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AULA 5 CONSULTA DE ENFERMAGEM À MULHER

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CONSULTA DE 
ENFERMAGEM À MULHER
DAIANE GOVONI ORVIEDO PICCINI
CONSULTA DE ENFERMAGEM À MULHER
▪ A assistência de enfermagem à saúde da mulher, em nível 
ambulatorial, pode se dar através da consulta de 
enfermagem.
▪ O que difere a consulta de um procedimento ou de um 
atendimento de enfermagem é a fundamentação teórico-
metodológica que se impõe, no caso da consulta de 
enfermagem.
▪ Durante a consulta de enfermagem (seja ela ginecológica 
ou obstétrica), o enfermeiro deve valorizar os aspectos 
psicoafetivos, além dos aspectos teórico-científicos.
CONSULTA DE ENFERMAGEM À MULHER
▪ O enfermeiro deve compreender que as mulheres são 
distintas, com características, atitudes e normas de 
conduta diferenciadas, que se encontram em faixas etárias 
diversas, com problemática específica e que assumem 
diferentes papéis: social, familiar, econômico, educacional 
e político.
CONSULTA DE ENFERMAGEM À MULHER
▪ O enfermeiro precisa demonstrar que entende e se 
preocupa com a cliente, respeitando-a como cidadã, 
devendo considerar as questões sociais e psicossomáticas, 
as quais são responsáveis pela baixa de resistência e pelo 
surgimento de novas patologias.
▪ Deve ficar atento para os aspectos que envolvem o 
cotidiano da mulher, contemplando a avaliação dos 
problemas relativos ao trabalho, à afetividade e à 
sexualidade, buscando, assim, a integralidade da 
assistência.
CONSULTA DE ENFERMAGEM À MULHER
▪ É importante que o enfermeiro tenha presente que o 
aconselhamento é um dos componentes da atividade 
educativa, pelo qual se deve estabelecer o diálogo 
confidencial com a cliente, de maneira que esta seja 
participante de todo o processo, desde a prevenção, até o 
tratamento, e esteja capacitada a tomar decisões pessoais.
CONSULTA DE ENFERMAGEM À MULHER
▪ O enfermeiro deve abordar questões sobre a sexualidade, 
fidelidade, prazer, conceito de saúde-doença, conceito de 
risco, prevenção, tratamento e outros, de acordo com a 
história de vida da mulher.
▪ No caso de consulta ginecológica, o enfermeiro deve 
procurar desmistificar o exame ginecológico que é 
percebido por algumas mulheres como algo vergonhoso, 
desconfortável.
CONSULTA DE ENFERMAGEM À MULHER
▪ Geralmente a consulta ginecológica ocorre devido à 
manifestação de alguma intercorrência ginecológica, que 
pode ser de ordem orgânica ou de ordem emocional e não 
com uma prática de manutenção da saúde, o que contribui 
para a baixa demanda à consulta ginecológica.
CONSULTA DE ENFERMAGEM À MULHER
▪ Na maioria dos casos, a consulta ginecológica é motivada 
por irregularidade do ciclo menstrual, distúrbios 
menstruais, sinais ou sintomas de doenças inflamatórias 
pélvicas, secreções vaginais, lesões genitais, anomalias 
anatômicas, alterações do climatério/menopausa, 
realização do exame citopatológico e por queixas relativas 
à sexualidade como: dispareunia, disfunções de desejo e/ou 
orgasmo, vaginismo, impotência e ejaculação precoce.
CONSULTA DE ENFERMAGEM À MULHER
▪ São elementos mínimos para uma consulta de 
enfermagem de qualidade: a garantia do caráter 
confidencial da consulta; o estímulo da auto-estima, da 
verbalização dos sentimentos e percepções, do 
conhecimento do próprio corpo; o estímulo para a 
participação ativa da cliente na prevenção e controle das 
doenças nos diversos níveis de prevenção; o 
esclarecimento sobre a importância da participação do 
parceiro na manutenção/promoção da saúde.
COLETA DE DADOS NA 
CONSULTA DE ENFERMAGEM 
COLETA DE DADOS NA CONSULTA 
▪ Durante a consulta, o enfermeiro coletará dados a fim de 
compor o histórico de enfermagem que deve ser 
direcionado não só à doença, mas à história de vida pessoal 
e de trabalho da mulher.
▪ Para conhecer a mulher, o enfermeiro realiza a entrevista e 
o exame físico geral e especial.
COLETA DE DADOS NA 
CONSULTA 
ENTREVISTA
ENTREVISTA
▪ A entrevista deve incluir, entre outros dados, a identificação
(nome, idade, número do prontuário, estado civil/consensual, 
profissão, ocupação, data de nascimento, naturalidade, 
escolaridade), o motivo da consulta, os antecedentes pessoais 
(gerais, ginecológicos e obstétricos) e familiares, o uso de 
medicação, os problemas mamários, os problemas 
intestinais, os problemas urinários, a religião, a profissão e a 
ocupação atual, a renda familiar, o conhecimento sobre a 
prevenção secundária do câncer cérvico-uterino, a anatomia e a 
fisiologia do aparelho reprodutor feminino, o auto-exame das 
mamas, as condições de moradia, os dados sobre sono e 
repouso, a sexualidade, o uso de métodos contraceptivos e o 
estado nutricional.
COLETA DE DADOS NA 
CONSULTA 
EXAME FÍSICO GERAL
EXAME FÍSICO GERAL
▪ O exame físico geral, craniocaudal, deve ser realizado 
sempre que o enfermeiro coletar dados da cliente, por 
meio do histórico de enfermagem.
COLETA DE DADOS NA 
CONSULTA 
EXAME FÍSICO ESPECIAL
EXAME FÍSICO ESPECIAL
▪ O exame físico especial ou ginecológico diz respeito ao 
exame das mamas, do abdome e da genitália feminina.
EXAME FÍSICO ESPECIAL DAS MAMAS
▪ O exame clínico das mamas tem por objetivo detectar 
precocemente o câncer de mama.
▪ Deve-se aproveitar a oportunidade para orientar a paciente 
sobre o auto-exame das mamas. O exame não substitui o 
exame físico realizado por profissional de saúde treinado.
▪ Auto Exame das Mamas é o procedimento em que a 
mulher observa e palpa as próprias mamas e as estruturas 
anatômicas acessórias, visando a detectar mudanças ou 
anormalidades que possam indicar a presença de um 
câncer.
AUTO EXAME DAS MAMAS
▪ É realizado pela própria mulher mensalmente após o 
período menstrual: a partir do 7º dia, após o 1º dia da 
menstruação.
