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A INCLUSAO ESCOLAR CRIANCA DEFICIENCIA REDE REGULAR ENSINO DESAFIOS POSSIBILIDADES.

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1 
 
A INCLUSÃO ESCOLAR DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA NA REDE REGULAR 
DE ENSINO: DESAFIOS E POSSIBILIDADES. 
 
 
Gláucia Bomfim Barbosa1 
Elma da Silva Barreto2 
 
 
RESUMO 
 
Este trabalho tem natureza teórica e discute as singularidades da educação inclusiva como 
possibilidade de desenvolvimento da educação numa perspectiva de avanços qualitativos. É 
uma pesquisa bibliográfica que busca em publicações variadas abordar a história das 
crianças especiais na sociedade comentando a importância da educação inclusiva na rede 
regular de ensino e a necessidade da escola se preparar para receber esses alunos. As leis 
e obras consultadas asseguram que as crianças a serem incluídas necessitam de respeito 
do ponto de vista humano e discente. Nesta perspectiva, a escola deve adaptar-se aos 
alunos com necessidades especiais e não o contrário. Essa adequação deve acontecer 
tanto do ponto de vista de infraestrutura que precisa adequar os espaços físicos e os 
recursos pedagógicos, como da capacitação dos professores e essencialmente da família 
diante do desafio de incluir. 
 
 
Palavras chave: Educação inclusiva. Escola. Desafio. 
 
ABSTRACT 
 
 
This work discusses the theoretical and singularities of inclusive education as a possibility for 
the development of education in the perspective of qualitative advances. It is a literature that 
seeks to address various publications on the history of special children in society 
commenting on the importance of education in the regular school system and the school 
need to prepare to receive these students. Laws and works consulted shall ensure that 
children need to be included regarding human perspective and students. In this perspective, 
the school must adapt to students with special needs and not vice versa. This adaptation 
 
1
Graduada em Pedagogia licenciatura Plena pela Universidade Federal de Sergipe, Pós-graduada em 
Educação Inclusiva com Libras pela Faculdade Pio Décimo, professora da educação infantil da 
prefeitura municipal de Aracaju. 
 
2
Graduada em Pedagogia pela Universidade Tiradentes, pós graduada em Psicopedagogia clínica e 
institucional pela Faculdade São Luiz de França, professora do 3°ano do Ensino Fundamental da 
prefeitura municipal de Aracaju. 
 
2 
 
must happen from the point of view of infrastructure that needs to tailor the physical and 
teaching resources such as the training of teachers and essentially family challenged to 
include. 
 
 
Keywords: Inclusive Education. School. Challenge. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Este artigo pretende evidenciar a importância da Inclusão Escolar de crianças 
com deficiência na rede regular de ensino, os seus desafios e possibilidades; visto 
que, de acordo com as novas perspectivas da educação, a escola deve excluir do 
seu cotidiano os preconceitos, tornando-se mais acolhedora, e em uma visão ampla, 
aberta as diferenças. Estudos realizados acerca desse assunto revelam que um 
novo tempo está se aproximando e que a educação inclusiva, hoje está cada vez 
mais ampliando os seus espaços, e já se apresenta como o novo desafio proposto 
ao professor do século XXI. Diante dessa realidade, a inclusão de crianças com 
deficiência na rede regular de ensino gera uma questão de como o professor irá 
trabalhar o respeito às diferenças, promovendo com isso a inclusão de pessoas com 
necessidades de cuidados especiais no processo educativo. 
O atendimento às diferentes necessidades educativas dos alunos é 
certamente o desafio mais importante que o professor tem de enfrentar nos dias 
atuais, isso porque surgiram novas exigências que foram postas ao sistema 
educativo, em geral, e aos professores em particular. Não podemos falar em 
educação sem contar com a diversidade no Brasil trata-se de assunto complexo 
abrangente e que vem tomando espaços cada vez maiores no âmbito da educação, 
visto que a política educativa rege o favorecimento da inclusão e aceitação das 
diferenças na rede regular de ensino. A inclusão representa a iniciativa de acolher, 
com qualidades e como sujeitos, todos os alunos que é um desafio, que sendo 
devidamente enfrentado pela escola comum, provoca a melhoria da qualidade da 
educação básica e superior, pois para que os alunos exerçam o seu direito à 
educação é indispensável que a escola atenda às diferenças, vez que o direito de 
todos à educação está estabelecido na Constituição de 1988 e na LDB 9394/96, 
sendo um dever do Estado e da família promovê-la. Entende-se por educação 
3 
 
