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PSICOFARMACOLOGIA I Farmacocinética – movimento que o medicamento faz no nosso corpo: Absorção; Distribuição; Barreira hematoencefálica – endotélio mais especializado, deixando passar menos moléculas maiores e solúveis em água, evitando que qualquer molécula chegue ao SNC (principalmente os indesejáveis). Biotransformação / Metabolismo (a maioria é inativo e após fica ativo); MAO (monoaminooxidase) – degrada a serotonina, dopamina, noradrenalina.. – metabolismo intracelular. P450 (localizada no fígado) – possui subsítios – maioria dos medicamentos são transformados, em sítios especializados – existem remédios que aceleram ou minimizam a ação de metabolismo nesses sítios, então se tu usas um que retarda e um que acelera, pode causar intoxicação. Excreção. A biotransformação pode associar dois ou mais medicamentos com a finalidade de potencializar/melhorar o efeito, podendo assim economizar dinheiro. Farmacodinâmica: Não se sabe exatamente como os medicamentos funcionam. Mecanismo de ação: Teórico (ocupação do receptor, downregulation, ...) Toda a informação do cérebro é sináptica, normalmente se faz por neurotransmissores do neurônio pré-sináptico e são liberadas na fenda sináptica, e depois se ligam aos neurorreceptores pós-sinápticos. O cérebro faz reciclagem dos neurotransmissores não utilizados na fenda sináptica para o neurônio pré-sináptico, que é a bomba de receptação de “neurotransmissor”. Essa bomba é utilizada para os medicamentos, quando ela é inibida, o cérebro recebe mensagens de que deve produzir mais neurotransmissor. Os medicamentos ainda podem agir se conectando nos receptores pós-sinápticos, como os anticonvulsivantes. Demora cerca de 24h para agir. Os receptores aumentam de um dia para o outro, mas eles não melhoram de um dia para o outro, demoram semanas para melhorar, por isso não se age somente por neurotransmissores, mas sim pela ação dos receptores pós-sinápticos. ↓ Pelo aumento dos receptores (“medida compensatória”) o organismo gera doenças, como a depressão (upregulation). Os medicamentos que agem por downregulation, diminuem o número de receptores pós-sinápticos, para que proporcionalmente a quantidade de neurotransmissor seja maior. Criar ou eliminar receptores demora 21 dias para agir. Alguns mecanismos são desconhecidos. O que a maioria dos fármacos faz é reduzir a quantidade de receptores, aumentando proporcionalmente a quantidade de substâncias (NT). Neurotransmissores – são produzidos muito mais rapidamente, sendo estocados. Serotonina Noradrenalina aminas Dopamina Gaba (-) Glutamato (+) - Acetilcolina – reduz com o tempo de vida, importante nas demências (os medicamentos são bloqueadores da acetilcolinesterase) Dopamina: Usada no prazer das drogas e liberada no núcleo acumbens. Gaba: inibitorio do SNC, importante nos anti-convulsvantes e benzodiazepínicos (eles ativam o gaba) Estrutura Sináptica: Receptores – são produzidos mais lentamente. Agonistas Agonistas parciais ou estabilizadores Antagonistas Agonistas inversos Recaptação de aminas É inibida a recaptação de aminas para que mais neurotransmissores fiquem disponíveis na fenda sináptica (hot zone); Essa bomba é o que faz conhecimentos ficarem automáticos – “é como dirigir, primeiro é muito difícil, depois de um tempo passa a ser automático, fazendo tudo ficar automático”. A poda neuronal que ocorre depois da infância ocorre para selecionar os melhores neurônios e economizar energia (não gastar energia com neurônios que não funcionam adequadamente). Fluoxetina – inibidor seletivo da receptação da serotonina, único dessa classe que tem na rede básica. KETAMINA pode tirar um paciente do estado de depressão profunda em questão de horas – no entanto, é um anestésico e pode causar alucinações e pode matar se em dose alta. Ketamina nasal – em estudos por ter melhor potencial SOMATODENDRÍTO São ramificações dos neurônios. Medicamentos atuam acelerando ou diminuindo velocidade dos neurônios. Combustível de foguete da Califórnia – mirtazalina (age no somatodendrito) e venaflaxina. Noradrenalina – da energia. Destruição de aminas iMAO (inibidores da monoaminoxidase) são medicamentos que agem impedindo a destruição das aminas – tem muitos efeitos colaterais, podendo ser fatais. Vias dopaminérgicas – o acúmulo de dopamina em número accumbens = prazer. PSICÓTICOS excesso de dopamina na parte anterior do corpo caloso. Psicose: pessoa perde o contato com a realidade. Pode ser por um tumor, por uso de uma substância ou por alguma doença. Há o aumento da dopamina na via mesolímbica (via da recompensa) Via nigroestriatal: Responsável por movimentos; os medicamentos que inibem dopamina originam os sintomas extrapiramidais, parkinson (rigidez, acinesia/bradicinesia e tremor), disnesias e alterações do movimento (tiques, coreia, ...). Dopamina é importante na coordenação de movimentos. Roda-denteada, caminhada parkinsoniana.. Via mesolímbica: Responsável por sintomas positivos; origina os comportamentos emocionais, como sintomas positivos da psicose (alucinações e delírios). Regula emoções e comportamento Psicotico: muita dopamina no sistema mesolimbico. Os medicamentos agem bloqueando toda a dopamina do corpo, podendo deixar diversos efeitos adversos pelo corpo. Via mesocortical: Responsável por sintomas negativos; origina alterações na velocidade de pensamento e vontade (ex. esquizofrenia tem diminuição desta via). Atitude, vontade e iniciativa diminuem com anti-psicoticos Via tuberoinfundibular: Responsável por hiperprolactinemia; quando há diminuição da dopamina há aumento da prolactina e vice-versa (gangorra) – responsável pelo efeito de galactorréia (leite materno), amenorréia e disfunções sexuais (principalmente em homens) com o uso de antipsicóticos. Antipsicóticos estão relacionados com todas as vias dopaminérgicas. Clozapina: antipsicótico mais forte. GABA: Estimulantes: álcool, BZ (benzodiazepínicos), barbitúricos e picrotoxina. É inibitório – ele ativo, deliga o cérebro. BZ em associação com álcool e/ou barbitúricos causam grande interação medicamentosa. Existem medicamentos que inibem o GABA. É a ação dos anticonvulsivantes (anti-gabaérgicos), controlando a atividade neuronal. São conhecidos como estabilizadores de humor (carbamazepina, ácido volprólico). Glutamato: Em excess o pode levar a suicídio neuronal (apoptose de neurônios defeitosos) ou assassinato neuronal (necrose). É excitatório. Está muito relacionado em outras áreas