▪ Para as mulheres que se encontram no período da pós-
menopausa, aconselha-se realizar o auto-exame das 
mamas em um dia fixo do mês.
▪ Para aquelas que estão amamentando, sempre após 
esvaziar a mama (após a amamentação).
▪ As mulheres deverão palpar as mamas, nas posições 
deitada e em pé, e observar a aparência e o contorno das 
mamas na frente do espelho.
EXAME FÍSICO ESPECIAL DAS MAMAS
▪ Inspeção estática
▪ Inspeção dinâmica
▪ Palpação
▪ Expressão ou Pesquisa de descarga papilar *somente 
mediante queixa de perda líquida pelo mamilo
INSPEÇÃO ESTÁTICA
▪ Essa inspeção deverá ser realizada com a mulher com os 
membro superiores ao longo do corpo, sentada, tronco 
desnudo, voltada para o enfermeiro e para a fonte de luz.
Atentar para: 
▪ Número (amastia, polimastia, atelia, politelia), 
▪ Simetria (pode haver assimetria em casos de escoliose 
dorsolombar, inflamações ou tumores), 
▪ Volume (hipertrofias das mamas podem ser encontradas em 
inflamações, traumatismos e tumores), 
▪ Forma (cônica, esférica e pendular), 
INSPEÇÃO ESTÁTICA
▪ Consistência (túrgidas e flácidas), 
▪ Contorno (deve apresentar forma de arco, atentar para 
casos de protuberâncias, achatamento localizado, retração 
e depressão)
▪ Modificações da pele (podem ser fisiológicas – rede de 
Hller e víbices – ou patológicas – pele em casca de laranja, 
pregueamento da pele)
▪ Modificações do mamilo (retração, ulcerações, 
descamação, desnivelamento e fissuras)
INSPEÇÃO DINÂMICA
▪ Paciente sentada: o enfermeiro solicita à mulher que eleve 
os braços e, após, coloque as mãos no quadril, imprimindo 
movimentos e contrações musculares para diante.
▪ A contração muscular favorece a visualização de alterações 
(nódulos mamários) imperceptíveis à inspeção estática.
PALPAÇÃO
▪ Deve estender-se desde a linha médio-esternal até a linha 
axilar posterior e bem dentro da axila.
▪ Desde a clavícula até a prega inframamária, palpando-se o 
prolongamento axilar (prolongamento de Spencer).
▪ Para facilitar a palpação, pode-sedividir a mama 
imaginariamente em 4 quadrantes, passando uma linha 
vertical e outra horizontal sobre o mamilo (para que 
nenhuma parte seja esquecida), ou realiza-la de forma 
circular, iniciando de fora para dentro (até a região areolar) 
ou vice-versa.
PALPAÇÃO
▪ A palpação pode também ser realizada em ziguezague no 
sentido horizontal em dois momentos:
▪ Mulher sentada (pesquisa de linfonodos) – palpação 
segundo a técnica de Bailey: com a mulher em frente ao 
enfermeiro, segura-se com a mão direita o braço direito da 
mulher, que deve ser mantido em posição horizontal e 
apoiado sobre o braço direito do enfermeiro, de modo a 
deixar livre o acesso à região axilar.
PALPAÇÃO
▪ Palpa-se a axila com a mão oposta, aprofundando-se tanto 
quanto possível à procura de linfonodos: número, volume, 
localização, sensibilidade, consistência e mobilidade.
▪ O mesmo procedimento é realizado com o braço esquerdo.
▪ A seguir, examina-se as regiões supra e infraclaviculares e 
as regiões laterais do pescoço.
PALPAÇÃO
▪ Mulher deitada: em decúbito dorsal com as mãos cruzadas 
atrás da nuca (se necessário, colocar uma toalha dobrada 
sob a região escapular do lado que está sendo realizado o 
exame).
Devem-se utilizar os métodos clássicos de palpação:
▪ Bloodgood: usam-se as polpas digitais (como se estivesse 
tocando um piano) a fim de perceber tumores de menor 
diâmetro.
PALPAÇÃO
▪ Velpeau: mão espalmada sobre a mama, comprimindo-a 
de encontro à parede torácica, para evidenciar a presença 
de nódulos de maior diâmetro.
Por causa do achatamento da mama sobre o gradil costa, 
nesta posição (deitada com as mãos atrás da nuca) 
evidenciam-se melhor tumores de pequeno tamanho e 
localização mais profunda.
EXPRESSÃO
▪ A descarga papilar só deve ser realizada mediante 
queixa de extrusão de líquido pelo mamilo.
▪ A expressão deve ser suave.
▪ Com os dedos indicador e polegar, faz-se a expressão a 
partir da base (limite) da aréola.
▪ Caso ocorra saída de secreção, deve-se proceder à coleta 
de material para citologia.
▪ A presença de secreção pode significar processo 
inflamatório, lesão benigna ou maligna.
EXPRESSÃO
▪ Atentar para as características da secreção, que pode ser 
serosa, límpida (tipo água de rocha), sanguinolenta ou 
branca (tipo leite).
▪ As secreções sanguinolentas e tipo água de rocha, que 
drenam espontaneamente, de apenas uma mama, por 
mais de um ducto lactífero, são as mais preocupantes.
EXAME FÍSICO DO ABDOME
▪ Ausculta da peristalse presente ou ausente ou débil
▪ Inspeção: Plano, Globoso, Escavado
▪ Palpação: Normotenso ou Tenso
▪ Dor: Indolor ou doloroso
▪ Presença de cicatriz cirúrgica
EXAME FÍSICO ESPECIAL DA GENITÁLIA
▪ O objetivo é a detecção precoce de alterações tratáveis por 
meio das intervenções de enfermagem (incluindo 
encaminhamento a outros profissionais quando necessário) 
e coleta de material para realização da colpocitologia
oncótica.
EXAME DOS ÓRGÃOS GENITAIS EXTERNOS
▪ Posição da paciente: ginecológica.
▪ Recomendar que a paciente urine e utilize avental 
adequado.
▪ Observação da vulva nos seguintes aspectos: condições de 
higiene, presença de lacerações e ulcerações (decorrentes 
de prurido ou corrimento), aumento das glândulas de 
Skene (ou parauretrais), aumento da secreção que flui pela 
vagina (observar características do corrimento), varizes 
vulvares, presença de vesículas (herpes genital, coloração e 
implantação dos pêlos).
