tem 3 funções importantes: reabsorção de água, manutenção 
de grande população de bactéria intraluminal e controle da eliminação 
de fezes. A perda da capacidade de reabsorver água, ou a chegada 
63
de grande quantidade e hiperosmótica, o desequilíbrio na composição 
e na quantidade das bactérias intestinais e o distúrbio muscular ou 
nervoso, no controle da eliminação de fezes, provocam alterações do 
hábito intestinal.
⦁ Alteração de funcionamento intestinal caracterizada pelaredução na 
frequência das evacuações associada à eliminação de fezes 
endurecidas e ressecadas.
⦁ A etiologia da CI pode ser: 
⦁ de origem orgânica : secundária à doenças como neoplasias 
obstrutivas, hipotireoidismo, diabetes, doenças neurodegenerativas, 
estruturais (hemorróidas, fístulas, DII)
⦁ de origem funcional: relacionada a fatores como maus hábitos 
alimentares, sedentarismo, stress, alcoolismo e inibição do reflexo de 
evacuação 
⦁ Pode ser consequência de disfunções motoras primárias produzidas 
por miopatia ou neuropatia colônica (alterações de estímulo da 
motilidade, por disfunção de terminações nervosas). 
⦁ A CI também pode ser secundária a um transtorno de evacuação: 
associado a uma contração paradoxal ou espasmo involuntário do 
esfíncter anal, que pode resultar de um transtorno adquirido do 
comportamento defecatório que ocorre em dois terços dos pacientes. 
64
AVALIAÇÃO E DIAGNÓSTICO:
Constipação: definida pela presença de ao menos 2 desses critérios, 
referidos em pelo menos 25% dos episódios de evacuações nos últimos 3 
meses. 
65
De acordo com esses critérios: não são considerados constipados aqueles 
que referem perda de fezes aguadas ou pastosas em pelo menos 25% das 
evacuações nos últimos 3 meses.
TRATAMENTO NUTRICIONAL:
⦁ Modificação/adequação da alimentação: pode consistir em 
acrescentar fibras para alcançar uma dieta completa em fibras 
(25 g de fibras) – atenção à investigação detalhada do padrão de 
consumo alimentar
⦁ Líquidos: ingestão de1.5–2.0 L/dia pode melhorar a frequência 
das fezes e diminuir a necessidade de laxantes. 
⦁ Nos pacientes com dilatação colônica deve-se evitar a 
66
suplementação com fibras. 
⦁ Os suplementos com psílio e lactulose podem ser úteis para o 
tratamento da constipação crônica
⦁ Frutas laxativas: mamão, melão, abacaxi, manga, frutas com 
casca, pêra, abacate, laranja (com bagaço)
⦁ Vegetais folhosos
⦁ Legumes: crus com casca, pimentão, quiabo, abóbora moranga, 
mandioca, mandioca salsa, berinjela 
⦁ Grãos integrais de cereais e leguminosas
⦁ Atenção: equilíbrio com o consumo de água, 2L/dia
⦁ Fibras solúveis: devem estar incorporadas à dieta como 
regulação do equilíbrio da ação das fibras
DIARRÉIA:
Diarréia aguda: alteração do funcionamento intestinal com passagem de 
uma quantidade maior do que o normal de fezes amolecidas, além do 
aumento do número de evacuações, que durem menos de 14 dias
Pode ser interpretada como um aumento na quantidade de água e 
eletrólitos nas fezes, levando à produção frequente de fezes 
malformadas. 
O comprometimento no equilíbrio entre reabsorção e secreção pela 
mucosa intestinal que leva à liquidificação das fezes.
TIPOS DE DIARREIA:
67
68
DIARRÉIA INFECCIOSA:
Envolvidos os microrganismos não invasivos, que são especialmente 
ativos no intestino, causando diarréia aquosa. Esses microrganismos 
levam à diarreia através de interações variadas com a mucosa intestinal, 
seja pela secreção de toxinas que desequilibram o controle funcional da 
mucosa (E. coli enterotóxico) e o Vibrio cholerae), ou seja pela 
agressão/destruição direta da estrutura da mucosa intestinal (Shigella).