como oncologia e geriatria. Nos surtos maníacos e psicóticos há a morte de neurônios normais. Por isso a pessoa em crise deve ser tratada logo, porque em cada crise, ocorre a diminuição do número de neurônios. Se vê isso em alcoólatras, demências, dermatites e diarreia A(DDD). Relacionados aos idosos ACH: É destruída pela acetilcolinesterase (são utilizados medicamentos que inibem essa enzima). Relacionada com a cognição. PSICOFARMACOLOGIA II Antidepressivos: Só não são mais prescritos que benzodiazepínicos: Tricíclicos e tetracíclicos Inibidores seletivos da receptação de seratonina – ex.: fluoxetina Existem medicamentos que possuem ação noradrenérgica e dopaminérgica. Existem medicamentos de dupla ação – venlafaxina que age noradrenérgica e seratonina Mirtazapina e trazodona – antidepressivos de ação especial, não agem na fenda sináptica, mas sim no somatodendríto. São usados especialmente para potencializar outros antidepressivos. Melatominérgicos - bupelatina – usa a liberação de melatonina, mas não tem na rede básica. O antidepressivo mais recente é um inibidor seletivo com ação glutamatérgica. Tricíclicos: Aminas terciárias: imipramina, clomipramina, amitriptilina (disponíveis em rede pública) são os mais antigos, com potência e efeitos colaterais. Aminas secundárias: nortriptilina mais brando, utilizado em idosos. Menos efeitos colateraisque tricíclicos, mas não possui na rede básica Imipramina é o antidepressivo mais potente que existe, se os medicamentos não forem semelhantes ou tão bons quanto, nem são lançados. Não existe antidepressivo melhor que o outro. Efeitos adversos: Ganho de peso, sonolência, sedação, boca seca, constipação. Mecanismo de ação: Agem pelos receptores histamínicos, muscarínicos (colin érgicos) e alfa1-adrenérgicos. Tem receptores histamínicos (fome e sono), muscarínicos (simpaticomimérgicos – boca seca, olho seco, constipação), bloqueio alfa adrenérgico (hipotensão ortostática). 2. Inibidores da Monoaminoxidase Tranilcipriomina (Parnate). Inibe a enzima MAO: maior acúmulo de neurotransmissor na sinapse. É a segunda opção, utilizada também em depressão atípica e casos refratários. Efeitos colaterais: hipotensão ortostática, insônia, disfunção sexual, restrições alimentares, interações medicamentosas. 3. Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina (ISRS) Fluoxetina (disponível na rede pública), sertralina, paroxetina, citalopram, escitalopram e fluvoxamina. Medicações mais recentes, bastante utilizadas em depressão moderada. Efeitos colaterais: anorexia, náuseas, diarréia, ansiedade, cefaléia, fadiga, inquietude, insônia, anorgasmia, retardo na ejaculação, virada maníaca. Taxa de abandono menor – são mais tolerados. Fluoxetina é a única que tem na rede básica. Para ansiedade a paroxetina é melhor, mas da ganho de peso Fluvoxamina da disfunção sexual. Demoram em torno de 3 semanas para fazer efeito, mas os efeitos colaterais começam logo. Por isso, é comum utilizar os antidepressivos com benzodiazepínicos, porque eles agem logo. Principalmente em transtornos de ansiedade (pânico, tag, estresse pós traumático) tem como primeira escolha antidepressivos. Fobias especificas não tem indicação medicamentosa, mas sim terapias – como exposição gradual por habituação – não se usa antidepressivos. Alguns efeitos colaterais podem ser desejáveis, como retardo na ejaculação precoce, principalmente paroxetina. A virada maníaca – nos transtornos de humor tem pessoas que são só depressivas (depressão unipolar), se a pessoa tem outro transtorno de humor (bipolar) que tem depressão e mania ou hipomania. Se tu não cuidar para definir se o indivíduo é unipolar ou bipolar, tu podes dar um antidepressivo para uma pessoa bipolar e causar uma virada maníaca, já que o antidepressivo causa instabilidade de humor. Isso faz com que a pessoa perca a “noção” das coisas que faz. Antidepressivos em adolescentes ou adultos jovens, podem aumentar o risco de suicídio. Medicamento utilizado em indivíduos com câncer e pós AVC. 4. Dopaminérgicos e noradrenérgicos Bupropiona: ação dopaminérgica e noradrenérgica. Inibidor da recaptação dopaminérgica (por esse efeito é utilizada também para a retirada do cigarro) e noradrenérgica. Utilizado para a parada do cigarro (cigarro libera dopamina), então a bupropiona tenta minimizar a vontade de fumar. 5. Dupla Ação – inibidores da receptação de serotonina, noradrenalina e dopamina. Venlafaxina, devenlafaxina (calorões, pós menopausa), duloxetina (dor - uso também para fibromialgia, transtornos dolorosos e dor fantasma). Inibe a recaptação de serotonina, noradrenalina e dopamina; não exercendo ação sobre receptores muscarínicos, histaminérgicos ou alfa1-adrenérgicos. Estratégias de uso: Inibidor seletivo – outro inibidor seletivo – dupla ação. 6. Melatominérgicos Agomelatina (funciona somente se tomado a noite; é um medicamento caro). Regular o ciclo biológico, porque a depressão bagunça os horários da pessoa (horários de dormir, fome...) Usado quando o básico não funciona. Muito tolerado, mas não funciona para todo mundo. Principalmente usado em idosos, pessoas com condições metabólicas alteradas, doentes crônicos. 7. Atípicos São os únicos que não alteram a função sexual. Mirtazapina e trazodona. Agem no somatodendrito Estabilizadores do humor: Anticonvulsivantes e lítio 1. Lítio: Apresenta um baixo índice terapêutico (janela terapêutica estreita): a dose tóxica é muito próxima da dose terapêutica. É um sal solúvel em água cuidar com o balanço hídrico – ex.: se a pessoa fica desidratada(vômitos, diarreias) é mais fácil de se intoxicar! Tem excreção renal os anti-inflamatórios alteram a TFG, portanto estes pacientes não devem usar – CONTRA INDICAÇÃO! Diuréticos também são conta-indicados. O seu mecanismo de ação permanece incerto- a principal teoria é que ele serve de “porteira seletiva” na membrana do neurônio mais estável. Nível sérico do lítio: Terapêutico: 0,8-1,2mEq/l **Tóxico acima de 1,5mEq/l Mania aguda: 0,8-1,2mEq/l Manutenção: 0,6-1,2mEq/l Indicações clínicas: Transtorno afetivo bipolar (TAB), mania: primeira escolha – mesmo que em profilaxia. Coadjuvante no tratamento da depressão unipolar Depressão no TAB Agressividade Descontrole de impulso Suicídio Excelente anti-impulsivo Efeitos adversos: Náusea, vômito e diarréia, aumento de peso e edema, tremor, hipotireoidismo (30%), prejuízo cognitivo: lentidão, “cabeça vazia”, leucocitose, inversão da onda T, acne, alopecia, psoríase, arritmia, poliúria e fadiga. Pode ser usado para as pessoas com ideação suicida. Intoxicação: Leve a moderada (1,5-2mEq/l): vômitos, dor abdominal, ataxia, tontura, fala arrastada, nistagmo, letargia/excitação e fraqueza. Moderada a severa (2-2,5mEq/l): anorexia, náusea/vômito persistente, visão borrada, convulsões, delirium, síncope, estupor e coma. Severa (>2,5mEq/l): convulsões, oligúria, IRA e morte. 