especial, para os efeitos da Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida 
preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com necessidades 
especiais. (LDB, art. 58). 
Assim esse artigo mostrará a importância da Inclusão de crianças com 
deficiência na rede regular de ensino, seus desafios e inúmeras possibilidades. É 
certo que a inclusão da criança com necessidades especiais em classe comum 
causa objeção entre boa parte dos professores, que muitas vezes, percebem-nas 
como “incapacitados” (por razões somáticas e neurológicas) advogam a inadaptação 
das crianças na rede regular de ensino. 
Vygotsky (1984) assegura que o processo de desenvolvimento humano é o 
mesmo para todos os sujeitos, portanto, todo ser humano é educável. Desta forma, 
todas as crianças devem ser educadas. Na sua visão, a fragilidade da deficiência é 
também uma força que move o sujeito para as suas realizações. Isso significa 
pensar nos opostos como partes de um todo. A deficiência faz parte da subjetividade 
de muitas pessoas, que se constituem como sujeitos sociais, com base, 
simultaneamente, na fragilidade e na força dessa condição e em suas possibilidades 
educativas. 
 
2 A EDUCAÇÃO INCLUSIVA E SUAS IMPLICAÇÕES NO ENSINO REGULAR 
 
As discussões sobre Educação Inclusiva não são tão recentes: há muito 
tempo educadores e especialistas buscam transformar o espaço escolar num 
ambiente aberto a todos, sem distinção, sem preconceitos. Por isso, faz-se 
necessário fazer um breve histórico no intuito de que se compreenda melhor, as 
raízes históricas, filosóficas e psicológicas permitem compreensão e a viabilidade 
desta modalidade de ensino. 
A história do atendimento a pessoas com necessidades de cuidados 
especiais na antiguidade conta com uma pequena e esparsa documentação 
disponível. Sabe-se que era predominante a filosofia da eugenia, e as pessoas 
excepcionais, consideradas uma degeneração da raça humana, deveriam ser 
“expostas” ou eliminadas pelo grande transtorno que representavam para a 
sociedade. 
4 
 
Os aspectos físicos diferenciados sempre foram causadores de impacto, pois 
mesmo em gerações antigas a aparência humana que não correspondia a uma 
sensação de agradabilidade incomodava o seio de sociedades que não estavam 
preparadas para aceitarem as diferenças. O convívio com as “anormalidades” 
sempre foi difícil para a maioria das pessoas, pois os valores sociais ditam regras 
que interferem de forma direta nas relações diárias. As diferentes reações frente à 
deficiência se caracterizam pela diversidade de culturas existentes no mundo que, 
apesar das singularidades, carregam o fator comum de discriminação 
Desde há muito tempo, constam relatos de torturas e promiscuidade, da 
crueldade da inquisição, da qual muitas pessoas diferentes do que era considerado 
normal foram vitimadas por conta de concepções fanáticas e tendenciosas. 
Os efeitos negativos provocados culturalmente sobre as pessoas com 
deficiência estão presentes na história da sociedade onde é possível perceber como 
os valores e as crenças de determinados grupos influenciam na forma de perceber o 
outro contribuindo para a aceitaçãoou para o extermínio deste. Infelizmente, nas 
sociedades mais antigas como Grécia no século IV a. C e Roma no século II a. C as 
atitudes exclusivas de pessoas com deficiência eram muito corriqueiras e comuns 
para as crenças da época que eram rígidas em relação às “deformações”. Então, 
desde os tempos mais remotos da civilização vários grupos humanos vêm sentindo 
a dificuldade de enfrentar o desafio que é relacionar-se de forma saudável com os 
membros considerados “mais fracos” ou até “inúteis” à sociedade. 
A manifestação de eliminação das diferenças, de forma natural ou 
causada, tem sua origem muito antiga talvez já na pré-história por volta do ano 4000 
a. C quando surgiram as primeiras manifestações de presença humana no mundo, 
mais precisamente na África. É possível que na vida primitiva a presença de 
pessoas com deficiência não durasse muito, pois fatores como climas instáveis, 
ambiente hostil, modos de vida e luta pela sobrevivência por meio de caça e pesca 
não permitiam que um deficiente sobrevivesse. É possível ainda, segundo Gugel 
(2007), que algumas tribos africanas eliminassem as crianças deficientes devido à 
representação de fardo para o grupo. Com a expansão de presença humana pré-
histórica pelos continentes europeu e asiático é pensado que as práticas de 
eliminação se repetissem em tribos destes continentes. 
 
