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E-Book Completo_Patologia da Nutrição e Dietoterapia_CENGAGE_V2 (Versão Digital)

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PATOLOGIA DA NUTRIÇÃO 
E DIETOTERAPIA
ORGANIZADORAS MARIA IZABEL DE SOUZA TABOADA; GLENDA SIQUEIRA VIGGIANO CAMPOS
Patologia da Nutrição e Dietoterapia
GRUPO SER EDUCACIONAL
Patologia da nutrição e dietoterapia é um livro direcionado para estu-
dantes dos cursos da área de nutrição e correlatas.
Além de abordar assuntos triviais, o livro traz conteúdo sobre patologia da 
nutrição e dietoterapia, dietoterapia nas doenças cardiovasculares e endó-
crinas, doenças renais, alergias e intolerâncias alimentares, e dietoterapia 
na desnutrição infantil e para tratar erros inatos do metabolismo.
Após a leitura da obra, o leitor vai compreender sobre as modi�cações que 
devem ser realizadas nas dietas hospitalares para atender diversos tipos de 
pacientes, considerando a importância da individualidade; aprender sobre 
avaliação nutricional do paciente hospitalizado, considerando a importância 
de integrar diferentes métodos para um correto diagnóstico nutricional; 
entender como as escolhas alimentares e o estilo de vida estão diretamente 
envolvidos no desenvolvimento e agravamento das doenças cardiovascu-
lares e endócrinas abordadas; conhecer ferramentas e protocolos aplicados 
no contexto dietoterápico das enfermidades estudadas, como contagem de 
carboidratos, dietas DASH e mediterrânea, e modelo de algoritmo para 
tratamento da obesidade; saber os diferentes mecanismos de reações adver-
sas a alimentos; aprofundar o conhecimento sobre o manejo de alergias e 
intolerâncias; estudar a �siopatologia das formas graves de desnutrição 
energético-proteica infantil: marasmo e kwashiorkor, e muito mais.
Aproveite a leitura do livro. 
Bons estudos!
PATOLOGIA DA 
NUTRIÇÃO E 
DIETOTERAPIA
ORGANIZADORAS MARIA IZABEL DE SOUZA TABOADA; 
GLENDA SIQUEIRA VIGGIANO CAMPOS
gente criando futuro
I SBN 9786555581829
9 786555 581829 >
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
PATOLOGIA DA 
NUTRIÇÃO E 
DIETOTERAPIA
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. 
Diretor de EAD: Enzo Moreira
Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato 
Coordenadora de projetos EAD: Manuela Martins Alves Gomes
Coordenadora educacional: Pamela Marques
Equipe de apoio educacional: Caroline Guglielmi, Danise Grimm, Jaqueline Morais, Laís Pessoa
Designers gráficos: Kamilla Moreira, Mário Gomes, Sérgio Ramos,Tiago da Rocha
Ilustradores: Anderson Eloy, Luiz Meneghel, Vinícius Manzi 
 
Taboada, Maria Izabel De Souza.
 Patologia da nutrição e dietoterapia / . – São Paulo: Cengage – 2020.
 Bibliografia.
 ISBN 9786555581829
 1. Nutrição 2. Campos, Glenda Siqueira Viggiano. 
Grupo Ser Educacional
 Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro 
CEP: 50100-160, Recife - PE 
PABX: (81) 3413-4611 
E-mail: sereducacional@sereducacional.com
“É através da educação que a igualdade de oportunidades surge, e, com 
isso, há um maior desenvolvimento econômico e social para a nação. Há alguns 
anos, o Brasil vive um período de mudanças, e, assim, a educação também 
passa por tais transformações. A demanda por mão de obra qualificada, o 
aumento da competitividade e a produtividade fizeram com que o Ensino 
Superior ganhasse força e fosse tratado como prioridade para o Brasil.
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec, 
tem como objetivo atender a essa demanda e ajudar o País a qualificar 
seus cidadãos em suas formações, contribuindo para o desenvolvimento 
da economia, da crescente globalização, além de garantir o exercício da 
democracia com a ampliação da escolaridade.
Dessa forma, as instituições do Grupo Ser Educacional buscam ampliar 
as competências básicas da educação de seus estudantes, além de oferecer-
lhes uma sólida formação técnica, sempre pensando nas ações dos alunos no 
contexto da sociedade.”
Janguiê Diniz
PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL
Autoria
Maria Izabel de Souza Taboada
Graduação em Nutrição- Faculdade Arthur Sá Earp. Mestrado em Nutrição e Saúde – Universidade 
Federal de Goiás. Preceptora e docente em programa residência multiprofissional em Nutrição
Glenda Siqueira Viggiano Campos
Graduada em nutrição – Universidade Federal de Ouro Preto. Mestre em bioquímica metabólica e 
fisiológica – Universidade Federal de Ouro Preto.Doutora em bioquímica metabólica e fisiológica – 
Universidade Federal de Ouro Preto. Professora substituta de fisiologia – Universidade Federal de 
Minas Gerais
SUMÁRIO
Prefácio .................................................................................................................................................8
UNIDADE 1 - Patologia e dietoterapia ............................................................................................9
Introdução.............................................................................................................................................10
1 Fundamentos da Dietorterapia .......................................................................................................... 11
2. Dietas hospitalares ............................................................................................................................ 12
3. Antropomoetria ................................................................................................................................ 15
4. Parâmetros bioquímicos ................................................................................................................... 21
5. Terapias nutricionais ......................................................................................................................... 27
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................33
UNIDADE 2 - Dietoterapia nas doenças cardiovasculares e endócrinas...........................................35
Introdução.............................................................................................................................................36
1 Hipertensão artéria sistêmica ............................................................................................................ 37
2 Dislipidemias e aterosclerose ............................................................................................................. 38
3. Infarto agudo do miocárdio .............................................................................................................. 41
4 Insuficiência cardíaca ......................................................................................................................... 42
5. Diabetes mellitus .............................................................................................................................. 45
6 Obesidade e síndrome metabólica .................................................................................................... 47
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................53
UNIDADE 3 - Doenças renais, alergias e intolerâncias alimentares .................................................55
Introdução.............................................................................................................................................56
1 Doenças Renais .................................................................................................................................. 57
2 Patologia da nutrição e dietoterapia nas alergias eintolerâncias alimentares ..................................67
3 Intolerância alimentar ........................................................................................................................ 70
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................72
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................73
UNIDADE 4 - Dietoterapia na desnutrição infantil e para tratar erros inatos do metabolismo ........75
Introdução.............................................................................................................................................76
1 Desnutrição energético-proteica infantil ........................................................................................... 77
2 Síndrome de retroalimentação .......................................................................................................... 82
3 Erros inatos do metabolismo ............................................................................................................. 84
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................91
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................92
O livro Patologia da nutrição e dietoterapia traz ao leitor, além de informações 
básicas da área, o conteúdo parcialmente descrito a seguir em suas quatro unidades.
Dando início, a primeira unidade, Patologia da nutrição e dietoterapia, explica 
em que consiste a dietoterapia e quais são seus objetivos na prática clínica. O leitor 
aprenderá sobre prescrição dietética, dietas hospitalares, métodos para avaliação 
nutricional, e terapia nutricional.
A segunda unidade, Dietoterapia nas doenças cardiovasculares e endócrinas, 
apresenta a fisiopatologia e a terapia nutricional aplicada às principais doenças que 
afetam o sistema cardiovascular e endócrino. O papel das intervenções nutricionais 
e da mudança no estilo de vida na prevenção e tratamento de doenças, conceitos 
fundamentais e recomendações preconizadas para o manejo nutricional da hipertensão 
arterial sistêmica, dislipidemias e aterosclerose, infarto agudo do miocárdio, 
insuficiência cardíaca, transplante cardíaco, diabetes mellitus, obesidade e síndrome 
metabólica também são tratados nesta unidade.
Na sequência, a terceira unidade, Doenças renais, alergias e intolerâncias 
alimentares, apresenta as abordagens da nutrição no tratamento das doenças renais 
e os efeitos dessa doença sobre o estado nutricional. O leitor aprenderá, ainda, sobre 
intervenções dietéticas nos diferentes tipos de doença renal, avaliação nutricional, 
alergia e intolerância alimentar.
Concluindo a obra, a quarta e última unidade, Dietoterapia na desnutrição infantil e 
para tratar erros inatos do metabolismo, aborda a fisiopatologia e a terapia nutricional 
aplicada à desnutrição energético-proteica infantil, à síndrome de realimentação e à 
duas importantes doenças genéticas decorrentes de erros inatos do metabolismo. 
A leitura na íntegra deste livro faz que o leitor compreenda de forma simples os 
principais fundamentos da patologia da nutrição e da dietoterapia.
Agora é com você! Sorte em seus estudos!
PREFÁCIO
UNIDADE 1
Patologia e dietoterapia
Olá,
Você está na unidade Patologia e Dietoterapia. Conheça aqui o que é dietoterapia e seus 
objetivos na prática clínica. Veja com mais detalhes o que é prescrição dietética, sua 
importância e como deve ser elaborada. Aprenda sobre dietas hospitalares e suas diversas 
modificações, tanto de consistência quanto de nutrientes e ainda, as situações em que 
são aplicadas. Conheça os diferentes métodos para avaliação nutricional do paciente 
hospitalizado. Aprenda sobre terapia nutricional nas vias oral, enteral e parenteral.
Bons estudos!
Introdução
11
1 FUNDAMENTOS DA DIETORTERAPIA
Dietoterapia é a área da Nutrição que aplica o conhecimento de patologias para identificar 
necessidades nutricionais de indivíduos enfermos. Através de avaliação minuciosa, ela busca 
elaborar planos alimentares para prevenir doenças ou agravos, recuperar ou manter o estado 
nutricional e auxiliar no tratamento. Pode ainda ser um tratamento único ou fazer parte do plano 
terapêutico.
