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LOCAÇÃO DE IMÓVEL CONTRATO DE LOCAÇÃO DE IMÓVEL NATUREZA JURÍDICA: a) bilateral porquanto a prestação de um tem por causa, por razão de ser, a prestação do outro. b) oneroso, porque ambas as partes obtém proveito econômico; c) não solene, porquanto a lei não estipula qualquer solenidade específica; d) comutativo, porque não envolve risco, as partes, locatário e locador conhecem desde a celebração do contrato, ao menos em tese, a prestação que lhes será fornecida e a que pretendem dar, presumindo-se, juris tantum, equivalentes; e) de trato sucessivo; f) cessão temporária de uso e gozo sem transferência da propriedade. É o contrato pelo qual uma das partes se obriga, mediante contraprestação em dinheiro, a conceder à outra, locatário, temporariamente (o decurso do prazo poderá ser determinado ou indeterminando), uso e gozo de coisa não fungível, neste caso, imóvel residencial, não residencial ou comercial. CONTRATO DE LOCAÇÃO DE IMÓVEL Despejo - Imóvel não residencial - Localização em zona rural – Atividade industrial - Prazo de desocupação - Um mês - Exegese do artigo 1.209 do Código Civil. A doutrina e jurisprudência são unânimes em classificar os prédios segundo sua destinação, desprezando seu local; portanto, em sendo a locação marcada por finalidade eminentemente industrial, deve ser considerada urbana, exigindo, destarte, notificação de 30 dias. Ap. 177.275 - 3ª Câm. - Rel. Juiz Ferreira de Carvalho - J. 12.2.85, in (RT) 97/302 – No mesmo sentido, quanto a destinação do imóvel: RT 247/447, 248/445, 282/839, 305/732, 316/566, 348/321, 386/189. PROTEÇÃO LEGAL: Lei nº 8.245/91 – Lei do Inquilinato, tanto para imóveis edificados como não edificados, valendo não a sua localização, mas a sua destinação como determinante para a aplicabilidade de referida lei. CONTRATO DE LOCAÇÃO DE IMÓVEL Ação civil pública. Legitimidade do Ministério Público. Locação predial urbana. Inexistência de relação de consumo. 1. De acordo com precedente da Corte Especial, o Ministério Público está legitimidado para defender direitos individuais homogêneos que tenham repercussão no interesse público. 2. A Lei nº 8.078/90 – Cód. de Defesa do Consumidor – não se aplica às locações de imóveis urbanos, regidas pela Lei nº 8.245/91. Jurisprudência da 5ª e 6ª Turmas. 3. Agravo regimental improvido. (AgRg no Ag 590802 / RS AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 2004/0032616-1, Ministro NILSON NAVES, DJ 14.08.2006 p. 340) Para as locações de imóveis de propriedade da União, dos Estados e dos Municípios, suas autarquias e fundações temos os Decretos nº. 9.760/1946 e 6.874/1944. Peculiaridade: inaplicabilidade do CDC CONTRATO DE LOCAÇÃO DE IMÓVEL Conceito de empresário (art. 966 do CC) Os requisitos para que se configure um empresário são: a) intermediação; b) habitualidade; fim de lucro. Passível de fundamentar ação renovatória (arts. 71 a 74). TIPOS DE LOCAÇÃO: a) Residencial: destinada a residência, celebrada com pessoa natural; Observação: Fiança e imóvel do fiador. b) Empresarial: são aquelas destinada a fins industriais ou comerciais. Possui fundo de comércio protegido por ter fonte no contrato celebrado entre o locador e um empresário, sendo este os bens corpóreos e incorpóreos que integram o estabelecimento comercial, a fim de facilitar-lhe a marcancia. (art. 51 à 57) CONTRATO DE LOCAÇÃO DE IMÓVEL TIPOS DE LOCAÇÃO: c) Não residencial: a locação será assim classificada se tiver por objeto um imóvel destinado à habitação, cujo locatário seja pessoa jurídica, empresário