5 
 
Durante a Idade Moderna, houve maior valorização do ser humano pelo 
predomínio de filosofias humanistas. Iniciaram-se investigações sobre a pessoa 
excepcional do ponto de vista da Medicina. Cresceram os estudos e experiências 
sobre a problemática das deficiências atreladas à hereditariedade, distorções 
anatômicas, etc. 
Na década de 1970, na vigência da Lei 5.692/71 a escola brasileira 
caracterizou-se pelo forte discurso de democratização do ensino, aumentando o 
número de alunos de todas as camadas sociais que se matricularam em escolas e 
gerando as primeiras preocupações com o fracasso escolar, principalmente de 
grupos minoritários. Essas preocupações começaram a produzir investigações, 
objeto do temático educacional da década seguinte. 
O surgimento das escolas especiais foi a primeira oportunidade que 
tornou possível o acesso dos deficientes à escola, pois anteriormente estas pessoas 
eram percebidas como seres ineducáveis. Agora as crianças com deficiência 
passariam a ter atendimento em instituições escolares que iriam desempenhar um 
trabalho pedagógico objetivando estimular cognitivamente os alunos por meio de 
técnicas educacionais voltados para a aprendizagem sendo assim desvinculadas de 
meios clínicos. Eram escolas, não hospitais. Era educação, não assistência 
hospitalar. 
A década de 1990 iniciou-se sob o impacto dos efeitos das conquistas 
estabelecidas na Constituição Federal do Brasil de 1988, que em seu artigo 226 
afirma a igualdade de condições de acesso e permanência na escola e, em seu 
artigo 208, ressalta o dever do Estado com a educação, efetivado mediante a 
garantia de: “ensino fundamental obrigatório e gratuito para todos, inclusive aos que 
a ele não tiveram acesso na idade própria, e, ainda, atendimento educacional 
especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de 
ensino”. 
Durante o ano de 1996, novos conceitos sobre Educação Especial como 
modalidade de educação escolar e sobre alunos com necessidades especiais foram 
debatidos, visando contribuir para a elaboração da nova LDB. 
A nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n 9.394/96) veio 
subsidiar uma ação educativa compromissada com a formação de cidadãos, 
mostrando que a Educação Especial é parte integrante da Educação Geral, 
6 
 
adotando o princípio da inclusão. Esse princípio defende que o ensino seja 
ministrado a todas as crianças, jovens e adultos com necessidades educativas 
especiais, preferencialmente no sistema comum de educação. 
A escola inclusiva muda os papéis tradicionais dos professores e da equipe 
técnica da escola. A infraestrutura da escola inclusiva deve criar uma rede de 
suporte para superação das suas maiores dificuldades. Os pais são os parceiros 
essenciais no processo de inclusão da criança na escola. Os ambientes 
educacionais devem visar o processo de ensino e a aprendizagem do aluno. Os 
critérios de avaliação antigos deverão ser mudados para atender às necessidades 
dos alunos com deficiência. O acesso físico à escola deverá ser facilitado aos 
indivíduos portadores de deficiência. Os participantes da escola inclusiva deverão 
procurar dar continuidade aos seus estudos, aprofundando-os. 
A inclusão visa justamente atender aos estudantes portadores de 
necessidades especiais; visa propiciar a ampliação do acesso destes alunos às 
classes comuns; propiciar aos professores da classe comum um suporte técnico; 
perceber que as crianças podem aprender juntas, embora tendo objetivos e 
processos diferentes; levar os professores a estabelecer formas criativas de atuação 
com as crianças portadoras de deficiência; propiciar um atendimento integrado ao 
professor de classe comum (LDB 9394/96). 
A inclusão de alunos com necessidades especiais no sistema regular de 
ensino tem sido, sem dúvida, a questão referente à Educação Especial mais 
discutida no nosso país nas últimas décadas. Este tema, por algum tempo, ficou 
restrito ao debate em congressos e textos da literatura especializada, hoje torna-se 
proposta de intervenção amparada pela legislação em vigor, e determinante das 
políticas públicas educacionais tanto em nível federal, quanto estadual e municipal 
(LDB 9394/96). 
No entanto, inúmeras são as barreiras que impedem que a política de 
inclusão se torne realidade na prática cotidiana de nossas escolas. Entre estas, a 
principal, sem dúvida, é o despreparo dos professores do ensino regular para 
receber em suas salas de aula, geralmente repletas de alunos com problemas de 
disciplina e aprendizagem. 
A própria LDB reconhece a importância deste aspecto como pré-requisito 
para a inclusão ao estabelecer, em seu artigo 59, que: 
7 
 