O principal objetivo da dietoterapia é oferecer aos indivíduos nutrientes adequados para 
recuperar ou manter o estado nutricional atendendo necessidades nutricionais, metabólicas, 
físicas, psicológicas e sociais. São também objetivos da Dietoterapia promover educação 
nutricional, prevenir e tratar carências nutricionais
Princípios para a prescrição dietoterápica
A prescrição dietoterápica é atividade privativa do nutricionista conforme resolução do 
Conselho Federal de Nutricionistas (CFN), nº304/2003. Sua elaboração se dá com base em diretrizes 
estabelecidas para diagnóstico nutricional, de acordo com dados clínicos, antropométricos, 
bioquímicos e dietéticos.
Ainda conforme resolução acima mencionada, ao elaborar a prescrição dietoterápica o 
nutricionista deve considerar o indivíduo como um todo, respeitando condições clínicas, sociais 
e religiosas, respeitando a bioética. Além disso, é necessário considerar laudos, diagnósticos e 
pareceres da equipe multiprofissional que sejam pertinentes ao tratamento do indivíduo.
Para elaboração da prescrição dietética é necessário definir:
Via de alimentação (oral, enteral, parenteral);
VET calculado a partir de dados clínicos e antropométricos;
Determinar proporção de macronutrientes: carboidratos, proteínas e lipídios;
Identificar necessidades nutricionais específicas a partir de dados bioquímicos, clínicos e 
demandas pertinentes da equipe multiprofissional;
Consistência da dieta;
Mudanças na composição química da dieta.
12
2. DIETAS HOSPITALARES
As dietas hospitalares são elaboradas de acordo com estado nutricional do indivíduo e devem 
garantir os nutrientes necessários para recuperação e manutenção do estado nutricional. Para 
isso, são necessárias modificações que podem ser tanto na consistência como composição, de 
acordo com relação abaixo.
Quanto às modificações na consistência, são dietas indicadas para adaptações mecânicas 
(mastigação, por exemplo), para trazer maior conforto na fase de baixa aceitação ou ainda, em 
fases de transição, como pós-operatórios e retirada de sonda enteral ou parenteral. Veja a seguir 
suas classificações:
Livre ou geral
Não apresenta modificações, distribuição de macronutrientes, normocalórica, normoprotéica, 
normolipídica. Indicada para pacientes sem restrições, que possuem funções gastrintestinais 
preservadas. São oferecidos alimentos de todos os grupos: arroz e cereais, pães, grãos e leguminosas, 
leite e derivados, frutas e legumes, carnes, ovos, óleos e gorduras, açúcar com moderação.
Branda
Possui fibras e tecido conjuntivo abrandados por meio de cocção ou subdivisão, distribuição 
de macronutrientes normocalórica, normoprotéica e normolipídica. Indicada para pacientes 
em transição para dieta livre, em pós operatórios, alterações em mastigação, deglutição e para 
facilitar digestão. São oferecidos alimentos de todos os grupos, sendo legumes cozidos, carnes 
cozidas ou grelhadas, frutas macias ou purês, pães, biscoitos, bolos, líquidos em geral. Não são 
oferecidas frituras.
Pastosa
Alimentos em forma de purês e com consistência pastosa obtida por cocção ou processos 
mecânicos, distribuição de macronutrientes, normocalórica, normoprotéica e normolipídica. 
Indicada com finalidade de facilitar mastigação e deglutição, em pré e pós-operatórios. São 
oferecidos alimentos em forma de purês, cremes, vitaminas, mingaus, carnes batidas ou desfiadas 
com molho, arroz papa.
FIQUE DE OLHO
Toda prescrição deve ser registrada em prontuário e deve conter data, valor energético total, 
consistência,macro e micronutrientes relevantes para o caso, fracionamento, assinatura e 
carimbo com número da inscrição no conselho. 
13
Líquida
Alimentos de consistência liquida ou liquidificados, a composição de macronutrientes varia 
conforme cardápio e necessidades. Indicada para pré e pós-operatórios, transição de dietas, 
alterações do trato gastrintestinal, repouso digestivo. São oferecidos mingaus, sopas liquidificadas, 
caldos de carne e legumes, vitaminas, leite, iogurte, pudim, sorvete, sucos.
Líquida restrita
Líquidos com pouco valor nutricional, sem resíduos. Indicada para hidratação, respouso 
intestinal, pré e pós-operatórios, preparo para exames (colonoscopia, endoscopia). São oferecidos, 
suco de frutas coados, gelatina diet, caldos de legumes ou carnes coados, chás com adoçante, 
água de coco. Por ser uma dieta de transição e pobre nutricionalmente tem período curto de uso. 
Quanto a modificações na composição química, são dietas que necessitam de ajustes na oferta de 
um ou mais nutrientes para auxiliar na recuperação da doença e do estado nutricional.
Hipercalórica
Dieta com maior valor calórico indicada em casos de aumento de necessidade energética, 
como gestação, lactação, desnutrição, trauma, doenças catabolizas (câncer, doenças pulmonares, 
entre outras), alguns pré e pós-operatórios. É composta pelos alimentos da dieta livre, com 
aumento de porções ou suplementos.
Hiperprotéica 
Dieta com maior oferta de alimentos fontes de proteína para suprir necessidade aumentada. 
Indicada em casos de desequilíbrio do balanço nitrogenado, desnutrição, doenças catabólicas, 
pré e pós-operatórios. É composta pelos alimentos da dieta livre, com aumento da oferta de 
carne, ovos, leite e derivados ou suplementos proteicos. 
Hipoprotéica 
Dieta com baixo teor de proteínas para indivíduos com necessidade reduzida. Indicada no 
tratamento não dialítico da doença renal e em doenças onde é necessário reduzir produtos do 
metabolismo proteico (ureia e creatinina). São ofertados os alimentos da dieta livre, porém com 
diminuição das porções de alimentos proteicos. 
Hipossódica 
Dieta com reduzido teor de sódio, que pode variar, sendo comum utilização de 2g de cloreto 
de sódio ao dia. Indicada para pacientes com hipertensão arterial, doenças cardíacas e renais. 
Segue o padrão da dieta livre, com redução de sal nas preparações e evitam-se alimentos 
14
industrializados que possuem sódio em sua produção.
Hipolipídica 
Dieta com redução de lipídios é normocalórica e normoprotéica, indicada em doenças 
hepáticas, pancreáticas, da vesícula biliar e dislipidemias. São ofertados alimentos com reduzido 
teor de gorduras como leite e derivados desnatados, corte de carnes magros, menor quantidade 
de óleos no preparo dos alimentos.
Laxativa
Dieta com maior oferta de alimentos fonte de fibras. É indicada para regularizar a função 
intestinal e melhorar equilíbrio da microbiota. Os alimentos refinados são substituídos por 
integrais e são oferecidos legumes e frutas laxativos, além do aumento da oferta hídrica.
Obstipante
É uma dieta pobre em fibras e resíduos, com características da dieta branda. É indicada para 
casos de diarreia, algumas doenças intestinais, transplante de medula óssea e preparo de exames. 
São ofertados alimentos macios, cozidos, com baixo teor de gordura, preparações isentas de 
sacarose, frutas sem a casca, não são ofertados legumes crus.
Dieta para diabetes
Normocalórica, normoprotéica, normolipídica, isenta de sacarose, com maior oferta de 
fibras e grãos integrais e reduzida em gordura saturada. É indicada para casos de diabetes ou 
necessidade de controle glicêmico.
Vale lembrar que pode haver outras variações e composições que são padronizados conforme 
a necessidade de diferentes instituições e também da demanda individual do paciente.
FIQUE DE OLHO
Desnutrição iatrogênica é um termo utilizado para caracterizar a desnutrição decorrente 
de ingestão ou recuperação nutricional inadequadas durante a internação hospitalar. Possui 
alta prevalência conforme será visto a seguir. No sentido de prevenir e recuperar pacientes, 
existem diversas recomendações e diretrizes. Este artigo instrui em 11 passos formas de 
evitar a desnutrição hospitalar.
15
2.1 Avaliação do estado nutricional de pacientes hospitalizados
A função da avaliação nutricional é identificar distúrbios a fim de realizar intervenção 
nutricional adequada para recuperação e manutenção da saúde. No meio hospitalar, tem 
o objetivo de diagnosticar precocemente a desnutrição e monitorizar o estado nutricional. 
Pacientes hospitalizados são mais vulneráveis à desnutrição, que ocorre frequentemente neste 
ambiente e é muitas vezes negligenciada. Dados de estudo IBRANUTRI mostram que a taxa de 
desnutrição iatrogênica é em torno de 50% em adultos.
É de suma importância detectar um quadro de desnutrição, pois uma vez instalado, 
dependendo da gravidade é difícil de ser revertido pelas complicações envolvidas. São elas, 
risco de complicações cirúrgicas e infecciosas, desenvolvimento de lesões por pressão, atraso 
no processo de cicatrização, maior tempo de ventilação mecânica pela falência de músculos 
respiratórios.
Não existe um padrão único para avaliação nutricional dos pacientes hospitalizados, pois suas 
complicações clínicas são muito variáveis. Por isso combinam-se métodos objetivos e subjetivos.
Figura 1 - Avaliação nutricional 
Fonte: Elaborada pela autora, 2020
#ParaCegoVer: A imagem mostra uma tabela de duas colunas e cinco linhas apresentando 
métodos objetivos combinados com métodos subjetivos.
