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PÊNDULO SIMPLES 1 INTRODUÇÃO Podemos considerar um pêndulo simples como sendo, segundo o site SÓ FÍSICA (entre 2008 e 2018), uma massa alocada em um barbante com alta flexibilidade e inextensibilidade por um de seus extremos e pelo outro, livre. Figura 1: Esquema de um pêndulo simples. Fonte: Site Só Física. As forças que agem neste sistema são a tração do fio e a força gravitacional. Segundo Halliday (2013), a componente tangencial da força gravitacional produz um torque restaurador em relação ao ponto fixo do pêndulo, já que age sempre no sentido contrário ao movimento da massa e faz com que ela volte ao ponto central. O movimento que o pêndulo simples possui é um tipo de movimento bem comum, que é o chamado periódico ou oscilatório e é caracterizado por ser um movimento que se repete em um tempo de ciclo chamado período (𝑇). 𝑇 = 1 𝑇 (1) Num experimento, é interessante que se avalie quão próximo é o valor obtido pelos processos que o compõem daquele valor dado como o verdadeiro. Para isso, deve-se fazer o cálculo do erro relativo percentual, que segue a seguinte expressão. %𝑇𝑇𝑇𝑇 = |𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇 𝑇𝑇𝑇𝑇 − 𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇 𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇| 𝑇𝑇𝑇𝑇𝑇 𝑇𝑇𝑇𝑇 × 100 (2) O objetivo geral do experimento foi compreender o movimento de um pêndulo simples. Os objetivos específicos foram: a) aprender a utilizar o cronômetro no experimento a ser realizado; b) efetuar operações matemáticas com algarismos significativos; c) estimar incertezas em medidas diretas e efetuar cálculos de propagação de incertezas das medidas indiretas; d) saber relacionar a velocidade tangencial com o período em um pêndulo simples. 2 MATERIAIS E MÉTODOS Para a realização do experimento, os seguintes materiais foram utilizados: a) 01 trena graduada em milímetros; b) 01 cronômetro; c) 01 pêndulo simples. Dos instrumentos de medição citados acima, a trena é um equipamento analógico, sendo a incerteza a metade da precisão e o cronômetro é digital, sendo a sua incerteza igual a precisão. Suas precisões e incertezas estão descritas na tabela a seguir. Tabela 1 - Precisão e incertezas dos instrumentos de medição utilizados. Instrumento de medida Precisão Incerteza Trena 1 mm 0,5 mm Cronômetro 0,01 s 0,01s Fonte: própria autoria. O experimento consistiu em fazer 5 medições de 20 períodos de um pêndulo solto com uma angulação de aproximadamente 10°, que estava preso em uma haste colocada na bancada do laboratório e que consistia em uma esfera de aço presa por um barbante. Para isso, um dos alunos operou o cronômetro, outro o pêndulo e outro ficou responsável pela anotação dos valores obtidos. A distância da ponta do barbante amarrada à haste até ao centro da esfera foi denominada 𝑇e esse valor era composto por dois outros valores, 𝑇e 𝑇. A distância 𝑇correspondia a ponta amarrada à haste até um nó dado no barbante próximo a esfera. Já a distância 𝑇, correspondia a distância deste nó até ao centro da esfera e não era conhecida, necessitando assim dos cálculos do experimento para determiná-la. Inicialmente, fez-se a medida dos 20 períodos para uma distância 𝑇 =60,0𝑇𝑇e depois a média deste tempo para achar o correspondente à um período apenas. Depois, foi feito o mesmo procedimento, porém