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31/01/2019 1 Professor: Fernando Braga AULA 10 O projeto de um elemento estrutural deve satisfazer requisitos a respeito de resistência, deflexão e estabilidade. Os métodos para cálculo de tensão e deformação que nós aprendemos em resistência dos materiais levam em consideração que o elemento estrutural em questão está sempre em equilíbrio estável. Todavia, alguns elementos estruturais podem estar sujeitos a cargas de compressão e, se forem compridos e esbeltos, a carga poderá ser grande o suficiente para provocar uma deflexão ou uma oscilação lateral. 31/01/2019 2 Estes elementos nós chamamos especificamente de colunas, e a deflexão lateral que ocorre é denominada flambagem. Com muita frequência a flambagem de uma coluna pode resultar em uma falha repentina e dramática de uma estrutura ou mecanismo. A carga axial máxima que uma coluna pode suportar quando está na iminência de sofrer flambagem é denominada carga crítica, Pcr . Qualquer carga adicional provocará flambagem na coluna e, portanto, deflexão lateral. 31/01/2019 3 Para entender melhor a natureza da instabilidade em colunas, vamos considerar um mecanismo composto por duas barras sem peso, rígidas e conectadas por pinos nas extremidades. Quando as barras estão na posição vertical, a mola, de rigidez k, não está tensionada e uma pequena força vertical P é aplicada ao topo de uma delas. Podemos perturbar essa posição de equilíbrio deslocando o pino em A até uma pequena distância ∆ . 31/01/2019 4 Como mostra o diagrama de corpo livre do pino, quando as barras são deslocadas a mola produz uma força de recuperação F=k ∆ , enquanto a carga aplicada P desenvolve duas componentes horizontais, Px = Ptg� , que tendem a empurrar o pino (e as barras) ainda mais para fora da posição de equilíbrio. Visto que � é pequeno, ∆ = �(L/2) e tg � = �. Assim, a força de restauração da mola torna-se F = k � L/2, e a força perturbadora 2P �. Diagrama de Corpo Livre Se a força de restauração for maior que a força perturbadora, podemos resolver P e teremos: Se a força de restauração for menor que a força perturbadora, se essa carga P for aplicada e ocorrer um leve deslocamento em A, o mecanismo tenderá a sair do equilíbrio e não retornar a sua posição original, podemos resolver P e teremos: 31/01/2019 5 O valor intermediário de P, definido como carga critica é dado por: Essa carga representa um caso de mecanismo que está em equilíbrio neutro. Como Pcr é independente do (pequeno) deslocamento θ das barras, qualquer leve perturbação aplicada ao mecanismo não fará com que ele se afaste mais do equilíbrio, nem que retorne a sua posição original. Em vez disso, as barras permanecerão na posição defletida. Em termos físicos, Pcr representa a carga sob a qual o mecanismo está na iminência de sofrer flambagem. É bastante válido determinar esse valor considerando pequenos deslocamentos como fizemos aqui. Assim como ocorre com o mecanismo de duas barras que acabamos de discutir, podemos obter as cargas de flambagem críticas para colunas suportadas de vários modos. 31/01/2019 6 Tipos de Extremidades de Colunas A definição de coluna é aquela perfeitamente reta antes da carga, feita de material homogêneo e na qual a carga é aplicada no centroide da seção transversal. Consideramos ainda que o material comporta-se de uma maneira linear elástica e que a coluna sofre flambagem ou flexão em um único plano. 31/01/2019 7 A fórmula da carga critica (carga critica de Euler) é dada por: Onde: Pcr = carga crítica ou carga axial máxima na coluna imediatamente antes do início da flambagem. E = módulo de elasticidade para o material I = menor momento de inércia para a área da seção transversal da coluna Le = comprimento efetivo da coluna ��� � � � � Devemos observar que a carga crítica é independente da resistência do material; mais exatamente, ela depende somente das dimensões da coluna (I e L) e da rigidez ou do módulo de elasticidade do material, E. Por essa razão, no que diz respeito à flambagem elástica, colunas feitas, por exemplo, de aço de alta resistência, não oferecem nenhuma vantagem em relação às feitas de aço de resistência mais baixa, uma vez que o módulo de elasticidade para ambos os materiais é aproximadamente o mesmo. 