3. ANTROPOMOETRIA
Antropometria é a medida do tamanho corporal e de suas proporções. Ela é utilizada para 
avaliar a composição corporal total e suas regiões, que podem refletir riscos à saúde. A avaliação 
antropométrica é fundamental para uma avaliação adequada, para com isso estabelecer o 
prognóstico nutricional e proporcionar ao paciente tratamento dietético específico e acompanhar 
sua evolução clínica e nutricional.
3.1 Peso
O peso é a soma de todos os compartimentos corporais e representa o equilíbrio energético do 
indivíduo, aonde mudanças refletem alterações desse equilíbrio. A perda de peso não intencional 
16
maior que 10% em um período de 6 meses é um indicador de prognóstico clínico. É recomendado 
que todos os pacientes ao ser admitidos em hospital tenham o peso registrado pois seu valor 
auxilia a prever risco nutricional. Alguns dos tipos de mensuração do peso são:
Peso atual
Aferido em balança antropométrica calibrada, com o indivíduo de pé, no centro da balança, 
descalço e de roupas leves.
Peso usual
Utilizado quando não é possível aferir o peso atual ou que é considerado normal quando o 
indivíduo está hígido.
Peso ideal ou teórico
Obtido por meio do valor do índice de massa corporal (IMC), utilizando-se a seguinte fórmula: 
Peso ideal = IMC desejado X (estatura)2
Peso ajustado
Peso ideal corrigido para determinação de necessidade de energia e proteínas quando a 
adequação do peso foi inferior a 95% ou superior a 115%; é útil em pacientes desnutridos e 
sobrepeso, por exemplo. É obtido por meio da seguinte fórmula: Peso ajustado = (peso ideal – 
peso ajustado) x 0,25 + peso atual
Estimativa de peso
Circunstâncias como trauma, sepse, nível de consciência podem dificultar a aferição do peso 
atual do paciente.
Desta forma, pode-se estimar o peso por meio das Equações de Chumlea
Figura 2 - Equações de Chumlea 
Fonte: CHUMLEA et al., 1985 (Adaptado).
#ParaCegoVer: A imagem ilustra os cálculos das equações de Chumlea para mulheres e para 
homens.
17
Correção para amputações
Correção para amputações: Para corrigir o peso ideal de amputados subtrai-se o peso da 
extremidade amputada do peso ideal calculado.
Percentual de perda de peso
É uma informação importante para avaliar a gravidade do problema de saúde. A perda de 
peso tem grande correlação com mortalidade.
Figura 3 - Significado da perda de peso em relação ao tempo 
Fonte: CUPPARI,2005 (Adaptado).
#ParaCegoVer: A imagem mostra uma tabela de três colunas e seis linhas apresentando o 
significado da perda de peso como significativa ou grave, relacionada ao tempo em que a perda 
demorou para ocorrer.
3.2 Estatura
A estatura é medida é medida em estadiômetro ou antropômetro. O indivíduo deve ficar 
de pé com a coluna reta, pés unidos, olhos fixos no horizonte e braços estendidos ao longo do 
corpo. A estatura é utilizada associada com o peso para determinar o IMC e também reflete 
alterações corporais crônicas. Alguns métodos alternativos podem ser utilizados quando não o 
uso do estadiômetro não for possível.
A altura do joelho é a medida com o indivíduo em posição supina ou sentado próximo da 
extremidade de uma cadeira com o joelho flexionado em ângulo de 90º, o comprimento medido 
vai do calcanhar à superfície anterior da perna na altura do joelho, de acordo com o gênero, 
conforme equações propostas por Chumlea. Essa técnica é indicada principalmente para 
utilização em idosos.
18
Figura 4 - Fórmula para a estimativa da estatura a partir da altura do joelho 
Fonte: CUPPARI, 2005 (Adaptado).
#ParaCegoVer: A imagem mostra uma tabela de duas colunas e duas linhas apresentando 
uma fórmula para cada sexo para estimativa da estatura a partir da altura do joelho.
A extensão dos braços é calculada com os braços estendidos, formando um ângulo de 90º com 
o corpo, mede-se a distância entre dos dedos médios das mãos utilizando-se uma fita métrica. 
A medida obtida corresponde à estimativa da altura do paciente. Já a estatura recumbente é 
calculado com o indivíduo em posição supina e em leito horizontal completo. Em um lençol 
marcam-se a altura da extremidade da cabeça e da base do pé do lado direito, depois se mede a 
distância entre esses dois pontos com fita métrica.
O Índice de Massa Corporal (IMC) é um indicador simples de estado nutricional que utiliza 
peso e altura para estimar tecido adiposo. Embora não seja capaz de distinguir gordura corporal 
de massa magra e da presença de edemas, é um dos indicadores mais importantes no diagnóstico 
nutricional. O IMC deve ser interpretado com cautela, associados a outros parâmetros sempre 
que possível. 
3.3 Circunferências
As circunferências representam a soma das áreas muscular, gordurosa e óssea. São medidas 
simples e de baixo custo. Utiliza-se fita métrica não elástica ou trena, evitando compressão do 
tecido. São feitas medidas seriadas e é importante que sejam pelo mesmo observador. As mais 
utilizadas na prática clínica, são as circunferências do braço, cintura, coxa e panturrilha, pois são 
sensíveis às mudanças corporais por curtos períodos de tempo. Este método tem limitações, 
como por exemplo, a distribuição de gordura corporal, que é variável entre indivíduos, pode ser 
influenciada por presença e edemas e necessita experiência do observador.
A circunferência do braço é a soma dos tecidos ósseo, muscular e adiposo. É sensível para 
indicar estado nutricional utilizando-se tabelas e equações. A circunferência muscular do braço 
avalia a reserva de tecido muscular com as medidas da circunferência do braço e da dobra 
cutânea tricipital, por meio de equação para estimativa e interpretação de dados, utilizando-se a 
tabela de Frisancho:
19
Figura 5 - Conferência muscular do braço (CBM)
A circunferência da cintura é um indicador de adiposidade abdominal e risco cardiovascular. 
É importante identificar a distribuição de gordura, pois a obesidade abdominal (androide) está 
ligada ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares e metabólicas.
3.4 Dobras cutâneas
As dobras cutâneas são medidas para estimar a quantidade de tecido adiposo subcutâneo, 
que é diretamente relacionado à gordura corporal total. São bons indicadores de mudanças no 
tecido adiposo em longo prazo. É um método não invasivo, de baixo custo, aplicado utilizando-se 
um adipômetro. São medidas as dobras cutâneas bicipital, tricipital, subescapular, supra ilíaca, 
peitoral e abdominal.
A dobra cutânea tricipital é a mais utilizada na prática clínica para monitoramento do estado 
nutricional. Considera-se que a região do tríceps é a mais representativa da camada subcutânea 
de gordura.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
3.5 Composição corporal
O estudo da composição corporal é de fundamental importância para prescrição dietética e 
avaliação de indivíduos e populações. A avaliação da composição corporal permite diagnosticar 
possíveis anormalidades para com isso obter maior eficiência nas intervenções nutricionais.
20
A massa corporal humana é dívida em dois grupos, massa gordurosa e massa magra. A 
gordura é o componente mais variável do corpo, pode ser diferente entre mesmo sexo, idade, 
peso e altura. Em mulheres o conteúdo de gordura é maior do que em homens, sendo 26,9% do 
peso corporal total em mulheres e 14,7% em homens.
A gordura corporal encontra-se em dois locais de reserva, o primeiro, chamado gordura 
essencial é a gordura presente na medula dos ossos, coração, pulmões, fígado, baço, rins, 
intestinos. Músculos e tecidos ricos em lipídios localizados no sistema nervoso central. Essa 
gordura é necessária para as funções fisiológicas do organismo. O outro depósito é chamado de 
gordura de reserva ou não essencial, é constituído por pela gordura acumulada no tecido adiposo, 
inclui os tecidos adiposos que protegem os órgãos internos de traumas e também, em maior 
volume o tecido adiposo localizado na superfície abaixo da pele (subcutâneo). O componente 
livre de gordura, chamado de massa magra é baseado na proporção de água, minerais, músculos, 
matéria orgânica e a quantidade de lipídios essenciais.
Os métodos utilizados para avaliar a composição corporal podem ser diretos (dissecção 
macroscópica e extração lipídica, feitos em cadáveres) e indiretos (densitometria, absorciometria 
radiológica de dupla energia (DEXA), ultrassom, tomografia computadorizada, ressonância 
magnética). Entretanto, eles apresentam custo elevado, requerem locais apropriados, alta 
tecnologia e avaliadores especializados. Estes fatores os tornam limitados para aplicação na 
prática clínica. Os métodos duplamente indiretos, como bioimpedância elétrica e antropometria 
são de fácil utilização, não são invasivos e possuem baixo custo.
O método da Bioimpedância elétrica é baseado no princípio da condutividade elétrica para 
estimativa de compartimentos corpóreos. A impedância, resultante da resistência à reatância 
ao fluxo elétrico se relaciona com o volume do corpo como condutor. Os tecidos magros são 
altamente condutores de corrente elétrica pela grande quantidade de água e eletrólitos, já a 
gordura e os ossos são pouco condutores. A avaliação é feita com o paciente deitado com as 
pernas afastadas e os braços paralelos, afastados do corpo. São colocados eletrodos em locais 
específicos da mão e do pé do lado dominante. Por meio de eletrodos distais é introduzida uma 
corrente elétrica imperceptível que é captada pelos eletrodos proximais. Desta forma, os valores 
de reatância e resistência são utilizados para determinação de água corporal, massa magra e 
gordura corporal por meio de cálculos fornecidos pelo software dos fabricantes. A bioimpedância 
é um método confiável e reconhecido por pesquisadores, inclusive para verificar estado 
de hidratação de indivíduos. Sua limitação é que os resultados podem ser influenciados pela 
alimentação, ingestão de líquidos, desidratação, presença de edemas, uso de diuréticos e ciclo 
menstrual.
