Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Genética Básica – CH0821 Thalles Barbosa Grangeiro Cromossomos e Reprodução Celular Unidade II – Capítulo 2 do Livro-texto Os cromossomos Capítulos 2 e 11 do Livro-texto: Estrutura dos Cromossomos e Elementos de Transposição Walther Flemming (1843-1905), primeiro cientista a observar e fazer um registro preciso dos cromossomos Desenhos de Walther Flemming Heinrich W. Waldeyer (1836–1921), anatomista e patologista alemão H. W. Waldeyer cunhou o termo cromossomo (chroma + soma) em 1888 Iris japonica Trillium schonoskii Ciclo mitótico em centeio (Secale cereale) visualizado por microscopia eletrônica de varredura (SEM) Cromossomos humanos ou regiões específicas visualizadas por FISH (Fluorescent in situ hybridization) Sonda para centrômero Sonda para telômeros Sonda para NOR Guerra, 1988 Cromossomos humanos (metáfase mitótica) Descrição do número e morfologia do conjunto de cromossomos de uma espécie Tamanho Posição relativa do centrômero Diferenças entre cromossomos sexuais Cariótipo Elaborado a partir de uma fotomicrografia Os cromossomos são arranjados em pares e esses são ordenados por tamanho, do maior para o menor Em cada par, os cromossomos são dipostos com o braço curto para cima e o braço longo para baixo Cariograma Guerra, 1988 Cromossomos humanos (metáfase mitótica) Cariograma dos cromossomos humanos Guerra, 1988 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 Cariograma dos cromossomos humanos Células somáticas número diplóide (2n) Pares cromossomos homólogos Autossomos x sexuais (alossomos) Homomórficos x heteromórficos Gametas número haplóide (n) Células somáticas humanas ♀: 44 autossomos + 2 sexuais (XX) ♂: 44 autossomos + 2 sexuais (XY) ↳ 46, XX ↳ 46, XY Gametas humanos ♀: 22 autossomos + 1 sexual (X) ♂: 22 autossomos + 1 sexual (X ou Y) No cariótipo humano, todos os pares de homólogos são formados por cromossomos homomórficos, com excessão do par sexual; nesse caso, os cromossomos (X e Y) são heteromórficos O cromossomo X é submetacêntrico enquanto que o Y é acrocêntrico O cromossomo X é maior do o cromossomo Y ( ~ ⅓ do X) Número de cromossomos Geralmente constante dentro da espécie Mas em muitas espécies, existe polimorfismo intraespecífico estrutural e numérico Grande variação entre espécies O mesmo número pode ocorrer em espécies não relacionadas (filogeneticamente) Variação do número de cromossomos em eucariotos Myrmecia pilosula (formiga): 2n=2 (♀); n=1 (♂) Parascaris univalens (nematelminto): 2n=2 Ophioglossum reticulatum (pteridófita): 2n=1260 Cariograma dos cromossomos do camundongo (Mus musculus, 2n=40) Cariograma dos cromossomos do camundongo (Mus musculus, 2n=40) Números cromossômicos em algumas espécies de plantas cultivadas e animais domésticos Melancia (Citrulus vulgaris), 2n=22 Milho (Zea mays), 2n=20 Arroz (Oryza sativa), 2n=24 Trigo (Triticum vulgaris), 2n=42 Feijão (Phaseolus vulgaris), 2n=22 Algodão (Gossypium hirsutum), 2n= 52 Bovinos* (Bos taurus e indicus), 2n=60 Suínos (Sus scrofa), 2n=38 Cavalo (Equus cabalus), 2n=64 Jumento (Equus asinus), 2n=62 Galinhas (Gallus gallus), 2n=78 Ovinos (Ovis aries), 2n=54 Caprinos (Capra hircus), 2n=60 Cães (Canis familiaris), 2n=78 * Subespécies: Bos taurus taurus (européia) e Bos taurus indicus (asiática) Em espécies proximamente relacionadas, o número de cromossomos reflete a ancestralidade comum compartilhada entre as mesmas 2n=48 Pongo pygmaeus 2n=48 Gorilla gorilla 2n=48 Pan paniscus 