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Assunção de dívida Assunção de divida ou cessão de débito. Negócio jurídico pelo qual o devedor transfere a outrem sua posição na relação jurídica. Negocio bilateral. Operação pela qual um terceiro (assuntor) se obriga em face do credor a efetuara prestação devida por outrem. Alteração no pólo passivo, mas sem que a modificação subjetiva envolva uma perda do conteúdo da obrigação. Art. 299 “é facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava.” Caracteriza a assunção de divida – uma pessoa, física ou jurídica, se obrigar perante o credor a efetuar a prestação devida por outra. O artigo 299 não exclui a possibilidade de assunção cumulativa da divida quando dois ou mais devedores responsáveis pelo debito com a concordância do credor. Exigem a concordância do credor, para efetivação do negocio. Esse requisito a distingue, de modo significativo, da cessão de credito, em que a anuência do devedor é dispensável. Silencio como recusa. Art. 303 “o adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do credito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em 30 dias a transferência do debito, entender-se-á dado o assentimento.” A sua validade depende da observância dos requisitos concernentes aos negócios bilaterais em geral, tais como a capacidade dos contratantes; manifestação de vontade livre ou espontânea; objeto licito, possível, determinado ou determinável; forma livre ou especial, se a escrita publica for da substancia do ato. Podem ser objeto da cessão todas as dividas, presentes e futuras, salvo as que devem ser pessoalmente cumpridas pelo devedor. A semelhança entre assunção de divida e promessa de liberação está no ponto em que, em ambas as situações, uma pessoa se compromete a efetuar uma prestação devida por outrem. A diferença entre elas resulta, todavia, da circunstancia de a promessa de liberação ser efetuada perante o devedor, não tendo o credor nenhum direito de exigir seu cumprimento, enquanto na assunção de divida a obrigação é contraída perante o credor, que adquire o direito de exigir do assuntor a realização da prestação devida. Se aproxima bastante da novação subjetiva por substituição do devedor, em ambas as hipóteses ocorre a substituição do devedor primitivo por outra pessoa no dever de cumprir a prestação a que o credor tem direito. A diferença reside no fato de que a novação acarreta a criação de obrigação nova e a extinção da anterior, e não simples cessão de debito. Com a assunção da divida por terceiro, extinguem-se as garantias especiais originariamente dadas pelo devedor primitivo ao credor, salvo se expressamente assentir em sua manutenção. (artigo 300) Na assunção de divida não há estipulante ou promitente, não gozando o credor do direito de revogação do beneficio resultante da assunção. Assunção de divida pode efetivar-se por dois modos: a) mediante contrato entre terceiro e o credor, sem a participação ou anuência do devedor (expromissão); e b) mediante acordo entre terceiro e o devedor, com a concordância do credor. (delegação) Expromsisão é negocio jurídico pelo qual uma pessoa assume espontaneamente a divida de outra. São partes desse contrato: a pessoa que se compromete a pagar, expromitente, e o credor. O devedor originário não participa dessa estipulação contratual (pai assume a divida do filho, independentemente da anuência deste). Distingue-se da delegação, pois dispensa a intervenção do devedor originário. O expromitente não assume a divida por ordem ou autorização do devedor, como na delegação, mas espontaneamente. Anulada a avença que estipulou a substituição, renasce a obrigação para o devedor originário, com todas as suas garantias, salvo as prestadas por terceiros. Cessão de contrato O contrato, como bem jurídico, possui valor material e integra o patrimônio dos contratantes, podendo por isso ser objeto de negocio. A cessão de contrato, ou melhor, a cessão de posições contratuais, consiste na transferência da inteira posição ativa e passiva do conjunto de direitos e obrigações de que é titular uma pessoa, derivados de um contrato bilateral já ultimado, mas de execução ainda não concluída. Não é o contrato que é cedido, mas os direitos e deveres emergentes da posição do contratante. Ceder o contrato significa ceder para terceiro a posição jurídica de um dos contraentes no contrato bilateral. O que distingue basicamente a cessão da posição contratual da cessão de crédito e da assunção de divida é o fato de a transmissão abranger simultaneamente direitos e deveres de prestar (créditos e débitos), enquanto a cessão de credito compreende apenas um direito de credito e a assunção de divida sobre o debito. Em outras palavras, a primeira abrange a um tempo o lado ativo e o lado passivo da posição jurídica do