ou não. Também são classificadas desta forma as locações que poderiam ser consideradas empresariais, mas não preenchem o requisito da ação renovatória (ex. art. 53) CONTRATO DE LOCAÇÃO DE IMÓVEL b) Foro de Eleição Ocorre que nos contratos de locação de imóveis urbano as partes poderão eleger um foro no contrato que prevalecerá ao foro lega. Trata-se de competência relativa, e como tal não poderá ser alegada de ofício pelo juiz, e consequentemente é admissível a exceção de incompetência. FORO COMPETENTE: a) Foro da situação da coisa Art. 58 - Ressalvados os casos previstos no parágrafo único do art. 1º, nas ações de despejo, consignação em pagamento de aluguel e acessório da locação, revisionais de aluguel e renovatórias de locação, observar-se-á o seguinte: II- é competente para conhecer e julgar tais ações o foro do lugar da situação do imóvel, salvo se outro houver sido eleito no contrato; CONTRATO DE LOCAÇÃO DE IMÓVEL Foro – Domicílio do Réu: Existem doutrinadores, e entendimento jurisprudencial no sentido de que poderá a ação ser ajuizada no domicílio do réu, se o autor provar que não haverá qualquer prejuízo para a defesa. Este foro constitui a regra para os demais tipos de ação (hipóteses não previstas no artigo supramencionado). OBS: peculiaridade da exceção de incompetência. Suspensão do processo principal. Julgada procedente os autos serão remetidos ao juízo competente. Julgada improcedente o prazo de defesa reinicia a partir de referida decisão. (atenção quando a exceção é interposta no último dia). Recurso cabível é o agravo de instrumento. CONTRATO DE LOCAÇÃO DE IMÓVEL Despejo - uso próprio - legitimidade - promitente comprador – compromisso anterior à locação - título não registrado - desnecessidade – reconhecimento. Desnecessário a prova de compromisso registrado para legitimar o locador à propositura de retomada para uso próprio, se anterior, o compromisso, à celebração da locação que se pretende rescindir. Ap. c/ Rev. 307.176 - 6ª Câm. - Rel. Juiz Francisco Barros - J. 23.10.91. LEGITIMIDADE: Em regra são partes legítimas nas ações de despejo: o locador e o locatário. Ressalte-se que o locador não precisa ser proprietário, basta ser possuidor, exceto quando expressamente exigido na lei do inquilinato, hipóteses em que os tribunais divergem quanto a exigibilidade ou não de registro no imóvel em nome do locador. CONTRATO DE LOCAÇÃO DE IMÓVEL PROCESSO CIVIL - RECURSO ESPECIAL - LOCAÇÃO - AÇÃO DE DESPEJO - SUBLOCATÁRIO - ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM - ASSISTENTE - CARÊNCIA DA AÇÃO DECRETADA - DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL NÃO COMPROVADA. 1 – (...) 2 - Por não existir relação ex locato entre o sublocatário e o locador, este não poderá afrontá-lo pela via da ação de despejo. A demanda deve ser ajuizada contra o locatário e não contra o subinquilino. Todavia, intentada a ação de desalijo, por qualquer que seja o seu fundamento, deverá o locador dar ciência da mesma ao sublocatário legítimo e consentido, dando-lhe oportunidade de ingressar na relação processual como assistente litisconsorcial, já que sua obrigação é subsidiária e não solidária. Inteligência do art. 59, parág. 