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revisão penal - 2 avaliação

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REVISÃO DE DIREITO PENAL III 2 AVALIAÇÃO
1-LESÃO CORPORAL (Art.129-CP)
Ofensa a integridade fisica corporal ou saude fisica ou mental do individuo, vem do verbo ofender(lesionar, fazer mal) e dolo(caput § § 1º e 2º), culpa (§§ 6º e 7º) e preterdoloso (§3º).
Obs 1 : quando a conduta do autor se limitar apenas a causar dor na vitima, sem que resulte ofensa a integridade física dela, prevalece o entendimento jurisprudencial e doutrinário de que isso não configura crime.
Obs 2 : a auto lesão não é crime, caso ela tenha o intuito de permitir o recebimento de indenização ou valor de seguro, teremos conduta criminosa, prevista no art.171, §2, V – CP
Obs 3: lesão corporal em pessoa morta, não responde pelo crime do art.120-CP, mas enquadra-se nos Arts. 211 ou 212, pela violação do respeito aos mortos;
Obs 4: o eritema(vermelhidão) não configura lesão corporal, mas o hematoma sim, pois é ruptura do vaso;
Obs 5: o crime de violência domestica serve tanto para homem quanto para mulheres.
Art. 129 e seus incisos:
Lesão corporal de natureza grave
§ 1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
=> A incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias, não alcança apenas as atividades profissionais da vítima, mas também outras tarefas e rotinas de seu cotidiano. Se a incapacidade para as ocupações habituais se der por período inferior a trinta dias, então a lesão corporal será leve;
II - perigo de vida
=> O perigo de vida deve ser concreto, demonstrável mediante realização de prova técnica na situação de fato (o auto de exame de lesões corporais), que seja conclusivo pela efetiva exposição da vida da vítima a perigo.
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
=> A debilidade está relacionada à redução de uma capacidade atribuída aos membros, sentidos ou função da vítima, sendo que a permanência da debilidade, sua continuidade, estabelece-se em oposição às lesões curáveis.A redução de tais atributos fisiológicos, em razão da conduta do autor, caracteriza a lesão corporal grave. A perda deles, de outro lado, destaca a lesão corporal gravíssima.
Obs.: Nas hipóteses envolvendo perda de um dos órgãos duplos (rins, pulmões etc.) admite-se que a lesão provocou a redução das funções do organismo, não se cogitando perda delas, já que a função desempenhada por eles (renal, respiratória etc.) ainda se manterá. Nesses casos, então, a lesão não chega a ser gravíssima.
IV - aceleração de parto:
=> A lesão corporal que resulta em aceleração de parto impõe o nascimento do feto com vida. Se por conta da lesão resultar natimorto, então a hipótese será de aborto, configurando-se lesão corporal gravíssima, na forma do inciso V do § 2.º deste artigo. Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 2° Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
=> Trata da lesão corporal que resulta em incapacidade permanente para o trabalho, em que se considera a capaz de impedir o exercício de qualquer atividade profissional remunerada;
II - enfermidade incuravel;
=> A transmissão pura e simples de doenças incuráveis, que não se enquadrar nas hipóteses dos artigos 130 e 131 do Código Penal, pode caracterizar lesão corporal gravíssima
III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
=> efetiva perda ou inutilização do membro, sentido ou função, aplicando-se, assim, sanções mais severas que as previstas para os casos de redução funcional da vítima.
IV - deformidade permanente;
=> A deformidade permanente é a que causa alteração no aspecto físico da vítima, que pode lhe resultar em vexame ou desagrado. Sua constatação se dá por meio de exame pericial, seguido de confrontação entre imagens anteriores e posteriores à lesão.
V - aborto:
=> A lesão corporal que resulta em aborto impõe que o autor do fato tenha conhecimento do estado de gravidez da vítima. Por se tratar de conduta preterintencional, em tendo consciência da gravidez da vítima, pode se considerar que assumiu risco de causar a morte do feto, mesmo que não tenha pretendido isso diretamente.No entanto, se também houve dolo na provocação do aborto, deve se cogitar a incidência dos artigos 125 a 127 do Código Penal.
