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Aula 08 - Dir Trabalho I

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SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO
A base do contrato de trabalho se dá quando o trabalhador presta serviços estipulados, e o empregador, por sua vez, remunera o trabalho. Tais efeitos se produzem continuamente, ou seja, a relação de emprego se atesta pela troca efetiva e ininterrupta desses prestações. Quando assim se apresenta, o contrato de trabalho mostra-se na plenitude de seus efeitos.
Ocorre que, a relação de emprego pode ser paralisada sem a dissolução do vínculo contratual que a informa. A essa paralisação se denomina tecnicamente suspensão ou interrupção do contrato de trabalho. Em regra geral, ocorre suspensão do contrato de trabalho quando a empresa não deve pagar salários, nem contar o tempo de serviço do empregado que estiver afastado. Na interrupção há necessidade do pagamento de salários, mesmo com afastamento do trabalho, e, também, mantém a contagem do tempo de serviço. O empregado deixa de trabalhar e o empregador não lhe paga o salário.
São anormalidades no curso da relação que, todavia, não implicam dissolução do contrato, que não acarretam a cessação de seus efeitos, mas simplesmente os suspendem ou os interrompem.
Distinção atribuída por Sergio Pinto Martins:
Haverá interrupção quando o empregado, embora não preste serviços, for remunerado normalmente, contando-se também seu tempo de serviço, mostrando a existência de uma cessação provisória e parcial dos efeitos do contrato de trabalho.
Características: a) Cessação provisória da prestação de serviços; b) o empregador tem que cumprir todas ou algumas obrigações do contrato de trabalho; c) existe a contagem do tempo de serviço.
Na suspensão, o empregado fica afastado, não recebendo salário, nem conta-se seu tempo de serviço, havendo cessação provisória e total dos efeitos do contrato de trabalho. Características: a) Cessação provisória da prestação de serviços; b) o empregador não necessita cumprir a obrigação de pagar salários; c) não há contagem do tempo de serviço para fins trabalhistas.
INTERRUPÇÃO
A interrupção é a cessação de caráter transitório e parcial dos efeitos do contrato de trabalho.
Haverá interrupção quando o empregado for remunerado normalmente, embora não compareça ao trabalho. Além do pagamento, a falta ao serviço não interfere no tempo de serviço.
Em outras palavras, a exigência principal do empregador, ou seja, o pagamento de salário se mantém, mesmo sem a contraprestação por parte do empregado.
São hipóteses, entre outras, de interrupção do contrato de trabalho: 
Aborto
Se o aborto não é criminoso, a empregada tem o direito de descanso de duas semanas (Art. 395 da CLT).
Auxílio Doença
Em caso de doença, a empresa tem o compromisso de pagar os 15 primeiros dias de afastamento do trabalhador. Nesse caso, o empregado não estará trabalhando, mas estará recebendo salário e estará contando para seu tempo de serviço.
A partir do 16º dia é que a Previdência Social inicia o pagamento do auxílio doença. Neste momento inicia a Suspensão.
CUIDADO: Logo, para o autor Sergio Pinto Martins, passa para suspensão do contrato apenas percebendo da Previdência Social por mais de 6 meses (6 meses e quinze dias do atestado médico), pois, segundo o Autor, ali sim perderá seu período aquisitivo de férias (133, IV, CLT). – Maior parte dos escritores entende que é a partir do 16º dia.
Acidente de Trabalho
O dia do acidente de trabalho e os 15 dias seguintes serão remunerados pelo empregador. Trata-se de interrupção do contrato de trabalho, pois conta-se o tempo de serviço e porque houve pagamento direto de salário.
Férias do empregado, descanso semanal remunerado e feriado; 
Os dias autorizados pelo artigo 473 CLT (2 dias para falecimento de cônjuge, ascendente, descendentes, etc; 3 dias em virtude de casamento; 1 dia em caso de nascimento de filho; 1 dia para doação de sangue; 2 dias para alistamento eleitoral; vestibular; comparecimento em juízo)
Licença Maternidade: A maior parte dos autores (Sérgio Pinto Martins, Isis de Almeida, Otávio Bueno Magano) consideram que se trata de hipótese de Interrupção do contrato de trabalho. O fato da Previdência social devolver o valor do salário dispendido ao empregador, durante a licença-maternidade, tem relação a ideia de incentivo a contratação e não discriminação da mulher, não tendo ligação as regras de interrupção e suspensão. Na prática, a empregada recebe o salário e o contrato de trabalho continua a produzir parcialmente os seus efeitos próprios, tais como a contagem do tempo de serviço para fins de férias e para efeitos previdenciários, a obrigatoriedade de realização de depósitos do FGTS, entre outros. 
SUSPENSÃO
A suspensão é a cessação temporária e total da execução e dos efeitos do contrato de trabalho.
Diferente da interrupção, na suspensão se dá inexigibilidade recíproca dos principais efeitos do contrato de trabalho. Dá-se, totalmente, quando as duas obrigações fundamentais, a de se prestar o serviço e a de pagar o salário, se tornam reciprocamente inexigíveis.
