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Fios e suturas

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1.Introdução 
A síntese cirúrgica é uma operação fundamental e 
obrigatória na maioria dos processos cirúrgicos e consiste na 
aproximação das bordas de tecidos seccionados ou ressecados. 
Tem como objetivo facilitar as fases iniciais do processo 
de cicatrização para que a contiguidade dos tecidos possa ser 
restabelecida. 
OBS: Revisar processo de cicatrização, pois as suturas são adjuvantes! 
A aproximação das bordas dos tecidos ressecados ou 
seccionados é mantida por meio de materiais que são resistentes 
às trações e tensões que a ferida sofre nas fases iniciais da 
cicatrização como os fios de suturas, cola cirúrgica, fitas adesivas 
ou grampos metálicos. Com o tempo, a função desses materiais é 
substituída pela própria cicatriz. 
A sutura ideal deve ter: 
 Simetria 
 Evitar nós sob a ferida 
 Fio e agulha adequados 
 Tração adequada 
 Sem Tensão 
2. Instrumental 
A síntese cirúrgica visa reconstruir e restituir a 
integridade das estruturas, órgãos e tecidos que foram operados 
usando-se porta agulhas, pinças anatômicas e dente de rato, 
agulhas e fios cirúrgicos. 
2.1 Agulhas 
As agulhas cirúrgicas, utilizadas na síntese, penetram e 
atravessam os tecidos e, assim, conduzem os fios para os locais 
adequados. 
A metade da agulha é montada na ponta do porta-agulha. 
A agulha é constituída por três partes: a ponta, o corpo 
e o olho. Fabricada em aço de alta qualidade, apresenta-se de vários 
tamanhos e formatos. 
Classificação 
Quanto ao ângulo interno: 
 Curvas 
o Podem ser ¼ de círculo, 3/8 de círculo, semicírculo 
e 5/8 de círculo. 
 Retas 
Quanto à secção transversal da ponta: 
 cilíndricas 
 triangulares 
 ovaladas 
 quadradas 
Quanto ao tipo da ponta: 
 cilíndrica 
 romba 
 cortante 
 espatular 
Quanto ao trauma causado: 
 Traumática: provoca trauma tecidual maior devido à 
diferença de diâmetro entre a ponta, corpo da agulha e o 
fio. 
 Não traumática: agulha já vem com o fio pré-montado de 
mesma dimensão da agulha, proporcionam a entrada e saída 
uniforme do tecido. 
Seleção da agulha 
A seleção da agulha é determinada por fatores como: 
 Acessibilidade do tecido a ser suturado; 
 Tipo de tecido – composição histológica; 
 Maio ou menor facilidade de transsecção.; 
 Diâmetro do fio de sutura. 
Exemplos: 
 Tecidos densos: agulhas triangulares com ponta cortante. 
 Tecidos delicados: agulhas cilíndricas com ponta romba. 
 Sutura da córnea ocular: agulha plana com ponta plana 
2.2 Pinças 
Importante para ao manuseio das bordas do tecido. 
 Pinças de dissecção anatômicas: são menos traumatizantes. 
 Pinças de dissecção com dentes: são úteis em suturas de pele 
e de aponeuroses, favorecendo boa coaptação. 
2.3 Porta-Agulha 
Oferece melhor condução da agulha curva. 
 Porta-agulha de cabo tipo pinça: Mayo- Hegar 
 Porta-agulha com hastes curvas tipo alicate: Mathieu 
 