Obs¹: Para a caracterização do crime, impõe-se a prova do nexo causal entre a agressão e o aborto, mediante laudo pericial
Pena - reclusão, de dois a oito anos
2- ABORTO
Art.124 – Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lhe provoque.
Pena – detenção de um a três anos.
AUTOABORTO ( 1ª parte)=> é a própria mulher quem executa a ação material do crime, ou seja, ela própria emprega os meios ou manobras abortivas em si mesma. É possível a participação nessa modalidade delitiva, na hipótese em que o terceiro apenas induz, instiga ou auxilia, de maneira secundária, a gestante a provocar o aborto em si mesma. Ex: indivíduo que fornece os meios abortivos para que o aborto seja realizado. Nessa hipótese, responderá pelo delito do art. 124 do CP a título de partícipe. Há, contudo, posicionamento na jurisprudência no sentido de que o terceiro, ainda que atue como partícipe, teria a sua conduta enquadrada no art. 126 do Código Penal. Finalmente, é importante notar que, por se tratar de crime de mão própria, é impossível ocorrer o concurso de pessoas na modalidade coautoria.
CONSENTIMENTO PARA O ABORTO ( 2ª PARTE)=> Nessa modalidade, a gestante não pratica em si o ato abortivo, mas permite que outra pessoa nela realize a manobra provocadora da morte do feto. Muitas vezes a gestante até paga por isso, o que, todavia, não é requisito do crime, bastando sua anuência. É extremamente importante ressaltar, todavia, que nossa lei fez uma clara distinção, devendo a gestante responder pelo crime do art. 124, em razão de seu consentimento, e a terceira pessoa que realizar a manobra abortiva, pelo crime do art. 126 do Código Penal, que possui pena mais elevada — trata-se do crime de provocação de aborto com o consentimento da gestante.
Art. 125. Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:
Pena — reclusão, de três a dez anos.
Esta é a modalidade mais grave do crime de aborto e pode se caracterizar em duas hipóteses:
1ª) Quando não houve, no plano fático, qualquer autorização por parte da gestante,o que se dá, por exemplo, quando o agente agride uma mulher grávida para causar o abortamento, ou, ainda, quando, clandestinamente, introduz substância abortiva na bebida dela.
2ª) Quando houve, no plano fático, uma autorização da gestante, mas tal anuência carece de valor jurídico em razão do que dispõe o próprio texto legal. É o que se dá nas cinco hipóteses elencadas no art. 126, parágrafo único, do CódigoPenal.
=>Essa é a única modalidade de aborto em que, necessariamente, há duas vítimas, embora o delito seja um só. Com efeito, além do feto, não se pode deixar de considerar a gestante como vítima de tal infração penal.
Art. 126. Provocar aborto com o consentimento da gestante:
Pena — reclusão, de um a quatro anos.
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido com emprego de fraude, grave ameaça ou violência. 
Veja-se o seguinte caso, aliás, muito corriqueiro: namorado leva grávida à clínica de aborto onde médico realiza ato abortivo assistido por enfermeira. Como a grávida comete um crime e o médico outro, surge a dúvida em torno da responsabilização dos demais envolvidos (namorado e enfermeira). A solução, contudo, é simples, bastando verificar à conduta de quem está vinculada a colaboração do partícipe.
Ora, a conduta do namorado é, claramente, de participação no consentimento prestado pela gestante, de modo que ela é autora do crime de consentimento para o aborto e ele é partícipe deste mesmo crime. Já a enfermeira realizou ação de auxílio na prática da manobra abortiva, preparando a gestante e fornecendo os instrumentos ao médico que, por sua vez, realizou, sozinho, a manobra mortal para o feto, hipótese em que ele é autor do crimede provocação de aborto com o consentimento da gestante e a enfermeira partícipe deste crime.
Suponha-se, agora, que um médico, pai de filha grávida maior de idade, a convença a abortar e, em seguida, com seu consentimento, realize nela o ato abortivo. Nesse caso, como se trata de um único aborto, o médico não pode ser punido duplamente (participação no consentimento da filha e provocação do aborto), de modo que responderá apenas pelo crime mais grave —
 art. 126 do CP. Da mesma forma, uma enfermeira de clínica de aborto que, inicialmente, incentiva uma amiga a consentir no ato e, posteriormente, auxilia o médico no ato abortivo. Não é possível que responda por dois crimes — porque houve um só aborto — devendo ser punida apenas por seu envolvimento no fato mais grave (art. 126).