DIARRÉIA NÃO-INFECCIOSA:
⦁ ALERGIA ALIMENTAR
⦁ DIARRÉIA CRÔNICA: DII, HIV
SINDROME DO INTESTINO IRRITAVEL 
69
⦁ Síndrome do Intestino Irritável (SII): associação de sintomas, que 
consistem mais freqüentemente de dor abdominal, estufamento, 
constipação ("intestino preso") e diarréia. Pode ocorrer a 
alternância de diarréia com constipação. Pode haver muco 
presente junto às fezes.
⦁ Não se trata de um defeito anatômico ou estrutural. Não é uma 
desordem física ou química identificável. Não é reconhecida como 
doença orgânica detectável.
⦁ Representa a associação entre um distúrbio da motilidade 
intestinal (as contrações musculares rítmicas) e trânsito de massa 
fecal, e uma percepção anormal de estímulos no intestino.
⦁ A terapia nutricional deve organizar a oferta de alimentos 
conforme a necessidade de adequação do padrão habitual de 
consumo de alimentos
⦁ Oferta equilibrada de fibras de acordo com os sintomas
⦁ Atenção: a SII apresenta sintoma importante de estufamento, dor 
e formação de gases, assim deve ser controlada a oferta de 
alimentos causadores de flatulência (alho, cebola, alho porro, 
salsão, couve flor, brócolis, leguminosas)
DIVERTICULOSE X DIVERTICULITE
⦁ A diverticulose do intestino grosso refere-se à presença de 
divertículos no cólon
⦁ A diverticulite: é a presença de inflamação e de infecção associadas 
70
aos divertículos, mais frequentemente os localizados no cólon 
sigmóide.
⦁ A infecção ocorre devido a paralisação de fezes no divertículo
⦁ A doença diverticular: corresponde ao conjunto de manifestações 
associáveis à diverticulose, desde dor abdominal inespecífica até a 
diverticulite complicada
PERFIL DA DOENÇA:
⦁ A maioria dos pacientes com divertículos é assintomática, o que 
dificulta a estimativa de sua prevalência. 
⦁ A prevalência da diverticulose colônica aumenta com a idade. Parece 
inferior a 10% para a população com menos de 40 anos, atinge um 
terço da população acima dos 45 anos e está estimada entre 50% e 
66% para os indivíduos com mais de 80 anos, podendo atingir até 
80% dessa população idosa. Não existe evidente correlação com o 
sexo
⦁ Estima-se que entre 10% e 25% dos indivíduos com diverticulose 
evoluirão com diverticulite
DIAGNÓSTICO:
⦁ A avaliação inicial do paciente com suspeita de diverticulite deve 
ser a mesma de todo paciente com dor abdominal aguda e inclui 
anamnese dirigida, exame físico geral, abdominal e toque digital 
do reto
⦁ Ainda que cerca de 85% dos episódios de diverticulite ocorram 
em cólon E, mais precisamente em cólon sigmóide, divertículos e 
diverticulite podem ocorrer em todo o cólon. 
⦁ A diverticulite do cólon direito ocorre mais frequentemente em 
71
orientais asiáticos e usualmente segue curso mais benigno. 
⦁ A dor no quadrante inferior esquerdo ocorre entre 93% e 100% 
dos pacientes com diverticulite aguda e está mais comumente 
presente por vários dias antes do diagnóstico, o que permite 
diferenciá-la de outras causas de abdome agudo inflamatório.
TRATAMENTO:
⦁ O tratamento da diverticulite aguda nãocomplicada é inicialmente 
clínico, por meio de jejum (associado ou não ao emprego de 
descompressão nasogástrica) ou de dieta líquida sem resíduos, 
associadamente ao emprego de antibióticos de largo espectro
⦁ Pacientes com sintomas leves de dor abdominal, sem sinais 
sistêmicos (febre e queda do estado geral), com trânsito normal, 
e capazes de assumir dieta oral e com cognição razoável para 
entender as explicações sobre as indicações de sofrer 
reavaliação, podem ser tratados sem hospitalização. 
