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Sucessões: transferência de bens e direitos

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SUCESSÕES
Os autores dizem que, em latim, sucessões seria a conjugação de sub + cedere. 
Fatos e fenômenos jurídicos que ocorrem uns depois dos outros. 
Na matéria, a sucessão é a transferência de bens, direitos e obrigações de uma pessoa que morre aos seus herdeiros. 
TODO TIPO DE SUCESSÃO É CLASSIFICADA: 
À título universal: quando nós transferimos todo o patrimônio de um para outro ou outros. 
À título singular: quando nós transferimos parte ou parcela de patrimônio ou, ainda, bem incerto ou indeterminado. Ex: ato praticado quase todos os dias – compra e venda.
Por ato de vontade: quando a sucessão depende da vontade das partes. Ex: contrato de compra e venda (vontade de vender + vontade de comprar).
Por disposição legal: independentemente da vontade, os bens serão transmitidos da pessoa que morre aos herdeiros. Ex.: sucessão hereditária. Contudo, também há a possibilidade de ser feita por um ato de vontade, ao exemplo do testamento (se não estiver contente com a disposição legal – ‘teus herdeiros serão tal e tal’ – faz-se o testamento). 
A doutrina diz que pode haver uma sucessão à título universal quando uma empresa incorpora a outra. Ex.: HSBC e BRADESCO – o banco Bradesco sucedeu à título universal todos os bens que pertenciam ao banco HSBC. 
SUCESSÃO HEREDITÁRIA
SUCESSÃO HEREDITÁRIA ocorre quando os bens e direitos passam do sujeito que morre (‘de cujus’) aos seus sucessores.
De cujus: de cuja sucessão se trata. 
AUTOR DA HERANÇA: em Juízo, é chamado de inventariado (falecido, finado, morto, de cujus).
HERDEIRO: sucessor. Pode ser classificado como herdeiro legítimo, testamentário ou necessário: 
- Legítimo é o herdeiro previsto em lei. 
- Testamentário é o herdeiro contemplado em testamento. Nada impede que um herdeiro legítimo seja testamentário.
- Necessário é necessariamente herdeiro, ou seja, não pode ser excluído da condição de herdeiros, salvo alguns que serão estudados posteriormente. Atualmente os herdeiros necessários são o cônjuge ou companheiro, ascendentes, descendentes e colaterais até quarto grau.
A lei assegura uma cota ou quantia certa que é de no mínimo 50% dos bens do autor da herança (art. 1.845, CC). Temos em discussão doutrinaria e jurisprudência de uma outra figura que esta nesse rol, a companheira (art. 1.790 – inconstitucional com Repercussão Geral).
LEGATÁRIO: sempre é um herdeiro testamentário. O legado é quando o sujeito faz um testamento deixando uma quantia ou uma coisa certa e determinada. Há a possibilidade de legar bens de terceiros. 
HERANÇA: conjunto patrimonial. 
INVENTÁRIO: processo não contencioso no qual liquidam-se as dívidas, pagam-se os impostos e dividem-se os bens.
No processo de inventário não é possível levantar discussões/questões que dependam de produção de provas, as quais devem ser requeridas em processo próprio. Pode haver conflito em relação a qual bem vai ficar com quem. 
Não havendo acordo entre os herdeiros o magistrado é quem irá decidir pela divisão dos bens, realizando a devida avaliação deles.
O inventário pode ser classificado em judicial e extrajudicial, veja-se: 
- Judicial: quando houver menor, incapaz ou testamento.
- Extrajudicial: quando todos os herdeiros forem maiores capazes e concordarem em relação à partilha. Pode ser realizado em qualquer cartório, não precisa atender as regras de competência. 
O direito sucessório passou a ganhar corpo quando o homem começou a dividir as propriedades, ou se apropriar de determinadas coisas. Então, o autor da herança passou a destinar os bens ao primogênito para dar continuidade ao culto/religião da família.
A descendência na religião era que determinava para onde iria os bens. 
Após, passou a ter o objetivo de segurança/proteção da prole. 
Em termos filosóficos, existem pessoas que entendem que o direito sucessório não deveria existir, uma vez que a pessoa não poderia nascer ‘mais rica’ que outra. 
No Código Civil, o direito sucessório está dividido em IV títulos: 
I – DA SUCESSÃO EM GERAL – art. 1.784 ao art. 1.828.
II - DA SUCESSÃO LEGÍTIMA – art. 1.829 ao art. 1.856.
III - DA SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA – art. 1.857 ao art. 1.990.
IV – DO INVENTÁRIO E DA PARTILHA – art. 1.991 ao art. 2.027.
O imposto gerado em relação a transmissão de bens da sucessão hereditária deve ser recolhido ao Estado.
Direito internacional privado com relação aos bens deixados no exterior: toda vez que a lei do outro país for mais favorável aos brasileiros, aplica-se a lei do outro país, caso contrário, aplica-se a lei brasileira. 