EXAME DOS ÓRGÃOS GENITAIS INTERNOS
▪ Realiza-se esse procedimento por meio do exame 
especular e do toque vaginal.
▪ Durante o exame, também pode ser coletado material para 
a colpocitologia oncótica, exame colpocitopatológico, 
também denominado exame “preventivo” ou teste de 
Papanicolau.
EXAME DOS ÓRGÃOS GENITAIS INTERNOS
▪ Toque vaginal simples digital: realizado com os dedos 
indicador e médio de uma das mãos.
▪ Possibilita avaliar assoalho perineal e sua tonicidade, 
modificações da vagina e do colo uterino, além de suas 
características de normalidade.
EXAME DOS ÓRGÃOS GENITAIS INTERNOS
▪ Toque vaginal combinado: Feito com duas mãos: uma 
vaginal e a outra abdominal.
▪ Possibilita avaliar todas as características da vagina e do 
colo uterino, assim como aquelas do trato genital superior 
(útero e anexos).
EXAME DOS ÓRGÃOS GENITAIS INTERNOS
▪ Exame especular: Realiza-se esse exame com instrumento 
denominado espéculo, com a finalidade de visualizar as 
partes acessíveis do aparelho genital (vagina e colo 
uterino).
▪ Coloca-se o espéculo obliquamente à vulva livrando o 
meato urinário e a fúrcula do contato com o aparelho, por 
serem muito sensíveis.
▪ As colheres do espéculo devem permanecer no canal 
vaginal no sentido ântero-posterior. 
▪ Em caso de coleta de material para colpocitologia
oncótica o exame especular deve preceder o toque 
vaginal.
CORRIMENTO VAGINAL
COLPITES E CERVICITES
CORRIMENTO VAGINAL
▪ Define-se Colpite ou Vaginite como sendo a inflamação
do epitélio vaginal.
▪ Os processos inflamatórios da vulva são denominados 
vulvite.
▪ Quando o processo inflamatório incluem vagina e vulva são 
denominados vulvovaginite.
▪ Cervicite ou Endocervicite é a inflamação da mucosa 
endocervical, excluindo-se os processos inflamatórios que 
afetam a ectocervice.
CORRIMENTO VAGINAL
▪ Considerado um dos problemas ginecológicos mais 
comuns, o corrimento vaginal caracteriza-se por irritação 
vaginal com secreção anormal, odor desagradável ou não, 
podendo ser acompanhado de coceira, ardor na vagina ou 
vontade mais frequente de urinar. 
▪ Podem ser causados por infecções virais, vulvites e 
vulvovaginites, infecções cervicais do colo do útero e 
doenças sexualmente transmissíveis.
CORRIMENTO VAGINAL
Os corrimentos mais comuns são:
▪ Vaginites (Candidíase)
▪ Tricomoníase
▪ Vaginose bacteriana (decorrente do desequilíbrio da 
microbiota vaginal, sendo causada pelo crescimento 
excessivo de bactérias anaeróbias)
▪ Cervicites
▪ Atrófica (pós-menopausadas)
CORRIMENTO VAGINAL
▪ As causas não infecciosas do corrimento vaginal incluem: 
material mucoide fisiológico, vaginite inflamatória 
descamativa, vaginite atrófica (mulheres na pós-
menopausa), presença de corpo estranho, entre outros. 
▪ Outras patologias podem causar prurido vulvovaginal sem 
corrimento, como dermatites alérgicas ou irritativas 
(sabonetes, perfumes, látex) ou doenças da pele (líquen 
simples crônico, psoríase).
▪ A mulher pode apresentar concomitantemente mais de 
uma infecção, ocasionando assim corrimento de aspecto 
inespecífico.
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS PARA 
CORRIMENTO VAGINAL
▪ 1. pH vaginal: normalmente é menor que 4,5, sendo os 
Lactobacillus spp. predominantes na flora vaginal. 
▪ Esse método utiliza fita de pH na parede lateral vaginal, 
comparando a cor resultante do contato do fluido vaginal 
com o padrão da fita. 
▪ pH > 4,5: vaginose bacteriana ou tricomoníase
▪ pH < 4,5: candidíase vulvovaginal
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS PARA 
CORRIMENTO VAGINAL
▪ 2. Teste de Whiff (teste das aminas ou “do cheiro”): 
coloca-se uma gota de KOH a 10% sobre o conteúdo 
vaginal depositado numa lâmina de vidro. 
▪ Se houver “odor de peixe”, o teste é considerado positivo e 
sugestivo de vaginose bacteriana.
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS PARA 
CORRIMENTO VAGINAL
▪ 3. Exame a fresco: em lâmina de vidro, faz-se um 
esfregaço com amostra de material vaginal e uma gota de 
salina, cobrindo-se a preparação com lamínula. 
▪ O preparado é examinado sob objetiva com aumento de 
400x, observando-se a presença de leucócitos, células 
parabasais, Trichomonas sp. móveis, leveduras e/ou 
pseudo-hifas. 
▪ Os leucócitos estão presentes em secreções vaginais de 
mulheres com candidíase vulvovaginale tricomoníase.
MÉTODOS DIAGNÓSTICOS PARA 
CORRIMENTO VAGINAL
▪ 4. Bacterioscopia por coloração de Gram: a presença de 
clue cells, células epiteliais escamosas de aspecto granular 
pontilhado e bordas indefinidas cobertas por pequenos e 
numerosos cocobacilos, é típica de vaginose bacteriana.
CANDIDÍASE VULVOVAGINAL
▪ É a infecção da vulva e vagina, causada por um fungo
comensal que habita a mucosa vaginal e digestiva, o qual 
cresce quando o meio se torna favorável ao seu 
desenvolvimento. 
▪ A relação sexual não é a principal forma de transmissão, 
visto que esses microrganismos podem fazer parte da flora 
endógena em até 50% das mulheres assintomáticas. 
▪ Cerca de 80% a 90% dos casos são devidos à C. albicans e 
de 10% a 20% a outras espécies (C. tropicalis, C. glabrata, C. 
krusei, C. parapsilosis).
CANDIDÍASE VULVOVAGINAL
▪ Embora a candidíase vulvovaginal não seja transmitida 
sexualmente, é vista com maior frequência em mulheres 
em atividade sexual, provavelmente, devido a 
microrganismos colonizadores que penetram no epitélio 
via microabrasões.
▪ Raramente incide antes da menarca, sendo também pouco 
frequente após a menopausa, confirmando sua nítida 
dependência hormonal.