⦁ Após a melhora de sintomas agudos, retomar perfil de 
alimentação a favor da regularidade intestinal, prevenindo novo 
processo de constipação intestinal, retenção de fezes e 
inflamação de divertículo.
SINDROME DO INTESTINO CURTO
⦁ Representa um estado malabsortivo que ocorre após grandes 
ressecções do intestino delgado
⦁ A quantidade ressecada ou o intestino remanescente geralmente 
determinam o grau de má -absorção e, consequentemente, a 
necessidade de nutrição enteral(NE) específica ou nutrição 
parenteral (NP). 
72
⦁ Falência intestinal (FI) no contexto da SIC pode ser uma condição 
de dependência de NP para manter a necessidade hídrica e 
energética para manutenção do estado nutricional
Estado clínico de má-absorção intestinal secundário a perda/redução 
de superfície mucosa funcionante, em conseqüência:
⦁ ressecção cirúrgica (Doença de Cronh) 
⦁ derivações de trânsito intestinal, como no caso de fístulas ou 
cirurgia bariátrica
⦁ perdadas células mucosas (enterócitos) devido a infecção, 
isquemia, quimio e/ou radioterapia
⦁ A falência intestinal se estabelece consequente às deficiências 
73
absortivas dos macronutrientes (carboidratos, lipídeos e 
proteínas) e dos micronutrientes (água, eletrólitos, vitaminas e 
minerais), cujas necessidades diárias não poderão ser atingidas 
pela alimentação oral ou pela nutrição enteral.
⦁ Esse estado clínico torna inevitável a dependência da terapia 
nutricional parenteral (TNP) para a manutenção do equilíbrio 
nutricional, da composição e da função corporal, e da saúde
⦁ As principais causas genéricas da insuficiência e/ou falência
⦁ intestinal podem ser classificadas como: 
⦁ a) obstrutivas, sem estenose; cujo tratamento é clínico - pseudo-
obstrução intestinal; com estenose (s) de tratamento cirúrgico –
tumor, enterite actínica;
⦁ b) má-absorção – fístulas: cirúrgica – pós-operatórias específicas; 
intestino curto: causas alternativas – isquemia, doença de Crohn; 
outras: clínica – atrofia de vilosidades, síndrome de 
imunodeficiência adquirida (HIV). 
⦁ A intensidade da má-absorção, na presença de intestino curto, 
inflamado ou hipo ou aperistáltico, determinará a impossibilidade 
da manutenção da massa corporal celular, o que caracterizará a 
falência intestinal propriamente dita.
⦁ Essa última, por sua vez, piora a desnutrição devido à inabilidade 
da provisão suficiente de calorias capazes de preencher as 
necessidades energéticas do indivíduo. 
⦁ Então: o prognóstico dos pacientes com SIC depende:
⦁ QUANTIDADE DA INGESTÃO ALIMENTAR
74
⦁ CAPACIDADE FUNCIONAL 
⦁ ADAPTAÇÃO DO INTESTINO REMANESCENTE e, logo, do grau 
de má-absorção
TERAPIA NUTRICIONAL:
⦁ Indicada o suporte nutricional por VO ou NE, servindo como 
estimulação para reabilitação da função intestinal, desde que as 
evacuações (perda fecal) esteja controlada
⦁ A NP é iniciada em seguida ao pós operatório e mantida desde 
que seja definido o início de terapia nutricional enteral
⦁ NE: iniciado a terapia com fórmulas oligoméricas 
(semielementares) em volume contínuo mínimo (20 a 25 mL/h)
⦁ Fazer a evolução gradativa de volumes de infusão e 
posteriormente fazer a transição para fórmulas poliméricas, 
associada ou não à dieta oral
⦁ Dieta oral: líquida, cremosa, leve, branda e geral – reduzida 
sempre em lipídios
⦁ Atenção para oferta de lactose e sacarose, e sintomas de 
intolerância
⦁ No pós-operatório de ressecções extensas (diagnóstico de SIC) o 
paciente permanece em jejum. 