aumentando, a cada vez, a distância 𝑇 em 10𝑇𝑇 até se chegar em 1 metro. Após a obtenção de todos os dados, foi utilizado o Teorema de Bridgman para obter a expressão do período (T) para um pêndulo simples e chegou-se a expressão 1: 𝑇 = 𝑇√ 𝑇 𝑇 ou 𝑇 = 𝑇√ 𝑇+𝑇 𝑇 (3) Tendo obtido a expressão acima, foi necessário fazer sua linearização para obtê-la na forma 𝑇 = 𝑇 + 𝑇𝑇, chegando assim a expressão 2: 𝑇2 = 𝑇² 𝑇 𝑇 + 𝑇² 𝑇 𝑇 (4) Com a linearização, conseguimos montar uma tabela com os valores de 𝑇e de 𝑇 e também obter mais algumas expressões para assim conseguir determinar os valores necessários, a constante 𝑇e a distância 𝑇. 𝑇 = 𝑇² (5) 𝑇 = 𝑇² 𝑇 𝑇, isolando o 𝑇: 𝑇 = 𝑇×𝑇 𝑇² (6) 𝑇 = 𝑇² 𝑇 , isolando o K: 𝑇 = √𝑇 × 𝑇 (7) 𝑇 = 𝑇 (8) Tabela 2 - Valores de 𝑇e 𝑇de acordo com a expressão linearizada do período (T). y x 2,96 0,6 3,42 0,7 3,8 0,8 4,21 0,9 4,58 1,0 Fonte: própria autoria. Como era necessário obter os valores de 𝑇 e 𝑇 e já eram conhecidas expressões em que eles estão isolados, era preciso conhecer os valores de A e B para atingir esse objetivo. Para isso, foi utilizado o programa Origin-Pro. No programa, foi colocado os valores da tabela 2 e montou-se um gráfico com seus pontos. Após isso, foi feito um ajuste linear (Linear Fit) desses pontos e assim foi encontrado os valores de A e B e depois obtido 𝑇 e 𝑇através das expressões 4 e 5. 3 RESULTADOS E ANÁLISE DOS DADOS Os resultados dos experimentos foram separados em 3 partes. Os valores medidos e calculados para o pêndulo simples, o gráfico da velocidade tangencial e o planador que está em movimento retilíneo uniformemente variado, com aceleração constante e velocidade inicial igual a zero. Juntamente dos resultados, foi realizada a análise dos valores e gráficos. 3.1 Pêndulo Simples As medidas obtidas para o período (T) com 20 oscilações (20T), acrescidos pela incerteza do cronômetro utilizado 𝜎T=0,01s, para um comprimento (p) do barbante que sustenta a esfera, determinado para o experimento em p = 0,6, 0,7, 0,8, 0,9 e 1,0 m com a incerteza de 𝜎p = 0,5x10-3 para todos, estão na tabela abaixo. Foi calculado o período (T) para apenas uma oscilação, ao dividir o período das 20 oscilações por 20. Tabela 3 - Medições do período (T) do pêndulo simples para cada comprimento p. (p±𝜎p)m (20T±𝜎T)s (T±𝜎T)s 0,6±0,5x10-3 34,47±0,01 1,72±0,01 0,7±0,5x10-3 36,97±0,01 1,85±0,01 0,8±0,5x10-3 39,00±0,01 1,95±0,01 0,9±0,5x10-3 41,03±0,01 2,05±0,01 1,0±0,5x10-3 42,84±0,01 2,14±0,01 Fonte: própria autoria. Com os valores de p e T, foram calculados os valores de y e x para fazer a linearização dos dados. As deduções das equações para encontrar y e x se encontram no apêndice A deste relatório, mas as fórmulas utilizadas foram: x=p e y=T². Os cálculos foram realizados e os valores obtidos estão na tabela a seguir. Tabela 4 - Valores calculados para as variáveis x e y. y x 2,96 0,6 3,42 0,7 3,80 0,8 4,21 0,9 4,58 1,0 Fonte: própria autoria. Após encontrados os valores de y e x, foi utilizado o programa Origin para fazer uma linearização dos dados (conhecido também por Linear Fit ou ajuste linear), onde os valores de y e x foram as entradas no software e a saída foi o gráfico abaixo, onde é traçada uma reta entre os pontos obtidos e os valores dos coeficientes A e B extraídos, como apresenta a figura abaixo. Figura 2 - Ajuste linear (Linear Fit) dos pontos experimentais. Fonte: própria autoria. Com os valores das constantes A e B, foram determinadas os valores k e c pelas equações: 𝑘 = √𝑘𝑘 e 𝑘 = 𝑘𝑘 𝑘2 que estão deduzidas no apêndice A, sendo g, a aceleração da gravidade na cidade de Itabira, que é 9,78m/s². Os valores obtidos foram: k=6,28±0,07 e c=0,14±0,02. Por fim, calculamos o Erro Relativo Percentual (𝜂) e encontramos 𝜂= 0,05%. 