2º, da Lei nº 8.245/91. (REsp 288031 / PR 2000/0120235-9, Ministro JORGE SCARTEZZINI, DJ 26.08.2002 p. 283RNDJ vol. 35 p. 113) HIPÓTESE DE SUB-LOCAÇÃO: Necessidade de anuência expressa do locador. Responsabilidade solidária. Art. 16 da Lei do inquilinato. CONTRATO DE LOCAÇÃO DE IMÓVEL CITAÇÃO, INTIMAÇÃO E NOTIFICAÇÃO: Art. 58 - (...) IV - desde que autorizado no contrato, a citação, intimação ou notificação far-se-á mediante correspondência com aviso de recebimento, ou, tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, também mediante telex ou fax, ou, ainda, sendo necessário, pelas demais formas previstas no Código de Processo Civil; VALOR DA CAUSA: Art. 58 – “Ressalvados os casos previstos no parágrafo único do art. 1º, nas ações de despejo, consignação em pagamento de aluguel e acessório da locação, revisionais de aluguel e renovatórias de locação, observar-se-á o seguinte”: III - o valor da causa corresponderá a doze meses de aluguel, ou, na hipótese do incisoII do art. 47, a três salários vigentes por ocasião do ajuizamento”. Poderá ser de três salários do empregado quando a ação de despejo for fundada no art. 47 III da lei do inquilinato. CONTRATO DE LOCAÇÃO DE IMÓVEL Denúncia vazia – resolução do contrato sem motivação; Denúncia cheia – motivada; OBS: caso de alienação. Ver. Artigo 8º da Lei do inquilinato. Direito de preferência do inquilino. PRAZO (arts. 3º e 4º): Poderá ser estipulado qualquer prazo, ocorre que se superior a dez anos precisa de autorização expressa do cônjuge. Observe-se que o locador só poderá reaver o imóvel quanto terminado o prazo do contrato, podendo requerente a retomada findo o prazo de duração quando ajustado por escrito com prazo igual ou superior a trinta meses. (tratando-se de locação residencial). Se ajustado por prazo inferior a trinta meses, renova- se automaticamente e só caberá a retomada na hipótese de denúncia cheia (art. 47 da Lei do inquilinato). CONTRATO DE LOCAÇÃO DE IMÓVEL Prazos legais para Desocupação: a) 30 dias – regra geral (art. 63 caput) b) 15 dias: nos seguintes casos: b.1) Despejo liminar (art. 59); (art. 63, § 1º): b.2) Ter decorrido mais de quatro meses entre a citação inicial e a sentença; b.3) Despejo por falta de pagamento de alugueres e/ou encargos; b.4) Despejo por infração legal ou contratual; b.5) Despejo por denúncia imotivada (locação residencial, por escrito e prazo mínimo de 30 meses, prorrogada por prazo indeterminado). c) 6 meses a 1 ano: no caso de despejo de estabelecimento de ensino autorizado, que ministre ensino regular (exclui auto-escolas, creches, escolas de computação etc), com exceção das hipóteses do prazo seguinte; CONTRATO DE LOCAÇÃO DE IMÓVEL d) Um ano: de despejo de hospital, repartição pública, asilos, estabelecimento de ensino autorizado, que ministre ensino regular, nas hipóteses do inciso IV do art 9º e II do art. 53 (reparação urgente determinada pelo Poder Público ou demolição, edificação ou reforma com aumento mínimo de 50% na área útil) (art. 63, § 3º); e) 6 meses: e.1) Na hipótese anterior, se já houver decorrido mais de um ano entre a citação e a sentença. O réu poderá utilizar expediente comum e astucioso: requerer, por simples petição, a prorrogação de prazo para desocupação. Nesse caso, o juiz manda ouvir o autor que, por evidente, não concorda. Entretanto, sempre demandará algum tempo, até que seja intimado e se manifeste. e.2) No caso de concordância do réu com a desocupação, nos termos do art. 61 da Lei n. 8.245/1991, nos casos lá permitidos (§ 2º do art. 46 e incisos III e IV do art. 47). Nesse caso, não haverá necessidade de notificação para desocupação. O prazo de seis meses começa a fluir a partir da citação para a ação de despejo. CONTRATO DE LOCAÇÃO DE IMÓVEL VALOR DO ALUGUEL: Livre disposição. Após três anos cabe ação revisional. Art. 19 da Lei do inquilinato. OBRIGAÇÕES DO LOCADOR E DO LOCATÁRIO: Art. 22 e 23. BENFEITORIAS: O exercício do direito de retenção