 
Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades 
especiais: professores com especialização adequada em nível médio ou 
superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino 
regular capacitados para a integração desses educandos nas classes 
comuns. 
 
 
Por muito tempo acreditou-se que havia um processo de ensino-
aprendizagem “normal” e “saudável” para todos os sujeitos, e aqueles que 
apresentassem algum tipo de dificuldade, distúrbio ou deficiência eram considerados 
anormais (isto é, fora da norma), denominados de “alunos especiais”, e expulsos do 
sistema regular de ensino. 
Esta concepção de normalidade acabou por gerar dois tipos de processos de 
ensino-aprendizagem: o “normal” e o “especial”. No primeiro caso, o professor 
estaria frente aos alunos considerados “normais”, que seguem o padrão de 
aprendizagem para o qual ele foi preparado durante sua formação; no segundo caso 
estariam os alunos que apresentam os denominados “distúrbios. Neste contexto, a 
prática pedagógica do professor, está impregnada pelo mito, de que existem duas 
categorias distintas de alunos: os “normais” que frequentam a escola regular e os 
“excepcionais”, que são clientela da Educação Especial.. 
 No entanto, é importante ressaltar que eles agem desta forma por não terem 
recebido, em seus cursos de formação e capacitação, suficiente instrumentalização 
que lhes possibilite estruturar a sua própria prática pedagógica para atender às 
distintas formas de aprendizagem de seu alunado. Devido também a isso não é de 
se espantar que ainda não tenha havido uma efetiva inclusão de alunos com 
necessidadeseducacionais especiais no sistema regular de ensino. 
Os professores são seres que possuem uma formação específica para o 
trabalho escolar e em sua atuação docente adquirem saberes pautados em 
diferentes dimensões. Para Tardif, os saberes docentes são temporais, ou seja, 
construídos através do tempo e aperfeiçoados com a experiência. Desta forma, 
 
(...) Sua prática integra diferentes saberes, com os quais o corpo docente 
mantém diferentes relações. Pode-se definir o saber docente como um 
saber plural, formado pelo amálgama, mais ou menos coerente, de saberes 
oriundos da formação profissional e de saberes disciplinares, curriculares e 
experienciais (...). (TARDIF, 2002, p. 36). 
 
