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Caso Concreto 2

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Caso Concreto 2 – Processo Penal I 
Jorginho, jovem de classe média, de 19 anos de idade, foi denunciado pela prática da conduta 
descrita no art. 217-A do CP por manter relações sexuais com sua namorada Tininha, menina 
com 13 anos de idade. A denúncia foi baseada nos relatos prestados pela mãe da vítima, que, 
revoltada quando descobriu a situação, noticiou o fato à delegacia de polícia local. Jorginho foi 
processado e condenado sem que tivesse constituído advogado. Á luz do sistema acusatório 
diga quais são os direitos de Jorginho durante o processo penal, mencionando ainda as 
características do nosso sistema processual. 
Dentre as características do sistema acusatório está a presença do contraditório e da ampla 
defesa, que não ocorreu no caso concreto. O direito de defesa é, além de tudo, garantia 
constitucional (art. 5°, LV, CRFB/88) e por isso qualquer processo penal realizado sem a 
observação dessa garantia é passível de nulidade. Confirmando esse pensamento o STF se 
manifesta na súmula 523 com o seguinte conteúdo: “No processo penal, a falta de defesa 
constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo 
para o réu”. 
Ainda no que se refere à necessidade da existência de defesa processual, o CPP em seu art. 
261 diz que: “Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado 
sem defensor”. 
Existem divergências doutrinárias sobre o sistema processual adotado pelo Brasil. Parte da 
doutrina entende que é o acusatório por existir a imparcialidade do juiz, o direito ao 
contraditório e a ampla defesa, a acusação e a defesa são efetuadas por pessoas diferentes, 
não se admitir denúncia anônima, tratamento igualitário entre as partes, procedimento oral 
(em geral), livre convencimento jurisdicional, duplo grau de jurisdição e a exigência da 
publicidade dos atos. 
No entanto, se questiona os poderes instrutórios ao juiz (possibilidade da produção de provas), 
que furtaria a sua imparcialidade e se entende como característica do sistema inquisitório e 
por isso, alguns doutrinadores entendem que o nosso sistema processual é inquisitório. 
Porém, existe ainda uma linha de pensamento que identifica nosso sistema como misto, 
possuindo características dos sistemas acusatório e inquisitório. 
O Professor Aury Lopes Júnior que diz que: 
“É lugar-comum na doutrina processual penal a classificação de “sistema misto”, com a 
afirmação de que os sistemas puros seriam modelos históricos sem correspondência com os 
atuais. Ademais, a divisão do processo penal em duas fases (pré-processual e processual 
propriamente dita) possibilitaria o predomínio, em geral, da forma inquisitiva na fase 
preparatória e acusatória na fase processual, desenhando assim o caráter “misto”. 
Outros preferem afirmar que o processo penal brasileiro é “acusatório formal”, incorrendo 
no mesmo erro dos defensores do sistema misto. BINDER,33 corretamente, afirma que “o 
acusatório formal é o novo nome do sistema inquisitivo que chega até nossos dias”. 
Nós preferimos fugir da maquiagem conceitual, para afirmar que o modelo brasileiro é 
(neo)inquisitório, para não induzir ninguém a erro.” 
 No sentido de demonstrar a existência da característica inquisitória no sistema processual 
penal atual, segue jurisprudência com a realização de audiência de instrução e julgamento: 
Processo RHC 98281 DF 2018/0116106-9 
Orgão Julgador T6 - SEXTA TURMA 
Publicação DJe 01/08/2018 
Julgamento 26 de Junho de 2018 
Relator Ministro NEFI CORDEIRO 
 
Ementa 
 
PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. CRIME CONTRA A ORDEM 
TRIBUTÁRIA E FALSIDADE IDEOLÓGICA. USO DE ALGEMAS DURANTE AUDIÊNCIAS DE 
INSTRUÇÃO E JULGAMENTO. DECISÕES DEVIDAMENTE FUNDAMENTADAS. AUSÊNCIA, 
ADEMAIS, DE DEMONSTRAÇÃO DE EFETIVO PREJUÍZO AO DIREITO DE DEFESA. RECURSO 
IMPROVIDO. 
 
CASO 2 - FCC-2012-TJ/RJ-Analista 
No que concerne à estruturação da defesa de acusados em juízo criminal, é correto afirmar: 
a. se for indicado um Defensor Público ao acusado, este não pode desconstituí-lo para nomear 
um profissional de sua confiança. 
b. o acusado que é Advogado pode apresentar defesa “em nome próprio”, sem necessidade de 
constituição de outro profissional 
c. apenas nos crimes mais graves o acusado deve obrigatoriamente ser assistido por 
Advogado, podendo articular a própria defesa, mesmo sem habilitação, nos casos em que não 
está em risco sua liberdade. 
d. o acusado que não constituir Advogado será obrigatoriamente defendido por Procurador 
Municipal ou Estadual. 
e. o Juiz não pode indicar Advogado de forma compulsória a um acusado, que sempre tem o 
direito inalienável de articular a própria defesa, ainda que não seja habilitado para tanto. 
 
3- Com referência às características do sistema acusatório, assinale a opção correta. 
a- O sistema de provas adotado é o do livre convencimento. 
b- As funções de acusar, defender e julgar concentram-se nas mãos de uma única pessoa. 
c- O processo é regido pelo sigilo. 
d- Não há contraditório nem ampla defesa

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