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atuação do psicólogo institucional

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ROSA, M. I. P. D. (org.) 1º Simpósio de Psicologia, v.1, n.1, 2015. Curitiba : Editora Champagnat. 
 
Página 1 
21. A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO INSTITUCIONAL 
 
Jeferson Douglas de Lima1 
Leidiane Kava da Silva2 
Ronaldo Adriano Alves dos Santos3 
 
O presente trabalho visa promover uma breve análise sobre a atuação do psicólogo no campo 
institucional. Tal estudo se fez necessário para que haja uma visão de diferentes autores e pontos de vista acerca da 
psicologia no campo institucional e o trabalho desenvolvido pelo psicólogo dentro desse campo. No decorrer do 
artigo, apresenta-se uma visão acerca da instituição, do indivíduo no grupo e o perfil do psicólogo institucional. A 
construção se deteve em análise bibliográfica de autores que fundamentam a atuação do psicólogo nas instituições. 
Tem como objetivos debater o campo institucional e o papel do psicólogo dentro das instituições. Para esta discussão 
utilizaremos os pressupostos apresentados por Bleger (1984), Pinheiro e Gula (2007) e também as proposições 
teóricas de Guirado (2009) que faz menção aos autores: Albuquerque e Lapassade. 
Para Albuquerque a instituição se caracteriza a partir do momento em que encontra um objeto 
institucional, esse objeto deve ser algo imaterial para que possa haver uma desapropriação quando necessária, 
desenvolvendo o luto no termino do grupo, o objeto institucional estrutura a prática institucional, onde é aquilo cuja 
propriedade a instituição reivindica o monopólio de legitimidade, esse objeto deve ser o único para a instituição, não 
pode ser algo material, pois, deve ser algo transicional (GUIRADO, 2009). 
A ação institucional se caracteriza nas relações sociais e não no local material que faz a instituição, pois ela 
se dá na interação dos membros do grupo e não apenas no ambiente físico onde ocorrem tais interações sociais 
(GUIRADO, 2009). 
Para Bleger (1984) a psicologia institucional se caracteriza como uma forma de intervenção psicológica 
com significado social, onde o psicólogo irá voltar seu trabalho para as instituições com o objetivo de promover a 
saúde de seus integrantes da mesma, em sua totalidade, a partir das relações pessoais e grupais. 
 
1
 Acadêmico do 6º período do curso de Psicologia, Escola de Saúde e Biociências da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. 
jefferson.psi@hotmail.com, (44) 9982-5599, Rua Rio Grande do Sul, 325, Centro, Tupãssi, Paraná. 
2
Acadêmica do 6º período do curso de Psicologia, Escola de Saúde e Biociências da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. 
leidi_ks@hotmail.com, (45) 9943-5871, Rua Salvador, 126, Vila Becker, Toledo, Paraná. 
3
 Graduado em Psicologia. Especialista em Filosofia Política e do Direito. Professor do Curso de Psicologia da Pontifícia Universidade 
Católica do Paraná, fone: (45) 32778600. Av. da União, 500, Jardim Coopagro Toledo-PR. Contato: ronaldo.alves@pucpr.br 
 
 
 
 ROSA, M. I. P. D. (org.) 1º Simpósio de Psicologia, v.1, n.1, 2015. Curitiba : Editora Champagnat. 
 