⦁ Uma vez estabilizadas as condições circulatórias e 
hemodinâmicas, a terapia nutricional é iniciada evoluindo em 
quatro fases. 
⦁ Na primeira fase, os pacientes são internados por períodos 
variados e a NPT é introduzida, com o objetivo de fornecer 
75
nutrientes que alcancem as necessidades nutricionais de 
pacientes com impossibilidade de utilização parcial ou total da via 
enteral. 
⦁ Nesta fase a preocupação consiste na reposição hidroeletrolítica. 
Os triglicérides de cadeia curta, por serem fonte energética 
colonócito-específica, podem ser úteis 
⦁ NPT: mantida pelo tempo que for necessário até que o paciente 
evolua para uma fase de adaptação. 
⦁ A reposição de vitaminas também se faz necessária, vitamina 
B12 e o ácido fólico fornecidos semanalmente por via parenteral e 
a vitamina K de acordo com o controle do tempo de protrombina. 
⦁ A suplementação de vitamina D é importante na prevenção da 
hipocalcemia e alterações ósseas em portadores de SIC, 
particularmente nos mantidos em nutrição venosa. 
⦁ As dosagens séricas de fósforo e 13 magnésio orientam o 
fornecimento destes elementos 
OSTOMIAS:
⦁ Reconstrução de novo mecanismo de evacuação, realizado por 
intervenção cirúrgica
⦁ Não é verificado o controle voluntário, sendo necessário a utilização 
de bolsas aderidas ao ostoma
⦁ Pode ser um recurso temporário ou permanente
76
77
⦁ DIETOTERAPIA NAS DOENÇAS RELACIONADAS AS 
GLÂNDULAS ANEXAS
Dentre as glândulas anexas, neste tópico será destacado as 
principais patologias relacionadas ao fígado e ao pâncreas.
DOENÇAS RELACIONADAS AO FÍGADO:
As principais doenças hepáticas crônicas (DHC) são: hepatite viral, 
alcoólica ou autoimune, doença hepática gordurosa não- alcoólica (DHGNA), 
cirrose hepática e carcinoma hepatocelular. A cirrose, doença difusa do 
fígado, é considerada estágio próprio da evolução de diversas doenças 
hepáticas crônicas e pode evoluir para insuficiência hepática e carcinoma 
hepatocelular. A cirrose resulta da inter-relação entre diversos fatores 
etiológicos, como necrose, regeneração celular e brose. 
A DHGNA é um termo genérico, para denominar anormalidades hepáticas 
relacionadas com a infiltração de lipídios no citoplasma dos hepatócitos de 
pacientes com consumo inferior a 20 g de etanol por dia. Nesta categoria 
estão incluídas desde esteatose hepática benigna, até esteatohepatite não-
alcoólica ou NASH (Nonalcoholic Steatohepatitis) com necrose e 
regeneração nodular. Se não houver tratamento adequado, com mudança no 
estilo de vida e implementação de alimentação saudável, a NASH pode 
evoluir para cirrose e insuficiência hepática. 
A insuficiência hepática crônica (IHC) é definida como falência global 
do fígado, relacionada a agressão contínua ao parênquima hepático, 
ocasionada por vários agentes etiológicos, como uso de etanol, infecção 
viral, acúmulo de gordura citoplasmática ou doença autoimune. Ocorre 
quando a redução da capacidade funcional do fígado ultrapassa 80% e, 
nessa condição de falência hepática, observa-se alta taxa de mortalidade. Na 
insuficiência hepática, o transplante de fígado está indicado para a maioria 
dos acometidos, com possibilidade de boa evolução em 94% dos pacientes. 
A insuficiência hepática está associada diretamente com maior risco 
78
para desenvolvimento de encefalopatia hepática, que pode ser definida como 
síndrome neuropsiquiátrica, potencialmente reversível, caracterizada por 
alterações na personalidade, no comportamento, na redução da cognição, da 
função motora e no nível de consciência. O curso da encefalopatia hepática 
piora o prognóstico e a taxa de mortalidade, que se encontra em torno de 
60% após um ano do início desta complicação.