CANDIDÍASE VULVOVAGINAL
Os sinais e sintomas podem se apresentar isolados ou associados, e 
incluem:
▪ Prurido vulvovaginal (principal sintoma, e de intensidade variável);
▪ Disúria;
▪ Dispareunia;
▪ Corrimento branco, grumoso e com aspecto caseoso (“leite coalhado”);
▪ Hiperemia;
▪ Edema vulvar;
▪ Fissuras e maceração da vulva;
▪ Placas brancas ou branco-acinzentadas, recobrindo a vagina e colo 
uterino.
CANDIDÍASE VULVOVAGINAL
Fatores que predispõem à infecção vaginal por Candida sp.:
▪ Gravidez;
▪ Diabetes mellitus (descompensado);
▪ Obesidade;
▪ Uso de contraceptivos orais;
▪ Uso de antibióticos, corticoides, imunossupressores ou 
quimio/radioterapia;
▪ Hábitos de higiene e vestuário que aumentem a umidade e o calor local;
▪ Contato com substâncias alergênicas e/ou irritantes (ex.: talcos, perfumes, 
sabonetes ou desodorantes íntimos); 
▪ Alterações na resposta imunológica (imunodeficiência), incluindo a 
infecção pelo HIV.
CANDIDÍASE VULVOVAGINAL
▪ As parcerias sexuais não precisam ser tratadas, exceto os 
sintomáticos (uma minoria de parceiros sexuais do sexo 
masculino que podem apresentar balanite e/ou 
balanopostite, caracterizada por áreas eritematosas na 
glande do pênis, prurido ou irritação, têm indicação de 
tratamento com agentes tópicos).
CANDIDÍASE VULVOVAGINAL
▪ A candidíase vulvovaginal recorrente (4 ou mais episódios sintomáticos em 
1 ano) afeta cerca de 5% das mulheres em idade reprodutiva. 
▪ Nesses casos, devem-se investigar causas sistêmicas predisponentes, tais 
como diabetes mellitus, infecção pelo HIV, uso de corticoide sistêmico e 
imunossupressão. 
▪ Entre mulheres vivendo com HIV, baixas contagens de linfócitos T-CD4+ e 
altas cargas virais estão associadas com incidência aumentada de 
vulvovaginite por Candida spp. 
▪ O tratamento é o mesmo recomendado para pacientes não infectados pelo 
HIV.
▪ Os episódios respondem bem ao tratamento oral de curta duração ou 
terapia tópica. 
CANDIDÍASE VULVOVAGINAL
▪ O microorganismo adere às células epiteliais, 
especialmente em pH vaginal ácido <4,5.
▪ O pH vaginal varia durante o ciclo evolutivo e hormonal da 
mulher, estando mais baixo (pH 3,5 a 4,5) no período 
ovulatório e pré-menstrual, aumentando gradativamente 
após a instalação da menopausa, chegando a níveis básicos 
(pH 7 a 7,5) próximo à senilidade.
CANDIDÍASE VULVOVAGINAL
▪ Os sintomas podem exacerbar-se no período pré-
menstrual e pós relação sexual.
▪ Geralmente melhoram com a alcalinização do meio, pela 
menstruação.
▪ O exame físico demonstra vulva com edema e/ou eritema e 
fissuras.
▪ A vagina encontra-se com hiperemia e aumento do 
conteúdo vaginal de aspecto grumoso, muitas vezes 
aderido à parede vaginal.
CANDIDÍASE VULVOVAGINAL
▪ O diagnóstico do corrimento vaginal pode ser realizado por 
teste do pH vaginal, em que são mais comuns valores < 4,5, 
e/ou por bacterioscopia, com a visualização de leveduras 
e/ou pseudo-hifas.
▪ O aspecto “típico” ao exame especular pode ser suficiente 
para o diagnóstico.
TRATAMENTO PARA CANDIDÍASE 
VULVOVAGINAL
CANDIDÍASE VULVOVAGINAL
Medidas gerais, além de adjuvantes ao tratamento 
principal, ajudam na profilaxia das recidivas:
▪ Evitar doces, refrigerantes, vinho, leite e derivados
▪ Evitar desodorante íntimo, absorventes e uso de roupas 
sintéticas justas
▪ Higiene adequada
▪ Alcalinização do pH vaginal com banho de assento, 
contendo bicarbonato de sódio (2 colheres de sopa para 1L 
de água morna), 2 vezes ao dia, durante 7 dias.
VAGINOSE BACTERIANA
▪ É caracterizada por um desequilíbrio da microbiota vaginal 
normal, com diminuição acentuada ou desaparecimento de 
lactobacilos acidófilos (Lactobacillus spp) e aumento de 
bactérias anaeróbias (Prevotella sp. e Mobiluncus sp.), G. 
vaginalis, Ureaplasma sp., Mycoplasma sp., e outros. 
▪ É a causa mais comum de corrimento vaginal, afetando 
cerca de 10% a 30% das gestantes e 10% das mulheres 
atendidas na atenção básica. 
▪ Em alguns casos, pode ser assintomática.
VAGINOSE BACTERIANA
Os sinais e sintomas incluem:
▪ Corrimento vaginal fétido, mais acentuado após a relação 
sexual sem o uso do preservativo, e durante o período 
menstrual;
▪ Corrimento vaginal branco-acinzentado, de aspecto fluido 
ou cremoso, algumas vezes bolhoso;
▪ Dor à relação sexual (pouco frequente).
VAGINOSE BACTERIANA
▪ Não é uma infecção de transmissão sexual, mas pode ser 
desencadeada pela relação sexual em mulheres 
predispostas (o contato com o esperma, que apresenta pH 
elevado, contribui para o desequilíbrio da microbiota 
vaginal). 
▪ O uso de preservativo pode ter algum benefício nos casos 
recidivantes.
VAGINOSE BACTERIANA
▪ A vaginose bacteriana aumenta o risco de aquisição das IST 
(incluindo o HIV), e pode trazer complicações às cirurgias 
ginecológicas e à gravidez (associada com ruptura 
prematura de membranas, corioamnionite, prematuridade 
e endometrite pós-cesárea). 
▪ Quando presente nos procedimentos invasivos, como 
curetagem uterina, biópsia de endométrio e inserção de 
dispositivo intrauterino (DIU), aumenta o risco de DIP.
VAGINOSE BACTERIANA
O diagnóstico clínico-laboratorial de vaginose bacteriana 
se confirma quando estiverem presentes 3 dos critérios de 
Amsel):
▪ Corrimento vaginal homogêneo, geralmente acinzentado e 
de quantidade variável;
▪ pH vaginal > 4,5;
▪ Teste de Whiff ou teste da amina (KOH 10%) positivo;
▪ Presença de clue cells na bacterioscopia corada por Gram.