2. Anticonvulsivantes Ácido volpróico (rede pública), carbamazepina (rede pública), lamotrigina (fase depressíva – TAB), topiramato (perda de peso), oxcarbazepina, gabapentina. Ac. Volproico (50-100) e carbamazepina (8-12) dão ganho de peso, podem ser dosados no sangue, então se pode ver se está na janela terapêutica. Os outros não alteram o peso. Mecanismo de ação: aumento do GABA (o gaba diminui a atividade elétrica cerebral) no SNC – são usados como estabilizadores de humor. Diminuição da atividade elétrica cerebral. Devem ser monitorados – exame de sangue com hemograma mensal e depois de meio ano, pode aumentar a cada 2/3 meses. Utilizados na DQ, principalmente topiramato. Lamotrigina- depressão bipolar Gabapentina e oxcarbazepina – dor crônica Efeitos adversos: Comuns: irritação GI, náuseas, sedação, tremores, perda de cabelo e aumento de peso. Incomuns: vômitos, diarreia, ataxia, disartria, elevação de transaminases, hepatotoxicidade, pancreatite hemorrágica e agranulocitose (ataca a medula óssea e a pessoa para de produzir sangue). Antipsicóticos: Atípico: baixa afinidade pelos receptores D2 de dopamina – ex: clozapina, risperidona (rede básica) e olanzapina, quetiapina. Típicos: mais potentes, mais antigos, com mais efeitos colaterais, alta afinidade pelos receptores D2 de dopamina – ex: demais antipsicóticos haloperidol, cloropromazina. Potencializam antidepressivos, deixa a pessoa mais calma... Farmacodinâmica: Todos os antipsicoticos devem bloquear dopamina no sistema mesolimbico. Mecanismo de ação (típicos): bloqueio dos receptores D1 e D2 da dopamina. Diferem muito entre si em relação aos efeitos adversos, pois envolve ação em diferentes receptores (histamínicos, muscarínicos e adrenérgicos, principalmente). A eficácia é a mesma para todos, exceto atípicos que possuem menos efeitos colaterais. Relacionados com síndromes metabólicas como função renal, diabetes... Sintomas extrapiramidais: Distonia aguda (bloqueio de um grupo muscular – usa-se biperideno), parkinsonismo, discinesia tardia, síndrome neuroléptica maligna (a pessoa começa a destruir musculo). Causados por alterações na dinâmica dopaminérgica em nível dos nucléolos da base e substancia negra. Pacientes mais suscetíveis: doença aguda, desidratados, crianças e idosos. Os antipsicóticos atípicos estão significativamente menos associados a estas ocorrências. Síndrome Neuroléptica Maligna:Hipertermia, severa rigidez muscular, instabilidade autonômica, alterações no nível de consciência, laboratório: CPK elevada. Outros efeitos: piora cognitiva, cardíacos (prolongamento QT e arritmias), hipotensão ortostática, aumento de prolactina, impotência (são usados para castração química), anorgasmia, redução na libido, priapismo e retardo na ejaculação, diminui o limiar convulsivante. Outros medicamentos: 1. Benzodiazepínicos Diazepam, clonazepam, alprazolam e bromazepam. Campeões de prescrição! Efeitos adversos: dependência, piora cognitiva (aumenta o risco de demência), ansiedade rebote (quando se para de usar), depressão, podem causar efeitos extra-piramidais. Ativam o GABA rapidamente, o que melhora rapidamente. São ansiolíticos e anticonvulsivante, hipnótico, sedativo. 2. Metilfenidato/ lisdexanfetamina TDAH, controle de peso, potencializar antidepressivo. Derivado anfetaminérgico potencial de abuso. Para-efeitos: inquietação, insônia e convulsões (aumento da atividade elétrica cerebral), dor de cabeça, zumbido. Pró-dopaminérgicos: aumenta atenção, memória, foco. 3. Ampliadores cognitivos Donepezil, rivastigmina, galantamina, memantina. Bloqueadores de acetilcolinesterase. Utilizados para a demência Não tem na rede básica. Retarda a progressão da doença. 4. Diversos Bloqueadores do canal de cálcio, beta bloqueadores, hormônios (tireoide, estrogênio, progesterona, testosterona), anti-hipertensivos e ômega 3. TRANSTORNOS DE HUMOR Transtorno depressivo maior e transtorno bipolar Episódio e o que caracteriza o estado afetivo da pessoa no momento Eutimia é uma pessoa que está bem, quando a pessoa está abaixo do seu estado normal, ela está depressiva, e quando está acima é chamado de episódio hipomaníaco ou episódio maníaco. 1. Episódio Depressivo 5 ou mais sintomas, por pelo menos 2 semanas: Humor deprimido na maior parte do dia. Interesse ou prazer acentuadamente diminuído. Perda ou ganho significativo de peso sem estar de dieta. Pode apontar mais para um quadro uni ou bipolar dependendo de cada sintoma. Insônia ou hipersonia. Agitação ou retardo psicomotor Fadiga ou perda de energia Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva ou inadequada. Capacidade diminuída de pensar ou concentrar-se, ou indecisão. Pensamentos de morte recorrentes, ideação suicida recorrente sem um plano específico, tentativa de suicídio ou plano específico para cometer suicídio. 2. Episódio Maníaco Um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável, durando pelo menos 1 semana. Euforia, “grandioso”, muito pilhado, o oposto dos episódios depressivos, além de apresentar o humor irritável. Durante o período de perturbação do humor, três (ou mais) dos seguintes sintomas persistiram (quatro, se o humor é apenas irritável): Autoestima inflada ou grandiosidade – “se pensa mais do que é” Necessidade de sono diminuída ou sem dormir Mais loquaz do que o habitual ou pressão por falar Fuga de ideias ou experiência subjetiva de que os pensamentos estão correndo Distrabilidade Aumento da atividade dirigida a objetivos (socialmente, no trabalho, na escola, ou sexualmente) ou agitação psicomotora. Envolvimento excessivo em atividades prazerosas com um alto potencial para consequências dolorosas (ex: envolvimento em surtos incontidos de compras, indiscrições sexuais ou investimentos financeiros tolos, gastando mais do que pode). 