Página 2 
Ao referir-se ao termo Psico-Higiene, Bleger (1984) afirma que este se configura na possibilidade de se 
constituir uma organização dinâmica visando promover condições que tendem a causar saúde e bem-estar dos que 
ali se encontram. Sendo assim o conceito de Psico-Higiene baseia-se no contexto de que o psicólogo deve fazer mais 
do que uma atividade psicoterápica, deve-se ater ao todo praticando o seu exercício nas ocorrências multifatoriais, 
visando sempre à promoção de saúde da população e não somente o doente (Pinheiro & Gula, 2007). 
A psicologia em toda a sua completude cientifica embasará a atuação do psicólogo dentro da instituição. 
Cabe ao psicólogo, no espaço social, analisar todos os fenômenos humanos na sua relação com a instituição nos seus 
variados aspectos objetivos, dinâmicos e na sua estrutura enquanto ambiente de atuação, onde o trabalho 
psicológico na prática tem um maior espaço de significação social (Bleger, 1984). 
Nos primeiros contatos do psicólogo com a instituição será levantado hipóteses sobre os possíveis 
problemas da instituição, que poderão ser confirmadas ou não no desenrolar do trabalho do psicólogo, visto que 
este processo é que abre novos caminhos na ação do psicólogo institucional (Bleger, 1984). 
Para atuar na instituição o psicólogo deve estar ciente que seu principal método de estudo será a 
observação, pois é a partir dela que ele vai verificar se as hipóteses se constituem em realidade. Neste sentido, deve 
ser estudada a dinâmica psicológica que se desenvolve na instituição, pois, por um lado, o indivíduo tem sua 
personalidade afetada pela dinâmica institucional e, por outro, é parte integrante da mesma e deposita uma parcela 
de sua personalidade nas redes institucionais, pois são os indivíduos que fazem a instituição e qualquer mudança 
provocada na instituição poderá afetar a personalidade de seus integrantes (BLEGER, 1984). 
Para Bleger (1984), grupo e indivíduo apresentam uma edificação que proporcionam uma identidade, 
onde indivíduo é instituição e vice versa. Nessa relação adaptada com a realidade, há um significado e certo grau de 
organização que torna a existência possível. Sendo assim, cabe ao psicólogo trabalhar os aspectos indiferenciados, 
naqueles sujeitos em crise, ou seja, o psicólogo deve explicitar o implícito. 
Sendo assim, no âmbito institucional se altera tanto a instituição e suas relações, quanto a intervenção do 
psicólogo. Com isso, o fazer psicológico, na anexação dos grupos se dará através das interpretações, informado pela 
compreensão das relações institucionais (GUIRADO, 2009). 
Cabe aos psicólogos que atuam em instituições encontrar a necessidade de averiguar as demandas de 
orientação e também ampliar os conhecimentos sobre as instituições promovendo, dessa forma, interrogações sobre 
o seu papel e sua posição diante da problemática de oscilações, incerteza e necessidade de rápidos resultados 
(BLEGER, 1984). 
Como afirma Bleger (1984) o ser humano é um ser que precisa projetar-se para o futuro, cabendo ao 
psicólogo, na sua atuação, a intervenção nas situações de conflitos, trabalhando os aspectos indiferenciados, não 
verbais, ou seja, o psicólogo deve explicitar o que o sujeito, por estarrecimento e sofrimento, deixa implícito na 
 
 
 
 ROSA, M. I. P. D. (org.) 1º Simpósio de Psicologia, v.1, n.1, 2015. Curitiba : Editora Champagnat. 
 
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instituição. Sendo assim, quando o paciente encontra-se estagnado no tempo, o atendimento só será concluído 
mediante a concepção de uma projeção para o futuro, um projeto para o amanhã. 
Acrescenta-se também que o psicólogo, quando insere-se meio institucional, deve realizar o levantamento 
dos objetivos específicos da instituição e os meios pelos qual ela pretende alcançá-los, deve analisar também os 
motivos que a instituição a solicitar a intervenção do profissional, neste trabalho deve buscar, através de um manejo 
específico, amenizar a ansiedade e ultrapassar as resistências causadas pela sua presença, haja vista, que “o 
psicólogo é um agente de mudança e um catalisador ou depositário de conflitos, e, por isso, as forças operantes na 
instituição irão agir no sentido de anular ou amortizar suas funções e sua ação" (PINHEIRO & GULA, 2007). 
A proposito a análise institucional, idealizada por Georges Lapassade, é o modo específico de compreender 
as relações sociais, nas instituições e um modo de inserção do profissional psicólogo que é de natureza política, ela se 
dá como um método de análise da realidade social e como um método de intervenção para com a sociedade, para ele 
essa análise acontece através das contradições sociais, revelando a dimensão oculta do que se passa nos grupos(GUIRAO, 2009). 
Segundo o mesmo autor deve-se lembrar da distinção entre instituição e organização, para que quando 
for fazer uma análise esteja ciente de estar fazendo uma análise institucional e não organizacional, na análise 
institucional deve-se analisar muito além da organização, por exemplo, as relações sociais apresentadas por seus 
integrante, já na análise organizacional deve ser analisado são os recursos materiais, o espaço físico e os 
equipamentos (GUIRADO, 2009). 
A análise, no ponto de vista de Lapassade é uma ação do grupo e o analista é um “provocador” de um 
processo, mas toda a intervenção se dá pelo grupo. O psicólogo sempre levará a subjetividade para sua atuação, 
como os sujeitos se fazem através das relações essa subjetividade será o objeto de estudo e análise para o trabalho do 
psicólogo (GUIRADO, 2009). 
De acordo com o exposto acima, verifica-se a existência de visões distintas sobre a atuação do psicólogo no 
campo institucional, onde Bleger pontua entre outras afirmações que cabe ao psicólogo trabalhar os aspectos 
indiferenciados, naqueles sujeitos em crise, ou seja, o psicólogo deve explicitar o implícito. Já segundo Guirado, o 
fazer psicológico, na anexação dos grupos se dará através das interpretações, informados por esta compreensão das 
relações institucionais. Albuquerque relata que os indivíduos são responsáveis por fazer a instituição, sendo assim o 
psicólogo deve trabalhar com todos em sua subjetividade. Para Lapassade, o analista é um “provocador” de um 
processo, mas toda a intervenção se dá pelo grupo. 
Pode-se destacar que os mesmos se deram de forma satisfatória, onde foi possível averiguar vários autores 
e diferentes contribuições no trabalho do psicólogo no campo institucional, podendo verificar várias visões do 
trabalho do psicólogo onde cada autor tem uma maneira diferente de dizer qual deve ser a postura desse 
 