2n=48 Pan troglodytes 2n=46 Homo sapiens Olson & Varki, 2003. Nature Reviews Genetics 4: 20-28. Os rearranjos cromossômicos que ocorreram durante a evolução humana e demais primatas podem ser visualizados no presente Bandeamento cromossômico FISH (Fluorescent In Situ Hybridization) Como funciona o FISH Probe = sonda Target = alvo Cromossomos 12 e 13 Yunis & Prakash, 1982 Sondas preparadas a partir de cromossomos humanos Chromosome painting de uma metáfase de orangutango usando sondas oriundas de cromossomos humanos, separados por citometria de fluxo Tamanho dos cromossomos Hughes et al., 2011 2 μm Cariótipo de Begonia gueritziana (Begoniaceae) 2n=28 Iris japonica Trillium schonoskii 35 μm 38 μm 10 μm 10 μm Cromossomos de Trillium viride Cromossomos de Trillium flexipes T. flexipes Morfologia dos Cromossomos Partes de um cromossomo Centrômero (constrição primária) Telômeros Origem de replicação (Ori) Cromátides Constrição secundária (RONs) Satélite telômeros centrômero cromátide Cromossomo não duplicado 1 cromossomo 1 cromátide 1 molécula de DNA Cromátides irmãs centrômero telômeros telômeros Cromossomo duplicado Cromátides irmãs centrômero telômeros telômeros Cromátides irmãs Braço menor (p) Braço maior (q) 1 cromossomo 2 cromátides 2 moléculas de DNA Centrômero DNA não-duplicado duplicado A A A Locus A Classificação dos Cromossomos Tipos de cromossomos (com base na posição relativa do centrômero) Metacêntrico Submetacêntrico Acrocêntrico Telocêntrico Metacêntrico Submetacêntrico Acrocêntrico Telocêntrico braço p braço q Metacêntrico Submetacêntrico Acrocêntrico Telocêntrico O cariótipo humano possui cromossômicos metacêntricos, submetacêntricos e acrocêntricos, mas não apresenta cromossomos telocêntricos A: Grandes; meta (1, 3) ou submetacêntricos (2) B: Grandes; submetacêntricos (4, 5) C: Médios; submetacêntricos (6-12, X) D: Médios; acrocêntricos (13-15) E: Pequenos; meta (16) ou submetacêntricos (17, 18) F: Muito pequenos; metacêntricos (19, 20) G: Muito pequenos; acrocêntricos (21, 22, Y) Grupos de cromossomos humanos Guerra, 1988 Centrômero Constrição primária de cada cromossomo São revestidos pelos cinetócoros, aos quais se ligam as fibras do fuso mitótico (ou meiótico) São formados por seqüências de DNA-satélite (arranjos de DNA repetidos em tandem, de 100 kb até vários Mb de comprimento), que formam a heterocromatina centromérica Classes de DNA-satélite encontrados na heterocromatina centromérica dos cromossomos humanos Tipo ou DNA alfóide (TR = 171 pb) Tipo - família Sau3A (TR = 68 pb) Satélite 1 – rico em AT (TR = 25-48 pb) Satélite 2 (TR = 5 pb) Satélite 3 (TR = 5 pb) TR = tamanho da repetição Unidade de repetição do satélite 5’-ATTCC-3’ TR = 5 O tamanho e a composição das sequências centroméricas é bastante variável entre os organismos As regiões centroméricas podem ser visualizads pela técnica de FISH, usando sondas (marcadas com compostos fluorescentes) que hibridizam com as sequências satélites Seqüências repetitivas dos centrômeros dos cromossomos humanos reveladas com uma sonda que hibridiza com o DNA alfóide Cinetócoros Cinetócoros: complexos de proteínas não histônicas, associadas às regiões centroméricas; Se ligam aos microtúbulos do fuso: 15-35 microtúbulos/cinetócoro Centrômeros e cinetócoros são necessários para a distribuição e manutenção dos cromossomos durante a proliferação celular Telômeros Constituem as extremidades dos cromossomos O DNA telomérico é do tipo minissatélite, formado por unidades