Art. 127. As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza.
=>Por expressa disposição legal, elas só são aplicáveis ao terceiro que realiza o aborto com ou sem o consentimento da gestante, pois, no início do art. 127.
Art. 128. Não se pune o aborto praticado por médico:
I — se não há outro meio para salvar a vida da gestante;
II — se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
=>Esses dispositivos têm natureza jurídica de causa especial de exclusão da ilicitude. As figuras em que o aborto é legal são chamadas de aborto necessário e sentimental.
a)Aborto necessário ou terapêutico
É a modalidade prevista no art. 128, I, do Código Penal, e exige dois requisitos:
1) Que não haja outro meio senão o aborto para salvar a vida da gestante.
É o que ocorre, por exemplo, nos casos de gravidez tubária.Não é necessário que haja situação de risco atual para a gestante, pois, para tal hipótese, já existe a excludente do estado de necessidade
2) Que seja realizado por médico. 
A exclusão da ilicitude com base neste dispositivo pressupõe que a manobra abortiva seja feita por médico, pois, conforme já mencionado, não há situação de risco atual para a gestante, havendo tempo para que a intervenção seja feita por profissionais habilitados na área da medicina, que, além disso, são os únicos que podem interpretar os exames e concluir pela existência de risco futuro para a vida da gestante em razão da gravidez. Se, todavia, existir perigo atual para a gestante, estando ela prestes a morrer em decorrência de complicações na gestação, qualquer pessoa poderá realizar a intervenção abortiva a fim de lhe salvar a vida, estando, nesse caso, acobertada pela excludente do estado de necessidade de terceiro.
b) Aborto sentimental ou humanitário
Esta figura, por sua vez, pressupõe três requisitos:
1) Que a gravidez seja resultante de estupro. Esta é a razão de a denominação ser aborto sentimental, pois a provocação do aborto é permitida em tal caso por se tratar de gravidez indesejada decorrente de ato sexual forçado.
2)Que haja consentimento da gestante ou de seu representante legal se ela for incapaz. Apenas nessa modalidade é exigido o consentimento. No aborto necessário, em que há risco para a vida da gestante, o consentimento não é requisito, embora seja comum os médicos colherem a autorização.Em nenhuma das modalidades de aborto legal exige-se autorização judicial.
3) Que seja realizado por médico. Como nessa modalidade de aborto não há situação de emergência, se não for feito por médico, haverá crime. Assim, se a gestante realizar o ato abortivo em si mesma, responderá por autoaborto, não havendo exclusão da ilicitude, ainda que prove ter sido vítima de estupro. Igualmente haverá delito se o aborto for praticado por enfermeira. Se a gestante, ao saber que está grávida, vai até uma delegacia de polícia e mente que foi estuprada um mês atrás, mas que teve vergonha de se expor na época dos fatos, e, depois disso, faz uso do boletim de ocorrência para enganar o médico, fazendo- o crer na ocorrência do crime sexual e o convencendo a realizar o aborto, temos as seguintes consequências:
 a) para o médico, não há crime porque ele supôs estar agindo acobertado pela excludente de ilicitude do aborto sentimental. Trata-se de hipótese de descriminante putativa (art. 20, § 1º, do CP);
 b) a gestante responde por crime de consentimento para o aborto e por comunicação falsa de crime (art. 340), em concurso material.
4) Gravidez resultante de estupro cometido por mulher
Suponha-se que uma mulher mantenha relação sexual com homem portador de grave doença mental, cometendo, assim, crime de estupro de vulnerável, e que, do ato sexual, resulte gravidez. Evidente, que, sendo ela a autora do crime, não pode se beneficiar com a excludente em estudo, ainda que haja anuência dos representantes da vítima.
Crime de rixa
Rixa= é uma luta desordenada, marcada pelo tumulto, que envolve a troca de agressões por pelo menos três pessoas, em que os lutadores visam todos os outros indistintamente.