8 
 
Assim, os saberes profissionais são aqueles transmitidos pelas 
instituições de formação onde os docentes entram em contato com as ciências da 
educação e os saberes pedagógicos. Neste meio o professor adquire concepções 
de atuação para a prática docente. Os saberes disciplinares provêm das áreas de 
conhecimento como matemática, história, ciências etc. Tais saberes emergem da 
tradição cultural de trabalhar os conteúdos com os alunos e se organizam em 
diferentes campos científicos. Os saberes curriculares apresentam-se como uma 
programação escolar baseada em objetivos, conteúdos e métodos que os 
professores são conduzidos a aprender para aplicar. Os saberes da experiência são 
adquiridos no exercício da função, são específicos do trabalho cotidiano e 
acontecimentos do meio escolar do qual faz parte. (TARDIF, 2002). 
Fica evidente de acordo com esses saberes que grande parte dos 
conhecimentos dos professores advém da formação inicial e da experiência em sala 
de aula. A prática funciona como uma forma de aquisição de aptidões para a 
atuação como um professor capaz de resolver problemas e enfrentar desafios que 
são corriqueiros em seu dia-a-dia. Esta estabilidade na prática docente garantia um 
saber pedagógico seguro e eficaz. Logo, os professores eram percebidos e se 
percebiam como profissionais capazes de continuar os trabalhos pedagógicos de 
forma segura, pois possuíam pressupostos para isso. 
As competências adquiridas pelos professores de inclusão no processo 
de formação contínua são essenciais para que possam realizar um trabalho mais 
significativo. Entre as competências, é necessário registrar o maior conhecimento a 
respeito do processo de inclusão e das necessidades educacionais especiais dos 
próprios alunos. É imprescindível que os professores que possuem alunos de 
inclusão possam conhecer a especialidade das crianças com as quais estão 
trabalhando e de outras que poderão fazer parte da sua realidade docente. 
A partir da expansão de informações a respeito das deficiências o 
professor passará a compreender melhor as necessidades dos alunos, saberá quais 
metodologias são mais apropriadas para cada caso, conduzirá melhor a interação 
entre as crianças na sala e na escola. Com essa competência, o educador será um 
condutor de perspectivas inclusivas no interior da escola e conscientizará a 
comunidade escolar sobre a inclusão de forma segura e justificada. 
9 
 
Avaliar o processo com maior eficácia também é uma característica 
presente nas ações do professor de inclusão. A nota será percebida como um fator 
presente, porém, não central do processo. Como a aceitação e o respeito à 
diversidade serão discussões presentes na sala e incluídas nas atividades das 
crianças, a avaliação será realizada a partir de atitudes e procedimentos da turma. 
Embora as exigências curriculares de leitura e escrita estejam presentes no 
processo constante de avaliação os conceitos subjetivos das crianças são fatores a 
serem avaliados constantemente e questionados quando não forem agradáveis as 
propostas implantadas. 
A atuação em equipe apresenta-se também como um fator primordial nas 
atividades de um professor. A nota será percebida como um fator presente, porém, 
não central do processo. Como a aceitação e o respeito à diversidade serão 
discussões presentes na sala e incluídas nas atividades das crianças, a avaliação 
será realizada a partir de atitudes e procedimentos da turma. Embora as exigências 
curriculares de leitura e escrita estejam presentes no processo constante de 
avaliação os conceitos subjetivos das crianças são fatores a serem avaliados 
constantemente e questionados quando não forem agradáveis as propostas 
implantadas. 
A escola como um todo deve ser mobilizada para a nova demanda e não 
apenas a equipe pedagógica, em especial o professor, como afirma Lima (2005, p. 
03). 
(...) a inclusão não é responsabilidade somente do regente da turma em que 
os alunos são inseridos. Na verdade, é o coletivo da escola que constitui 
uma rede real de suporte para os casos de inclusão. E, geralmente, só com 
a participação total ou parcial do coletivo de adultos, na escola, é que se 
podem efetivar as mudanças necessárias na apropriação e uso dos 
espaços, na organização do tempo, na formação de um contexto de 
desenvolvimento adequado para os alunos de inclusão. 
 
Conforme a citação acima, a responsabilidade de tornar as intenções 
inclusivas em ações práticas é dever de uma ação coletiva no interior da escola. É 
necessário registrar que o preparo docente capaz de corresponder às necessidades 
da escola colabora muito com a conscientização de todos que compõem o ambiente 
escolar e por isso é imprescindível discutir sobre a formação dos educadores que 
tem ganhado novas perspectivas devido às transformações ocorridas no cenário 
educativo ao longo do tempo. 
10 
 