cedente, ao passo que a cessão de credito compreende apenas o lado ativo, e assunção de divida somente o lado passivo da relação obrigacional. A cessão da posição contratual consiste no negocio pelo qual um dos outorgantes em qualquer contrato bilateral ou sinalagmático transmite a terceiro, com o necessário assentimento do outro contraente, o conjunto de direitos e obrigações que lhe advêm desse contrato. Envolve três personagens: o cedente (que transfere); o cessionário (que adquire); e o cedido (o outro contraente que consente na cessão feita pelo cedente). A finalidade da cessão, que tem natureza contratual, é pois transferir a terceiro inteira posição de um dos contraentes em outro contrato, de natureza bilateral. O contrato em que figura a posição transferida, objeto da cessão, denomina-se contrato-base. Ao encarar a sua natureza jurídica, deve-se considerar a cessão de contrato como negocio jurídico independente, em que se procede à transmissão ao cessionário, a titulo singular e por ato entre vivos, da inteira posição contratual do cedente. Apresenta significativa vantagem prática, pois permite que uma pessoa transfira a outrem seus créditos e débitos oriundos de uma avença, sem ter de desfazer, de comum acordo com o contratante, o primeiro negocio, e sem ter de convencê-lo a refazer o contrato com o terceiro interessado. A concordância do cedido é indispensável para a eficácia do negocio jurídico. O consentimento do contraente cedido pode ser dado previamente, antes da cessão, no próprio instrumento em que se celebra o negocio-base, ou posteriormente, como ratificação da cessão. Se o consentimento do outro contraente for anterior à cessão, esta só produz efeitos a partir da sua notificação ou reconhecimento. O campo de atuação da cessão do contrato é o das obrigações de execução diferida e de trato sucessivo, em que as relações são duradouras. Não se confunde com o contrato derivado ou subcontrato, porque neste o contraente mantém a sua posição contratual, limitando-se a criar um novo contrato da mesma natureza a terceiro. Distingue-se a cessão de contrato, também, da sub-rogação legal do contrato, pois esta nasce diretamente da lei, sem necessidade do consentimento do contraente cedido. Nos seus efeitos, porém, ambos os institutos se identificam porque acarretam a substituição de uma pessoa por outra na titularidade da posição jurídica complexa resultante de um contrato bilateral. Igualmente difere a cessão da posição contratual da novação porque, enquanto nesta se dá ou a transmissão dos direitos ou a transmissão das obrigações, conforme se trate de novação subjetiva ativa, ou de novação subjetiva passiva, na cessão de contrato ocorre a transferência dos direitos e obrigações do cedente ao cessionário. Pode efetuar-se com ou sem liberação do cedente perante o contraente cedido. A liberação do cedente é a conseqüência normal do negocio realizado, não se tornando necessária, pra que ela ocorra, referencia expressa nesse sentindo no contrato. Sem liberação do cedente, neste caso, embora o cessionário assuma a responsabilidadepelas obrigações resultantes do contrato, o cedente continua vinculado ao negocio jurídico não apenas como garante de seu cumprimente, mas, em regra, como principal pagador. Somente a interpretação da clausula imposta pelo contraente cedido poderá esclarecer a exata dimensão e extensão da nova responsabilidade atribuída ao cedente. Não se pode presumir a solidariedade, porque ela resulta da lei ou da vontade das partes. Na falta de texto expresso, o credor poderá exigir o cumprimento da obrigação do próprio cedente, sem que a este seja licito pleitear que a cobrança se dirija, primeiramente, ao cessionário. Solidariedade será interpretada na aludida clausula, imposta pelo cedido, que irá determinar, como foi dito, o conteúdo preciso da nova obrigação atribuída ao cedente. Mesmo que dela não conste a palavra solidariedade, o consentimento do cedido à efetivação da cessão, mas sem a liberação do cedente, com a também anuência deste e do cessionário demonstram, por si, a criação de um vinculo de solidariedade pela vontade das partes. Não pode o contraente cedido invocar contra o cessionário meios de defesa que não se fundem na relação contratual cedida. Do mesmo modo, o cessionário não pode alegar contra o contraente cedido meios de defesa estranhos à relação contratual objeto da cessão, incluindo as fundadas no contrato que serviu de instrumento à cessão. Se o originário contraente foi vitima de erro, dolo ou coação, por exemplo, e o vicio só for descoberto depois da cessão do contrato, mas dentro do prazo decadencial da ação anulatória, o direito postetativo de anulação não se transmitirá ao cessionário, mas continuara competindo ao cedente.
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