 
 
 ROSA, M. I. P. D. (org.) 1º Simpósio de Psicologia, v.1, n.1, 2015. Curitiba : Editora Champagnat. 
 
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profissional nesse campo de atuação, atendendo aos objetivos propostos na pesquisa, onde fica claro o campo 
institucional e como o psicólogo pode intervir, mostrando que a observação é participante, onde o psicólogo altera a 
instituição e deve fazer intervenção dinâmica e grupal, atendendo a demanda institucional por sua totalidade. 
O papel do psicólogo no campo institucional é de suma importância para a instituição em sua totalidade. 
Tal trabalho deve ser realizado de forma dinâmica, pois o psicólogo altera a instituição, e cada indivíduo, sendo 
parte da instituição, deve se sentir à vontade para falar, permitindo assim, que o psicólogo consiga desempenhar o 
seu papel com êxito. De acordo com a pesquisa realiza, pode se inferir que todos os autores pesquisados concordam 
entre si em relação a atuação do profissional quando destacam a observação participante como método principal do 
trabalho em campo. 
Toda a instituição em sua particularidade possuiu objetivos, e cabe ao profissional psicólogo ter ciência de 
tais objetivos e das motivações de tal instituição e do seu trabalho acerca da realidade institucional. O ideal é que 
todo o psicólogo tenha também, muito claro seus próprios objetivos, pois são estes que o direcionam em seu agir. 
Desse modo, a missão do psicólogo institucional caracteriza-se por fazer com que a instituição sirva de meio de 
enriquecimento e desenvolvimento da personalidade de seus integrantes. 
 
Referências Bibliográficas 
BLEGER, J. Psico-higiene e Psicologia Institucional. Porto Alegre: Artes Médicas, 1984. 
GULA, P. PINHEIRO, N. Entre o Limite e a esperança; Relato de uma Experiência em Psicologia Institucional. 
Brasília, junho 2007. Disponível em:<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
98932007000200015>. Acesso em: 071/04/2015. 
GUIRADO, Marlene. A análise Institucional do Discurso como Analítica da Subjetividade. Tese (Livre-Docência – 
Departamento de Psicologia da Aprendizagem, do Desenvolvimento e da Personalidade – Instituto de Psicologia da 
Universidade de São Paulo). São Paulo: 2009. 316 p. 
GUIRADO, M. Psicologia institucional. São Paulo: EPU, 2004. DESLANDES, SUELY FERREIRA; GOMES, R.; 
MINAYO, M.C.DE S. (organizadora). 
GUIRADO, M. Psicologia Institucional: O Exercício da psicologia Como Instituição. Interação em Psicologia, 
Curitiba, jul./dez. 2009, (13)2, p. 323-333. Disponível em: 
<ojs.c3sl.ufpr.br/ojs/index.php/psicologia/article/download/9447/11377>. Acesso em: 
01/04/2015.

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