3. Episódio Hipomaníaco Um período distinto de humor persistentemente elevado, expansivo ou irritável, durando todo o tempo ao longo de pelo menos 4 dias. O que a pessoa está sentindo naquele momento não irá causar sintomas tão graves a ponto de impactar o funcionamento da vida do indivíduo. Não é um quadro psicótico, tem características ou traços de temperamento que faz com que sejam diferentes entre si e entre seus dias normais. Três (ou mais) dos seguintes sintomas persistirem (quatro se o humor é apenas irritável): Autoestima inflada ou grandiosidade Necessidade de sono diminuída Mais loquaz do que o habitual ou pressão por falar Fuga de ideias ou experiência subjetiva de que os pensamentos estão correndo Distrabilidade Aumento da atividade dirigida a objetivos (socialmente, no trabalho, na escola, ou sexualmente) ou agitação psicomotora. Envolvimento excessivo em atividades prazerosas com um alto potencial para consequências dolorosas (ex: envolvimento em surtos incontidos de compras indiscrições sexuais ou investimentos financeiros tolos). O episódio está associado com uma inequívoca alteração no funcionamento, que não é característica da pessoa quando assintomática. A perturbação do humor e a alteração no funcionamento são observáveis por outros. O episódio não é suficientemente severo para causar prejuízo acentuado no funcionamento social ou ocupacional, ou para exigir a hospitalização, nem existem aspectos psicóticos. 4. Episódio Misto Satisfazem-se os critérios tanto para Episódio Maníaco quanto para Episódio Depressivo Maior (exceto pela duração), quase todos os dias, durante um período mínimo de 1 semana. Bagunça afetiva Muito grave, psicótico, coloca a pessoa em classe diagnostica de transtorno de humor bipolar. A perturbação do humor é suficientemente severa para causar acentuado prejuízo no funcionamento ocupacional, em atividades sociais costumeiras ou relacionamentos com outros, ou para a hospitalização para prevenir danos ao indivíduo e a outros, pois existem aspectos psicóticos. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substancia (ex: droga de abuso, medicamento ou outro tratamento) ou de uma condição medica geral (ex: hipertireoidismo). Nota: episódios tipo mistos causados por um tratamento antidepressivo somático (ex: medicamento, terapia eletrocompulsiva, fototerapia) não devem contar para um diagnóstico de Transtorno Bipolar I. Depressão: Epidemiologia População em geral: mulheres (10 a 25%), homens (5 a 12%). Atenção primaria: 10% Pacientes internados: 22 a 33% Idade de início: media 40 anos (50% entre 20 e 50) Transtornos distímico: 6% 80% dos indivíduos que receberam tto para episódio depressivo terão um novo episódio (média de 4). Principalmente em mulheres pós menopausa, por ter baixado o estrogênio Quanto mais precoce é o episódio depressivo, maior a chance de ser bipolar. Apresenta os sintomas típicos: insônia, agitação e perda de peso. Já os atípicos, como hipersonia, lentificação psicomotora e aumento de peso se caracterizam mais prevalentemente por depressão bipolar. Critérios diagnósticos Pelo menos um dos sintomas é humor deprimido ou perda do interesse ou prazer por 2 semanas. Os sintomas não satisfazem os critérios para um episódio misto. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativos. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substancia ou de uma condição medica geral. Os sintomas não são melhor explicados por luto, ou seja, após a perda de um ente querido, os sintomas persistem por mais de 2 meses ou são caracterizados por acentuado prejuízo funcional, preocupação mórbida com desvalia, ideação suicida, sintomas psicóticos ou retardo psicomotor. Se a pessoa pensa em suicido, caracteriza-se que ela está com transtorno depressivo psicótico. Distimia: Critérios diagnósticos Humor deprimido na maior parte do dia, na maioria dos dias, indicado por relato subjetivo ou observação feita por outros, por pelo menos 2 anos. Pessoa que tem visão negativa, é mais cansada, é mais lenta – é crônico! É uma depressão leve e crônica. Pessoa negativa Pode apresentar depressão dupla. Presença, enquanto deprimido, de duas (ou mais) das seguintes características: Apetite diminuído ou hiperfagia Insônia ou hipersonia Baixa energia ou fadiga Baixa autoestima Fraca concentração ou dificuldade em tomar decisões. Princípios do tratamento: Envolve abordagens psicossociais e/ou psicofármacos. Deve-se associar o tratamentofarmacológico a alguma modalidade de intervenção psicossocial: TCC, atividade física, terapia interpessoal, psicoterapia de solução de problemas. Usar AD se transtorno de humor de intensidade de moderada a grave. O uso de ISRS está associado com menor abandono de tratamento. Mas a taxa de resposta, quando a pessoa melhora 50%-60% das vezes, e a remissão dos sintomas é de 20-30%. Por isso é muito comum se associar remédios, trocar remédios, potencializar os remédios. Daí vem a importância de se associar tratamentos psicossociais. Se for leve, pode ser tratada com tratamentos psicossociais, como atividade física, terapias, mudanças do estilo de vida. Principalmente, atividade física e sono. Tratamentos psicossociais devem sempre estar associados a tratamentos farmacológicos. Relação médico-paciente: desconfiança, pessimismo, esquecimentos, desorganização, RS. Aderência ao tratamento: TODOS antidepressivos demoram de 2-6 semanas para começar a fazer efeito clínico e possuem piora inicial. OBJETIVO: esbater até 100% dos sintomas. Se deixar sintomas residuais da depressão a pessoa vai recorrer. Erros Comuns e "Fatais": Subdosagem "Tratar" com benzodiazepínicos Interromper a medicação precocemente Deixar muitos sintomas residuais – ex.: está bem, MAS... Não conferir história de mania. Transtorno bipolar: Introdução Caracteriza-se por mania, hipomania ou episódio misto alternado com depressão. THB I: mania ou episódio misto alternado com depressão – está psicótico – mais grave. THB II: hipomania com depressão – mais comum. Prevalência: THB I: 0,4-1,6% THB II: 0,5% igual entre homens e mulheres. 10 a 15% das depressões irão receber diagnóstico de THB. Risco de THB é maior na depressão juvenil, 20% dos adolescentes e 32% crianças menores de 11 anos. Recorrência: 40% transtorno crônico. Distribuição igual entre mulheres e homens. Duração: mania 5 a 10 semanas, depressão 19 semanas e mistos 36 semanas. 