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Universidade do Extremo Sul Catarinense Curso de Direito Sociologia Geral e do Direito Jackson da Silva Leal 01/04/2015 Davi Antônio Baesso Reddig Resenha do filme “Detenção” O filme é dirigido por Paul Scheuring, baseado no famoso “experimento prisional de Stanford”, realizado na década de 1970. Foi lançado em 2010, revelando inconveniências acerca da natureza humana que nos incomoda justamente por escancarar nossos valores hipócritas que permanecem interiorizados na nossa conduta. O filme conta a história de um grupo de homens que estão a procura de dinheiro fácil, estes se inscrevem em um experimento científico de análise comportamental, onde serão submetidos a 14 dias de uma realidade prisional e filmados durante todo o tempo. Parte do grupo assumirá o posto de carcereiro e outra parte a dos encarcerados, sendo que esses últimos estarão privados dos seus direitos civis e tutelados pelos detentores do poder, os guardas. Os guardas receberam ordens de manter a disciplina dos presos e responderem coercitivamente e proporcionalmente as ações que por ventura ocorreriam, mas sem violência. Já no primeiro dia ocorrem incidentes que são solucionados pelos guardas, no entanto o poder dado aos guardas despreparados para essa função sobe a cabeça, e faz as suas vontades interiores se exteriorizarem. Nos dias seguintes a situação começa a perder o controle, os guardas deixam de raciocinar como humanos e passam a atuar como seres irracionais movidos pelo poder que a farda lhes dá, as agressões e abusos são constantes. Cenário perfeito para ocorrerem desvios de personalidade e extravagancias comportamentais. Os que nunca antes experimentaram ter o poder em suas mãos, facilmente se tornam robôs do sistema, agindo pelo dinheiro e pelo sabor da submissão. Em suma, tanto os guardas como os prisioneiros passam a dissociar experimento da realidade e agem como se os seus atos brutais, até a morte de um dos prisioneiros, fossem banais e até necessários para a manutenção da ordem e garantia do fim do experimento e do pagamento do grupo. O experimento não tem a duração prevista, antes mesmo de completarem uma semana de encarceramento, há uma rebelião e a tomada do presidio. O experimento é encerrado e os candidatos retornam para suas vidas, mudados pela experiência. O filme apresenta uma realidade prisional regada pelo despreparo, tanto os guardas quanto os prisioneiros não tinham em suas vivências uma perspectiva de comandante e comandado, gerando assim um abuso de poder e uma negação as ordens. A história proporciona uma reflexão dos valores morais e éticos de cada indivíduo, exercitando também autoconhecimento. A realidade tratada no filme, muitas vezes se aproxima da realidade que conhecemos, onde o policiamento é feito por agentes não tão bem preparados psicologicamente e movidos pelo sistema coercitivo. É possível relacionarmos o filme com a sociologia facilmente, conforme exposto em aula, existem muitos métodos de coleta de dados, o utilizado no filme nada mais é do que o Experimental, um laboratório social, onde os cientistas simularam as condições do mundo real em um espaço fechado, submetendo as cobaias aos estímulos prisionais. A prisão como parte da sociedade é objeto do direito, é objeto sociológico.
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