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ENGENHARIA MECÂNICA 
A QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 
Artigo 1 
Revolução microscópica 
por Arthur Chioramital  |  
O século 21 chegou e com ele a expectativa de que as promessas de todos aqueles incríveis avanços tecnológicos tão recorrentes nos filmes de ficção científica se cumpram. OK. É preciso admitir que ainda estamos meio distantes das máquinas de teletransporte, mas isso não significa que estejamos parados. A ciência experimenta, hoje, uma revolução que promete mudar a realidade como nós a conhecemos. Esqueça imensos discos voadores cruzando galáxias. Cientistas do mundo todo estão, atualmente, debruçados sobre o universo do minúsculo, do microscópico. Estamos falando de nanotecnologia e, segundo especialistas, é nela que mora o futuro. 
  
As possibilidades que a nanotecnologia traz consigo são praticamente ilimitadas. Medicina, farmacologia, siderúrgica, cosméticos, é possível encontrar aplicações práticas para avanços com base nanotecnológica em inúmeras áreas. “Tem-se investido muito tempo e dinheiro em pesquisas dessa natureza, e as primeiras ondas de pesquisa devem se desdobrar em produtos e chegar ao mercado já em alguns anos”, assegura o coordenador do Laboratório de Microscopia Eletrônica do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), Antonio Ramirez. 
  
Ele não é o único a pensar assim. Um levantamento feito pela National Science Foundation (NSF) dos Estados Unidos estima que até 2015 os bens e serviços com base nanotecnológica deverão ultrapassar US$ 1 trilhão anuais. Pensando nisso, a Universidade Federal do Rio de Janeiro criou o primeiro curso de graduação do Brasil totalmente voltado para a formação de profissionais dessa área. Tendo como princípio a multidisciplinaridade, ele visa formar profissionais com base sólida em física, matemática, química e biologia e com conhecimentos específicos em nanotecnologia em três opções de ênfase: física, materiais e bionanotecnologia. O vestibular para a primeira turma ocorreu no final de 2009 com 7,2 candidatos inscritos para cada vaga. 
  
Revolução em curso 
“O mercado é muito promissor; aliás, o desenvolvimento da nanociência e nanotecnologia é considerado a quarta revolução industrial”, afirma a professora do Instituto de Macromoléculas da UFRJ Maria Inês Bruno Tavares. Poucas universidades brasileiras desenvolvem pesquisa em massa nessa área. “Incentivo à pesquisa existe, uma vez que é uma área estratégica, mas precisamos utilizá-lo, e a melhor maneira é formando cientistas, pois há um grande espaço para os profissionais”, lembra a pesquisadora e uma das professoras do novo curso. “O mercado vai se ampliar cada vez mais, já que a nanociência propiciará uma transformação radical dos processos e produtos de nossa vida diária”, completa. 
  
Iniciativas como a da UFRJ mostram que, dessa vez, não perdemos o bonde da história. Segundo Maria Inês, o Brasil está muito bem-posicionado em relação a outros países, como Estados Unidos, Alemanha e França, bem como nações em desenvolvimento como China, Índia e Coreia do Sul. Ramirez concorda com ela. “Em algumas áreas nossos cientistas estão em pé de igualdade com pesquisadores do resto do mundo”, declara. 
  
Prova disso são as diversas pesquisas em andamento em território nacional que utilizam esse tipo de tecnologia. Na área farmacológica, por exemplo, vale ressaltar os estudos no campo de drug delivery, nos quais se pretende utilizar nanopartículas metálicas capazes de transportar os medicamentos por todo o organismo, liberando-o apenas na parte do corpo afetada pela doença – o que revolucionaria tratamentos como a quimioterapia que, hoje em dia, afeta todo o organismo na tentativa de atingir o tumor. 
  
A indústria dos polímeros também tem investido pesado em inovações nanotecnológicas. Pela alteração na estrutura molecular dos materiais, tem-se tentado criar produtos com maior durabilidade, biodegradabilidade e que utilizam menos petróleo em sua fabricação. Com isso se alcançaria um resultado final duplamente vantajoso: um produto menos poluente e muito mais barato. 
  