3. Material de síntese 
3.1 Fios de sutura 
São usados para ligaduras vasculares e aproximação dos 
tecidos, podem ser empregados isoladamente ou montado em 
agulhas. 
O fio ideal deve ter: 
 Resistência adequada. 
 Mínima reação tecidual. 
 Não se degradar em produtos tóxicos. 
 Não facilitar a infecção e permanecer estável na sua 
presença. 
 Calibre e resistência constantes. 
 Coeficiente de atrito adequado. 
 Capacidade de manter a resistência até quando necessária. 
 Velocidade de absorção não afetada pelos líquidos corporais. 
 Ser de fácil manuseio - nó fácil e firme. 
 Elasticidade adequada 
 Não ser alterado com a esterilização. 
 Ter baixa capilaridade. 
 Não alergênico e não mutagênico. 
 Ser de baixo custo 
Classificação 
Quanto a natureza: 
 Biológico 
 Sintético 
N° de filamentos: 
 Monofilamentar 
o Único filamento 
o Menos maleáveis (mais memória) 
Ex.: Nylon, PDS*(polidioxanona) 
 Multifilamentar 
o Filamentos torcidos e trançados 
o Melhor manuseio e flexibilidade 
o Mais traumático 
o Mais propício a infecções, pois podem 
albergar bactérias em seu interior. 
Ex.: Catgut simples e cromado, Algodão, Vicryl 
Absorção: 
 Absorvíveis 
 Inabsorvíveis 
Quanto a agulha: 
 Com agulha 
 Sem agulha 
Propriedades 
Reação tecidual: Resposta inflamatória desencadeada pelo fio (Pico 
entre 2 a 7 dias). 
Resistência à tração: Capacidade de resistir a “quebra” do fio. 
Ligada diretamente ao diâmetro do fio. 
Diâmetro do fio: São classificados por numeração, que segue a 
seguinte sequência, do mais fino para o mais grosso: 12.0-6.0-5.0-
4.0-3.0-2.0-1.0-1-2-3.. Quanto mais zeros, menor o calibre do fio. 
Memória: Tendência a retornar ao seu formato original após a 
manipulação. 
Fios absorvíveis 
Catgut 
 Biológico: obtido da submucosa do intestino delgado de 
ovelhas ou da serosa de bovinos. 
 Multifilamentar 
 Absorvível: 
o Simples: 2-10 dias 
o Cromado: 15-20 dias 
 Tratamento com bicromato de potássio. 
 Não deve ser empregado em suturas superficiais em vista da 
sua grande permeabilidade. 
 Indicado para suturas gastrointestinais, ginecológicas e 
urológicas, amarradura de vasos na tela submucosa. 
 De fácil manipulação 
 Desencadeia intensa reação inflamatória ao seu redor, mais 
evidente no catgut simples. 
Ácido Poliglicólico (Dexon) 
 Sintético: Polimerização do ácido glicólico 
 Multifilamentar 
 Resistência tênsil maior que a do catgut 
 Absorvível: 60-90 dias 
 Estabilidade baixa: a resistência tênsil é perdida muito antes 
da terceira semana. 
 Muito usado na sutura de músculos, fáscias, tecido 
subcutâneo 
 Pouca reação inflamatória 
Ácido Poligaláctico (Vicryl) 
 Sintético 
 Multifilamentar 
 Absorvível (60-90 dias) 
 Utilizado em cirurgias gastrointestinais, urológicas, 
ginecológicas, oftalmológicas e aproximação de tecido 
subcutâneo. 
Polidioxanona (PDS, Maxon) 
 Sintético: polímero da poliparadioxanona 
 Monofilamentar 
 Absorção lenta: 6 meses 
 Estabilidade alta: manutenção da resistência tênsil por longo 
período. 
 Utilizado na sutura de tendões, cápsulas articulares e 
fechamento da parede abdominal. 
Fios não absorvíveis 
Seda 
 Filamento Proteico obtido do bicho-da-seda (Bombix mori). 
 Suas fibras são trançadas e tratadas com polibutilato 
 Fácil manuseio 
 Apesar de ser não absorvível, é degradado ao longo dos anos, 
perdendo sua força tênsil. 
Algodão 
 Biológico: fibras de algodão 
 Multifilamentar 
 Maleável e de fácil manuseio 
 Não absorvível 
 Reação tecidual com formação de granuloma de corpo 
estranho, semelhante a seda. 
 Baixo custo 
Poliéster 
 Sintético 
 Multifilamentado 
 Resistentes e de grande durabilidade 
 Apresentam-se sem cobertura ou cobertos por polibitilato. 
 Indicados para suturas de aponeuroses, tendões e vasos. 
 Pouca reação tecidual e resposta inflamatória. 
Nylon 
 Sintético: derivado das poliamidas 
 Monofilamentar (preto ou incolor) ou multifilamentar. 
 Apresenta elasticidade e resistência à água. 
 Difícil manipulação (alta memória, duro, corrediço, não produz 
nó firme) 
 Pode ser degradado ao longo de dois anos. 
 Causam pouca reação tecidual 
 Baixo custo 
Polipropileno (Prolene) 
 Sintético 
 Monofilamentar (azul ou incolor) 
 Pouca reação tecidual 
 Estabilidade alta: mantém sua resistência tênsil por anos. 
 Usado em suturas vasculares e intradérmicas. 
 Fácil remoção 
4. Nós e Suturas 
O nó cirúrgico deve ser de fácil execução e por finalidade 
evitar que o fio entrelaçado se solte. Para que isso ocorra, devem 
ser levadas em consideração: 
 O tipo de nó 
 O treino do cirurgião 
 O grau de tensão dos tecidos a serem suturados 
 Natureza do fio 
O nó cirúrgico, em geral, conta de uma primeira laçada, que 
aperta, uma segunda fixadora, que impede o afrouxamento da 
primeirae uma terceira para maior segurança. Cada laçada deve 
ser feita no sentido oposto ao da anterior, caso contrário, o nó 
tende a se afrouxar. 
 