Pacientes com DHC geralmente apresentam ingestão dietética 
inadequada, alterações dos indicadores antropométricos, bioquímicos e 
clínicos, evidenciando comprometimento nutricional importante. Pacientes 
com hepatopatia descompensada possuem retenção hídrica, com a 
presença de ascite e edema periférico, associada à hipoalbuminemia e à 
desnutrição. 
A desnutrição está presente em 20% dos pacientes com doença 
hepática compensada e acima de 80% em pacientes com cirrose des-
compensada. Os distúrbios nutricionais são mais prevalentes em pacientes 
hospitalizados por doença hepática de origem alcoólica em relação a não-
alcoólica. Nos pacientes em lista de transplante hepático, pode-se observar, 
em 100% dos casos, algum grau de desnutrição
Hepatopatas têm seu estado nutricional comprometido ao longo da evolução 
clínica. A desnutrição interfere negativamente na evolução clínica do 
hepatopata e está associada ao aumento da morbidade e da mortalidade, 
com maior suscetibilidade para complicações infecciosas.
DIAGNÓSTICO: O diagnóstico nutricional acurado dos pacientes com DHC 
representa grande desafio, devido à retenção hídrica frequentemente 
encontrada, além dos efeitos da função hepática comprometida sobre a 
síntese de proteínas plasmáticas. 
Ainda não existe método de avaliação nutricional considerado padrão-ouro 
para pacientes com DHC 
TERAPIA NUTRICIONAL: A via de escolha para suplementação nutricional 
deve ser sempre a oral. A indicação para TN enteral (NE) ou nutrição 
79
parenteral (NP) deveconsiderar a condição clínica individual, os riscos e os 
benefícios de cada método. Quando não for possível suprir as necessidades 
nutricionais por essa via, indica-se o uso da NE, se o sistema digestório 
estiver funcionando plenamente. Geralmente indica-se TN quando a ingestão 
via oral for inferior a 60% e nos casos de desnutrição importante.
DIETA APOPROTEÍCA: 
Dieta restrita em proteínas de origem animal e vegetal, a fim de diminuir o 
trabalho hepático, dependendo do grau de evolução da doença. 
⦁ CRITÉRIOS DE INCLUSÃO: A dieta aprotéica é indicada para pacientes 
com problemas hepáticos em grau avançado da doença. 
⦁ CARACTERÍSTICAS DA DIETA: Dieta normocalórica, hiperglicídica, 
normolipídica e isenta de proteínas; 
- Restringir a quantidade de proteína de alto ou baixo valor biológico 
nas refeições. 
⦁ FRACIONAMENTO DA DIETA: Cinco (5) refeições por dia (desjejum, 
almoço, lanche da tarde, jantar e lanche da noite). 
DOENÇAS PANCREÁTICAS: PACREATITE
Pancreatite é a inflamação no pâncreas. O pâncreas é uma glândula 
localizada atrás do estômago no abdome superior. Entre as suas funções 
está fazer a digestão das gorduras e carboidratos que ingerimos usando o 
suco pancreático, substância que contém enzimas digestivas. Além disso, o 
pâncreas é responsável por produzir os hormônios insulina e glucagon. A 
insulina é responsável por reduzir as taxas de açúcar no sangue, ao passo 
que o glucagon tem o efeito contrário, aumentando essas concentrações.
A pancreatite pode ocorrer de forma aguda ou crônica. Os casos leves de 
pancreatite podem desaparecer sem tratamento, mas casos graves podem 
causar complicações com risco de vida.
início da pancreatite aguda é frequentemente muito repentina. A 
inflamação geralmente desaparece dentro de poucos dias, uma vez que o 
tratamento começa. De acordo como DATASUS, no Brasil são registrados 
80
cerca de 5,9 casos a cada 100 mil habitantes todos os anos.
Os cálculos biliares são a causa mais comum da pancreatite aguda. 