As circunferências podem ser utilizadas na avaliação da gordura corporal total, por meio de 
aferição com fita métrica inelástica e tabelas de conversão. Para mulheres adultas utilizam-se as 
21
circunferências da cintura, coxa e panturrilha; para mulheres jovens cintura, coxa e antebraço; 
quadril, cintura e antebraço para homens adultos e braço, cintura e antebraço para homens 
jovens.
As dobras cutâneas são utilizadas para estimar a gordura corporal total. Vários locais podem 
ser utilizados, porém,sugere-se que com a medida das 4 dobras (tricipital, bicipital, subescapular 
e supra ilíaca) a chance de erro é diminuída. As dobras cutâneas devem ser utilizadas para avaliar 
a gordura subcutânea em indivíduos baixo peso, eutróficos e moderadamente obesos. O uso 
deste método possui algumas limitações, entre elas está a consistência do tecido adiposo e a 
elasticidade da pele, que variam a pressão aplicada sobre o adipômetro. Além disso, as medidas 
estão sujeitas a importante margem de erro. É possível encontrar diferenças significativas em 
um mesmo ponto, mesmo quando a pessoa que realiza as medidas possui experiência. O erro 
maior está na localização incorreta do tecido a ser medido. Se a equipe observadora padronizar 
os procedimentos de medida, a margem de erro pode ser diminuída.
4. PARÂMETROS BIOQUÍMICOS
Os parâmetros bioquímicos são úteis na avaliação nutricional pois permitem detectar 
deficiências nutricionais antes de suas manifestações clínicas. Os estágios fisiológicos e clínicos 
se apresentam na seguinte sequência quando o consumo alimentar de um ou mais nutrientes é 
inadequado:
1. Adaptação à menor ingestão de nutrientes, diminuindo sua excreção;
2. Manifestação de alterações bioquímicas ou hematológicas, que mostram piora nas funções 
celulares ou depósitos de nutrientes;
3. Manifestação clínica da deficiência nutricional, com sinais clínicos visíveis.
A validade dos exames laboratoriais pode sofrer interferência de fatores como idade, sexo, 
estado fisiológico, estado emocional, algumas medicações, jejum não realizado ou incorreto e tipo 
de análise realizada. Por estas razões a avaliação nutricional por exames bioquímicos não deve 
ser considerado parâmetro isolado. O método mais apropriado para elaboração do diagnóstico 
e intervenção nutricional é a combinação de dados antropométricos, de consumo alimentar e 
achados laboratoriais.
Os exames bioquímicos utilizados para avaliação do estado nutricional podem ser divididos em 
três blocos: avaliação da massa muscular, estado nutricional proteico e avaliação da competência 
imunológica.
22
4.1 Avaliação da massa muscular pelo índice de creatina/altura
O músculo é a maior reserva de proteína do organismo. A creatina está localizada em 98% 
do tecido muscular e é sintetizada em vários órgãos (fígado, pâncreas, cérebro, baço, glândula 
mamária e principalmente rins). Seu produto de degradação (metabólito) é a creatinina. A 
diminuição do volume muscular é uma característica da desnutrição energético-proteica e sua 
estimativa é valiosa no diagnóstico nutricional.
Considerando-se que a creatinina é 100% excretada na urina, a dosagem e creatinina urinária 
de 24h é utilizada como parâmetro para identificar condições da massa muscular. Para o cáculo é 
utilizada a seguinte fórmula:
ICA (%) = creatina urinária de 24 h (mg) X 100
 creatina urinária ideal (mg)
Sendo:
80-90% = depleção leve
60-80% = depleção moderada
< 60% = depleção grave.
Embora seja um método útil, possui limitações: não deve ser usado em presença de doenças 
renais e na fase aguda de traumas, é influenciado pela ingestão proteica e atividade física intensa; 
e ainda, para que seja válido é fundamental que haja precisão na coleta na urina de 24 horas, pois 
em uma coleta com erro de apenas 15 minutos o resultado pode ser alterado.
4.2 Estado nutricional de proteínas
Quando a depleção proteica é muito severa, as concentrações de proteínas plasmáticas 
diminuem, assim como os percentuais de proteínas viscerais. A queda na concentração dessas 
proteínas indica diminuição da síntese de proteínas pelo fígado, devido à limitada oferta de 
substrato energético e proteico, que estão associados à desnutrição. Entretanto, é importante 
entender que diversos fatores podem alterar a concentração de proteínas séricas, como variações 
no estado de hidratação, infecções, inflamação, aumento do catabolismo, doenças hepáticas.
23
Figura 6 - Principais proteínas plasmáticas utilizadas na avaliação nutricional 
Fonte: CUPPARI, 2005 (Adaptado).
#ParaCegoVer: A imagem mostra uma tabela de cinco colunas e seis linhas apresentando as 
principais proteínas plasmáticas utilizadas para a avaliação nutricional.
4.3 Avaliação da competência imunológica
Existe uma relação complexa entre nutrição e imunidade devido aos efeitos dos nutrientes 
no sistema imunológico. A carência de nutrientes específicos como aminoácidos, vitaminas, 
zinco, ferro, outros minerais e ácidos graxos é acompanhada por diversas alterações no sistema 
imunológico, refletindo em repostas imunes. A depressão da imunidade é observada a medida 
que um quadro de desnutrição progride. Desta forma, a avaliação da função imunológica auxilia 
na identificação de alterações nutricionais.
Os testes imunológicos mais utilizados na avaliação do estado nutricional são a contagem 
total de linfócitos e testes de hipersensibilidade cutânea. Veja a seguir suas definições:
Contagem de linfócitos ou linfocimetria glogal
Representa o estado de imunidade celular e sofre influências não nutricionais, como a 
anestesia utilizada em cirurgias (nível retorna ao normal em 48h). É o número de linfócitos por 
mm³ encontrados no sangue, o valor 3 mínimo é 1500/mm³.
Teste de hipersensibilidade cutânea tardia
Injeção intradérmica de antígenos de memória e realiza-se a leitura em 24 a 48h. Caso o 
resultado seja uma enduração maior que 5 mm a reposta é considerada positiva, este método 
sofre influência da doença de base, portanto não é confiável na avaliação e monitorização do 
estado nutricional, entretanto apresenta bom valor prognóstico.
24
4.4 Monitorização da terapia nutricional
Depois de realizado o diagnóstico nutricional, a conduta tomada precisa ser periodicamente 
avaliada. A excreção urinária de nitrogênio é utilizada para avaliar a adequação e direcionar o 
tratamento nutricional. Quando o nitrogênio diário total excretado na urina é igual ao nitrogênio 
liberado no metabolismo das proteínas considera-se que o indivíduo está em balanço neutro. 
Quando a ingestão de nitrogênio é maior que a excreção, considera-se balanço positivo, ou seja, 
o anabolismo é maior que o catabolismo de proteínas. O balanço positivo ocorre na gestação, 
períodos de crescimento, e na formação de novos tecidos, como em casos de cirurgias ou mesmo 
desnutrição prolongada. Quando a excreção de nitrogênio é maior que a ingestão, considera-se 
que o indivíduo está em balanço nitrogenado negativo, ou seja, o catabolismo está maior que o 
anabolismo de proteínas. Essa situação ocorre quanto a quantidade de proteína ingerida não é 
suficiente para suprir as necessidades do indivíduo. O balanço nitrogenado é calculado utilizando-
se a seguinte fórmula:
Ingestão proteica 24h (g) ÷ 6,25 – nitrogênio urinário 24 horas (g) + 4g
A limitação deste método é que não deve ser realizado em pacientes com doença renal 
ou doenças que apresentem perdas maiores de nitrogênio pela presença de diarreia, fístulas, 
trauma, entre outros.
4.5 Inquéritos alimentares
Os inquéritos alimentares são úteis para análise quantitativa da ingestão de energia e 
nutrientes, a avaliação do consumo de alimentos ou grupos alimentares e a avaliação do padrão 
alimentar individual. Os métodos de avaliação do consumo alimentar podem ser divididos em dois 
grupos: retrospectivos e prospectivos. Os primeiros incluem recordatório 24 horas, questionário 
de frequência alimentar e história dietética. O principal método prospectivo é o registro alimentar 
estimado e pesado, porém, não é utilizado em pacientes hospitalizados.
No recordatório 24 horas, é pedido ao indivíduo que descreva todos os alimentos e bebidas 
ingeridos nas últimas 24 horas, com horários e quantidades, que geralmente são em medidas 
caseiras. Este método é fácil, rápido, tem baixo custo, pode ser aplicado às pessoas de baixa 
escolaridade, não afeta a dieta atual e pode ser usado para estimar o valor energético da 
dieta. Suas limitações são depender da memória do entrevistado,a ingestão nas últimas 24 
horas que pode ter sido atípica, não fornece dados quantitativos precisos, pode ocorrer sub ou 
superestimação.
A aplicação deste método requer treinamento do entrevistador, no sentido de evitar 
questionar alguns alimentos, mostrar espanto ou sinais de aprovação e desaprovação, não induzir 
o entrevistado, verificar ingestão de bebidas e se aquele foi um dia atípico.