de repetição em tandem (lado a lado) de 10 a 15 kb, de uma repetição simples: 5’-TTAGGG-3’ (Homo sapiens) 5’-TTTAGGG-3’ (Arabidopsis thaliana) 5’-TTGGGG-3’ (Paramecium spp.) 5’-TAGGG-3’ (Trypanosoma spp.) 3’-GGGATTGGGATTGGGATTGGGATTGGGATT•••GGGATT-5’ 5’-CCCTAACCCTAAGGGATT•••AATCCC-3’ [5-̕TTAGGG-3 ̕]1700-2500 overhang G Elizabeth Blackburn (1938 – Hobart, Tasmania, Australia) Descobriu (1975-1977) que os telômeros são constituídos de sequências repetitivas, estudando o protozoário ciliado Tetrahymena thermophila Descobriu também, em 1974, juntamente com Carolyn Greider, a telomerase, enzima que replica os telômeros Ganhadores do prêmio Nobel de 2009 em Fisiologia – função dos telômeros e da telomerase Jack William Szostak Elizabeth Blackburn Carolyn W. "Carol" Greider As regiões teloméricas podem ser visualizads pela técnica de FISH, usando a sequência TTAGGG como sonda (marcada com um composto fluorescente) Hodes et al., 2002 Funções dos telômeros Manutenção da integridade estrutural dos cromossomos Protege a extremidade do cromossomo de deterioração e da fusão com outros cromossomos Garantir a replicação completa das extremidades dos cromossomos (via telomerase) Estabelecimento da arquitetura tridimensional do núcleo e/ou do pareamento cromossômico na meiose I (interações dos telômeros com a membrana nuclear) Estrutura dos telômeros Na extremidade dos cromossomos eucarióticos, a seqüência telomérica termina em um segmento de DNA 3 de fita simples (overhang) Ponta prolongada rica em G Esse segmento dobra-se e forma uma alça T (loop T) e uma alça D (loop D) Essa estrutura é estabilizada por um complexo de proteínas chamado shelterina, que inclui: TRF1, TRF2, TPP1, RAP1, TIN2 e POT1 alça T alça D alça T alça D Complexo shelterina Regiões organizadoras do nucléolo (RONs) e satélites Constrição secundária: região organizadora do nucléolo satélite rDNA: genes que codificam os RNAs ribossomais (rRNAs) braço p braço q • • • • 5̕ 3̕ 18S 28S 5,8S rRNAs [ ] 50 braço p braço q Regiões Organizadoras do Nucléolo, RONs (constrição secundária) Região formada por rDNA: genes dos RNAs ribossômicos citoplasmáticos (rRNAs: 28S, 18S e 5,8S) Mais comum (80%) no braço curto do cromossomo O segmento cromossômico situado entre a constrição secundária e o telômero é denominado satélite RONs No genoma humano, existem 5 RONs, localizadas nos braços curtos dos cromossomos 13, 14, 15, 21 e 22 (cromossomos acrocêntricos, com satélite) Em cada uma dessas RONs, existem 50 repetições em tandem da unidade de transcrição dos rRNAs citoplasmáticos p q Idiograma do cromossomo 21 humano Constrição primária Constrição secundária O que caracteriza dois cromossomos como homólogos? Cromossomos homólogos ↔ ↔ ↔ ↔ ↔ ↔ ↔ Os mesmos loci estão presentes ao longo de dois cromossomos homólogos Entretanto, diferentes alelos podem ocupar esses vários loci Cromossomos homólogos Locus ou loco (sing.) Loci ou locos (pl.) Local do cromossomo aonde se encontra certo gene ou algum marcador genético Alelos: formas alternativas do mesmo gene Cromossomos homólogos ↔ ↔ ↔ ↔ ↔ ↔ ↔ A a Locus A A e a: alelos do gene A Cromossomos homólogos ↔ ↔ ↔ ↔ ↔ ↔ ↔ A a Locus A A e a: alelos do gene A b B Locus B B e b: alelos do gene B Cromossomos homólogos Mesmo tamanho Mesmo tipo Mesmos genes (loci) ao longo do seu comprimento Informação genética geralmente diferente (alelos diferentes) Cromossomos não homólogos Não há correspondência entre os vários loci ao longo do cromossomo
Compartilhar