O cálculo biliar é uma massa pequena e sólida que forma a partir de bile na 
vesícula. O pâncreas e a vesícula biliar se ligam pelo ducto biliar, através do 
qual a bile e outras enzimas digestivas passam durante a digestão. Os 
cálculos podem criar inflamação do ducto biliar e no pâncreas. O alcoolismo 
também pode também contribuir para a pancreatite aguda.
pancreatite crônica é uma inflamação que se repete. Os pacientes com 
pancreatite crônica podem sofrer danos permanentes ao pâncreas. Sua 
incidência é estimada entre cinco e 10 casos para cada 100mil indivíduos por 
ano.
O tecido cicatricial se desenvolve a partir de inflamação de longa duração e 
pode fazer o pâncreas parar de produzir a quantidade normal de enzimas 
digestivas. Como resultado, é provável que você tenha problemas para 
digerir gorduras
O abuso de álcool é a causa mais comum de pancreatite crônica em adultos. 
Doenças autoimunes e doenças genéticas, tais como a fibrose cística, 
também podem causar a pancreatite crônica em alguns pacientes.
CAUSAS: Durante a digestão normal, as enzimas pancreáticas inativadas se 
movem através de dutos em seu pâncreas e viajam para o intestino delgado, 
onde as enzimas são ativadas e ajudam na digestão. Na pancreatite, as 
enzimas são ativadas quando ainda no pâncreas. Isto faz com que as 
enzimas para irritar as células do pâncreas, causando inflamação e os sinais 
e sintomas associados com a pancreatite.
SINTOMAS:
Sintomas de pancreatite aguda incluem:
⦁ Dor abdominal superior
81
⦁ Dor abdominal que se irradia para as costas
⦁ Dor abdominal que se sente pior depois de comer
⦁ Náusea
⦁ Vômitos.
Sintomas de pancreatite crônica incluem:
⦁ Dor abdominal superior
⦁ Perder peso sem esforço
⦁ Fezes gordurosas e fedorentas (esteatorreia).
Outros sintomas de pancreatite incluem:
⦁ Febre
⦁ Ritmo cardíaco acelerado
⦁ Suor
⦁ Pele ou a parte branca dos olhos com cor amarelada (icterícia)
⦁ Choque.
Outras condições que têm sintomas semelhantes: obstrução 
intestinal, apendicite, colecistite, úlcera péptica, e diverticulite.
TRATAMENTO: O tratamento para a pancreatite geralmente requer 
hospitalização. Uma vez que sua condição está estabilizada e a inflamação 
no pâncreas é controlada, os médicos podem tratar a causa subjacente de 
sua pancreatite.
Medidas iniciais para controlar a inflamação no pâncreas são:
82
⦁ Jejum
⦁ Uma vez que a inflamação no pâncreas é controlada, você pode 
começar a beber líquidos claros e comer comidas com pouca gordura 
e proteína. Com o tempo, você pode voltar a sua dieta normal
⦁ Se a pancreatite persistir e você ainda sentir dor ao comer, o médico 
pode recomendar alguns medicamentos no sentido de controlar a dor 
e/ou repor as enzimas pancreáticas
⦁ Terapia intravenosa. Como seu corpo dedica energia e fluidos para 
reparar seu pâncreas, você pode ficar desidratado. Por esta razão, 
você vai receber líquidos através de uma veia em seu braço durante a 
permanência no hospital.
Quanto tempo você ficar no hospital dependerá de sua situação. Algumas 
pessoas se recuperam rapidamente, enquanto outras desenvolvem 
complicações que exigem uma internação mais longa. Com acessos 
repetidos de pancreatite aguda, o dano ao pâncreas pode ocorrer e levar a 
pancreatite crônica. O tecido cicatricial pode se formar no pâncreas, 
causando a perda da função. Um pâncreas que não funcionam bem pode 
causar problemas de digestão e diabetes.
ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS: PANCREATITE CRÔNICA
O paciente com pancreatite crônica em atendimento ambulatorial merece 
maiores cuidados quanto à esteatorréia, hiperglicemia, desnutrição protéico-
calórica, má digestão e a diarréia secundária.