25
O questionário de frequência alimentar consiste em uma lista definida de alimentos ou 
grupos alimentares em que o entrevistado indica a frequência em um período de tempo (diário, 
semanal, quinzenal, mensal). O número e o tipo de alimentos presentes na lista variam de acordo 
com o objetivo da avaliação. Este questionário fornece dados qualitativos sobre o consumo 
alimentar, não são fornecidos dados quantitativos. Existe o questionário de frequência alimentar 
semiquantitativo, em que as porções dos alimentos são estimadas em medidas caseiras. É um 
método de baixo custo, pode descrever padrões alimentares, pode ser auto aplicado e utilizado 
para estudos epidemiológicos da associação de nutrientes específicos com doenças crônicas. 
Suas desvantagens são: não ser possível saber sobre a circunstância e horário em que o alimento 
foi consumido, pode ocorrer subestimação já que nem todos os alimentos consumidos podem 
constar na lista.
O diário ou registro alimentar é o método prospectivo em que o indivíduo registra no 
momento do consumo os alimentos e bebidas ingeridos em um período que pode variar de um 
dia a uma semana. As quantidades são registradas em medidas caseiras e depois convertidas em 
gramas. Dentre suas vantagens estão maior acurácia e precisão nas quantidades, não depende 
de memória, identifica os tipos de alimentos e os horários das refeições. Algumas desvantagens 
são: pode interferir no padrão alimentar, exige que o indivíduo saiba ler e escrever, é comum a 
subestimação e requer alto nível de colaboração e motivação.
4.6 Avaliação subjetiva global (ASG)
A avaliação subjetiva global (ASG) identifica precocemente risco nutricional em pacientes. A 
primeira ASG foi desenvolvida para pacientes cirúrgicos, porém vem sendo amplamente utilizada 
em diferentes condições clínicas. A avaliação baseia-se na história clínica e exame físico. É um 
método simples, de baixo custo e que pode ser realizado à beira do leito. Identifica perdas de peso 
importantes, capacidade funcional (atividades de rotina que foram interrompidas), presença se 
sinais gastrintestinais (significativos se ocorrem diariamente por 2 a 3 semanas), avalia também 
por observação perdas de reserva muscular e gordurosa. Segue abaixo exemplo de ASG.
26
Figura 7 - Avaliação subjetiva global 
Fonte: DETSY et al., 1987 (Adaptado).
#ParaCegoVer: A imagem mostra um modelo de Avaliação Subjetiva Global do estado 
nutricional.
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27
5. TERAPIAS NUTRICIONAIS
A Terapia Nutricional Oral consiste na administração de nutrientes por meio de alimentação 
adequada e quando necessário, suplementos nutricionais para a prescrição de dietas orais é 
necessário que o trato gastrintestinal esteja íntegro, com condições de digerir e metabolizar os 
nutrientes. Os alimentos precisam ser adequados à doença, distribuídos de forma equilibrada 
e de acordo com as recomendações específicas. Ao elaborar a prescrição dietética e também 
o cardápio, além da adequação do ponto de vista fisiológico, é importante que a alimentação 
ofertada atenda aos sentidos e ao prazer em comer, respeitando hábitos regionais saudáveis e 
suprindo necessidades individuais.
5.1 Terapia Nutricional Enteral (TNE)
A alimentação via trato gastrintestinal é a forma mais eficiente de nutrir o paciente quando 
suas funções de digestão e absorção funcionam, mas quando não é possível suprir o aporte 
nutricional adequado, a Terapia Nutricional Enteral (TNE) deve ser considerada. Ela é utilizada 
como via única de alimentação ou associada à via oral quando a ingestão é insuficiente. Fornece 
ainda nutrição adequada em casos de doenças crônicas, desnutrição, condições neurológicas, 
disfagia, queimaduras, traumas e alguns tipos de câncer.
A TNE pode ser indicada em duas situações: em caso de risco de desnutrição por ingestão 
oral insuficiente, provendo de 2/3 a 3/ 4 das necessidades nutricionais diárias; ou o trato 
gastrintestinal está total ou parcialmente funcionaste, mas a ingestão pela via oral não é possível. 
Seguem abaixo alguns exemplos de indicação da nutrição enteral:
• Impossibilidade de alimentação, em casos de inconsciência, anorexia nervosa, lesões 
orais, acidente vascular cerebral (AVC), neoplasias, doenças neurológicas;
• situações em que a alimentação via oral causa desconforto, como doença de Crohn, coli-
te ulcerativa, pancreatite, quimioterapia, neoplasia no trato gastrintestinal;
• disfunção no trato gastrintestinal, como as síndromes de má absorção, síndrome do in-
testino curto, fístulas.
As complicações em TNE são relativas e temporárias, porém é necessário que haja 
conhecimento e seguimento cuidadoso do paciente, assim como da reavaliação frequente das 
metas da terapia nutricional. São complicações da terapia de nutrição enteral:
• Disfunção do trato gastrintestinal que requeira descanso intestinal;
• Vômitos e diarreia incoercíveis;
• Fístulas digestivas de alto débito (>500 ml/dia);
28
• Hemorragia gastrintestinal severa;
• Pancreatite aguda grave;
• Obstrução mecânica do trato gastrintestinal;
• Doença terminal;
• Expectativa de uso menor do que 5 a 7 dias para pacientes desnutridos ou 7 a 9 dias para 
pacientes bem nutridos.
Após a decisão de iniciar a TNE, é preciso considerar o tempo estimado em que será necessária 
para definir a melhor via de acesso, para isso deve-se avaliar o estado geral do paciente, integridade do 
trato gastrintestinal e funções de motilidade gástrica e intestinal. O acesso gástrico é utilizado quando 
o estômago possui suas funções e na ausência de retardo no esvaziamento, obstrução ou fístula. O 
posicionamento intestinal (duodeno ou jejuno) é indicado na presença de retardo no esvaziamento 
gástrico, gastroparesia, obstrução, pancreatite e quando há risco de refluxo e aspiração.
A TNE é considerada de curta duração quando o tempo previsto para uso é menor do que seis 
semanas. Nesse caso, utilizam-se sondas nasoenterais, que podem ter posicionamento gástrico, 
duodenal ou jejunal. O uso além de seis semanas não é indicado, pois podem causar complicações 
infecciosas para os pacientes.
A terapia nutricional por estomias (gástrica ou jejunal) é indicada para pacientes impedidos, 
temporariamente ou definitivamente, de se alimentar por via oral, quando o tempo estimado 
para uso é superior a seis semanas, em casos de disfunção na deglutição, neoplasias obstrutivas 
do trato gastrintestinal, entre outros. A inserção deste tipo de acesso é realizada por meio de 
cirurgia aberta ou percutânea. 
5.2 Administração da TNE
Os métodos de administração da NE podem ser intermitentes, em bolos ou contínuo. Veja a 
seguir suas definições:
Administração intermitente 
Utiliza a força da gravidade, volume de 50 a 500 ml de dieta administrada por gotejamento, 
durante 2 a 4 horas, precedida e seguida por irrigação da sonda enteral com 20 a 30 ml de água 
potável.
Administração em bolos
Infusão de 100 a 350 mL com seringa por impulsionamento lento no estômago, precedida e 
seguida por irrigação da sonda enteral com 20 a 30 ml de água potável.
29
Administração contínua
Uso de bomba de infusão, 25 a 150 ml/h, por 20 a 24h, interrompida a cada 4-6 horas para 
irrigação da sonda com 20-30 ml de água potável.
5.3 Complicações da TNE
A TNE pode apresentar complicações, que quando conhecidas são tratáveis ou podem 
ser prevenidas com a adequada monitorização dos pacientes. As complicações podem ser 
classificadas em gastrintestinais, metabólicas, mecânicas, infecciosas, respiratórias e psicológicas. 
Veja abaixo quais os sinais ajudam a diagnosticá-las:Gastrointestinais
Náuseas; vômitos; diarreia/obstipação; Distensão abdominal, cólicas, empachamento, 
flatulência.
Metabólica
Hiperidrataçao/desidratação; Hiperglicemia/hipoglicemia; Alterações de eletrólitos e 
elementos traço.
Mecância
Erosão nasal e necrose; obstrução da sonda; saída ou migração acidental; faringite.
Infecciosas
Gastroenterocolites por contaminação microbiana no preparo ou na administração da fórmula
Respiratórias
Aspiração pulmonar ou pneumonia infecciosa.
Psicológicas
Ansiedade; depressão; falta de estímulo alimentar; monotonia alimentar.
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5.4 Terapia de nutrição parental
A terapia de nutrição parental é a forma de nutrir um indivíduo quando o trato gastrintestinal 
não está em condições de realizar a digestão e metabolismo de nutrientes. Consiste na 
administração de solução estéril contendo todos os nutrientes necessários por vias que não são 
do trato gastrintestinal. Pode ser de dois tipos:
Nutrição parenteral periférica: A solução parenteral é administrada em veias menores, 
como mão ou antebraço. Indicada para períodos curtos, de 7 a 10 dias, em geral não atinge as 
necessidades do paciente e funciona como complemento;
Nutrição parenteral central ou total: A solução parenteral é administrada em veias centrais de 
maior calibre (jugular ou subclávia interna). Indicada para uso superior a 7 dias e fornece aporte 
calórico e proteico para suprir totalmente as necessidades do indivíduo.
A nutrição parenteral é indicada quando a alimentação pela via oral não é possível, quando 
a absorção de nutrientes é incompleta, se o trato gastrintestinal não funciona, está obstruído 
e ainda, se alguma dessas condições se associa a um quadro de desnutrição. Antes de indicar 
a nutrição parenteral alguns fatores devem ser considerados na decisão, como acesso venoso 
disponível, limitação de aporte hídrico, previsão da duração da terapia, aporte energético e 
proteico necessários. Abaixo estão relacionadas algumas indicações específicas:
• Vômitos intratáveis: pancreatite aguda, quimioterapia, hiperêmese gravídica;
• Diarreia grave, doença inflamatória intestinal, síndromes de má absorção, síndrome do 
intestino curto;
• Obstrução, neoplasias, aderências;
31
• Íleo paralítico;
• Repouso intestinal, fístulas enteroentéricas ou enterocutâneas;
• Pré-operatórios: somente em casos de desnutrição grave na qual a cirurgia não possa ser 
adiada.