TRATAMENTO PARA VAGINOSE BACTERIANA
TRICOMONÍASE
▪ A tricomoníase é causada pelo T. vaginalis (protozoário 
flagelado), tendo como reservatório o colo uterino, a 
vagina e a uretra. 
▪ A prevalência varia entre 10% a 35%, conforme a população 
estudada e o método diagnóstico.
TRICOMONÍASE
Os sinais e sintomas são:
▪ Corrimento abundante, amarelado ou amarelo esverdeado, 
bolhoso;
▪ Prurido e/ou irritação vulvar;
▪ Dor pélvica (ocasionalmente);
▪ Sintomas urinários (disúria, polaciúria);
▪ Hiperemia da mucosa (colpite difusa e/ou focal, com 
aspecto de framboesa).
TRICOMONÍASE
▪ O diagnóstico da tricomoníase é feito por meio da 
visualização dos protozoários móveis em material do 
ectocérvice, por exame bacterioscópico a fresco ou pela 
coloração de Gram, Giemsa, Papanicolaou, entre outras.
▪ Na tricomoníase vaginal pode haver alterações 
morfológicas celulares, alterando a classe do exame 
citopatológico, o qual deve ser repetido 3 meses após o 
tratamento para avaliar a persistência dasalterações.
TRATAMENTO PARA TRICOMONÍASE
CERVICITES
▪ Cervicite ou endocervicite é a inflamação da mucosa 
endocervical, excluindo-se os processos inflamatórios que 
afetam a ectocérvice.
▪ São classificadas em gonocócicas ou não gonocócicas, 
levando em consideração o seu agente etiológico.
▪ Apresentam corrimento uretral.
CORRIMENTO URETRAL
▪ O corrimento uretral pode ter aspecto que varia de 
mucoide a purulento, com volume variável, estando 
associado a dor uretral (independentemente da micção), 
disúria, estrangúria (micção lenta e dolorosa), prurido 
uretral e eritema de meato uretral.
▪ Entre os fatores associados às uretrites, foram 
encontrados: idade jovem, baixo nível socioeconômico, 
múltiplas parcerias ou nova parceria sexual, histórico de IST 
e uso irregular de preservativos.
CORRIMENTO URETRAL
▪ Os agentes etiológicos mais importantes do corrimento 
uretral são a Neisseria gonorrhoeae e a Chlamydia
trachomatis.
▪ Outros agentes, como T. vaginalis, U. urealyticum, 
enterobactérias (nas relações anais), M. genitalium, vírus 
do herpes simples (HSV, do inglês Herpes Simplex Virus), 
adenovírus e Candida spp. são menos frequentes. 
▪ Causas traumáticas (produtos e objetos utilizados na 
prática sexual) devem ser consideradas no diagnóstico 
diferencial de corrimento uretral.
CORRIMENTO URETRAL
Uretrite gonocócica:
▪ É um processo infeccioso e inflamatório da mucosa uretral, 
causado pela N. gonorrhoeae (diplococo Gram negativo 
intracelular). 
▪ O risco de transmissão de um parceiro infectado a outro é 
de 50% por ato sexual. 
▪ Os sinais e sintomas são determinados pelos locais 
primários de infecção (membranas mucosas da uretra, 
endocérvice, reto, faringe e conjuntiva).
CORRIMENTO URETRAL
▪ A gonorreia é frequentemente assintomática em 
mulheres e também quando ocorre na faringe e no reto. 
▪ A infecção uretral no homem pode ser assintomática em 
menos de 10% dos casos. Nos casos sintomáticos, há 
presença de corrimento em mais de 80% e/ou disúria (> 
50%). 
▪ O período de incubação é cerca de 2 a 5 dias após a 
infecção.
CORRIMENTO URETRAL
▪ O corrimento mucopurulento ou purulento é frequente. 
▪ Raramente, há queixa de sensibilidade aumentada no 
epidídimo e queixas compatíveis com balanite (dor, 
prurido, hiperemia da região prepucial, descamação da 
mucosa e, em alguns casos, material purulento e de odor 
desagradável no prepúcio). 
▪ As complicações no homem ocorrem por infecção 
ascendente a partir da uretra (orqui-epididimite e 
prostatite).
CORRIMENTO URETRAL
▪ A infecção retal é geralmente assintomática, mas pode 
causar corrimento retal (12%) ou dor/ desconforto perianal 
ou anal (7%). A infecção de faringe, tanto em homens como 
em mulheres, é habitualmente assintomática (> 90%).
▪ A infecção gonocócica disseminada é rara (< 1%); resulta da 
disseminação hemática a partir das membranas mucosas 
infectadas e causa febre, lesões cutâneas, artralgia, artrite 
e tenossinovite sépticas.
CORRIMENTO URETRAL
▪ Pode também causar, raramente, endocardite aguda, 
pericardite, meningite e peri-hepatite. 
▪ Acomete mais as mulheres, sendo associada à infecção 
assintomática persistente, e o maior risco é durante o 
período menstrual, gravidez e pós-parto imediato.
CORRIMENTO URETRAL
Uretrite não gonocócica:
▪ É a uretrite sintomática cuja bacterioscopia pela coloração 
de Gram e/ou cultura são negativas para o gonococo. 
Vários agentes têm sido responsabilizados por essas 
infecções, como Chlamydia trachomatis, U. urealyticum, 
Mycoplasma hominis e T. vaginalis, entre outros.
▪ A infecção por clamídia no homem é responsável por 
aproximadamente 50% dos casos de uretrite não 
gonocócica. 
CORRIMENTO URETRAL
▪ A transmissão ocorre pelo contato sexual (risco de 20% por 
ato), sendo o período de incubação, no homem, de 14 a 21 
dias. 
▪ Estima-se que dois terços das parceiras estáveis de homens 
com uretrite não gonocócica hospedem a C. trachomatis na 
endocérvice. 
▪ Podem reinfectar seu parceiro sexual e desenvolver quadro 
de DIP se permanecerem sem tratamento.
CORRIMENTO URETRAL
▪ A uretrite não gonocócica caracteriza-se, habitualmente, pela 
presença de corrimentos mucoides, discretos, com disúria leve e 
intermitente. 
▪ A uretrite subaguda é a forma de apresentação de cerca de 50% dos 
pacientes com uretrite causada por C. trachomatis. 