75% do humor é deprimido. Depressões Unipolares X Bipolares Depressão Unipolar: início mais tardio, menos episódios, início mais gradual, mulheres > homens, mais agitação, sintomas típicos, insônia, menor risco de suicídio, antidepressivos mais eficazes, lítio menos eficaz e história familiar de depressão. TTO: anti-depressivo. Depressão Bipolar: início mais precoce, mais episódios, início agudo, mulheres = homens, mais letargia, sintomas atípicos, hipersonia, maior risco de suicídio, antidepressivos menos eficazes, lítio mais eficaz e história familiar de mania e depressão. TTO: estabilizador de humor. SINTOMAS DE DEPRESSÃO UNIPOLAR CLÁSSICA: PERDA DE PESO + INSÔNIA + AGITAÇÃO Quanto mais precoce o diagnóstico, mais provável que seja bipolar. O bipolar passa a maior parte do tempo depressivo. A diferença entre o deprimido e o bipolar em episódio depressivo se dá por avaliação da história do passado. O bipolar deve ter tido um episódio maníaco ou hipomaníaco. Tratamento Psicoeducação – pessoa reconhecer seu próprio transtorno. Estabilizadores de humor: primeira linha: lítio (Li), ácido volpróico (av), carbamazepina (cbz). Psicofármacos de segunda linha: gabapentina, lamotrigina, topiramato Antipsicóticos atípicos: quetiapina – melhoram o quadro psicótico – principalmente no transtorno bipolar do tipo I. Depressão no THB: Sempre com um estabilizador de humor junto, se for necessário pode se usar antidepressivo posteriormente. Primeira escolha, se leve-moderada: Monoterapia com lítio; Se necessário, associar antidepressivo, ou lamotrigina (anticonvulsivante), ou olanzapina/risperidona (antipsicóticos atipicos). Se grave: Associar ADS: bupropiona, ISRS, IMAO. Os ADT têm maior % de virada maníaca. Antidepressivos tem risco de virada maníaca, principalmente os tricíclicos. Bupropiona: antidepressivo menos associado à virada maníaca! DEPENDÊNCIA QUÍMICA Sistema de recompensa: VTA (área tegmental ventral) núcleo accumbens córtex pré-frontal *Dopamina * todas as drogas dão prazer Na adolescência o sistema não está pronto, por isso se encontra ais suscetível a DQ. Drogas dão prazer imediato e mais intenso que o normal – modelo clássico de substâncias psicoativas. Tipos de drogas Legalidade Licitas – álcool, tabaco, cafeína Ilícitas Ação: Depressoras – álcool, bnz Estimulação – cocaína, cafeína Perturbação – alucinógenos - maconha, LSD Origem: Natural – maconha, morfina Semi-sintético – dolantina Sintético – ecstasi, crack, metanfetamina CID – 10: F10 – F19: transtornos mentais e de comportamento decorrentes do uso de substâncias psicoativas: F10 – álcool F11 – opióides F12 – canabinóides F13 – sedativos ou hipnóticos – ex.: BNZ F14 – cocaína F15 – outros estimulantes, incluindo cafeína. F16 – alucinógenos F17 – tabaco F18 – solventes voláteis – ex.: cola, benzeno... F19 – múltiplas drogas e uso de outras substâncias psicoativas Padrão de uso de substâncias psicoativas: Não são considerados patológicosUso experimental Uso recreacional Uso abusivo (nocivo) PATOLÓGICO Dependência O que separa é a linha da presença de prejuízo ou sofrimento. Ex.: chá de ayahuasca – se há o abuso, ou fora do contexto da cultura/religião, pode ser patológico. Prejuízo: físico, psíquico e socialmente – intoxicação Álcool: Critérios para Abuso de Substância Uso mal adaptativo levando a prejuízo ou sofrimento significativo manifestado por um ou mais dos seguintes aspectos (no último ano): Fracasso em cumprir obrigações importantes no trabalho, escola ou casa. Uso em situações que representam perigo para a integridade física Problemas legais decorrentes do uso da sustância Uso apesar de problemas sociais ou interpessoais exacerbados por este uso. Não satisfaz os critérios para dependência. * 1 ou mais dos aspectos no último ano, já é considerado abuso. Abuso envolve intoxicação. Homens tem maior capacidade de processar, logo mulher tem maiores chances de ter intoxicações. Critérios para Dependência de Substância Uso mal adaptativo levando a prejuízo ou sofrimento significativo manifestado por três ou mais dos seguintes aspectos (no último ano): Tolerância – ter que usar doses maiores para ter o mesmo efeito Abstinência – sem a droga tem sinais e sintomas caraterísticos Dificuldade para deter o consumo conforme pretendido Esforços malsucedidos para reduzir ou controlar o uso Dispêndio de tempo para obtenção, uso e recuperação após o uso da substancia. Atividades sociais, ocupacionais ou recreativas reduzidas ou abandonadas em virtude do uso da substância. Uso continuado da substancia apesar da consciência dos problemas físicos ou psicóticos decorrentes. Epidemiologia do álcool Levantamento nacional domiciliar (2001) Abuso de álcool: Homens – 9,1% Mulheres - 1,7% Dependência de álcool: Homens – 17,1% Mulheres – 5,7% Como investigar: Utilizar o modelo médico (objetivamente, sem preconceito ou pré-julgamento) Não perguntar se bebe ou não (85% dos adultos bebem), mas sim COMO bebe. Perguntar sobre consumo de álcool dentro das informações relacionadas a habito alimentar e de lazer. Perguntar se já teve necessidade de MUDAR seu consumo de álcool por algum motivo. Questionário: CAGE C (cut-down) – alguma vez o senhor sentiu que deveria diminuir a quantidade de bebida alcoólica ou parar de beber? A (annoyed) – as pessoas o aborrecem porque criticam o seu modo de tomar a bebida alcoólica? G (guilty) – o senhor se sente chateado consigo mesmo pela maneira como costuma tomar bebidas alcoólicas? Se sente culpada E (eye-opener) – costuma tomar bebidas alcoólicas pela manhã para diminuir o nervosismo ou ressaca? Se ela responder um “sim”, a chance de ser dependente é de 80% Síndrome da abstinência de álcool No começo, o álcool é euforizante, mas porque começa inibindo o freio social e o freio neuroquímico. Passado essa fase de euforia, ela fica deprimida, podendo levar ao coma. Cerca de 6h após a interrupçãodo uso: tremores, ansiedade, insônia, náusea, inquietação. Sintomas mais graves: febre baixa, taquipnéia, tremores intensos, sudorese profunda, hipertensão. Lembrar que no abstinência alcoolica pode causar tanto delirium quanto delírio. Convulsões ocorrem em 5% dos pacientes não tratados, de 12 a 24 h de abstinência. Delirium tremens se manifesta após 72h e tem mortalidade de 5 a 25%. Por isso que dependentes de álcool precisam de tratamento de reposição. Tratamento: Cuidados gerais: Esclarecimento e orientação a paciente e familiares Repouso relativo em ambiente com pouco estimulo Hidratação adequada Dieta leve ou restrita Consulta de urgência se alterações da orientação ou consciência Farmacoterapia: Tiamina (vitamina B1) – 300 mg/dia IM por 7 dias e após VO – porque normalmente o etilista é desnutrido. Diazepam (20 – 40 mg/dia) ou clordiazepóxido (100 – 200 mg/dia) VO. A médio e longo prazo se usa anticonvulsivantes como topiramato. Terapia aversiva – disulfiram Benzodiazepínicos: Fatores de risco: BDZ de ação curta – midazolam e alprazolam