Art. 137. Participar de rixa, salvo para separar os contendores:
Pena — detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.
=>Aqueles que se limitaram a atos de defesa ou que entraram na luta apenas para separar os lutadores não responderão pelo delito.
=>A doutrina costuma fazer uma distinção, esclarecendo que a participação pode ser:
a) Material — por parte daqueles que realmente integram a luta. Estes são autores do crime. Na rixa devem existir pelo menos três pessoas nessa situação.
b) Moral — por parte daqueles que incentivam os demais a tomarem arte no evento por meio de induzimento, instigação ou qualquer outra forma de estímulo.
O partícipe moral, todavia, deve ser, no mínimo, a quarta pessoa, já que a tipificação do crime exige pelo menos três na efetiva troca de agressões. Na primeira hipótese, o agente é chamado de partícipe da rixa e, na segunda, de partícipe do crime de rixa.
Omissão de socorro
Art. 135. Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Pena — detenção, de dois a seis meses, ou multa.
O crime pode ocorrer de duas maneiras:
a) Falta de assistência imediata, que se verifica quando o agente pode prestar o socorro pessoalmente e não o faz. Ex.: uma pessoa vê outra se afogando e, sabendo nadar, nada faz para salvá-la. Essa modalidade só se configura, nos termos da lei, quando a prestação do socorro não põe em risco a vida ou a incolumidade física da pessoa, que, em verdade, Se a prestação de socorro implicar produção de risco à terceira pessoa, a omissão não constitui crime.
b) Falta de assistência mediata, que se dá quando o agente, não podendo prestar o socorro pessoalmente, deixa de solicitar auxílio às autoridades públicas quando havia meios para tanto. No exemplo anterior, se a pessoa não soubesse nadar, deveria procurar noticiar o afogamento a qualquer agente da autoridade para que esta providenciasse o salvamento. Não o fazendo, incorre na figura prevista na parte final do art. 135. Para se livrar da responsabilização penal, o agente deve acionar de imediato as autoridades.
A doutrina costuma salientar que a lei não confere duas opções ao agente. Assim, se for possível a ele prestar pessoalmente o socorro, só se eximirá da responsabilidade penal se o fizer. Caso opte por acionar as autoridades, retardando o socorro que já poderia ter sido prestado pessoalmente, responde pelo crime.
OBSERVAÇÃO:
=>Várias pessoas presentes que se omitem. Quando várias pessoas, concomitantemente, deixam de auxiliar a vítima, todas respondem pelo crime.
=>Socorro por um dos presentes. Tendo em vista que se trata de obrigação solidária, se apenas uma das pessoas presentes presta o socorro à vítima, embora existam outras no local que se omitiram, não há crime porque o socorro, objetivamente, foi prestado.CRIMES CONTRA A HONRA
	DIFAMAÇÃO
	CALÚNIA
	INJURIA
	Honra objetiva
	Honra objetiva
	Honra subjetiva
	Imputa-se a uma pessoa uma determinada conduta que macule a sua honra perante a sociedade(ofender à sua reputação), sem que essa conduta seja definida como ilícito penal. Não importa se a conduta imputada é ou não verdade, a mera imputação já configura o delito em questão.
	Imputa-se falsamente a uma pessoa, conduta definida como crime pela legislação penal. A calúnia é o mais grave dos crimes contra a honra, exatamente
Porque pressupõe que o agente narre um fato criminoso concreto e o atribua a alguém.
	Imputa-se ao ofendido uma conduta que não macula sua imagem perante a sociedade, mas que lhe ofende a própria honra subjetiva, ou seja, é um crime que afeta a autoestima da vítima, seu amor-próprio. Na injúria, o agente atribui uma qualidade negativa a outrem. Consiste,portanto,
em um xingamento, no uso de expressão desairosa ou insultuosa para se
referir a alguém.
	Ex: “Beltrano gosta de manter relações com seus parentes”.
	Ex: “Foi Fulano quem roubou a padaria da esquina ontem à noite.
	Ex: “Ciclano é o homem mais feio que já vi na vida”.
	Não é punível a difamação
contra pessoas mortas e menores de idade e doentes mentais podem, perfeitamente, ser vítimas de difamação.