 A nutrição parenteral é contraindicada em pacientes hemodinamicamente instáveis, com 
hipovolemia, choque cardiogênico ou séptico, edema agudo de pulmão, anúria ou em diálise e 
distúrbios metabólicos e eletrolíticos graves. 
Todos os nutrientes essenciais devem estar presentas na solução parenteral e devem 
ser fornecidos em quantidades adequadas. Deve ser composta por carboidratos, lipídios, 
aminoácidos, eletrólitos, oligoelementos e vitaminas. Esses nutrientes estão modificados, pois 
serão diretamente lançados na corrente sanguínea. Os carboidratos são utilizados na forma de 
glicose, as proteínas na forma de aminoácidos e lipídios sob a forma de emulsão lipídica.
A terapia de nutrição parenteral pode apresentar complicações, particularmente em pacientes 
desnutridos. As seguintes complicações podem surgir:
Mecânicas
Relacionadas à inserção do cateter e incluem pneumotórax, hemotórax e lesão vascular.
Infecciosas
Sepses relacionadas ao cateter por infecção por fungos e bactérias.
Metabólica
Hiperglicemia, disfunção hepática, síndrome de realimentação, distúrbios no equilíbrio 
acidobásico.
32
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer as noções e conceitos da Dietoterapia e prescrição dietética;
• compreender sobre as modificações que devem ser realizadas nas dietas hospitalares 
para atender diversos tipos de demanda de pacientes, considerando a importância da 
individualidade;
• aprender sobre avaliação nutricional do paciente hospitalizado considerando a 
importância de integrar diferentes métodos para um correto diagnóstico nutricional;
• analisar indicações, vantagens e desvantagens da terapia nutricional nas formas oral, 
enteral e parenteral.
PARA RESUMIR
BANKHEAD, R. et al. Enteral Nutrition Practice Recommendations. Journal of Parenteral 
and Enteral Nutrition, Chicago, v. 33, n. 2, p. 122-167, 2009.
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3325-3334, 2019Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
d=S1413-81232019000903325. Acesso em: 12 abr. 2020.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 63 de 06 de julho 
de 2000. Aprova o regulamento técnico para fixar os requisitos mínimos exigidos para a 
terapia de nutrição enteral. Brasília, DF: ANIVSA, 2000. Disponível em http://www.anvisa.
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Acesso em 11 de abril de 2020.
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ed. São Paulo: Manole, 2005. 474 p. v. 1. ISBN 85-204-2340-X.
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Parenteral and Enteral Nutrition, [s. l.], v. 11, n. 1, p. 8-13, 1987. Disponível em: https://
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ISOSAKI, M. et al. Manual de Dietoterapia e Avaliação Nutricional: Serviço de Nutrição e 
Dietética do Instituto do Coração HCFMUSP. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2004.
LOCHS, H. et al. ESPEN Guidelines on Enteral Nutrition: Gastroenterology. ESPEN Guideli-
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MAHAN, L. K. et al. Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 13ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 
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Universidade Federal de Goiás, 2016. Disponível em: http://www2.ebserh.gov.br/
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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leira de Geriatria e Gerontologia, Rio de Janeiro, v. 18, n. 3, p. 643-650, 2015. Disponível 
em: http://www.scielo.br/pdf/rbgg/v18n3/1809-9823-rbgg-18-03-00643.pdf. Acesso 
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TOLEDO, D. et al. Campanha “Diga não à desnutrição”: 11 passos importantes para 
combater a desnutrição hospitalar. Sociedade Brasileira de Nutrição Enteral e Parenteral 
Journal, São Paulo, v. 33, n. 1, p. 86-100, 2018. Disponível em: http://arquivos.braspen.
org/journal/jan-fev-mar-2018/15-Campanha-diga-nao-aadesnutricao.pdf. Acesso em: 9 
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WAITZBERG, D. et al. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. 3. ed. São 
Paulo: Atheneu, 2006.
WAITZBERG, D. et al. Inquérito Brasileiro de Avaliação Nutricional Hospitalar (Ibranutri) 
(1999). Revista Brasileira de Nutrição Clínica, São Paulo, v. 14, p. 124-134, 1999.
UNIDADE 2
Dietoterapia nas doenças cardiovas-
culares e endócrinas
Você está na unidade Dietoterapia nas doenças cardiovasculares e endócrinas. Conheça 
aqui a fisiopatologia e a terapia nutricional aplicada às principais doenças queafetam 
o sistema cardiovascular e endócrino. Entenda ainda o papel crucial das intervenções 
nutricionais e da mudança no estilo de vida na prevenção e tratamento dessas patologias.
Aprenda conceitos fundamentais e recomendações preconizadas para o manejo 
nutricional da hipertensão arterial sistêmica, dislipidemias e aterosclerose, infarto agudo 
do miocárdio, insuficiência cardíaca, transplante cardíaco, diabetes mellitus, obesidade e 
síndrome metabólica.
Bons estudos!
Introdução
37
1 HIPERTENSÃO ARTÉRIA SISTÊMICA
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é caracterizada pela elevação crônica da pressão 
arterial (≥ 140 x 90 mmHg) e possui etiologia múltipla, incluindo fatores biológicos e 
comportamentais, como obesidade, sedentarismo, tabagismo, e elevado consumo de sódio 
e álcool. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, 32,5% dos adultos e 60% dos idosos 
brasileiros são hipertensos (Scala et al. 2015), sendo assim considerada um problema de saúde 
pública. Apesar de geralmente ser assintomática, a HAS é um dos principais fatores de risco para o 
desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV), como infarto agudo do miocárdio, acidente 
vascular encefálico e insuficiência cardíaca, sendo associada à cerca de 50% das mortes por DCV 
(Scala et al., 2015).
1.1 Fisiopatologia da hipertensão arterial sistêmica
Os fatores determinantes da pressão arterial são o débito cardíaco e a resistência periférica, 
ou seja, o volume de sangue que o coração bombeia por minuto e a resistência dos vasos ao fluxo 
sanguíneo, respectivamente. Considerando isto, nota-se que alterações em um ou em ambos os 
fatores promoverão variações na pressão arterial (Raymond et al., 2013; Costa et al., 2014).
O sistema nervoso central e os rins são principais mecanismos que regulam os níveis 
pressóricos. Assim, quando há uma falha ou desequilíbrio permanente desses mecanismos 
reguladores, os fatores determinantes da pressão são alterados em favor do aumento da pressão, 
e então a HAS é instalada (Raymond et al., 2013; Costa et al., 2014).
1.2 Dietoterapia na hipertensão arterial sistêmica
Diretrizes nacionais e internacionais vem preconizando mudanças no estilo de vida e adoção 
de hábitos saudáveis como tratamento não-farmacológico, uma vez que tal abordagem tem 
se mostrado eficiente tanto para a prevenção quanto para o controle da HAS. A tabela “Efeito 
das mudanças no estilo de vida sobre a pressão arterial” apresenta as principais modificações 
dietoterápicas e comportamentais relacionadas a evidências de redução da pressão arterial 
sistólica (pressão durante a fase contração do coração).
38
Figura 1 - Efeito das mudanças no estilo de vida sobre a pressão arterial 
Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2016 (Adaptado).
#ParaCegoVer: Na tabela, temos as principais mudanças de estilo de vida que estão associadas 
a redução da pressão arterial, bem como os valores aproximados de redução. IMC = índice de 
massa corporal; DASH = Dietary approaches to stop hypertension.
A dieta DASH é considerada ideal para hipertensos. Nela preconiza-se a ingestão de frutas, 
verduras, cereais, frango, peixe e laticínios com baixo teor de gordura, e redução de carne 
vermelha, doces e bebidas açucaradas, garantindo aporte necessário de potássio, cálcio e 
magnésio. Adicionalmente à diet DASH, recomenda-se a restrição de sódio e de álcool, bem como 
a prática regular de exercício físico e redução de peso corpora, que são fatores que também 
contribuem para a redução da pressão arterial. É importante destacar que o sucesso e eficiência 
da terapia não-medicamentosa só serão sustentados à longo prazo se houver adesão à dieta e à 
novos hábitos saudáveis.
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2 DISLIPIDEMIAS E ATEROSCLEROSE
Dislipidemia é uma condição decorrente da disfunção no metabolismo lipídico, caracterizada 
39
por níveis elevados de triglicérides (TG) e/ou alterações nas frações de colesterol (total, LDL e HDL) 
plasmáticos, e por isso é considerada um fator de risco muito significativo para o desenvolvimento 
de DCV. Esta patologia pode ter etiologia genética, sendo classificada como primária ou familiar; 
ou pode ser de origem ambiental e comportamental, resultantes do estilo de vida, de hábitos 
alimentares e de doenças prévias, sendo então denominada como secundária. As dislipidemias 
também são rotuladas quanto às anomalias lipídicas manifestadas. Os valores de referência para 
a população brasileira foram determinados na Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias 
e Prevenção da Aterosclerose (2017, p.13):
Hipercolesterolemia isolada
LDL ≥160 mg/dL
Hipertrigliceridemia isolada
TG ≥150 mg/dL
Hiperlipidemia mista
LDL ≥160 mg/dL e TG ≥150 mg/dL
Redução do HDL
HDL em homens <40 mg/dL e em mulheres <50 mg/dL; ou associado a LDL ≥160 mg/dL ou 
de TG ≥150 mg/dL
As dislipidemias estão diretamente ligadas ao processo de aterogênese, levando, de forma 
lenta ou acelerada, a depender dos fatores genéticos e ambientais, ao desencadeamento da 
aterosclerose. Essa patologia de origem multifatorial é apontada como a principal causa de 
mortes no Brasil (Montenegro et al., 1999) e no mundo, e é considerada a causa primária de 
eventos graves como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular encefálico.