TI em foco 
No campo da tecnologia da informação (TI), os processadores são a bola da vez. Desse modo, cientistas têm tentado avançar na área da computação quântica. Utilizando nanotecnologia seria possível miniaturizar os componentes, aumentando o processamento e armazenamento de informações. Teríamos, assim, computadores muito menores e com desempenho infinitamente melhor. 
  
É o caso da HP do Brasil. Segundo o diretor de Pesquisa & Desenvolvimento da filial nacional da Hewlett-Packard, Cirano Silveira, a nanotecnologia apresenta a possibilidade de se derrubar barreiras em relação à velocidade e aos materiais. Para Silveira, “a área é muito promissora; ela, sem dúvida, será importante ao desenvolvimento de inovações, por isso realizamos pesquisa e investimentos no Brasil desde 2002, com atenção especial a processos de armazenamento e transmissão de dados”. 
  
Atualmente, a empresa vem desenvolvendo sensores nanotecnológicos que serão menores, com maior vida útil e poderão ser utilizados com maior capilaridade. Eles poderão, proativamente, detectar problemas como o excesso de umidade no solo, a secura ou o nível de poluição do ar. E na área de armazenamento de dados também há projetos. O principal deles é o memristor, um resistor com memória, capaz de armazenar dados utilizando menos energia, com maior capacidade e ocupando menos espaço. De acordo com Silveira, “o produto representa uma transformação no porte do armazenamento de dados, que ganhará ainda mais força com a popularização dos netbooks e das conexões por celulares”. 
  
No que se refere à transmissão, a fotônica, campo da ciência que estuda a geração, controle e detecção de fótons, tem se mostrado um segmento promissor, principalmente, a transmissão feita por fibra ótica sem a necessidade de conexões metálicas. Com a nanotecnologia, as conexões poderão se dar dentro do chip, utilizando-se a luz. Será muito mais rápido, sem necessidade de metais como o cobre, por exemplo, com menos recursos e com menos aquecimento. Sendo possível transmitir dados de forma mais eficiente, mais rápida e, além de tudo, alinhada às diretrizes ambientais. “Hoje em dia já existem transmissões feitas por fotônica, mas elas ainda não conseguiram chegar dentro dos chips; essa mudança gerará um grande impacto no setor”, diz Silveira. 
  
Para profissionais da HP, a qualificação dos brasileiros não deixa a desejar. Um exemplo é o pesquisador Gilberto Medeiros, que atualmente é o responsável pelas pesquisas em nanotecnologia na sede da empresa, em Palo Alto (EUA). 
  
Conhecimento sem fronteiras 
A multidisciplinaridade parece ser mesmo requisito fundamental para o desenvolvimento de pesquisas na área de nanotecnologia. “Os assuntos, em nanotecnologia estão esticando fronteiras para várias áreas”, justifica Silveira. Na física, a velocidade é um desafio. Para conquistar mais eficiência e mais velocidade, é preciso mexer nas moléculas. Portanto, a biologia é essencial. Além disso, é preciso conhecer as propriedades de cada material. Aí entram em cena os conhecimentos da engenharia de materiais. “Depois de tudo, precisamos dos conhecimentos de um engenheiro de computação para reunir esses avanços em projetos e produtos que sirvam ao consumidor”, acrescenta. “E, dependendo do uso, surge a necessidade de algumas outras especialidades relacionadas ao tipo de aplicação: os sensores que a HP está desenvolvendo, se forem utilizados para estudo e controle do solo, exigirão conhecimentos da agronomia”, explica Silveira. 
  
Maria Inês, da UFRJ, ratifica: “O conhecimento científico é integrado por natureza. A nanociência e nanotecnologia são essencialmente interdisciplinares; esse é o ponto que as tornam cada vez mais estudadas e os resultados obtidos são reveladores, prósperos e intrigantes nas mais diferentes áreas do conhecimento”. 
  