	Só existe calúnia se a imputação for falsa. Sendo verdadeira, o fato é atípico.
	A ofensa à dignidade é aquela que se refere aos atributos morais da vítima. Configuram-na dizer que alguém é safado, ladrão, velhaco, etc. 
	Se dá quando terceira pessoa toma conhecimento da imputação.
	Pode ser cometida de forma
verbal, por escrito, por gestos ou por qualquer outro meio simbólico.
	A ofensa ao decoro, por sua vez, diz respeito a expressões que afetam os atributos
físicos ou intelectuais de alguém, taxar alguém de burro, idiota, ignorante, celerado, monstro, baleia, porco, canhão etc.
	Tentava só é possível na forma escrita, quando, por exemplo, uma carta contendo a ofensa
se extravia.
	Só se consuma no
instante em que terceira pessoa toma conhecimento da imputação. Independe, portanto, de se saber quando a vítima tomou conhecimento da ofensa contra ela feita.
	a injúria só se consuma quando a ofensa proferida chega ao conhecimento da vítima. Assim, se a ofensa é feita em sua presença, a consumação é imediata. Se feita em sua ausência, o aperfeiçoamento só se dará quando derem ciência à vítima do que dela foi dito.
	
	A calúnia verbal não admite a tentativa, pois, ou o agente profere a ofensa e o crime está consumado, ou não o faz e, nesse caso, o fato é atípico. Na forma escrita,
entretanto, a tentativa é admissível, como, por exemplo, no caso da carta contendo a calúnia que se extravia.
	Os mortos por não possuírem honra subjetiva, não podem ser injuriados. 
a)Honra objetiva é o que os outros pensam a respeito dos atributos morais de alguém.
b)Honra subjetiva é o sentimento que cada um tem acerca de seus próprios atributos físicos, morais ou intelectuais
Observação: Sendo a honra um bem disponível, o prévio consentimento do ofendido, desde que capaz, exclui o crime. Já o consentimento dado pelo representante legal de ofendido incapaz não exclui o delito, pois a honra afetada não é a dele.
PERDÃO JUDICIAL
Art. 140, § 1º — O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I — quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
=> A finalidade do dispositivo é permitir a isenção de pena quando o juiz perceber que um xingamento foi proferido em momento de irritação decorrente de provocação da vítima, que fez com que o agente perdesse momentaneamente o controle das palavras.
II — no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
=> trata-se de hipótese em que uma pessoa ofende outra imediatamente após ter sido ofendida por esta.
INJURIA REAL
Art. 140, § 2º — Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se consideram aviltantes.
Pena — detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
=>Cuida-se de figura qualificada do crime de injúria, em que o agente ofende a vítima por meio de uma agressão física (violência ou vias de fato).
Para a configuração da injúria real, é preciso que a agressão perpetrada se considere humilhante em razão:
a) Da natureza do ato. Raspar o cabelo da vítima esbofeteá-la em público, cuspir em seu rosto, cavalgar a vítima, jogá-la em uma fonte de água no meio de uma festa etc.
b) Do meio empregado. Atirar tomate podre ou ovo em pessoa que está fazendo um discurso; atirar cerveja ou bolo no rosto de alguém em uma festa etc.
INJURIA RACIAL OU PRECONCEITUOSA
Art. 140, § 3º — Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:
Pena — reclusão, de um a três anos, e multa.
OBSERVAÇÃO:
Com efeito, o crime de injúria, como todos os demais crimes contra a honra, pressupõe que a ofensa seja endereçada a pessoa determinada ou, ao menos, a um grupo determinado de indivíduos. Assim, quando o agente se dirige a uma outra pessoa e a ofende fazendo referência à sua cor ou religião, configura- se a injúria qualificada. O crime de racismo, por meio de manifestação de opinião, estará presente quando o agente se referir de forma preconceituosa indistintamente a todos os integrantes de certa raça, cor, religião etc.
RETRATAÇÃO
Art. 143. O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou
da difamação, fica isento de pena.
A retratar significa voltar atrás no que disse, assumir que errou ao fazer a imputação. A retratação é causa extintiva da punibilidade, nos termos do art. 107, VI, do CP.

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