4.1 Tipos de sutura 
Classificação 
Quanto à junção das bordas: 
 Apostas: bordos encostados, no mesmo plano; 
 Sobrepostas: um bordo sobre o outro; 
 Evertidas: bordos virados para fora, formando uma crista; 
 Invertidas: bordos virados para o interior; 
Quanto à inclusão das camadas: 
 Contaminante: quando a sutura inclui todas as camadas do 
órgão, desde a serosa até a mucosa, entrando na luz do órgão 
suturado; 
 Não contaminante: quando não há comunicação com a luz do 
órgão, incluindo as camadas: sero-serosa, sero-muscular, 
sero-submucosa. 
Quanto à continuidade: 
 Sutura em pontos separados.: Os nós são dados e os fios 
cortados após uma ou duas passagens através dos tecidos, 
cada nó é uma entidade separada e o rompimento de um 
ponto não compromete os outros são preferidas quando se 
quer mais tensão, mobilidade dos tecidos e distensibilidade. 
Vantagens: 
• nós independentes; 
• há menor quantidade de corpo estranho no interior do 
ferimento cirúrgico; 
• pontos são menos isquemiantes. 
Desvantagem: trabalhosa e demorada. 
Tipos: 
1) ponto simples 
2) ponto em “U” horizontal (Wolff) 
3) ponto em “U” vertical (Donatti) 
4) Ponto em “X” horizontal. 
5) Tensão moderada e aposição. 
 
 Sutura Contínua: Possui um nó inicial, o fio não é cortado, 
estendendo-se do ponto de origem após várias passagens 
pelos tecidos, onde o fio é cortado após o nó final. 
Vantagens: 
• Usam menos material 
• diminui o tempo de cirurgia 
• melhor selamento ao ar e água. 
• Hemostática 
Desvantagens: sutura interdependente, mais isquemiante. 
Tipos: 
1. Chuleio simples 
2. Chuleio ancorado 
3. Sutura em barra grega 
4. Sutura intradérmica. 
4.2 Considerações importantes 
Suturas da pele: Utiliza-se fios absorvíveis tipo nylon ou poliéster – 
menor reação tecidual. Suturas indicadas: 
 Pontos separados de fio não absorvível; 
 Pontos separados de fios do ácido poliglicólico; 
 Pontos intradérmicos, preferencialmente separados, de fio 
inabsorvível ou absorvível tipo poliglicólico; 
 Aproximação com tiras de esparadrapo microporado. 
Sutura em Tela subcutânea: devem ser suturada com pontos 
separados com fio absorvível tipo catgut ou poliglicólico. 
Sutura em aponeurose: pontos separados de fio inabsorvível como 
nylon, poliéster, algodão ou seda. 
Sutura muscular: miorrafias com fios absorvíveis, evitando pontos 
isquemiantes. 
Sutura de vasos e nervos: separada ou contínua, mas sempre com 
fios inabsorvíveis (nylon ou poliéster). 
Sutura do tubo digestivo: anastomose em dois planos (serosa e 
submucosa). 
Sutura através de grampeadores: propicia a aproximação dos 
tecidos pelo uso de grampos metálicos e diferentes formatos de 
grampeamento. Promove uma sutura adequada, rápida, segura e 
com pequena reação tecidual. 
5. Retirada dos fios 
Os fios de sutura devem ser mantidos apenasa enquanto 
úteis, logo, devem ser retirados o mais breve possível, logo que a 
cicatriz adquira resistência. Ex.: Incisões cutâneas pequenas (<4cm): 
4° e 5° dia pós-operatório. Incisões mais extensas: 7° e 8° dia. 
Para a retirada, deve-se levar em consideração: 
 Aspecto da cicatriz seca, sem edema nem congestão; 
 Local da ferida, livre de tensões excessivas; 
 Direção da cicatriz, obedecendo as linhas de força; 
 Ausência de condições que interferem na cicatrização; 
 Tipo de tecido e sua capacidade intrínseca de adquirir 
resistência tênsil com o processo de cicatrização 
 Tensão a que o tecido será submetido.

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