Preferir
- refeições fracionadas e pequeno volume (cinco a seis por dia);
- preparações mais secas para evitar náuseas e vômitos;
- chupar gelo;
- mastigar bem os alimentos;
- óleos com TCM: óleo de coco e milho ou TCM;
- mínimo de 2-3% de ácidos graxos essenciais do VET = aproximadamente 4 
a 7 g de ácido linoléico;
83
- alimentos bem cozidos, em consistência branda a líquida para reduzir o 
trabalho digestivo;
- carboidratos complexos e integrais: inhame, aipim, batata-baroa, 
arroz/pão/biscoito/macarrão integrais;
- alimentos ricos em vit B12: fígado, leite, ovos, peixe, carne bovina e queijo;
- preparações cozidas, grelhadas e assadas;
- leite desnatado e queijos magros (ricota, cottage e minas frescal);
- hortaliças e frutas não flatulentas, conforme aceitação;
- chás claros (erva-doce, camomila, erva-cidreira, maçã);
- suplementação de vitaminas lipossolúveis: A, D, E e K;
- líquidos somente antes e depois das refeições;
- comprimidos/drágeas com enzimas pancreáticas para pacientes com 
redução maior ou igual a 90% da secreção de lúpus e tripsina.
Evitar
- refeições volumosas, pois estimulam o pâncreas;
- bebidas alcoólicas, bebidas ricas em cafeína: café, chá preto, chá mate, 
refrigerantes à base de cola, guaraná natural;
- preparações gordurosas: estrogonofe, feijoada, moqueca, massas com 
molhos cremosos e queijos, frituras;
- leite integral e queijos amarelos;
- excesso de açúcar: balas, bolo, doces, chocolates, refrigerantes, mel, 
melado, rapadura, açúcar mascavo para evitar hiperglicemia;
- alimentos flatulentos: feijões, repolhos, couve-flor, brócolis, pimentão, 
melancia, oleaginosas, melão.
CAPÍTULO 06: INTERAÇÃO DROGA NUTRIENTE
O alimento, independentemente da cultura do indivíduo e da época 
vivida, é um fator essencial e indispensável à manutenção e à ordem da 
saúde. Sua importância está associada à sua capacidade de fornecer ao 
corpo humano nutrientes necessários ao seu sustento. Para o equilíbrio 
harmônico desta tarefa é fundamental a sua ingestão em quantidade e 
84
qualidade adequadas, de modo que funções específicas como a plástica, a 
reguladora e a energética sejamsatisfeitas, mantendo assim a integridade 
estrutural e funcional do organismo. No entanto, esta integridade pode ser 
alterada, em casos de falta de um ou mais nutrientes, com conseqüente 
deficiência no estado nutricional e necessidade de suplementação (regime 
dietoterápico). 
Por outro lado, os nutrientes são também capazes de interagir com 
fármacos, sendo um problema de grande relevância na prática clínica, devido 
às alterações na relação risco/benefício do uso do medicamento. Estas 
interações são facilitadas, pois os medicamentos, na sua maioria, são 
administrados por via oral. Os nutrientes podem modificar os efeitos dos 
fármacos por interferirem em processos farmacocinéticos, como absorção, 
distribuição, biotransformação e excreção (Oliveira, 1991; Yamreudeewong 
et al., 1995), acarretando prejuízo terapêutico. A absorção dos nutrientes e 
de alguns fármacos ocorre por mecanismos semelhantes e freqüentemente 
competitivos e, portanto, apresentam como principal sítio de interação o trato 
gastrintestinal. 
As interações entre nutrientes e fármacos podem aumentar a 
toxicidade de uma destas substâncias ou de ambas. Elas podem ser físico-
químicas, fisiológicas e patofisiológicas (Roe, 1985; Roe, 1993). Interações 
físico-químicas são caracterizadas por complexações entre componentes 
alimentares e os fármacos. As fisiológicas incluem as modificações induzidas 
por medicamentos no apetite, digestão, esvaziamento gástrico, 
biotransformação e clearance renal. As patofisiológicas ocorrem quando os 
fármacos prejudicam a absorção e/ou inibição do processo metabólico de 
nutrientes (Toothaker & Welling, 1980; Thomas, 1995). 