31/01/2019 8 A capacidade de carga de uma coluna aumentará à medida que o momento de inércia da seção transversal aumentar. Colunas eficientes são projetadas de modo que a maior parte da área da seção transversal da coluna esteja localizada o mais longe possível dos eixos principais do centroide da seção. As seções ocas como tubos são mais eficientes do que as maciças. Além do mais, as seções de abas largas e colunas 'construídas' com perfis em U, cantoneiras, placas etc. são melhores do que as maciças e retangulares. É importante entender que uma coluna sofrerá flambagem em torno do eixo principal da seção transversal que tenha o menor momento de inércia (o eixo menos resistente). Por exemplo, uma coluna de seção transversal retangular, como uma barra de medição, sofrerá flambagem em torno do eixo a-a e não do eixo b-b. 31/01/2019 9 O resultado é que os engenheiros normalmente tentam conseguir um equilíbrio mantendo os mesmos momentos de inércia em todas as direções. Então, em termos geométricos, tubos dariam excelentes colunas. Além disso, tubos quadrados ou formas para as quais Ix = IY também constituem formas constantemente selecionadas para colunas. A fórmula de Euler foi desenvolvida para o caso de uma coluna com extremidades presas por pinos ou livres para girar. O comprimento efetivo Le na equação representa a distância sem apoio entre os pontos de momento nulo. Se a coluna for apoiada de outros modos, então a fórmula de Euler poderá ser usada para determinar a carga crítica, desde que 'L‘ represente a distância entre pontos de momento nulo. 31/01/2019 10 O comprimento efetivo é dado por: onde: L – é o comprimento da coluna K – é o fator de comprimento efetivo 31/01/2019 11 A relação geométrica Le/r da coluna é conhecida como índice de esbeltez. É uma medida da flexibilidade da coluna e, serve para classificar colunas como compridas, intermediárias ou curtas. Onde: r – é o menor raio de giração da coluna, determinado por � � � � � , onde I é o menor momento de inércia da área da secção transversal da coluna, A. Uma maneira de se estimar o índice de esbeltez de uma coluna é utilizar a relação: � � � 1 � � �� � onde: E – módulo de elasticidade da coluna - (GPa) �� - tensão de escoamento da coluna – (MPa) K – é o fator de comprimento efetivo 31/01/2019 12 Se o índice de esbeltez for maior que a relação mostrada anteriormente, podemos classificar a coluna como esbelta e a fórmula de Euler pode ser usada para determinar a carga de flambagem, visto que a tensão na coluna permanece elástica. A flambagem sempre ocorrerá em torno do eixo da coluna que tenha o maior índice de esbeltez. Se o índice de esbeltez for menor que a relação mostrada a coluna pode ser classificada como intermediária ou curta. Colunas intermediárias falham devido a instabilidade inelástica, o que significa que a tensão de compressão na falha é maior do que o limite de proporcionalidade do material. E as colunas curtas, às vezes denominadas postes, não se tornam instáveis; mais exatamente, o material simplesmente escoa ou sofre ruptura. Em ambos os casos deve ser utilizado uma outra metodologia de cálculo. 31/01/2019 13 A tensão crítica de flambagem , que é uma tensão de compressão média na coluna imediatamente antes da flambagem. Essa é uma tensão elástica e, portanto, deve ser menor que o escoamento ou uma tensão admissível. E pode ser calculada da seguinteforma. ��� � � �� � � ��� � Exercício 1: O elemento estrutural W200 x 46 de aço A-36 mostrado na figura deve ser usado como uma coluna acoplada por pinos. Determine a maior carga axial que ele pode suportar antes ele começar a sofrer flambagem ou antes que o aço escoe. 31/01/2019 14 Exercício 2: A coluna de alumínio está presa na base e seu topo está ancorado em cabos de modo a impedir o topo se movimente ao longo de x. Se considerarmos que ela está fixa na base, determine a maior carga P que pode ser aplicada. Use um fator de segurança para flambagem = 3,0. Considere Ea1 = 70 GPa, � = 215 MPa, A = 7,5(10-3)m2, Ix = 61,3(10-6)m4, Iy = 23,2(10- 6)m4. Exercício 3: Encontre a espessura mínima necessária tmin para uma coluna tubular de aço de comprimento L = 3,6 m com diâmetro externo d = 160 mm que deve suportar um carregamento axial P = 450 kN .A coluna está engastada na base com extremidade livre no topo. (Use E = 200 GPa e � = 250 MPa.)
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