Mas nem tudo são flores no cenário nacional. Existem alguns gargalos que impedem que a produção científica seja maior.Falta de infraestrutura, políticas de governo e falta de investimento são os grandes responsáveis por barrar o avanço da obtenção de resultados nos laboratórios brasileiros. “Nosso problema não é falta de mão de obra qualificada; temos ótimos pesquisadores”, revela Ramirez. Claro que a comunidade científica brasileira ainda é pequena se comparada à de outros países. Mas esse não é o principal entrave. “É preciso desenvolver formas de acesso fácil, rápido e eficiente a capital de fundo perdido”, sugere o pesquisador. “Outro ponto que merece atenção é a concentração de profissionais nas universidades, o que diminui o desdobramento dos estudos em termos práticos, uma vez que, na academia, as pesquisas não estão necessariamente ligadas à criação de um produto como ocorre na indústria”, afirma Ramirez. 
  
O fato de grande parte dos cientistas brasileiros estar ligada às universidades revela outra característica que dificulta o avanço dos resultados. “Falta um pouco de empreendedorismo entre os pesquisadores. Seria interessante que houvesse algum fomento de formação de pequenas empresas entre formandos e recém-formados, como acontece no exterior; elas são os melhores lugares para o surgimento de idéias inovadoras”, reconhece Ramirez. 
  