O consumo de alimentos com medica- mentos pode ter efeito 
marcante sobre a velocidade e extensão de sua absorção. A administração 
de medicamentos com as refeições, segundo aqueles que a recomendam, se 
faz por três razões fundamentais: possibilidade de aumento da sua absorção; 
redução do efeito irritante de alguns fármacos sobre a mucosa 
85
gastrintestinal; e uso como auxiliar no cumprimento da terapia, associando 
sua ingestão com uma atividade relativamente fixa, como as principais 
refeições (Gai, 1992; Kirk, 1995). 
Entretanto, estes motivos são insuficientes para justificar este 
procedimento de forma generalizada, pois a ingestão de alimentos poderá 
afetar a biodisponibilidade do fármaco através de interações físico-químicas 
ou químicas (Gai, 1992; Roe, 1994; Thomas, 1995). Sendo afetada a 
biodisponibilidade, por modificação dos processos farmacocinéticos, ocorrerá 
alteração da farmacodinâmica e da terapêutica (Thomas, 1995). Assim, é de 
fundamental importância conhecer as substâncias ativas cuja velocidade de 
absorção e/ou quantidade são alteradas, bem como aquelas que não são 
afetadas pela presença de nutrientes (Toothaker & Welling, 1980). Estudos 
aprofundados com humanos sobre estes mecanismos têm sido realizados, 
com a finalidade de demonstrar mais precisamente os efeitos dos nutrientes 
sobre a biodisponibilidade dos fármacos (Radulovic et al., 1995; Lavelle et 
al., 1996). 
Analgésicos e antiinflamatórios, por exemplo, são com freqüência 
administrados com alimentos. O objetivo é diminuir as irritações da mucosa 
gástrica provocadas, principalmente, pela administração destes 
medicamentos por tempo prolongado. De acordo com a maioria das 
pesquisas realizadas, os nutrientes diminuem a velocidade de absorção dos 
fármacos, provavelmente por retardarem o esvaziamento gástrico (Souich et 
al., 1992). 
O retardo na absorção de certos fármacos, quando ingeridos com 
alimentos, nem sempre indica redução da quantidade absorvida. Mas, 
provavelmente, poderá ser necessário um período maior para se alcançar 
sua concentração sangüínea máxima, interferindo na latência do efeito. 
Entretanto, substâncias que se complexam com nutrientes estão 
freqüentemente indisponíveis para absorção (Gai, 1992). 
O sistema renal constitui uma das principais vias de excreção de 
fármacos, sendo importante no processo de interação. O pH urinário sofre 
86
variações conforme a natureza ácida ou alcalina dos alimentos ou de seus 
metabólitos. Assim, dietas ricas em vegetais, leite e derivados elevam o pH 
urinário, acarretando um aumento na reabsorção de fármacos básicos, 
como, por exemplo, as anfetaminas. No entanto, com fármacos de caráter 
ácido, como barbitúricos, verifica-se elevação da excreção. Por outro lado, 
ovos, carnes e pães acidificam a urina, tendo como conseqüência o aumento 
da excreção renal de anfetaminas e outros fármacos básicos (Trovato et al., 
1991; Basile, 1994). 
A natureza das diferentes interações pode apresentar os seguintes caminhos 
(Truswell, 1975): 
⦁ alguns nutrientes podem influenciar no processo de absorção de 
fármacos; 
⦁ alguns nutrientes podem alterar o processo de biotransformação de 
algumas substâncias; 
⦁ alterações na excreção de fármacos podem ocorrer por influência de 
nutrientes; 
⦁ fármacos podem afetar o estado nutricional; 
⦁ o estado nutricional pode interferir sobre o metabolismo de certos 
fármacos, diminuindo ou anulando seu potencial terapêutico ou 
aumentando seu efeito tóxico. 
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