Nas iniciativas inclusivas educacionais a escola se apresenta como o 
elemento principal, pois é o espaço onde se iniciam todas as ações anti-
discriminatórias relacionadas aos deficientes. Uma vez comprometida com a 
educação de todos, a escola possui caráter coletivo e é com base nessa premissa 
que os documentos oficiais legitimaram o atendimento aos deficientes 
prioritariamente nestes espaços a exemplo da Declaração de Salamanca (1994). 
Contudo, a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais 
nas escolas regulares inaugura uma nova demanda educacional e traz consigo a 
urgência de uma formação docente ressignificada por meio da qual os professores 
possam adquirir novos conhecimentos desenvolver maiores habilidades frente às 
práticas pedagógicas cotidianas. Seria o aprendizado de novas metodologias que 
iriam permitir diferentes formas do fazer pedagógico frente à diversidade. O trabalho 
com estudantes com necessidades educacionais especiais é desafiador e se 
caracteriza como um fato inesperado na educação capaz de deixar o professor em 
crise de identidade profissional. São valores, crenças e saberes dos professores 
agora questionados. Frente a isso Bezerra (2007) afirma que “(...) os professores 
não foram alertados para os sinais que apontam uma necessidade educacional 
especial e a partir daí, perceberem a sua importância para desenrolar o processo de 
aprendizagem”. 
Assim, ao participarem do processo de formação contínua os professores 
se aproximam de propostas educativas atuais e são oportunizados de perceber as 
mudanças e nesse contexto desenvolver novas competências e aplicarem na escola 
como afirma Stainback (1999, p. 62) “(...) eles tomam conhecimento dos progressos 
na educação, conseguem antecipar as mudanças e participam do planejamento da 
vida escolar diária”. 
As novas aprendizagens docentes é uma exigência do processo inclusivo 
que preconiza um atendimento escolar mais atuante e eficaz. Educar, frente a este 
novo paradigma da inclusão, requer novas formas de pensar e de agir 
especificamente quando se refere à formação dos professores, pois “para se 
consideraruma proposta de escola inclusiva, é preciso pensar como os professores 
devem ser efetivamente capacitados para transformar sua prática educativa” 
(FERREIRA e GUIMARAES, 2003, P.118). Desta forma, ser professor frente à 
11 
 
inclusão se configura em ser um profissional devidamente capacitado para atender 
às novas demandas educacionais. 
Frente a todas essas peculiaridades que se referem ao educador que 
necessita preparar-se para a diversidade, fica claro que o desafio é grande e que 
está apenas em seu início, podendo atingir novas dimensões devido à rapidez com 
que o mundo transforma-se. Os desafios para os educadores são muitos e cada vez 
se exige mais destes profissionais que agora são levados a desafiar o tempo para se 
atualizarem no quesito inclusão. 
Talvez toda essa adrenalina na busca por novos conhecimentos faça com 
que a educação melhore e os resultados possam tornar-se mais agradáveis no 
tocante à qualidade de ensino. O anseio é que os alunos com necessidades 
educacionais especiais e todos os outros tenham a oportunidade de frequentar um 
ambiente escolar mais acolhedor, mais humano, receptivo, compreensivo e acima 
de tudo competente. 
 O incentivo à formação contínua acontece com o objetivo de levar 
educadores e educadoras a repensar suas práticas e perceberem a necessidade de 
mudanças urgentes. A formação contínua é um convite à reforma do pensamento 
preconizado por Edgar Morin (2001). Uma reforma que seja capaz de mudar a forma 
de perceber as diferenças, de valorizar as singularidades no ambiente escolar a na 
vida diária em todos os cenários sociais. 
A inclusão se apresenta como uma alternativa de mais compromisso com 
a educação e com o ser humano. Mas, é necessário registrar que para atuar neste 
meio inclusivo não bastam títulos, mas dedicação e respeito aos alunos de forma 
que a estes sejam garantidos direitos simples, mas essenciais, como carinho, 
atenção, dedicação e oportunidade de viver como um ser humano. É com base 
nesta meta que o processo inclusivo foi proposto e se fortifica a cada dia sendo 
preconizado por aqueles que acreditam na concretude da sua filosofia. 
 