2.1 Fisiopatologia das dislipidemias e aterosclerose
Suscintamente, o metabolismo lipídico ocorre como descrito a seguir. Os lipídeos oriundos da 
dieta são absorvidos e transportados por quilomícrons (Qm), que entregam ácidos graxos livres 
para os tecidos e músculo, e colesterol para o fígado. Já o colesterol e TG sintetizados pelo fígado 
são transportados no sangue pela lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL). A VLDL então 
libera TG para tecidos muscular e adiposo, e transformando-se assim na lipoproteína de baixa 
densidade (LDL). A LDL remanescente é removida pelos receptores de LDL presentes na superfície 
dos hepatócitos. No entanto, quando há disfunção nesse mecanismo de regulação ou excesso 
de produção de LDL, a concentração plasmática dela pode aumentar. Assim, o excesso de LDL 
40
que não foi removido pode sofrer oxidação e são retiradas da circulação por macrófagos que se 
encontram na camada íntima das artérias, contribuindo para o processo de aterogênese. 
Já a lipoproteína de alta densidade (HDL), que é secretada pelo fígado e pelo intestino, faz o 
chamado transporte reverso de colesterol, retirando o colesterol das membranas celulares e de 
outras lipoproteínas (Qm e VLDL) e o levando de volta ao fígado. Dessa forma, a HDL contribui 
para a remoção de colesterol dos tecidos periféricos e circulação, sendo considera benéfica por 
reduzir o risco de aterogênese (Costa et al., 2014). Logo, disfunções nesses mecanismos leva 
a alterações no perfil lipídico, que são denominadas como dislipidemia, e por sua vez podem 
acelerar o processo de aterogênese e provocar a aterosclerose.
A aterosclerose pode ser considerada como um processo inflamatório crônico em resposta 
a danos causados ao tecido endotelial das artérias de grande e médio porte. O acúmulo de LDL 
oxidada é apontado como o principal fator para a formação da placa aterosclerótica, constituída por 
LDL, leucócitos e tecido conectivo, criando uma placa fibrosa que pode levar à serias complicações 
a longo prazo, como ilustrado na figura “Processo de formação da placa aterosclerótica”, que 
mostra a evolução da formação de uma placa aterosclerótica até chegar a obstrução total da 
artéria. Este evento causará complicações vasculares importantes dependendo do local que a 
obstrução ocorrer, podendo ocasionar infarto agudo do miocárdio e acidente vascular encefálico, 
por exemplo (Corrêa-Camacho et al., 2007).
2.2 Dietoterapia nas dislipidemias e asterosclerose
Diante das evidências de que dietas inadequadas e hábitos não saudáveis, como sedentarismo 
e tabagismo, têm grande contribuição no desenvolvimento das dislipidemias e processos 
aterogênicos, constata-se que a terapia nutricional exerce um papelimportante e deve sempre ser 
considerada, juntamente com mudanças no estilo de vida, como a primeira estratégia terapêutica 
na prevenção e tratamento de dessas enfermidades. A tabela “Recomendações dietéticas para o 
tratamento de dislipidemias e aterosclerose” sintetiza as principais recomendações dietoterápicas 
eficientes para o normalizar diferentes faixas de valores de LDL-c e TG.
FIQUE DE OLHO
As lipoproteínas têm a função de transportar os lipídeos e são classificadas de acordo com 
sua densidade, que por sua vez depende do conteúdo que transportam. Assim, a VLDL que 
é rica em TG e colesterol é menos densa, a LDL que é rica em colesterol tem densidade 
moderada, e a HDL é a mais densa por ser rica em proteína.
41
Figura 2 - Recomendações dietéticas para o tratamento de dislipidemias e aterosclerose 
Fonte: Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose, 2017 (Adaptado).
#ParaCegoVer:Na tabela, temos as principais recomendações nutricionais para diferentes 
valores de LDL-c e triglicérides.VET = valor energético total.
De maneira geral, as diretrizes para dislipidemias e aterosclerose incentivam a adoção da 
dieta do Mediterrâneo, que enfatiza a redução de gordura saturada e aumento da gordura poli 
e principalmente monoinsaturada, e eliminação total de ácido graxo trans, além da ingestão de 
carnes magras, frutas, grãos e hortaliças na dieta, mantendo níveis adequados de fibras e redução 
do açúcar (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2017). Apesar do consumo de bebida alcoólica ser 
desaconselhado, especialmente para os portadores de hipertrigliceridemia, a dieta Mediterrânea 
recomenda a ingestão moderada de vinho (1 a 2 taças diariamente). O resveratrol, um composto 
polifenólico encontrado na uva, é um potente antioxidante e parece contribuir para a redução 
da pressão arterial e prevenção da aterosclerose, provavelmente por inibir a oxidação das LDL-c 
(Costa et al., 2014). Devemos lembrar, no entanto, que qualquer composto antioxidante possui a 
propriedade de reduzir o estresse oxidativo.
Orientações mais recentes têm indicado que o colesterol dietético pouco influencia os níveis 
plasmáticos de colesterol, portanto não há recomendação de redução ou valores máximos de 
ingestão. Além das mudanças dietéticas, modificações do estilo de vida também como perda 
de peso corporal, prática regular de exercícios físicos e cessação do tabagismo também são 
medidas muito eficientes no tratamento das dislipidemias e consequentemente na prevenção 
da aterosclerose.
3. INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO
O infarto agudo do miocárdio (IAM) é uma condição clínica grave, geralmente causada por 
42
aterosclerose, com alto índice de mortalidade, sendo classificada como a causa primária de morte 
por DCV no Brasil. Os principais fatores de risco são a genética, gênero (homens), idade (> 45 
anos), doenças preexistentes como HAS, diabetes mellitus, dislipidemias e obesidade, e fatores 
ambientais como tabagismo e estresse (Costa et al., 2014). 
3.1 Fisiopatologia do infarto agudo do miocárdio
As placas ateroscleróticas formadas ao longo da vida levam ao estreitamento luminal das 
artérias coronárias reduzindo ou até mesmo impedindo o fluxo coronário. Com isso, o coração 
recebe um aporte insuficiente sangue e, portanto, de oxigênio, provocando necrose do músculo 
cardíaco. Quando há necrose por oclusão total pelo trombo, o IAM é classificado como IAM Q. Já 
quando a oclusão é parcial, com fluxo sanguíneo reduzido, porém sem afetar toda a extensão do 
músculo cardíaco, é denominado como IAM não Q (Costa et al.). 
3.2 Dietoterapia no infarto agudo do miocárdio
A dietoterapia no IAM visa reduzir a sobrecarga cardíaca e corrigir as alterações metabólicas, 
garantindo suporte nutricional adequado através da ingestão de uma dieta equilibrada e 
sempre considerando as enfermidades associadas. É importante salientar que o paciente deve 
permanecer em repouso alimentar durante as primeiras 4h a 12h horas após o diagnóstico de 
IAM. A alimentação por via oral é sempre a opção preferencial, porém se o paciente estiver 
impossibilitado de se alimentar por essa via e apresentar-se hemodinamicamente estável, 
o protocolo de suporte nutricional enteral deve ser iniciado. Caso contrário, a dieta deve ser 
suspensa até que o quadro hemodinâmico estabilize.
Recomenda-se que as primeiras refeições por via oral sejam fornecidas em consistência liquida 
ou pastosa, fracionadas em pequenos volumes (5 a 6 refeições), evitando temperaturas extremas, 
com o intuito de reduzir o trabalho cardíaco durante os processos digestórios. Além disso, deve-se 
incluir fibras na dieta (20 a 30 g/dia) devido a tendência à constipação nos primeiros dias após o 
evento. É essencial orientar os pacientes quanto a adoção de dieta e estilo de vida saudáveis após 
a recuperação clínica
4 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
A insuficiência cardíaca (IC) consiste em uma síndrome complexa em que o coração não 
funciona de forma eficiente, resultando em perfusão insuficiente para atender às demandas 
metabólicas do organismo. Tem-se notado o aumento gradativo da incidência de IC nas últimas 
décadas, o que tem sido associado a fatores como envelhecimento da população, maior 
sobrevivência ao IAM, e aumento da obesidade. Nesse sentido, a IC é considerada como um 
problema de saúde pública que tem levado a um número considerável de hospitalizações, 
43
cerca de 25% do total de internações no Brasil. Condições clínicas como IAM, hipertensão 
arterial sistêmica, diabetes mellitus, hipertrofia ventricular esquerda, valvulopatia, obesidade, 
dislipidemia e, particularmente no Brasil, a doença de Chagas constituem-se como os principais 
fatores de risco para IC.
4.1 Fisiopatologia da insuficiência cardíaca
A IC é caracterizada por um bombeamento insuficiente de sangue (insuficiência sistólica) ou 
dificuldade de enchimento do coração (insuficiência diastólica), impedindo que o fluxo sanguíneo 
circule de maneira adequada, o que leva a manifestações clínicas como fadiga, dispneia (falta de ar) e 
retenção de líquidos, entre muitos outros sintomas, dependendo do estágio de gravidade da doença.