Muito pequeno e muito complexo 
A nanotecnologia é o campo da ciência que estuda a criação de coisas partindo-se das menores partículas possíveis, utilizando técnicas e ferramentas desenvolvidas para pôr cada átomo ou molécula no lugar desejado. O termo se popularizou em 1986, com a publicação do livro Engines of Creation (Motores da Criação), do cientista norte-americano Eric Dexler. Nele, o autor falava sobre a construção de máquinas em escala molecular. Apesar de ter sido recebido com certo ceticismo pela comunidade científica, por fazer algumas especulações que beiravam à ficção científica, a publicação tratava de pesquisas sérias realizadas pelo cientista. Tanto que, em 1991, Dexler tornou-se o primeiro PhD em nanotecnologia do mundo. 
Dos anos 1980 para cá muita coisa mudou. Inúmeros avanços foram feitos na área e a manipulação de substâncias e estruturas em nível atômico e molecular não são mais vistas como coisa de cinema – embora o assombro por parte da comunidade científica não tenha diminuído quando se fala desse universo de dimensões infinitesimais. Ao trabalharem com proporções tão diminutas, cientistas depararam com um mundo completamente novo, com regras, características e propriedades muito diferentes das encontradas no mundo em que as estruturas são maiores. “Os estudos no campo da nanotecnologia são sempre surpreendentes”, diz o coordenador do Laboratório de Microscopia Eletrônica do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), Antonio Ramirez. “Eles têm nos permitido descobrir propriedades completamente novas dos materiais, porque partículas muito pequenas dos elementos se comportam de forma completamente diferentes de estruturas maiores e mais complexas”, descreve Ramirez. “Por vezes, até características básicas, como a cor, mudam; e, por causa disso, físicos e químicos teóricos estão refazendo uma série de cálculos para tentar estabelecer novas regras e criar novos paradigmas: é quase como começar do zero”, afirma. 
Artigo 2 
Quarta revolução industrial: A Era das Máquinas Livres 
Baseado em artigo de Marcia Goodrich - 22/09/2012 
Para Joshua Pearce, o "faça você mesmo científico" está dando início a uma revolução: a era das máquinas livres, com software e hardware abertos. [Imagem: Sarah Bird/Michigan Tech] 
"Faça você mesmo científico" 
O movimento "Faça Você Mesmo" saltou das tarefas domésticas para os laboratórios de pesquisa. 
E o salto foi impulsionado pelos mesmos motivos: economizar dinheiro e obter exatamente o resultado que você deseja. 
Para Joshua Pearce, o "faça você mesmo científico" está dando início a uma revolução. 
Três forças convergentes, todas de código aberto (open-source), estão por trás dessa revolução, explica o pesquisador em um artigo publicado no número mais recente da revista Science: software, impressoras 3D e microcontroladores. 
Com essas ferramentas, pesquisadores de todo o mundo estão reduzindo o custo de fazer ciência, construindo seus equipamentos no próprio laboratório. 
Arduíno 
Tudo está sendo possível graças ao microcontrolador open-source Arduíno. 
"A beleza desta ferramenta é que é muito fácil de usar," disse Pearce, que é professor da Universidade Tecnológica de Michigan. "Ela torna muito simples a tarefa de automatizar processos." 
Veja como funciona. 
O Arduíno - que é vendido por menos de R$100 no varejo - pode controlar qualquer instrumento científico, seja um contador Geiger, um osciloscópio ou um sequenciador de DNA. 
Mas ele realmente brilha quando controla impressoras 3D, tais como a também de hardware aberto RepRap. 
Esta engenhoca do tamanho de um forno de micro-ondas pode ser construída por menos de R$1.000, e pode construir suas próprias peças - uma vez que você tenha uma RepRap, você poderá construir tantas quantas queira. O laboratório de Pearce já tem cinco. 
* Apresentada primeira máquina capaz de construir uma cópia dela mesma 
Impressoras 3D constroem objetos lançando camadas de plástico com espessura abaixo de um milímetro, umas sobre as outras, seguindo padrões específicos. Isso permite aos usuários construir equipamentos segundo suas próprias especificações, não ficando mais dependentes do que podem comprar no mercado. 
O Arduíno controla o processo, dizendo à impressora 3D para fazer qualquer coisa, de um trem de brinquedo a um macaco de laboratório - não o animal, mas aquele equipamento de levantar coisas. 
A impressora 3D RepRap está sendo usada para construir equipamentos reais para uso nos laboratórios científicos. [Imagem: Pearce/Science] 
Universo das Coisas 
Macacos de laboratório levantam e abaixam equipamentos ópticos, mas não são radicalmente diferentes do macaco que você usa para trocar o pneu do carro. 