▪ Entretanto, em alguns casos, os corrimentos das uretrites não 
gonocócicas podem simular, clinicamente, os da gonorreia. 
▪ As uretrites causadas por C. trachomatis podem evoluir para: 
prostatite, epididimite, balanite, conjuntivite (por autoinoculação) e 
síndrome uretro-conjuntivo-sinovial ou síndrome de Reiter.
CORRIMENTO URETRAL
Uretrites persistentes:
▪ Os pacientes com diagnóstico de uretrite devem retornar 
ao serviço de saúde entre sete e 10 dias após o término do 
tratamento. Os sinais e sintomas persistentes ou 
recorrentes de uretrite podem resultar de resistência 
bacteriana, tratamento inadequado, não adesão ao 
tratamento e reinfecção.
▪ Nesses casos, deve-se realizar a avaliação, principalmente, 
por meio da história clínica. Descartadas tais situações, 
devem-se pesquisar agentes não suscetíveis ao tratamento 
anterior (ex.: T. vaginalis, M. genitalium e U. urealyticum).
CORRIMENTO URETRAL
▪ Outras causas não infecciosas de uretrites, como trauma 
(ordenha continuada), instrumentalização e inserção de 
corpos estranhos intrauretrais ou parauretrais (piercings), e 
irritação química (uso de certos produtos lubrificantes e 
espermicidas) devem ser consideradas no diagnóstico 
diferencial de uretrites persistentes.
CORRIMENTO URETRAL
O diagnóstico das uretrites pode ser realizado com base em um dos 
seguintes sinais e sintomas ou achados laboratoriais: 
▪ Drenagem purulenta ou mucopurulenta ao exame físico;
▪ Bacterioscopia pela coloração Gram de secreção uretral, 
apresentando > 5 polimorfonucleares (PMN) em lâmina de imersão. 
▪ A coloração de Gram é preferível por se tratar de método rápido para 
o diagnóstico de gonorreia em homens sintomáticos com corrimento 
uretral. 
▪ A infecção gonocócica é estabelecida pela presença de diplococos 
Gram-negativos intracelulares em leucócitos polimorfonucleares;
CORRIMENTO URETRAL
▪ Teste positivo de esterase leucocitária na urina de primeiro jato ou 
exame microscópico de sedimento urinário de primeiro jato, 
apresentando > 10 PMN por campo.
▪ Se nenhum dos critérios acima estiver presente, a pesquisa de N. 
gonorrhoeae e C. trachomatis pode ser realizada pelos NAAT6, 
métodos de biologia molecular que têm elevada sensibilidade e 
especificidade quando comparados com os demais e podem 
identificar essas infecções associadas. 
▪ Tais métodos, entretanto, exigem sofisticada estrutura laboratorial, 
profissionais com qualificação em técnicas de biologia molecular, e 
são onerosos.
TRATAMENTO PARA CORRIMENO URETRAL
VAGINITE ATRÓFICA
▪ Consiste na reação inflamatória da mucosa vaginal da 
mulher senil.
▪ Não apresenta um agente etiológico animado e se deve 
primordialmente a menopausa, já que os ovários vão 
declinando gradativamente a sua função de síntese de 
esteroides sexuais, fazendo com que a vagina perca o 
trofismo.
VAGINITE ATRÓFICA
▪ Com a falta de estrogênio circulante, as células da mucosa 
vaginal deixam de armazenar glicogênio, que, portanto, 
deixa de ser desdobrado em ácido lático pelos bacilos de 
Doordelin.
▪ Com isso, o pH vaginal fica menos ácido, tendendo a 
básico, tornando-se suscetível às infecções secundárias.
VAGINITE ATRÓFICA
▪ Os sinais e sintomas mais comuns são a dispareunia, fluxo 
vaginal inespecífico, muitas vezes tingido por sangue.
▪ Ao exame especular, a mucosa vaginal apresenta-secom 
características de atrofia: pálida, lisa, brilhante, sem as 
rugosidades normais, ausência de elasticidade, ausência de 
lubrificação e podem ser verificadas petéquias, equimoses 
ou até ulcerações.
VAGINITE ATRÓFICA
▪ O diagnóstico, via de regra, é feito pelo exame 
colpocitológico que mostra um esfregaço atrófico, com 
células basais, leucócitos e bactérias.
▪ Em todas as mulheres idosas com leucorréia
sanguinolenta, o diagnóstico diferencial com câncer 
cervical é obrigatório e, em alguns casos, a curetagem 
uterina e exame histopatológico do material obtido são 
necessários.
VAGINITE ATRÓFICA
▪ O tratamento, quando afastada a possibilidade de existir 
uma neoplasia maligna, consiste na aplicação de 
estrogênio tópico e Terapia de reposição hormonal.
▪ É importante a indicação de um lubrificante vaginal, que 
pode ser utilizado na mulher e/ou no parceiro, para 
diminuir a dispareunia pela ausência de lubrificação 
vaginal.
VAGINOSE CITOLÍTICA
▪ É a vaginose causada pelos bacilos de Doordelin, 
apresentando sintomatologia semelhante à candidíase, ou 
seja, secreção vaginal, prurido vaginal, ardor e dispareunia
de introito.
VAGINOSE CITOLÍTICA
▪ Considera-se que as substâncias irritativas oriundas do 
citoplasma de células intermediárias lisas pelas atividades 
das bactérias, seriam as responsáveis pela sintomatologia.
▪ Entre os fatores coadjuvantes para o aparecimento da 
vaginose citolítica encontram-se a gestação; diabetes 
melitus; alta ingestão de glicídios e a fase lútea do ciclo 
ovariano.
VAGINOSE CITOLÍTICA
▪ O diagnóstico é feito pela presença de sintomatologia na 
ausência de Trichomonas, Gardnerella, Cândida, 
Mobiluncus, etc, em exames complementares, associado 
ao número aumentado de lactobacilos, reduzido de 
leucócitos e citólise.
VAGINOSE CITOLÍTICA
▪ O tratamento ideal é feito com alcalinização do meio 
vaginal com bicarbonato de sódio (2 colheres de sopa para 
1L de água).
▪ Para alguns autores deve-se empregar este tratamento 
através de duchas vaginais 3 vezes por semana, para 
outros, através de banho de assento.
DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA (DIP)
▪ A DIP é uma síndrome clínica atribuída à ascensão de 
microrganismos do trato genital inferior, espontânea ou 
devida a manipulação (inserção de DIU, biópsia de 
endométrio, curetagem, entre outros), comprometendo o 
endométrio (endometrite), trompas de Falópio, anexos 
uterinos e/ou estruturas contíguas (salpingite, miometrite, 
ooforite, parametrite, pelviperitonite).
DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA (DIP)
▪ Constitui uma das mais importantes complicações das IST 
e um sério problema de saúde pública, sendo comum em 
mulheres jovens com atividade sexual desprotegida. 
▪ Está associada a sequelas importantes em longo prazo, 
causando morbidades reprodutivas que incluem 
infertilidade por fator tubário, gravidez ectópica e dor 
pélvica crônica (em 18% dos casos). 
DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA (DIP)
▪ Mulheres que já tiveram um episódio de DIP têm chance de 
12% a 15% de ter gravidez ectópica no futuro. 
▪ A taxa de infertilidade é de 12% a 50%, aumentando com o 
número de episódios. Estima-se um caso de DIP para cada 
8 a 10 casos de pacientes com cervicite por algum dos 
patógenos elencados a seguir. 
▪ A mortalidade, após o uso adequado dos antibióticos, 
reduziu-se praticamente a zero nos países desenvolvidos.
DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA (DIP)
▪ Entre os microrganismos sexualmente transmissíveis, 
merecem destaque C. trachomatis e N. gonorrhoeae. 
▪ No entanto, bactérias facultativas anaeróbias (ex.: G. 
vaginalis, H. influenza, S. agalactiae, entre outros), que 
compõem a flora vaginal, também têm sido associadas à 
DIP. 
▪ Além disso, CMV, M. genitalium, M. hominis e U. 
urealyticum podem ser associados com alguns casos de 
DIP. 
▪ Todas as mulheres que têm DIP aguda devem ser 
rastreadas para N. gonorrhoeae e C. trachomatis e testadas 
para HIV, sífilis e hepatites virais.
DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA (DIP)
Os fatores de risco para DIP incluem:
▪ IST prévias ou atuais: pessoas com infecção por clamídia, 
micoplasmas e/ou gonococos na cérvice uterina 
apresentam um risco aumentado de DIP. 
▪ A infecção por C. trachomatis pode levar ao 
desenvolvimento de infecção do trato genital superior a 
partir de cervicite, em até 30% dos casos. 
▪ Pacientes com salpingite prévia têm uma chance 
aumentada em 23% de desenvolver um novo episódio 
infeccioso;
DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA (DIP)
▪ Múltiplas parcerias sexuais e parceria sexual atual com 
uretrite;
▪ Uso de método anticoncepcional: o DIU pode representar 
um risco três a cinco vezes maior para o desenvolvimento 
de DIP, se a paciente for portadora de cervicite.
DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA (DIP)
▪ O diagnóstico clínico de DIP é baseado em critérios 
maiores, menores e elaborados, apresentados no Quadro 
16. Os critérios elaborados podem aumentar a 
especificidade desse diagnóstico.
Para a confirmação clínica de DIP, é necessária a presença de:
▪ 3 critérios maiores + 1 critério menor;
▪ OU
▪ 1 critério elaborado.
DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA (DIP)
▪ Os sintomas de sangramento vaginal anormal em pouca 
quantidade (spotting), dispareunia, corrimento vaginal, dor 
pélvica ou dor no abdome inferior, além de dor à 
mobilização do colo do útero ao toque, podem estar 
presentes na DIP. 
▪ A ocorrência de spotting em usuárias de anticoncepcional 
de baixa dosagem é comum e pode ser indicativa de DIP, 
devendo ser investigada.
DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA (DIP)
▪ Nas formas sintomáticas de DIP, o diagnóstico diferencial 
deverá ser feito mediante manifestações uroginecológicas, 
gastrointestinais e esqueléticas. 
▪ Portanto, o profissional de saúde deve ter um elevado nível 
de suspeição na presença de um ou mais critérios mínimos 
diagnósticos, com o intuito de implantar terapêutica 
precoce e evitar sequelas.
DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA (DIP)
▪ Os diagnósticos diferenciais de DIP incluem: gravidez 
ectópica, apendicite aguda, infecção do trato urinário, 
litíase ureteral, torção de tumor cístico de ovário, torção de 
mioma uterino, rotura de cisto ovariano, endometriose 
(endometrioma roto), diverticulite, entre outros.
VIOLÊNCIA SEXUAL
VIOLÊNCIA SEXUAL E IST
▪ A violência sexual, independentemente do sexo e da idade, 
deve ser considerada uma prioridade na assistência, 
devido aos danos psicossociais, à gravidez indesejada e ao 
risco de aquisição de HIV, Infecções Sexualmente 
Transmissíveis e hepatites virais.
PREVENÇÃO DAS IST NA VIOLÊNCIA SEXUAL
▪ Em âmbito nacional, destaca-se a Lei nº 12.845/2013, que 
dispõe sobre o atendimento obrigatório e integral de 
pessoas em situação de violência sexual, e ainda as Leis de 
Notificação Compulsória no caso de violência contra 
mulheres, crianças, adolescentes e pessoas idosas 
atendidas em serviços de saúde públicos ou privados (Lei 
nº 10.778/2003, Lei nº 8.069/1990, Lei nº 10.741/2003), a Lei 
Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), entre outros.
VIOLÊNCIA SEXUAL
▪ O estupro é definido como o ato de constranger alguém, 
mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção 
carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique 
outro ato libidinoso, sendo crime previsto no artigo 213 do 
Código Penal Brasileiro. 
▪ A real frequência desse ato criminoso é desconhecida, uma 
vez que as vítimas hesitam em informá-lo, devido à 
humilhação, medo, sentimento de culpa e 
desconhecimento das leis.
VIOLÊNCIA SEXUAL
▪ O atendimento à vítima de estupro é complexo, 
necessitando idealmente de cuidados de uma equipe 
multidisciplinar familiarizada com casos similares. 
▪ Quando praticado durante a gravidez, representa fator de 
risco para saúde da mulher e do feto, por aumentara 
possibilidade de complicações obstétricas, abortamento e 
RN de baixo peso.
VIOLÊNCIA SEXUAL
▪ O medo de ter contraído infecção pelo HIV aumenta a 
ansiedade das pessoas expostas. Os pacientes devem ser 
informados sobre a necessidade de:
▪ Receber atendimento clínico-laboratorial, psicológico e 
social imediato;
▪ Buscar providências policiais e judiciais cabíveis (mas caso 
a vítima não o faça, não lhe pode ser negado 
atendimento);
VIOLÊNCIA SEXUAL
▪ Receber profilaxia da gravidez, das IST não virais e do HIV;
▪ Receber vacinação e imunização passiva para HBV;
▪ Colher imediatamente material para avaliação do status 
sorológico de sífilis, HIV, HBV (vírus da hepatite B) e HCV
(vírus da hepatite C), para seguimento e conduta 
específica;
▪ Agendar retorno para seguimento sorológico após 30 dias e 
acompanhamento clínico-laboratorial, psicológico e social, 
se necessário.