ABERTURA DA SUCESSÃO
A existência da pessoa natural termina com a morte real (CC, art. 6º). Como não se concebe direito subjetivo sem titular, no mesmo instante em que aquela acontece abre-se a sucessão, transmitindo-se automaticamente a herança aos herdeiros legítimos e testamentários do de cujus (CC, art. 1.784), sem solução de continuidade e ainda que estes ignorem o fato. Nisto consiste o princípio da saisine, segundo o qual o próprio defunto transmite ao sucessor o domínio e a posse da herança (le mort saisit le vif). Acolhido no art. 1.784, tal princípio harmoniza-se com o art. 1.207, pelo qual o “sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor”, com os mesmos caracteres (art. 1.206). Compatibiliza-se, também, com os arts. 990 e 991 do Código de Processo Civil e 1.797 do estatuto civil, mediante a interpretação de que o inventariante administra o espólio, tendo a posse direta dos bens que o compõem, enquanto os herdeiros adquirem a posse indireta. 
Em decorrência do princípio da saisine, regula a legiti mação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura da sucessão (CC, art. 1.787). Assim, por exemplo, se a abertura da sucessão tiver ocorrido pouco antes do advento da atual Constituição Federal, que igualou os direitos sucessórios dos filhos adotivos aos dos consanguíneos, qualquer que seja a forma de adoção (art. 227, § 6º), o adotado pelo sistema do Código Civil de 1916 (adoção restrita) quando o adotante já possuía filhos consanguíneos nada receberá, mesmo que o inventário seja aberto após tal advento. Herdará, entretanto, em igualdade de condições com estes, se a abertura ocorrer depois da entrada em vigor da Carta Magna. Outra consequên cia do aludido princípio consiste em que o herdeiro que sobrevive ao de cujus, ainda que por um instante, herda os bens por este deixados e os transmite aos seus sucessores, se falecer em seguida. 
A massa patrimonial deixada pelo autor da herança denomina-se espólio. Não passa de uma universalidade de bens, sem personalidade jurídica. Entretanto, o direito dá-lhe legitimidade ad causam, sendo representado ativa e passivamente pelo inventariante (CPC, art. 12, V, o que não ocorre, porém, se ele for dativo, conforme o § 1º) ou pelo administrador provisório, se o inventário ainda não tiver sido instaurado (CPC, art. 986). 
A abertura da sucessão é também denominada delação ou devolu- ção sucessória e beneficia desde logo os herdeiros, como visto. Quanto aos legatários, a situação é diferente: adquirem a propriedade dos bens infungíveis desde a abertura da sucessão; a dos fungíveis, porém, só pela partilha. 
A posse, em ambos os casos, deve ser requerida aos herdeiros, que só estão obrigados a entregá-la por ocasião da partilha e depois de comprovada a solvência do espólio. 
Abre-se a sucessão no lugar do último domicílio do falecido (CC, art. 1.785). É esse o foro competente para o processamento do inventário, ainda que o óbito tenha ocorrido no exterior. Será, entretanto, o da situação dos bens, se o autor da herança não tinha domicílio certo, ou o do lugar em que ocorreu o óbito, se, além disso, possuía bens em lugares diferentes (CPC, art. 96 e parágrafo único). A nomeação de inventariante é, hoje, matéria regulada no art. 990 do Código de Processo Civil.
CC, Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários.
No exato momento da morte, falando-se em morte natural.O inventário serve para formalização da transmissão. 
Se alguns dos herdeiros renunciar a herança, essa renúncia retroagirá à abertura da sucessão. 
Em alguns países tem-se a morte civil, que é quando a pessoa recebe prisão perpétua, então, também é cabível a sucessão. No nosso país isso não tem.
Quando se fala em morte se fala na personalidade do individuo, o art. 6º do CC afirma que a personalidade civil da pessoa acaba com a morte.
A morte natural e em contra partida a acidental. Alguns países e Estados preveem a pena de prisão perpétua e em alguns existe a figura da sucessão civil, que se decreta a morte civil e se decreta a sucessão dos bens, não temos isso no Brasil.
Temos a sucessão definitiva quando da morte natural de uma pessoa ou quando declarada a sua ausência na forma dos artigos 37 e 38 do Código Civil.
CC, Art. 6º. A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.
CC, Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas.
CC, Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele.
Se uma pessoa some, pode-se iniciar um processo de ausência. Após, a família pode requerer benefício previdenciário.
A sucessão pode ser feita em decorrência da morte e da ausência, esta última (sucessão provisória) pode ser feita depois de um ano da sentença judicial que afirma a ausência de uma pessoa. Neste caso a sucessão provisória abre-se após um ano da sentença de ausência.
É necessário saber o momento da morte, o qual se prova no âmbito jurídico através da certidão de óbito, onde diz o dia e horário. 
Bom, se a sucessão hereditária se dá com a morte, deve-se saber exatamente quando esta ocorreu, obtendo como prova documental a certidão de óbito. 