O professor Pearce precisou de um em seu laboratório e, ao saber que o equipamento custaria milhares de dólares, resolveu projetar o seu próprio. 
Usando uma RepRap, filamentos de plástico barato e algumas porcas e parafusos, Pearce e seus alunos construíram um por uma bagatela. 
Então eles postaram o código OpenSCAD, que usaram para fazer seu macaco de laboratório, no Thingiverse, um repositório de projetos de código aberto, onde os membros da "comunidade de fazedores" podem enviar seus projetos para todos os tipos de objetos, e receber feedback.
"Imediatamente, alguém que eu nunca encontrei, disse: 'Isso não vai funcionar muito bem, você precisa fazer isso'," conta Pearce. "Nós fizemos uma mudança simples, e agora temos um macaco de laboratório que é superior ao nosso projeto original." 
O Thingiverse - o "Universo das Coisas" (Things + Universe) - é um filho do movimento do software livre e de código aberto. Além de projetos para todos os tipos de objetos, ele pretende juntar milhares de mentes especializadas para resolver problemas. É a última palavra no trabalho em equipe, disse Pearce. 
O macaco de laboratório foi otimizado com a ajuda da comunidade de hardware aberto. [Imagem: Thingiverse] 
Economia da doação 
"Os movimentos do software livre e do hardware livre estão criando uma economia das doações. Nós pagamos para a comunidade submetendo nossos projetos, e recebemos pagamentos de volta na forma de um excelente feedback e acesso livre ao trabalho de outras pessoas. Quanto mais você dá, mais você recebe, e todos ganham nesse processo," disse ele. 
A comunidade Thingiverse já tem uma linha completa de projetos com código-fonte aberto para mais de 30 mil "coisas". 
E é tudo barato, o que traz em si a emergência dessa revolução. 
Pearce relata que agora está ajudando seus estudantes a organizarem uma empresa cujos objetivos serão fazer projetos de código e hardware abertos para a indústria e construir instrumentos de laboratório sob medida para professores universitários, fornecendo tudo pronto por uma fração do custodos equipamentos comerciais. 
"Isso dará aos alunos as competências de que necessitam e lhes permitirá beneficiar toda a sua área de pesquisas," disse ele. 
Este equipamento permite construir trocadores de calor fundindo camadas de sacolas plásticas. [Imagem: Thingiverse] 
Revolução da fabricação própria 
Se a iniciativa se disseminar, milhares ou milhões de dólares que são gastos pelos laboratórios de pesquisa em todo o mundo para comprar equipamentos, agora poderão ser usados para dar apoio aos alunos. 
Mesmo escolas de ensino médio poderão ter recursos para bons laboratórios de ciências. Mais pesquisas poderão ser financiadas com menos recursos, levando a mais descobertas. 
"Usando hardware livre economizamos milhares de dólares para o nosso grupo de pesquisa, e estamos apenas esquentando os motores. Isso vai mudar a maneira como as coisas são feitas," disse Pearce. "Não há como parar essa revolução." 
O endereço do Universo das Coisas é www.thingiverse.com, e uma boa forma de colaborar com essa nova onda seria que um grupo brasileiro se encarregasse de começar uma versão ".com.br" dessa "revolução das coisas". 
* Projeto de impressora 3-D "open-source" quer que todos tenham uma fábrica em casa 
Bibliografia: 
Building Research Equipment with Free, Open-Source Hardware 
Joshua M. Pearce 
Vol.: 337 - PP. 1303-1304 
DOI: 10.1126/science.1228183 
Artigo3 
A Quarta Revolução Industrial- Avanço da Ciência e Tecnologia 
O mundo com todo esse desenvolvimento tecnológico, já se passaram três revoluções industriais, agora estamos caminhado rumo à Quarta Revolução. O que está motivando essa nova revolução prestes a acontecer, é o avanço dos estudos, pesquisas e a grande atuação da Nanotecnologia. 
A nanotecnologia pode ser entendida como a criação de dispositivos e materiais funcionais, utilizando-se o controle da matéria na escala de nanômetros. De modo que os sistemas resultantes apresentem novos fenômenos e propriedades, que são dependentes do tamanho das partículas que constituem os mesmos. A nanotecnologia está relacionada à capacidade de criar objetos a partir do controle em nível atômico, usando técnicas e ferramentas que estão disponíveis atualmente e que ainda estão sendo desenvolvidas, com finalidade de colocar cada átomo e cada molécula no lugar desejado. 
Com os estudos científicos, a "moda" agora é de fazer as coisas mais práticas e simples no cotidiano. Os objetos atualmente são menores e mais práticos, porém sem que fosse interferida a sua capacidade, pelo contrário uma capacidade maior ainda, como por exemplo os celulares modernos, não "aqueles" que antigamente eram grandes demais, os chamados "tijolões". 