Altas doses diárias Uso por longos períodos Retirada rápida Sinais e sintomas de abstinência de BDZ: Sinais maiores: convulsões, alucinações, delirium (desregulação do receptor GABA) Sinais menores (físicos): tremores, sudorese, palpitação, letargia, náuseas e vômitos, anorexia, sintomas gripais, dores musculares e cefaléia. Sinais menores (psíquicos): insônia, irritabilidade, dificuldade de concentração, inquietação, agitação, pesadelos, disforia, prejuízo da memória e desrealização. Tratamento: Substituição por BDZ de meia-vida longa: diazepam e clonazepam. Diminuição progressiva da dose: diminuir um quarto ou metade da dose semanal ou quinzenalmente. NUNCA tirar de uma vez. Psicoterapia Cocaína: Folha de coca (pode ser mascada) – estimulante, diferentes apresentações Efeitos psíquicos: aumento do estado de vigília (“ligado”), aceleração do pensamento, euforia, sensação de bem-estar e autoconfiança elevada. Abstinência: Inicia cerca de 9h após parada do consumo Primeira fase: Depressão, agitação e anorexia. Evolui para hiperfagia, fadiga e insônia. Progride para hipersonia e intensa fissura por cocaína Não tem fome Segunda fase (1-10 semanas): Normalização do sono e humor. Ansiedade leve, anedonia (nada tem graça), anergia, fissura por cocaína exacerbada por estímulos relacionados ao uso prévio da droga. Tratamento: estabilizadores de humor, anticonvulsivantes, como o topiramato. Maconha: Substância a ativa: THC (tetraidrocanabinol) Efeitos agudos: euforia e relaxamento, alterações da sensopercepção e distorção do tempo, intensificação de experiências sensoriais comuns, como comer, assistir a um filme ou ouvir música, diminuição da memória recente e da atenção da habilidade motora e do tempo de reação durante a intoxicação. E ansiedade e reações de pânico. Uso crônico: Aumenta o risco de depressão, esquizofrenia e transtorno de pânico. Aumenta o risco de acidentes de transito. Mais desemprego, menor nível salarial, menor rendimento intelectual, mais sedentarismo, menos relacionamentos afetivos (diminuição do repertório de prazeres). Síndrome amotivacional: tendência a ficar apático, sem energia, obeso, descuidado da aparência pessoal sem disposição para persistir em qualquer tarefa que exija atenção e tenacidade. Prole com diminuição da capacidade intelectual. Psicofármacos na DQ - Drogas anti-impulsivantes inespecíficas: Carbamazepina Ácido volpróico Topiramato Cloropromazina Tabagismo: Adesivo de reposição de nicotina Adesivo transdérmico Goma de mascar Inalador de aerossol Spray nasal Bupropiona Vareniclina Naltrexone – antagonista dos receptores de opióides Antidepressivos são controversos. SUICÍDIO Epidemiologia: 1 milhão de pessoas cometeram suicídio no ano de 2000 A cada 40 segundos uma pessoa pratica o ato A cada 3 segundos, uma atenta contra a própria vida Existem 10 tentativas para cada ato consumado 4 tentativas não conhecidas para cada 1 registrada Está entre as 10 causas de morte mais frequente em todas as idades. É a 3° causa de morte entre 15 e 35 anos Mulheres tentam mais, homens morrem mais Dois picos de maior incidência: adultos jovens e idosos Só não é pior, porque as estatísticas são falhas: Subnotificação Para-suicídio – não teve a ideia deliberada de morrer, mas sabe-se que fazendo aquilo, as chances de morrer são maiores. Transtorno de humor, esquizofrenia e DQ estão relacionados ao suicídio. Ideias Equivocadas: "Se eu perguntar sobre suicídio, poderei induzir o paciente." "Ela está ameaçando suicídio apenas para manipular" "Quem quer se matar, mata-se mesmo." "Veja se da próxima vez você se mata mesmo." "Quem se mata é bem diferente de quem apenas tenta." Fatores Etiológicos Genéticos: Maior prevalência de tentativas de suicídio em pacientes com parentes em 1° grau que também tentaram suicídio. Gêmeos monozigóticos apresentam maior concordância para suicídio que os dizigóticos. Crianças adotadas, cujos pais biológicos apresentam história + para suicídio ou tentativa de suicídio, suicidam-se mais que outras adotadas. Fatores de Risco: Sócio-demográfico: > 45 anos Masculino Divorciado/separado > solteiro > viúvo > casado Desempregado e aposentado Ateus/protestantes > católicos/ judeus Isolamento social Psicológicos e psiquiátricos: Doença crônica Hipocondríaco Consumo excessivo de drogas Depressão severa e bipolar Perda recente Perda dos pais na infância Psicose T. Grave personalidade Alcoolismo ou abuso de drogas Desesperança – ideia de que não vai melhorar Instabilidade familiar Datas importantes (natal, ano novo) Suicídios e Transtornos Mentais: Alcoolismo: O álcool diminui a crítica e aumenta a impulsividade. Cerca de um terço dos casos de suicídio estão ligados à dependência do álcool. 5 a 10% das pessoas dependentes de álcool terminam sua vida pelo suicídio. No momento do ato suicida muitos se encontravam alcoolizados. Alta atividade suicida: Ideação frequente, intensa e prolongada. Tentativas de suicídio: Múltiplas Planejada Resgate improvável Desejo claro de morte Método letal disponível Ambivalência: Avaliação: Frases de alerta: “Eu preferia estar morto.” “Eu não posso fazer nada.” “Eu não aguento mais.” “Eu sou um perdedor e um peso para os outros.” “Os outros vão ser mais felizes sem mim.” Manejo preventivo: Falar abertamente sobre suicídio com todos os pacientes que possam apresentar algum risco. Estabelecer vínculo; empatia. Avaliar o risco: Internação psiquiátrica X Ambulatorial Internação: hospitalar ou domiciliar? Evitar comportamentos autodestrutivos. Iniciar tratamento. Melhor pecar por excesso Não pode ficar sozinho, não pode ficar com os remédios. Tratamento do paciente: Ambulatorial: Família – suicídio é uma das autorizações de quebra de sigilo Hospitalar Psicofarmacoterapia: Carbonato de Lítio – anti-impulsivo → lítio também mata! Cuidados com antidepressivos→ nas duas primeiras semanas, o antidepressivo aumenta as chances de suicídio. Psicoterapia ECT Uso de ketamina – anestésico com propriedades anti-suicidas. ESQUIZOFRENIA Psicose = pessoa que perdeu o fio associativo/ perdeu o contato com a realidade. Sensopercepção não está conservada. Ideias distorcias sobre quem ela é, o que vê, o que fala... Esquizo = partido, cisão. // Frenia = pensamento. Emil Kraeplin – dementia precox Ugen Bleuler – esquizofrenia Não existe psicose/esquizofrenia sem ter o pensamento alterado. Quanto mais psicótica, mais mata neurônio. Produção do pensamento = lógico ou ilógico Forma= circunstancial, rápido Conteúdo: delírio Alucinação: alteração de sensopercepção. Delírio é o pensamento que ela conta, é acreditar no que vê. Epidemiologia 1% Igual entre os sexos Homens têm início mais precoce (15 – 25). Sazonalidade? Custode US$ 140 milhões. Etiologia Modelo de estresse-diátese. Alteração na poda neural, afetando o circuito dopaminérgico, aumentando a atividade mesolimbica. Fatores biológicos: Genética Hipótese dopaminérgica Alteração do crescimento neural Fatores psicossociais: Teoria psiconalítica – “mãe-geladeira” – mães que não dão amor. Criança que é cuidada apresenta epigenética melhor – fator de proteção Diagnóstico Apresenta surtos psicóticos. No 1º mês é chamado de transtorno psicótico leve. Se for mais de 1 (3) meses e ainda não são 6 meses – transtorno esquizofreniforme. Sintomas positivos – via mesolimbica e sintomas negativos (todos os critérios abaixos) – via mesocorticais Presença de pelo menos 2 critérios – sintomas positivos de hiperatividade dopaminérgica na via mesolímbica: Delírios Alucinações Discurso desorganizado Comportamento desorganizado ou catatônico Sintomas negativos (acabam ficando pioradas) – hipoatividade dopaminérgica na via mesocortical: Achatamento afetivo Alogia (pobreza no discurso) Avolição (não consegue começar uma ação em busca de um objetivo) Abolia (some a motivação da pessoa) Anedonia (menor busca de prazer) Disfunção social/ocupacionais Duração de pelo menos 6 meses. Subtipos Paranóide – acha que tem alguém perseguindo sempre – delírio – “historinha da cabeça”. + comum Desorganizado ou Hebefrênica – não consegue nem falar, porque o pensamento está desorganizado + grave Catatônico – sintomas negativos Indiferenciado – não acho diferença entre as outras Residual – demência precoce, não tem delirium, não tem alucinação. Morte neuronal. Manifestações Clínicas Sinais e sintomas pré-morbidos (antes de ter o primeiro surto, percebe-se que algo é “diferente”) Sintomas positivos – hiperatividade – muita dopamina na via mesolimbica: Alucinações Delírios Comportamento bizarro Distúrbios da forma do pensamento. Sintomas negativos – via mesocortical hipoativa: Embotamento afetivo Alogia Avolição Anedonia Exame do Estado Mental: Depende do subtipo Pensamento está sempre alterado Alteração de sensopercepção presente. Diagnostico diferencial Transtorno Psicótico por Substancia. Simulação e Transtornos factícios Outros Transtornos Psicóticos Depressão e Bipolaridade I Transtornos de Personalidade (Cluster A) Curso e Prognóstico Surtos e remissões Redução dos sintomas positivos – porque os neurônios estão morrendo Doença residual 20% recupera (?) 30% sintomas moderados. 50% prejudicados por toda vida. Maior morbidade e mortalidade – menos crítica sobre sua saúde, menos hábitos de higiene... 15% suicídio. Tratamento Hospitalização – faz parte da história, porque é muito difícil manter um paciente psicótico fora do hospital. Antipsicóticos: Típicos Atípicos Eletroconvulsoterapia (ECT) Psicoterapias – só faz terapia com o paciente não psicótico: Cognitiva-comportamental Grupo/família Antipsicóticos bloqueadores dopaminérgicos, age na via tuberoinfundibular. Os efeitos adversos incluem síndrome metabólica. Sintomas de reações adversas: extra-piramidais, dificultando os movimentos, parkisonismo, distonia aguda de um grupo muscular, pode levar a discinesia tardia. Aumento da prolactina, galactorreia, impotência sexual. Outros Transtornos Psicóticos Transtorno psicótico Breve: Menos de 1 mês. Transtorno Esquizofreniforme: Mais que 1 mês e menos de 6 meses. Transtorno Esquizoafetivo: Critérios para esquizofrenia e transtorno de humor no mesmo episódio. Pode ser predominantemente maníco, predominantemente afetivo ou predominantemente misto. Anti-psicotico + estabilizador de humor (lítio, ác.volproico). Tratamento Medicação de deposito para a não aceitação da medicação: haloperidol, paliperidona. Anti-depressivo é desestabilizador de humor, pode aumentar as chances de ficar psicótico. TRANSTORNOS ALIMENTARES Panorama Geral: Segundo o NIMH (2002): Transtornos afetivos – 25 milhões hab. Transtornos ansiosos – 20 milhões hab. Transtornos alimentares – 5 milhões hab. Esquizofrenia – 2,2 milhões hab. Custo: 5 – 6 bilhões de dólares/ano nos EUA. Transtornos Alimentares Anorexia Nervosa (NA) – mantem o peso abaixo de IMC<18,5 Restritiva – não come Purgativa – come e vomita, come e usa laxante Bulimia Nervosa (BN) – 2 x por semana, pelo menos, tem uma compulsão alimentar. Peso normal ou acima do peso. Se estiver com peso baixo é anorexia. Purgativa – come, come, come, vomita, come, come, come, usa laxante. Não-purgativa Lança mão de medidas desaptativas para compensar. Síndromes Parciais (EDNOS) – pessoas que não se encaixam em outros diagnósticos, sem especificações. Transtornos da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP) Binge Eating Disorder Come muito, mas não compensa. Obesidade – não tem TCAP com peso normal. 70% apresenta obesidade mórbida. Anorexia Nervosa Recusa em manter peso adequado (IMC<18,5) Intenso medo de engordar apesar do baixo peso. Distorção na percepção do peso corporal Amenorreia por 3 ciclos. Distorção da imagem corporal; pessoas com anorexia nervosa se veem gordas, mesmo estando em magreza extrema. Sensorpercepção alterada – ex.: sentir movimento da gordura. O que ela vê e sente é diferente da percepção dos outros, e isso causa um sofrimento intenso. Se abstém do convívio social porque a maior parte está envolvido em comida. Bulimia Nervosa 2 episódios por semana durante 3 meses de: Compulsão alimentar – comer muito! Medidas compensatórias prejudiciais para evitar ganho de peso. Auto-avaliação é indevidamente influenciada pelo peso e forma do corpo. Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica Recorrentes episódios de compulsão alimentar: 2 dias na semana por 6 meses Caracterizado por: Comer rápido Desconforto físico Comer sem fome Comer sozinho (escondido) Culpa Epidemiologia Adolescentes adultos jovens 10 vezes mais comum em mulheres Crescendo nos homens (homossexuais) Brancos em nações industrializadas NA: 1% de risco para mulheres jovens Mortalidade 10% BN: 5% na mesma população Mortalidade de 5% Transtornos parciais: 10% TCAP: 40-70% em obesos mórbidos Causas Biológicas: Genéticas Neurotransmissores Sociais: Mídia Padrão de beleza Psicodinâmicas: Conflitos familiares Perfeccionismo Baixa auto-estima Cognitivas Padrão de Beleza ao Longo do Tempo Fatores de Risco Sexo feminino Estar em dieta Atividades que exigem magreza (dançarinos, modelos, atletas) Baixa auto-estima Problemas familiares Perfeccionismo Diabetes tipo 1 História familiar ou pessoal de: Obesidade Uso de drogas Depressão Abuso físico ou sexual Críticas ou comentários depreciativos Tratamento Interdisciplinar: Biológico Psicológico Social Nutricional Familiar Medicação AN: Nada funciona na fase aguda Fluoxetina previne recaída. BN: Fluoxetina doses altas TCAP: ISRS Topiramato Sibutramina Prognóstico NA: 40% remitem 30% melhoram 20% cronificam 10% morrem BN: 50% remitem 25% melhoram 20% cronificam 5% morrem Sinais de Alerta Obsessão por comida e peso Excesso de exercícios físicos Menstruação irregular ou amenorreia Tonturas e/ou desmaios Atitudes perfeccionistas Perda dentária DELIRIUM E DEMÊNCIA Delirium: Alteração de consciência, mudança na cognição ou desenvolvimento de distúrbios de percepção, não explicado por demência preexistente, estabelecida ou em evolução. O distúrbio se desenvolveu em curto período de tempo (geralmente horas a dias), e tende a flutuar - Degradação das funções mentais em um curto espaço de tempo Atrapalha as funções executivas mentais. Há evidencia de droga, doença aguda ou distúrbio metabólico que poderia explicar a alteração cognitiva. Delirium tremens. Alucinações, agressividade, obnubilação. Alguma coisa orgânica não está bem – É UM MARCADOR! Ex.: distúrbio metabólico, tóxico, vascular, neoplásico. Chance de morte: 50%. Delírio:Alteração de pensamento. Epidemiologia 15% em pacientes cirúrgicos 25% em pacientes clínicos 50% em fraturas de quadril Idade avançada Câncer Lesão cerebral Sinal de mal prognostico – mortalidade de 50% em um ano. Etiologia Infecções Distúrbios metabólicos Toxicidade farmacológica Distúrbios eletrolíticos Lesão cerebral – neoplasias, AVE Traumatismos Manifestações Clínicas Oscilação na vigília (lucidez e obnubilação, sonolência, estupor, coma). Desorientação Alteração de linguagem e cognição Alucinações – principalmente zoopsia Raiva, medo e irritação Inversão do sono Sintomas neurológicos – marcha, disdiadococinesia... Curso e Prognóstico Dura menos de 1 semana – da noite para o dia Quanto mais velho, pior. Delirium não leva a demência, mas pode levar a depressão e TEPT. Mortalidade – não pelo delirium em si, mas pela doença de base. Bastante comum em internamentos no hospital. Tratamento Tratar a causa base Medidas não farmacológicas – ler jornal, ter foto de família, ter convívio. O ideal é que a pessoa traga objetos para o hospital que sirvam como âncora. Na UTI é muito comum ter delirium, porque se perde a noção do tempo e tudo é sempre igual. Haloperidol – antipsicotico potente não sedativo. O problema de sedar o paciente é perder a referência (vou perder a consciência como parâmetro) Benzodiazepínicos curta meia-vida – “entra, faz o efeito e sai. ” Efeitos do envelhecimento sobre a memória Memória de curto prazo pouco afetada. Diminuição da recuperação espontânea, especialmente da memória recente. Esquecimento mais rápido para material verbal e não verbal. Processamento de informações mais lento Declínio em tarefas de nomeação e de fluência verbal. Habilidades viso-espaciais e motoras são funções que mais declinam com o envelhecimento. Piora do funcionamento executivo. Estudar, aprender – aumenta as sinapses do cérebro. São coisas normais. A questão e quando a perda é precoce ou começa a impactar no funcionamento psicossocial da pessoa, trazendo sofrimento e prejuízo na vida da pessoa. Demência: Presença de déficit cognitivo, demonstrado por perda de memória e prejuízo da linguagem, praxia, reconhecimento ou pensamento abstrato. O prejuízo é crônico e progressivo e resultou em declínio funcional. Alteração de pensamento. Memória é o que mais vem à tona – recentes de curto prazo e de trabalho apresentam falhas. CCL- perdeu função, comprometimento cognitivo leve, já se começa tratamento mesmo sem ser demência. Epidemiologia Aos 65 anos, 5% demência severa e 15% leve. Prevalência aumenta com a idade 60% dos casos – Alzheimer 30% - vascular. 10% - outras causas. Cerca de 4 milhões de pacientes nos EUA Custo de US$ 15 bilhões. Etiologia – demência é morte neuronal – Caracterizado por: aumento do espaço ventricular/sulco – atrofia cortical (normalmente), mas pode ter de substância branca. Alzheimer: Causa desconhecia Genética Placas amiloides (necropsia) – torna o cérebro menos eficiente pois gasta mais energia para fazer menos funções Declínio de anos/ décadas Vascular: Infartos e trombos – Doença renal, doença coronariana, fundo de olho comprometido... → compromete cérebro Tem que ter outros efeitos cardiovasculares Pick: Desconhecida Mais rápida evolução (6 meses a 1 ano) Atrofia fronto-temporal- Ataca o neocórtex A pessoa deixa de ser quem ela é. Apatia, “repouso intermitente”, voz muda, jeito da pessoa muda. “morte do cérebro no corpo vivo” Creutzfeldt-Jacob: Príon (infecção) - Doença da vaca-louca multifocal Huntington: Alterações motoras – coreia. Acometimento do cerebelo. Parkinson: Ganglios da base – substância negra. HIV – mesmo em jovens. Traumatismo Craniano – lesão axonal difusa ou traumatismo de repetição. Substâncias Álcool é toxico e causa morte neuronal precoce. Benzodiazepínicos. Diagnóstico Desenvolvimento de múltiplos déficits cognitivos: Memória Afasia, apraxia, agnosia e disfunção executiva. Início gradual e declínio cognitivo contínuo. Cuidado é estabelecer padrão cognitivo no nível da pessoa. Manifestações clínicas Perda de memória – mais recentes. A última a ser perdida são as remotas. Desorientação Comprometimento da linguagem Alterações de personalidade Psicose Síndrome crepuscular – conforme o sol desce, a pessoa fica mais agitada. Diagnóstico Diferencial Demência entre si AIT – trombo cerebral que pode sair e, então, o paciente volta espontaneamente ao normal. Delirium – cuidar tempo Depressão. Transtorno Factício – “se fazendo”. Esquizofrenia – principalmente a residual – demência precoce. Envelhecimento normal – propor: at. física, exercício cognitivo, socialização. Curso e Prognóstico Início na sexta a sétima década de vida (60 A 70 ANOS) Deterioração gradual Sobrevida de até 20 anos. Quanto melhor o desempenho prévio, melhor o prognóstico. Tratamento Cuidados interdisciplinares Suporte psicoterápico Antagonistas da acetilcolinesterase – rivastigmina, aumenta a acetilcolina. Cuidados paliativosAntipsicóticos não colinérgicos Benzodiazepínicos de curta meia-vida. Psicoestimulantes Antidepressivos
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