pelas benfeitorias úteis autorizadas e pelas benfeitorias necessárias deverá ser interposto em sede de reconvenção, visto que a ação de despejo não tem a natureza de ação dúplice, como nas possessórias. Poderá ainda ser cobrado em ação autônoma, com pedido indenizatório. Art. 35. OBS: 90 dias quando despejo em virtude de alienação durante o curso da locação. Quando contratos de locação celebrados antes da lei nº 8.245/91, o prazo para desocupação prazo deverá ser de doze meses. CONTRATO DE LOCAÇÃO DE IMÓVEL NOTIFICAÇÃO: É devida em todos os casos em que a locação termina e a ação de despejo não é proposta dentro do prazo de trinta dias. CIVIL - LOCAÇÃO - NOTIFICAÇÃO - A NOTIFICAÇÃO DO LOCADOR AO INQUILINO (CONTRATO POR PRAZO INDETERMINADO) NÃO RECLAMA FORMA ESPECIAL. INDISPENSAVEL E A COMUNICAÇÃO DE NÃO HAVER INTERESSE NA PRORROGAÇÃO DO CONTRATO, DE MODO A QUE O LOCATARIO NÃO SEJA SURPREENDIDO COM A AÇÃO DE DESPEJO. (RECURSO ESPECIAL 1993/0014067-1, Ministro LUIZ VICENTE CERNICCHIARO) SUB-LOCAÇÃO: Necessidade de conhecimento expresso do locador. Sublocatário – embargos de terceiro (admissível apenas de forma excepcional), atuando o sublocatário como assistente. CONTRATO DE LOCAÇÃO DE IMÓVEL a) caução: submissão de um bem ou uma pessoa a uma obrigação ou dívida pré-constituída. Podendo ser processual ou convencional (que é a referente a garantia dos contratos de locação). Art. 827. Quando a lei não determinar a espécie de caução, esta poderá ser prestada mediante depósito em dinheiro, papéis de crédito, títulos da União ou dos Estados, pedras e metais preciosos, hipoteca, penhor e fiança. Bem imóvel – Hipoteca Bem móvel – Penhor Em dinheiro – Três meses de aluguel. Art. 38§ 2º. GARANTIAS DA LOCAÇÃO: Segundo o artigo 37, as possíveis garantias para locação em imóveis urbanos são: caução, fiança e seguro fiança locatícia. (numerus clausus) Ademais, só poderá existir uma única modalidade de garantia que é obrigação acessória, razão pela qual sendo nula, continuará válido o contrato de locação. CONTRATO DE LOCAÇÃO DE IMÓVEL a) caução: submissão de um bem ou uma pessoa a uma obrigação ou dívida pré-constituída. Podendo ser processual ou convencional (que é a referente a garantia dos contratos de locação). Art. 827. Quando a lei não determinar a espécie de caução, esta poderá ser prestada mediante depósito em dinheiro, papéis de crédito, títulos da União ou dos Estados, pedras e metais preciosos, hipoteca, penhor e fiança. Bem imóvel – Hipoteca Bem Bem móvel – Penhor Em dinheiro – Três meses de aluguel. Art. 38§ 2º. GARANTIAS DA LOCAÇÃO: Segundo o artigo 37, as possíveis garantias para locação em imóveis urbanos são: caução, fiança e seguro fiança locatícia. (numerus clausus) Ademais, só poderá existir uma única modalidade de garantia que é obrigação acessória, razão pela qual sendo nula, continuará válido o contrato de locação. CONTRATO DE LOCAÇÃO DE IMÓVEL b) fiança – contrato solene e acessório e intuito personae. Art. 819 CC. Ação anulatória – cônjuge que não anui ou em fase de execução interpor embargos de terceiros. (Súmula 337 STJ) Fiança - outorga uxória - ausência - nulidade - argüição privativa do cônjuge prejudicado. A nulidade da fiança pela falta de outorga uxória não pode ser levantada pelo próprio fiador, na medida em que é sua obrigação providenciar a assinatura da esposa ou, caso esta não concorde, deve ele se abster de prestar fiança. Ap. c/ Rev. 496.846 - 8ª Câm. - Rel. Juiz Walter Zeni Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19
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