Os processadores de computador são, provavelmente, os componentes eletrônicos que mais se utilizam da nanotecnologia. No atual mercado encontram-se processadores de 45nm, os quais possuem uma tecnologia muito avançada para poder trabalhar em alta velocidade.Evidentemente, o processador não tem dimensões em nanômetros, mas as peças dentro dele são desta escala minúscula. 
Além dos processadores, as placas de vídeo têm vários componentes nanoscópicos. Tanto NVIDIA como ATI possuem processadores gráficos (os famosos GPUs) elaborados com tecnologia nano. Vale frisar que cada novo modelo que sai, os GPUs ficam mais poderosos e ao mesmo tempo, tendem a utilizar uma tecnologia nano em menor escala. Algumas placas utilizam nanotecnologia de 90nm, já as placas mais modernas utilizam 55nm ou até menos. 
Os vídeos games possuem tantos componentes internos, e tudo cabe em um espaço tão pequeno, que provavelmente se não fosse utilizada a nanotecnologia em vários desses componentes, eles seriam caixas enormes e pesadas. Graças aos componentes nanotecnológicos, os vídeo games tornaram-se incríveis e são verdadeiras plataformas de entretenimento. 
Claro, esta tecnologia não foi criada somente para ajudar na informática, mas para revolucionar de maneira geral em qualquer área onde fosse necessário. Atualmente, pode-se relatar a aplicação da nanotecnologia na Medicina, na Química, na Física quântica, nas indústrias que criam protótipos aeroespaciais, refinarias e muitas tantas outras áreas. 
Na medicina, por exemplo, temos como exemplo aparelhos para diagnosticar determinadas doenças, as quais não podem ser detectadas apenas com base em sintomas e exames comuns. Além disso, a nanotecnologia é muito utilizada para criar remédios, afinal, trabalhar com componentes químicos de tamanho tão pequeno, exige uma tecnologia minúscula o suficiente. 
Na medicina seria utilizados os nano-robôs, lembrando que ainda está em pesquisa, eles poderiam ser introduzidos no corpo, seja por via oral ou intra-venosa, e então identificariam e destruiriam células cancerosas ou infectadas por vírus, poderiam regenerar tecidos destruídos e fazer rapidamente uma infinidade de coisas que os medicamentos convencionais (baseados unicamente em química) não conseguem ou demoram para conseguir. 
Com aperfeiçoamento e avanço, gerará em uma nova revolução industrial, seria a quarta, quando houver um maior domínio da engenharia molecular na tecnologia.  
http://cienciatecnologiaeseusconceitos.blogspot.com.br/p/quarta-revolucao-industrial-avanco-da.html 
Artigo 4 
Por PAULO ROBERTO DE ALMEIDA Doutor em Ciências Sociais, diplomata, autor de vários trabalhos sobre relações internacionais e política externa do Brasil | |  O Brasil e a nanotecnologia: rumo à quarta revolução industrial   O mundo encontra-se no limiar de uma nova revolução industrial, ou melhor, ele já está, de fato, mergulhado nela: trata-se, obviamente, da transformação radical dos processos e produtos de nossa atual civilização industrial por meio da aplicação do infinitamente pequeno às mais diferentes utilidades da vida diária. Essa revolução é bem mais importante, e mais desafiadora, do que aquelas que presidiram ao domínio do homem sobre as forças da natureza nas três revoluções anteriores ou etapas precedentes de progressos materiais e tecnológicos desta nossa civilização industrial. Com efeito, a primeira revolução industrial, iniciada na Grã-Bretanha há pouco mais de dois séculos, assistiu à transformação da energia em força mecânica, sob a forma de caldeiras e máquinas a vapor, o que redundou, entre outros avanços materiais, no impulso dado às indústrias manufatureiras (com destaque para o setor têxtil) e aos transportes aquaviários e ferroviários. Ao mesmo tempo, começou a funcionar o primeiro instrumento verdadeiramente universal de comunicação quase instantânea, o telégrafo (ainda funcionando à base de fios e de cabos submarinos), que representou uma espécie de internet da era vitoriana. Já na segunda revolução industrial, um século após, o destaque ficou com a eletricidade e a química, resultando em novos tipos de motores (elétricos e à explosão), em novos materiais e processos inéditos de fabricação, paralelamente ao surgimento das grandes empresas (algumas vezes organizadas em cartéis), do telégrafo sem fio e, logo mais adiante, do rádio, difundindo instantaneamente a informação pelos ares. A terceira revolução industrial, nossa contemporânea por sua vez, mobilizou circuitos eletrônicos e, logo em seguida, os circuitos integrados, os famosos microchips, que transformaram irremediavelmente as formas de comunicação e de informação, com a explosão da internet e do comércio