Deve-se, portanto, mostrar aos educadores a necessidade de integrar o aluno 
de ensino regular preparando-se para a vida e dando assim a oportunidade de se 
relacionar e interagirem tanto quanto possível na escola, acabando aos poucos com 
os preconceitos a fim de que se tornem indivíduos respeitados e felizes. Porém, 
para que a inclusão de alunos com necessidades especiais no sistema regular de 
12 
 
ensino se efetive deve haver além de capacitação de professores e estrutura 
escolar, um acompanhamento contínuo, que oriente o trabalho docente, o que virá a 
beneficiar, não apenas os alunos com necessidades especiais, mas, de uma forma 
geral, a educação escolar como um todo, pois todos aprenderão desde cedo a 
conviver com as diferenças de cada um, respeitando-se entre si. 
 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Diante das questões abordadas, pode-se concluir que é importante incluir a 
criança com algum tipo de deficiência na rede regular de ensino possibilitando à 
mesma ao acesso ao conhecimento e à possibilidade de ser respeitada e estimulada 
desde cedo de acordo com as suas potencialidades. Mas apesar das leis 
governamentais estarem incentivando as escolas a incluírem os alunos com 
deficiências especiais, muitas destas recebem esses alunos sem as devidas 
preocupações, levando estes alunos às classes comuns sem o acompanhamento do 
professor especializado ignorando assim as necessidades específicas da criança, 
fazendo com que as crianças sigam um processo único de desenvolvimento, ao 
mesmo tempo e para todas as idades, extinguindo o atendimento de educação 
especial antes do tempo e esperando que os professores de classe regular ensinem 
as crianças portadoras de necessidades especiais sem um suporte técnico. Isso 
quando ainda não separam os alunos com deficiência especial do convívio com os 
outros alunos. É preciso que a verdadeira missão das instituições seja resgatada, ou 
seja, que elas existam para servir às pessoas, todas elas sem distinção, e não ao 
contrário, tendo que as pessoas se ajustem às instituições. 
A proposta de inclusão vem sendo estimulada em diversas escolas do Brasil e 
envolve desde a Educação Infantil até a Educação Superior. As transformações 
sociais e tecnológicas, nesse processo, possibilitam a ampliação das 
potencialidades de todos os sujeitos. A construção de uma mentalidade inclusiva 
será possível se ela for mantida como um projeto da sociedade e, principalmente, da 
escola, pois é através desse espaço condutor de saberes, socialização e interação 
social, que os novos conceitos acontecem. 
Diante disso, é possível pensar que incluir não é uma ação impossível de 
ser concretizada, pois se apresenta como uma forma de garantir direitos, ampliar 
13 
 
conhecimentos, quebrar paradigmas e, principalmente de garantir a condição 
humana. O trabalho é desafiador, mas não difere dos propósitos gerais da educação 
que gira em torno da formação integral dos estudantes. 
O desenvolvimento das potencialidades dos discentes é um fator crucial 
na educação e a escola, enquanto instituição formadora, contribui para que isso 
aconteça. Desta forma, todos os estudantes são dignos de ações metodológicas que 
estimulem a prendizagem e com as crianças com necessidads educacionais 
especiais não deve ser diferente, visto que, possuem várias possibilidades de 
aprender de acordo com as singularidades. 
Nesse contexto, para que se possa ter posturas inclusivas mais concretas 
e condizentes com as propostas legais é necessário quebrar os paradigmas em 
relação às crianças inclusivas. A credibilidade na capacidade da aprendizagem 
destas crianças pode ser considerado um fator determinante para a verdadeira 
inclusão que, baseada neste peincípio, se realizará não apenas no espaço físico da 
escola, mas nas concepçõs subjetivas de quem convive com elas. 
 O contato com os estudantes de inclusão necessitam ser fortalecidos 
pela mudança de concepção das pessoas que fazem parte dos ambientes escolares 
sem distinção de cargos ocupados. Desta forma, é necessário que as relações na 
escola se realizem de forma despidas de atitudes discriminatórias. 
Seria muito bom para todos se os esforços de colocar em prática a 
Declaração dos Direitos Humanos que pretende legitimar e exige de cada ser 
humano que, pelo simples fato de nascer tenha o direito de ser tratado e viver com 
toda dignidade que lhe couber. 
Toda proposta pedagógica que objetive desenvolver os discentes nos campos 
cognitivo e social deve ter como prioridade a valorização e a compreensão humana, 
visualizando as condições que todos possuem de aprender, se aprimorar, adquirir 
habilidades e competências. A educação inclusiva pauta-se justamente nessa 
premissa e nela necessita ser concretizada. Um processo lento, desafiador, mas que 
inaugura uma das atitudes mais coerentes e humanas da educação. 
 
 
 
 
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