A distinção entre essas duas modalidades é de suma importância na prática. Na suspensão total, nenhum efeito se produz. Assim, o período em que esteve afastado do serviço não se incorpora no seu tempo de serviço, salvo em casos previstos em lei. O desligamento da empresa esvazia inteiramente o conteúdo do contrato de trabalho. Apenas é assegurado ao empregado o retorno a relação contratual paralisada.
Suspensão deve se encarar como a total paralisação dos efeitos do contrato de trabalho.
a) Por exigência do serviço militar (472 CLT). Não receberá qualquer salário da empresa. Exceção: Neste caso, o período ausente conta no seu tempo de serviço e para o pagamento de FGTS (incentivo ao serviço militar);
b) Pelo exercício de encargo público de longa duração. Por exemplo: Caso o empregado seja eleito vereador, prefeito, governador; (Não FGTS) Art. 483 e 472 CLT.
c) Por doença. A partir do 16º dia, recendo da Previdência Social. (Não FGTS) Art. 476 CLT.
d) Por acidente de trabalho. A partir do 16º dia. Não receberá qualquer valor da empresa, mas valerá como tempo de serviço (exceção); (Sim FGTS) Art. 476, p. 4º, CLT.
e) Eleição de cargo de dirigente sindical (artigo 543, 2º da CLT). (Não FGTS)
f) Por motivo de ordem disciplinar; O empregador pode suspender por até tinta dias o funcionário, sem pagamento de salário. Recomenda-se utilizar antes algumas advertências. Caso ultrapasse 30 dias, será rescisão sem justa causa. (474 CLT). 
g) Por determinação do empregador para apurar falta grave em inquérito judicial. 482 CLT. O funcionário fica suspenso até a sentença definitiva. Caso o empregado seja “condenado”, ou seja, a falta grave reconhecida, a rescisão retroage a data da suspensão. Caso a falta grave não reste comprovada, o empregador deverá pagar os salários desse período que o funcionário ficou suspenso.
FGTS - Art. 28 do Decreto 99.684: 
O depósito na conta vinculada do FGTS é obrigatório também nos casos de interrupção do contrato de trabalho prevista em lei, tais como:
I - prestação de serviço militar; 
II – licença-saúde de até quinze dias; 
III - licença por acidente de trabalho; 
IV - licença à gestante; 
V - licença-paternidade.
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, a base de cálculo será revista sempre que ocorrer aumento geral na empresa ou na categoria profissional a que pertencer o trabalhador.
Suspensão e Interrupção de Contratos com Prazo Determinado
Nos contratos por prazo determinado o período de suspensão ou interrupção do contrato de trabalho não influenciará em nada o término do referido pacto, pois as partes sabiam de antemão quando haveria a cessação do citado ajuste. Apenas se as partes acordaram é que não será computado o tempo de afastamento do empregado na contagem do prazo para a respectiva terminação (Par. 2º do artigo 472 da CLT)
Encontramos exceção nos acidentes de trabalho, pois iniciaria a estabilidade do trabalhador. Vide decisão ilustrativa abaixo:
INTERRUPÇÃOE A SUSPENSÃO E O CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO - A reclamada alega contrato por prazo determinado e indica que a prorrogação não se coaduna com o contrato por prazo determinado. De acordo com o art. 472, § 2º, da consolidação das leis do trabalho, nos contratos por prazo determinado, o tempo de afastamento (FATOR DE SUSPENSÃO OU DE INTERRUPÇÃO CONTRATUAL), se assim acordarem as partes interessadas, não será computado na contagem do prazo para a respectiva terminação. Isso equivale a dizer, diante da literalidade do texto legal, que os períodos de afastamento, exceto cláusula contratual expressa em contrário, são computados na fluência do termo final do contrato por prazo determinado. Diante do texto legal, por exemplo, em não havendo cláusula expressa em contrário, será que é possível ao empregador proceder à dispensa do empregado afastado por motivo de saúde, diante da ocorrência do término do contrato por prazo determinado? a matéria não é pacífica na doutrina e na jurisprudência. Há duas posições: a) a primeira, no sentido de que a suspensão e a interrupção em nada alteram a prefixação do contrato a prazo; B) a segunda, no sentido de que o fator da interrupção ou da suspensão tem o condão de adiar a data da extinção do contrato a prazo, contudo, sem elidir a pré-determinação. A suspensão pelo acidente de trabalho. Quando se está diante de um contrato por prazo determinado e se tem a ocorrência de um acidente de trabalho, de forma concreta, em caráter excepcional, há de ser deixado de lado o aspecto legal da pré-determinação para que se analise o direito ou não a uma eventual estabilidade legal ou contratual. Na nossa visão, a melhor interpretação está com a visão de que a estabilidade não se coaduna com o contrato por prazo determinado, exceto se for o caso de acidente de trabalho. Portanto, entendemos que é cabível a estabilidade, notadamente, ante o argumento de que o seu fundamento esta na existência na eclosão de um acidente de trabalho. O caráter protetivo da estabilidade há de sobrepor ao aspecto técnico da incongruência temática da estabilidade e da prédeterminação. Diante dos elementos dos autos, como o reclamante se afastou por acidente de trabalho, ainda quando em vigência o seu contrato de trabalho, a reclamada deveria ser condenada ao pagamento da estabilidade provisória.

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