VIOLÊNCIA SEXUAL
▪ A prevalência de IST em situações de violência sexual é 
elevada, e o risco de infecção depende de diversas 
variáveis, como o tipo de violência sofrida (vaginal, anal ou 
oral), o número de agressores, o tempo de exposição 
(única, múltipla ou crônica), a ocorrência de traumatismos 
genitais, a idade e a susceptibilidade da mulher, a condição 
himenal e a presença de IST ou úlcera genital prévia.
VIOLÊNCIA SEXUAL
▪ No atendimento à mulher, que corresponde à maioria dos 
casos de violência sexual, deve-se colher material de 
conteúdo vaginal para diagnóstico de tricomoníase, 
gonorreia e clamídia.
▪ Além disso, coletam-se outros materiais, como 
fragmentos das vestes, para comparação com o DNA do 
agressor.
VIOLÊNCIA SEXUAL
▪ A profilaxia das IST não virais está indicada nas situações 
de exposição com risco de transmissão, 
independentemente da presença ou gravidade das lesões 
físicas e idade. 
▪ Gonorreia, sífilis, infecção por clamídia, tricomoníase 
podem ser prevenidos com o uso de medicamentos de 
reconhecida eficácia. 
▪ Algumas IST virais, como as infecções por HSV (vírus do 
herpes simples) e HPV, ainda não possuem profilaxias 
específicas.
PROFILAXIA
VIOLÊNCIA SEXUAL
▪ Diferentemente do que ocorre na profilaxia da infecção 
pelo HIV, a prevenção das IST não virais pode ser 
eventualmente postergada, em função das condições de 
adesão, mas se recomenda a sua realização imediata, 
sempre que possível.
▪ Não deverão receber profilaxia pós-exposição sexual os 
casos de violência sexual em que ocorra exposição crônica 
e repetida – situação comum em violência sexual 
intrafamiliar – ou quando ocorra uso de preservativo, 
masculino ou feminino, durante todo o crime sexual.
VIOLÊNCIA SEXUAL
▪ As crianças apresentam maior vulnerabilidade às IST, 
devido à imaturidade anatômica e fisiológica da mucosa 
vaginal, entre outros fatores. 
▪ O diagnóstico de uma IST em crianças pode ser o primeiro 
sinal de abuso sexual e deve ser notificado e investigado. 
CLIMATÉRIO
CONCEITOS E FASES DO CLIMATÉRIO
▪ Climatério é um termo comumente usado como sinônimo 
de menopausa, porém este último é um fenômeno que se 
define retroativamente, pois representa a cessação 
permanente das menstruações por um período de 12 
meses de amenorreia, sendo o resultado da perda da 
função folicular dos ovários.
▪ Já, o termo climatério é utilizado para definir o período da 
vida reprodutiva da mulher durante o qual a menopausa 
ocorre.
CLIMATÉRIO
▪ O climatério corresponde à transição da mulher do ciclo 
reprodutivo para o não reprodutivo, ocorrendo 
habitualmente entre os 40 e 65 anos.
▪ É uma fase biológica da vida da mulher e um período de 
mudanças psicossociais, de ordem afetiva, sexual, familiar, 
ocupacional, que podem afetar a forma como ela vive o 
climatério e responde a estas mudanças em sua vida.
MENOPAUSA
▪ A menopausa, marco do período climatérico, é a 
interrupção permanente da menstruação e o diagnóstico é 
feito de forma retroativa, após 12 meses consecutivos de 
amenorreia, ocorrendo geralmente entre os 48 e 50 anos 
de idade. 
▪ A menopausa pode ocorrer de forma precoce, antes dos 
40 anos, a chamada falência ovariana precoce.
DIVISÃO DO CLIMATÉRIO EM ESTÁGIOS
▪ Transição menopausal: vai dos 37 aos 46 anos.
▪ Perimenopausa: vai dos 46 aos 50 anos.
▪ Pós-menopausa: vai dos 51 aos 65 anos.
▪ Terceira idade: após os 65 anos de idade.
▪ Essas etapas compõem o climatério.
CLIMATÉRIO
▪ A confirmação do climatério e da menopausa é 
eminentemente clínica, sendo desnecessárias dosagens 
hormonais.
CLIMATÉRIO
▪ Muitas mulheres passam pelo climatério sem queixas, mas 
outras podem apresentar queixas diversificadas e com 
intensidades diferentes. 
▪ Esta fase crítica da vida da mulher é um estágio importante 
e complexo que traz numerosas mudanças nos âmbitos 
físico, emocional e social.
SINAIS E SINTOMAS DO CLIMATÉRIO
▪ Os sinais e sintomas do climatério podem ser classificados 
cronologicamente, ou seja, os que incidem a curto e a 
longo prazo.
▪ Dentre as manifestações iniciais, estão a irregularidade
menstrual, os sintomas vasomotores (os fogachos, que 
frequentemente começam como uma sensação de pressão 
na cabeça, seguida pela sensação de calor na cabeça, no 
pescoço e no tórax, as palpitações e as ondas de calor), as 
manifestações atróficas no sistema geniturinário (prurido, 
dispareunia), as alterações da pele e as alterações 
psíquicas, que vão da fadiga à depressão.
SINAIS E SINTOMAS DO CLIMATÉRIO
▪ As manifestações tardias são a osteoporose e as doenças 
cardiovasculares.
CLIMATÉRIO
▪ A assistência de enfermagem à mulher climatérica deverá 
ser implementada em um contexto interdisciplinar, no qual 
a educação e a promoção da saúde das mulheres sejam 
prioridades, sempre com o objetivo de resgatar-lhes a 
autonomia e a qualidade de vida.
▪ Estimular hábitos de vida saudáveis.
▪ Abolição de tabagismo e etilismo.
▪ Dieta hipogordurosa, hiperprotéica e rica em cálcio.
▪ Controle de hipertensão arterial sistêmica e diabete melito.
CLIMATÉRIO
▪ Em relação à terapia de regulação hormonal, a orientação e 
a prescrição deverão ser realizadas pelo médico.

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