3.2 Velocidade Tangencial A figura abaixo representa o gráfico da velocidade tangencial da massa pendular em função do tempo. O valor Vmáx é obtido no momento em que a esfera do pêndulo se encontrana perpendicular entre o barbante e a superfície e V=0, quando a esfera está em algum dos dois extremos. O tempo t equivale a um movimento completo do pêndulo, saindo de uma posição xi e retornando a essa mesma posição. Figura 3 - Gráfico da velocidade tangencial da massa pendular em função do tempo. Fonte: própria autora. 3.3 Planador em MRUV O segundo exercício do questionário do roteiro, propôs um planador deslocando-se com aceleração constante sobre um trilho retilíneo (movimento retilíneo uniformemente variado - M.R.U.V.) partindo da origem do referencial com velocidade inicial nula, cujos valores da posição (S) em função do tempo (t) do planador, são mostrados na tabela a seguir. Tabela 5 - Velocidade (S) do planador em função do tempo (t). S(m) 0,2±0,05 0,3±0,05 0,4±0,05 0,5±0,05 0,6±0,05 0,7±0,05 t(s) 1,671±0,001 2,050±0,001 2,352±0,001 2,626±0,001 2,868±0,001 3,100±0,001 Fonte: própria autoria. Com os valores acima, foi feita a linearização da função S=f(t), com S=Ktn. As variáveis y e x foram calculadas e os cálculos se localizam no apêndice B. As equações obtidas foram; y=ln(S) e x=ln(t). Então, escrevemos os valores calculados na tabela a seguir. Tabela 6 - Valores calculados para as variáveis x e y. y x -1,6 0,513 -1,2 0,718 -0,9 0,855 -0,7 0,965 -0,5 1,054 -0,4 1,131 Fonte: própria autoria. Os valores de y e x foram digitados no Origin e o ajuste linear realizado está na figura abaixo. Figura 4 - Ajuste linear (Linear Fit) dos pontos experimentais. Fonte: própria autoria. Os valores de A e B foram: A= 1,31±0,01 e B=0,50±0,01. Pode-se observar que os valores dos dados estão muito próximos, e que a linearização passa bem próxima deles e em alguns casos, até os toca. Por fim, a aceleração escalar do planador foi de a=7,49m/s² (cálculo detalhado no apêndice B). 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo geral da aula foi alcançado e os alunos compreenderam como ocorre o movimento de um pêndulo simples a partir de um pequeno deslocamento para cima da esfera em uma angulação não superior a 10º, mantendo o barbante esticado. Alguns fatores que podem alterar os valores obtidos foram percebidos, tal como os que independem da ação humana (vento, ruído, vibrações), os que podem ser gerados por erro do experimentador (tempo de reação e manipulação dos materiais) e por fim, as incertezas dos equipamentos utilizados. REFERÊNCIAS HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos da física: gravitação, ondas e termodinâmica. [Fundamentals of physics, 9th ed. (inglês)]. Tradução e revisão técnica de Ronaldo Sérgio de Biasi. 9 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2013. v. 2. SÓ FÍSICA. Pêndulo simples. [entre 2008 e 2018]. Disponível em: <https://www.sofisica.com.br/conteudos/ondulatoria/mhs/pendulo.php>. Acesso em: 04 set. 2018.