COMORIÊNCIA
Nada mais que a presunção de morte simultânea. Se não se pode dizer quem morreu antes, diz-se que ambos morreram ao mesmo tempo. 
CC, Art. 8º Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos. 
Entre os comorientes não existe trasmissão de bens. 
Ex.: caso se tenha ciência da ordem cronológica de quem morreu - morre a mãe e o filho A em comoriência; no caminho para o hospital morre o outro filho, e no hospital morre o pai. Então, como não há mais descendentes, a herança vai para os ascendentes do último que faleceu, neste caso, do pai. Se o filho A tem filho, a mãe não transfere o quinhão dele, mas transfere o quinhão do neto. 
COMPETÊNCIA
CC, Art. 1.785. A sucessão abre-se no lugar do último domicílio do falecido.
CPC, Art. 48.  O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.
Parágrafo único.  Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente:
I - o foro de situação dos bens imóveis;
II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes;
Ex.: ciganos. 
III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio.
Mesmo que a pessoa tenha falecido em local diverso.
O domicílio pode não coincidir com o lugar onde ficam os bens. E apurado o domicílio, não interessa onde ocorreu o óbito. A competência se dá no lugar do último domicílio.
CPC, Art. 672.  É lícita a cumulação de inventários para a partilha de heranças de pessoas diversas quando houver:
I - identidade de pessoas entre as quais devam ser repartidos os bens;
II - heranças deixadas pelos dois cônjuges ou companheiros;
III - dependência de uma das partilhas em relação à outra.
Parágrafo único.  No caso previsto no inciso III, se a dependência for parcial, por haver outros bens, o juiz pode ordenar a tramitação separada, se melhor convier ao interesse das partes ou à celeridade processual.
CC, Art. 1.786. A sucessão dá-se por lei ou por disposição de última vontade.
Aqui está as duas espécies de sucessão: sucessão legítima e sucessão testamentária.
À princípio todos os direitos são transmitidos a todos os herdeiros. Apesar que existem alguns direitos que se extinguem com a morte do de cujus, por serem direitos personalíssimos, ao exemplo de direitos políticos (se morre o prefeito, seu filho não assume o lugar do pai). Fala-se aqui, também, de direitos de usufruto e de direitos alimentares.
LEGITIMAÇÃO PARA SUCEDER
CC, Art. 1.787. Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura daquela.
CAPACIDADE SUCESSÓRIA
Art. 1.788. Morrendo a pessoa sem testamento, transmite a herança aos herdeiros legítimos; o mesmo ocorrerá quanto aos bens que não forem compreendidos no testamento; e subsiste a sucessão legítima se o testamento caducar, ou for julgado nulo.
Só há uma situação em que pode ir para os filhos – se for colocado em testamento. Fora essa situação, o testamento caduca e perde o efeito. 
O testamento é nulo se for feito por pessoa incapaz, se for feito de forma não prevista em lei ou se testar algum bem que seja proibido o comércio – nulidade do objeto.
Art. 1.789. Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da metade da herança.
Se testar mais de 50% do bens o testamento continua sendo válido, contudo, o testamento deverá ser reduzido à quota disponível, nesse caso, 50%. 
CAPACIDADE SUCESSÓRIA EXCEPCIONAL
CC, Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura da sucessão.
Se o pai morre e a mãe já estava grávida, o filho terá direito se nascido vivo. 
Art. 1.799. Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a suceder:
I - os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas estas ao abrir-se a sucessão;
CC, art. 1800, § 4º Se, decorridos dois anos após a abertura da sucessão, não for concebido o herdeiro esperado, os bens reservados, salvo disposição em contrário do testador, caberão aos herdeiros legítimos;
II - as pessoas jurídicas;
Desde que legalmente constituída.
III - as pessoas jurídicas, cuja organização for determinada pelo testador sob a forma de fundação.
CC, art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Ex.: fundação Airton Senna. 
Por fim, o herdeiro tem que ser de qualquer espécie humana. Não há como deixar uma herança para animais. Pode deixar um encargo a ser cumprido para ter direito a herança. Ex.: cuidar do animal. 
DA SUCESSÃO LEGÍTIMA
Decorre da lei. Morrendo a pessoa sem deixar testamento, ou se este caducar ou for julgado nulo, transmite-se a herança a seus herdeiros legítimos (art. 1.788), indicados na lei (art. 1.829), de acordo com uma ordem preferencial. A sucessão poderá ser simultaneamente legítima e testamentária quando o testamento não compreender todos os bens do de cujus (art. 1.788, 2ª parte).
CC, Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:
I – aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;
III - ao cônjuge sobrevivente;
E companheira. 
IV - aos colaterais.
Até o quarto grau. 
CC, Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, ametade dos bens da herança, constituindo a legítima.
CC, Art. 1.847. Calcula-se a legítima sobre o valor dos bens existentes na abertura da sucessão, abatidas as dívidas e as despesas do funeral, adicionando-se, em seguida, o valor dos bens sujeitos a colação.

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