eletrônico e voltada crescentemente para o lazer. A quarta revolução industrial, na qual estamos ingressando neste momento histórico, mobiliza, fundamentalmente, as ciências da vida, sob a forma da biotecnologia, bem como uma gama multidisciplinar de ciências exatas e cognitivas que responde pelo nome de nanociência. Esta, por sua vez, se confunde praticamente com suas materializações práticas, sob a forma da nanotecnologia. Desde várias décadas, senão há mais de um século, os cientistas tentam domar o infinitamente pequeno, plenamente conscientes de que é ao nível das moléculas, das partículas e dos átomos que se joga parte importantedo jogo da vida e da própria composição e funcionamento do infinitamente grande, isto é, do universo. Essa busca resultou em enormes avanços científicos e materiais para a humanidade, assim como no deslanchar de forças que chegaram a ameaçar a própria sobrevivência da civilização sobre o planeta, tanto sob a forma do holocausto nuclear como na perspectiva de uma guerra biológica ou química. Agora, quando os novos equilíbrios estratégicos e a diminuição das tensões permitida pela relativa convergência de valores e de sistemas econômico-sociais atribuem um sentido positivo às pesquisas científicas nas áreas da energia atômica, dos novos materiais, dos elementos químicos e da biologia, as possibilidades abertas pela inovação tecnológica e pela cooperação internacional nessas áreas de fronteira do conhecimento humano abrem um potencial imenso de realizações, para a humanidade em geral, e também para o Brasil. O Brasil logrou, com efeito, construir um sistema de ciência e tecnologia que se caracteriza pela quase excelência, do ponto de vista dos padrões conhecidos nos países em desenvolvimento, inclusive não ficando a dever, em certas áreas de pesquisa, quase nada aos países desenvolvidos. O desempenho do Brasil é menos satisfatório no que se refere à transposição das descobertas, inovações e resultados do saber científico para o campo da pesquisa aplicada e no terreno prático de suas derivações tecnológicas e industriais mais imediatas. Ambas as insuficiências resultam de uma deficiente cultura patentária e de um preconceito ainda latente na academia felizmente cada vez mais residual contra aplicações instrumentais ou “utilitárias” da pesquisa científica. Ainda assim, pode-se dizer que os resultados já alcançados nessa área, inclusive a partir da “marcha forçada” em direção dos últimos gargalos nos ramos intermediários e de insumos, bem como os investimentos estatais em alguns setores de ponta, oportunamente revertidos ao setor privado, permitem classificar o Brasil como uma economia industrializada e plenamente inserida na terceira revolução industrial. Mas, esse “acabamento” relativamente satisfatório do processo industrializador no Brasil pode doravante estar sendo ameaçado, justamente, pelos novos processos, métodos e materiais inéditos que estão emergindo como resultado da revolução da nanociência e da nanotecnologia aplicadas ao complexo e diversificado setor industrial ou manufatureiro. De fato, a nanociência permite, impulsiona e praticamente obriga à geração de conhecimentos avançados, que se revelam convergentes em vários setores da arte e do engenho humanos, em biotecnologia, nos novos materiais, na instrumentação técnica, assim como nas próprias formas de organização social da produção e do trabalho humano. A nanotecnologia, por sua vez, leva, quase que naturalmente, ao surgimento de novos ramos industriais e de novos mercados que, ao configurarem um novo padrão, superior, de produção fabril e manufatureira, não tardarão a se impor, doravante, como a mais nova fronteira da civilização industrial, um paradigma incontornável de concepção, desenho e fabricação de novos produtos e insumos que modificarão, de forma substancial e irremediavelmente, as características da sociedade atual. As tendências que já apontam para uma situação de ruptura tecnológica e de mudança profunda na configuração de procedimentos industriais afetarão a produtividade relativa das indústrias, o jogo das vantagens comparativas entre os países, bem como a própria composição do comércio internacional, condenando os países que não se alinharem aos novos padrões a perdas gradativas de competitividade ou até mesmo à esclerose precoce de parques industriais inteiros. Não há nenhum exagero na afirmação precedente: o lado científico e, a fortiori, o lado prático da nanotecnologia chegaram para alterar definitivamente velhos padrões industriais e correntes tradicionais de comércio internacional. Uma coisa precisa ficar clara, desde já: os países que não se decidirem por incorporar, por adotar ou que, simplesmente, não