Uma das mais importantes complicações da IC é a caquexia cardíaca apresentada nos estágios 
finais da doença, que acomete entre 10% a 15% dos portadores de IC. A caquexia cardíaca é 
definida como uma perda significativa e involuntária de peso corporal, especificamente de massa 
magra, que está diretamente relacionada ao agravamento da IC por afetar também o coração, 
uma vez que implica na redução do músculo cardíaco também (Raymond e Couch, 2013). As 
principais causas de morte por IC são de forma súbita, por progressiva falência de bomba, IAM e 
acidente vascular encefálico (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2009).
4.2 Estado nutricional de proteínas
A dietoterapia para IC objetiva fornecer uma dieta adequada em termos de energia e 
nutrientes para recuperar o estado nutricional do paciente, minimizar a perda de peso ponderal e 
de massa magra, impedir a sobrecarga cardíaca, e dessa forma reduzir o tempo de hospitalização 
bem como evitar futuras internações.
Como muitos pacientes apresentam perda de peso acentuada e desnutrição, uma estratégia 
interessante para alcançar as metas de ingestão calórica é aumentar a densidade calórica das 
refeições e/ou oferecer suplementos nutricionais, além de fracionar as refeições e fornecê-las com 
a consistência de preferência do paciente, a fim de aumentar a aceitação e adesão à nova dieta.
Recomenda-se dieta normoglicídica, normolipídica e normo a hiperprotéica, devido ao 
estado hipermetabólico e hipercatabólico característicos da doença. Em quadros de desnutrição 
ou caquexia deve-se oferecer entre 1,5 a 2,0 g/kg/dia de proteína.
Além disso, a inclusão 25 a 30 g/dia de fibra, sendo 6 g de fibra solúvel, bem como a 
substituição parcial de gordura saturada por mono e poli-insaturadas, e a restrição de sódio são 
medidas dietéticas fortemente indicadas. É importante tambémgarantir a ingestão adequada de 
micronutrientes como potássio e magnésio devido ao uso crônico de diuréticos. Em alguns casos 
é necessário restringir a ingestão de líquidos.
44
4.3 Transplante cardíaco
O transplante cardíaco é indicado para pacientes com IC em níveis mais graves, consistindo em 
alto risco de morte, sendo estes, portanto, casos em que não há outra alternativa de tratamento 
a não ser a realização desta cirurgia. Tais pacientes são submetidos à uma rigorosa bateria de 
exames, com o intuito de avaliar possíveis comorbidades associadas, prognóstico da doença e 
chance de adesão ao tratamento para definir se eles estão aptos ou não para integrar a lista de 
espera pelo transplante.
O protocolo de transplante cardíaco consiste nas fases pré-transplante, pós-transplante 
imediato e pós-transplante de longo prazo. A dietoterapia é considerada como um fator 
fundamental durante esse processo e será abordada a seguir.
4.4 Dietoterapia no pré e no pós-transplante cardíaco
O estado nutricional na fase pré-transplante interfere diretamente no sucesso do pós-
transplante. Por isso a adoção de um estilo de vida saudável antes da cirurgia, como controle 
do peso corporal, prática de exercícios físicos, cessação do tabagismo, restrição de sódio e de 
bebida alcoólica são altamente recomendados. Fatores como baixo peso e obesidade no pré-
cirúrgico e doenças pré-existentes como HAS e dislipidemia aumentam a morbi-mortalidade no 
pós-transplante. Portanto, uma avaliação nutricional minuciosa deve ser realizada nesta fase para 
melhorar o estado nutricional do paciente e evitar complicações adiante.
Na fase pós-transplante imediato as necessidades nutricionais do paciente estão aumentadas 
devido ao estado catabólico característico após cirurgias de grande porte, como estresse cirúrgico 
e processo de cicatrização, e particularmente no caso de cirurgia de transplante de órgãos, pelos 
efeitos metabólicos provocados pelo uso de imunossupressores. Além disso, condições referentes 
a IC, tais como hipermetabolismo e caquexia, também podem influenciar estado nutricional do 
pós-transplantado e devem ser consideradas na definição da terapia nutricional adotada para 
esses pacientes nesta fase. Nesse contexto, os principais objetivos dietoterápicos são fornecer 
calorias suficientes para manutenção ou recuperação do peso, maior aporte proteico e controle 
da hiperglicemia, que é frequentemente ocasionada pela terapia imunossupressora. Em caso de 
baixa aceitação da dieta ou ingestão insuficiente por via oral, recomenda-se a complementação com 
suplementos de alta densidade calórica, ou até mesmo a iniciar a terapia nutricional por via enteral.
A terapia farmacológica geralmente prescrita no pós-transplante aumenta consideravelmente 
o risco de dislipidemia, osteoporose, infecções, obesidade e HAS, que por sua vez aumentam 
as chances de IC no pós-transplante e a rejeição do órgão. Com isso, a mudança no estilo de 
vida e alimentação saudável, são medidas imprescindíveis para aumentar a sobrevida no pós-
transplante de longo prazo.
45
5. DIABETES MELLITUS
O diabetes mellitus (DM) é definido como um distúrbio metabólico caracterizado por 
quadro hiperglicêmico crônico, causado por falha na produção e/ou no mecanismo de ação de 
insulina, levando a alterações do metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios. As principais 
complicações resultantes do DM são retinopatia, nefropatia, neuropatia, doença coronariana, 
doença cerebrovascular e doença arterial periférica. É considerado um problema de saúde 
pública mundial, acometendo 12,5 milhões de brasileiros.
5.1 Fisiopatologia dos diferentes tipos de diabetes mellitus
Os principais e mais recorrentes tipos de DM são DM tipo 1 (DM1), DM tipo 2 (DM2) e DM 
gestacional (DMG). Entretanto, antes da evolução para DM, há um estágio intermediário com 
valores glicêmicos situados entre a faixa normal e hiperglicemia (≥ 100 e < 126 mg/dL). A adoção 
de medidas preventivas como dieta saudável e exercício físico são determinantes para evitar a 
instalação definitiva de DM2. Veja a seguir suas definições: 
 DM 1 
O DM1 é causado pela destruição progressiva das células β pancreáticas por mecanismos 
autoimunes ou de origem idiopática, resultando na deficiência total de insulina. Por isso também 
é conhecido como “insulino-dependente”, uma vez que o principal tratamento para controlar 
a hiperglicemia nesses casos é a injeção diária de insulina exógena. O DM1 é diagnosticado 
geralmente na infância ou adolescência. 
DM2 
O DM2 está associado a resistência à insulina combinado a um comprometimento das células 
β pancreáticas. No entanto, este tipo tem etiologia principalmente ambiental, sendo a obesidade 
e o sedentarismo os principais fatores de risco por estarem diretamente relacionados ao aumento 
da resistência à insulina nos tecidos periféricos. Estima-se que 80% das pessoas acometidas por 
DM2 são obesas
DMG 
O DMG consiste em hiperglicemia detectada pela primeira vez durante a gravidez, que pode 
cessar ou persistir após o parto. Constam como alguns fatores de risco para DMG idade materna 
avançada, obesidade, ganho excessivo de peso ou pré-eclâmpsia na gravidez atual, crescimento 
fetal excessivo, HAS, DMG prévio e história familiar de DM (Sociedade Brasileira de Diabetes, 
2019).
46
5.2 Dietoterapia na diabetes mellitus
A terapia nutricional é um componente essencial do protocolo terapêutico do DM. O foco 
dietoterápico é controlar a glicemia, o perfil lipídico, a pressão arterial e o peso corporal, visto 
que a redução de peso melhora todas essas condições e também a resistência à insulina em 
portadores de DM com sobrepeso ou obesidade. Diante disso, as diretrizes para o tratamento de 
obesidade incluem a prática regular de exercício físico como tratamento do DM.
Como preconizado pelas Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2019-2020 (2019, 
p. 99) na tabela “Recomendações nutricionais para portadores de diabetes mellitus”, a 
dieta ideal para diabéticos deve ser normoglicídica, normoproteica e normolipídica, normo 
ou hipocalórica, dependendo se objetivo é de manutenção ou redução do peso corporal, 
respectivamente. Recomenda-se a ingestão de quantidades normais de fibras e micronutrientes, 
e optar preferencialmente por gordura mono e poliinsaturada ao invés de saturada. Apesar da 
orientação para limitar o consumo de sacarose para no máximo 10% do valor energético total 
da dieta, sabe-se que a sacarose e o amido elevam a glicemia de forma igual. No entanto, a 
justificativa para a restrição de sacarose é que os alimentos integrais fonte de amido fornecem, 
além de carboidratos, quantidades interessantes de vitaminas e minerais, por isso eles devem ser 
consumidos preferencialmente em relação a sacarose.
Figura 3 - Recomendações nutricionais para portadores de diabetes mellitus 
Fonte: Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2019-2020, 2019 (Adaptado).
#ParaCegoVer: Na tabela, temos listadas as recomendações nutricionais de macro e 
micronutrientes para portadores de diabetes mellitus. VET = valor energético total.
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A principal estratégia nutricional para a manutenção do controle glicêmico dos diabéticos é 
monitorar quantidade de carboidrato ingerida por refeição, que pode ser realizada a partir de 
métodos de contagem de carboidratos e de substituições de alimentos.
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6 OBESIDADE E SÍNDROME METABÓLICA
A obesidade (IMC ≥ 30 kg/m²) é uma doença crônica, caracterizada pelo acúmulo excessivo 
de gordura corporal, que por sua vez provoca alterações metabólicas e endócrinas, o que a 
classifica como fator de risco para inúmeras outras doenças, incluindo a síndrome metabólica 
(SM). De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2016 haviam 650 milhões de 
adultos obesos no mundo e 124 milhões de crianças e adolescentes, o que torna a obesidade 
uma epidemia mundial que atinge todas as faixas etárias.A SM é um transtorno complexo 
composto por disfunções metabólicas

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