se adaptarem ao novo paradigma correm o sério risco de serem alijados dessa nova face da civilização industrial emergente. Trata-se, portanto, de uma questão de sobrevivência e de preservação dos níveis de bem-estar. Não se deve estranhar, assim, que os níveis de investimentos financeiros nessa área, tanto em países desenvolvidos (como EUA, Alemanha e França), como em países em desenvolvimento (com destaque para a China, Índia e Coréia), sejam, desde já, significativos e crescentes. As perspectivas, de certa forma, são comensuráveis com as altas expectativas de mercado para produtos da nanotecnologia: cerca de 1 trilhão de dólares nos próximos 10 a 15 anos, com a possibilidade, segundo estimativas, de que o Brasil ocupe talvez 1% deste faturamento. Essa personagem central da nova revolução industrial de nosso tempo, que é a nanotecnologia, apresenta a potencialidade de acoplar e introduzir novas sinergias ao esforço brasileiro de desenvolvimento econômico, científico e tecnológico. Existem, claramente, oportunidades abertas ao Brasil, enquanto economia que possui uma competência identificada (ainda que não de forma inteiramente sistemática) numa área que vai modificar de forma irremediável o padrão de desenvolvimento industrial e tecnológico no futuro próximo. Vale mencionar, neste particular, a existência de um grupo de trabalho criado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia em 2003, ao qual foi atribuída a responsabilidade da elaboração de Plano Trienal de Nanociência e Nanotecnologia, e de uma comissão responsável pela Organização da Oficina de Nanociência e Tecnologia, na Unicamp, também em 2003 (os relatórios podem ser conferidos nos seguintes links: http://www.mct.gov.br/Temas/Nano/prog_nanotec.pdf e http://www.prp.rei.unicamp.br/nano/resumos.pdf). O Brasil possui pequeno (mas ativo) número de universidades ocupadas nessa nova área de conhecimento. Duas universidades brasileiras, a USP e a Unicamp, respondem por cerca da metade da produção científica publicada em nanotecnologia, seguidas em quase igualdade de condições pela Universidade Federal de São Carlos, pela UFMG e pela UnB. A gama de atividades classificadas como nanotecnologia cobre áreas de pesquisa tradicionais como a química e a física, chegando às atividades que envolvem ciências dos materiais, biotecnologia, etc., o que demonstra o caráter altamente abrangente da nanociência e da nanotecnologia (N&N). De fato, uma das particularidades da N&N é que ela requer competências científicas com os mais variados horizontes. A N&N sendo uma área altamente interdisciplinar não permite que se tenha uma idéia exata dos aspectos relacionados a cada uma das disciplinas implicadas. Como todas as áreas, ela está baseada em noções fundamentais conhecidas dos cientistas e engenheiros. Aliás, a separação entre nanociência e nanotecnologia não tem nenhum significado na prática: é exatamente por esta razão que na maioria do tempo o termo nanotecnologia acaba por recobrir nanociência. Todos os países inovadores estabeleceram e apóiam ativamente programas de nanotecnologia, com orçamentos crescentes e do mesmo nível que a biotecnologia, tecnologias da informação e meio ambiente. Os programas de nanotecnologia analisados estão vinculados às estratégias nacionais de desenvolvimento econômico e de competitividade e todos têm alvos econômicos definidos. Todos os setores industriais estão desenvolvendo produtos nanotecnológicos, embora algumas empresas optem por não identificá-los como tal, por razões, provavelmente, de imagem pública, ou talvez para diminuir resistências do tipo das que se manifestaram em relação a produtos da biotecnologia. O crescimento previsto pelos especialistas para os mercados de produtos nanotecnológicos é muito superior ao crescimento de outros mercados dinâmicos, como o de computadores e telefones celulares. Estima-se que as aplicações de nanotecnologia e as que estarão atingindo os mercados nos próximos anos são evolucionárias, mais do que revolucionárias,estando concentradas nas áreas de determinação de propriedades de materiais, produção química, manufatura de precisão e computação. Não existe, no momento, nenhuma possibilidade razoavelmente definida para o uso de nanomáquinas capazes de fabricar materiais montando-os átomo por átomo. Apesar delas ocuparem espaço na imaginação de escritores, elas não estão nas cogitações de estrategistas das empresas inovadoras a não ser nas formas de síntese química/bioquímica e auto-organização. No entanto, é muito provável o aparecimento – praticamente inevitável - de aplicações revolucionárias da nanotecnologia, a médio e longo prazo.

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