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26/02/2019 1 VISÃO É por meio desse sentido que temos a capacidade de enxergar tudo à nossa volta. principal elemento de captação de informações/estímulos, principalmente aqueles que levam à ação motora. Um indivíduo sem DV (60%) do córtex responsável pelas interpretações das informações é dominado pelo sistema visual. A visão localiza o objeto, faz um cálculo aproximado onde está e informa como agir = que movimento fazer para pegá-lo. A visão cria equações espaciais para que os músculos se movam com precisão e realiza uma estimativa da dimensão e peso desse objeto... portanto, as imagens são nosso principal canal para obtenção de informações do mundo. (HOFFMAN, 2002). O movimento do corpo é essencial para o desenvolvimento de nossas habilidades. E o portador de deficiência visual? se não vê seu reflexo no espelho como percebe seu corpo? se não leva sua mão naturalmente ao móbile ou a bola, como estimulá-lo? 26/02/2019 2 Evidente que a condição da criança com DV tem dificuldade nas relações deste corpo com o mundo, podendo restringir o desenvolvimento social, afetivo, cognitivo e motor. MAS...se o DV tiver a oportunidade de vivenciar e explorar o mundo em sua volta, ele poderá superar sua deficiência e encontrar diversos caminhos para seu desenvolvimento? O neurologista Oliver Sacks (1996) trabalha com o conceito [...] uma limitação quando trabalhada, pode ser uma alavanca para potencialidades, as quais estavam adormecidas. O que o impede de incluir um aluno com DV em atividades? O papel do profissional ao deparar-se com esta clientela é oferecer oportunidades de experimentação: adequando suas metodologias, respeitando as diferenças, desenvolvendo capacidades, promovendo autonomia, propiciando um ambiente favorável à inclusão. Importantíssimo ESTIMULAÇÃO NA 1ª. INFÂNCIA!! Referenciais de limitação ou potencialidades são construídos a partir de nossas experiências. Constituição Federal de 1988 ... todos tem direito a igualdade ... igualdade de condições de acesso e permanência na escola. CONCEITO DV Pessoa “normal” que não enxerga ou possui visão reduzida, congênita ou adquirida, com as possibilidades de experimentação diminuídas. Pode ter um relacionamento familiar e/ou social inadequados e intervenções educacionais não apropriadas, podendo apresentar defasagens em seu desenvolvimento social, afetivo, cognitivo e psicomotor. (MENESCAL,2001). 26/02/2019 3 CONCEITO DV Perda parcial ou total da capacidade visual, congênita ou adquirida, levando o indivíduo a uma limitação em seu desempenho. (GORGATTI e COSTA, 2008). DELIMITAÇÃO: DUAS ESCALAS Acuidade visual: aquilo que se enxerga a determinada distância (escala optométrica decimal de Snellen). Campo visual: a amplitude da área alcançada pela visão, sendo o campo visual normal de 180º. TABELA DE SNELLEN TABELA DE OPTOTIPOS 26/02/2019 4 CAUSAS Pré-natais: rubéola, toxoplamose, hemorragias, medicamentos, hereditariedade. Peri-natais: anóxia, traumatismo, prematuridade (imaturidade retina). Pós-natais: meningite, encefalite, traumatismo craniano e ocular, tumores, diabetes. NÍVEL MUNDIAL (OMS) Xeroftalmia: falta vitamina A ocasionando defeito visão. Oncocerose: parasita África. Catarata: opacificação cristalino. Glaucoma: tensão intraocular compromete os vasos sanguíneos, a falta de irrigação, as células da retina vão morrendo, provocando uma perda progressiva da visão e estreitamento do campo visual. Traumatismo ocular. DENOMINAÇÕES Cego aquele que necessita de instrução em Braille. Portador de visão reduzida aquele que lê impressos ampliados ou com o auxílio de potentes recursos ópticos. DEFASAGENS Comprovadas cientificamente - acentuadas na área motora pela limitação de experiências. 26/02/2019 5 Defasagens psicomotoras Defasagens afetivo/sociais Imagem corporal Autoconfiança Esquema corporal Autoestima Equilíbrio dinâmico Apatia Postura Ansiedade Marcha Dependência Expressão corporal e facial Medo de situações/ambientes desconhecidos Lateralidade Isolamento/desinteresse pela interação social Coordenação motora Dificuldade de estabelecer relações do seu “eu” com pessoas/ambientes PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA estimular o equilíbrio; desenvolver a marcha; estimular a capacidade de correr; corrigir postura; desenvolver a autoconfiança, autoestima e auto iniciativa; estimular a autonomia e independência; estimular o espírito de coletividade; utilizar o corpo e o movimento em descobertas, superando situações-problemas; utilizar todo o potencial sensorial e psicomotor; possibilitar acesso a pratica do esporte como lazer, reabilitação e competição. ESTRATÉGIAS (cuidados) 1. reconhecimento das áreas/materiais dando o tempo necessário para o completo reconhecimento de acordo com o ritmo. 2. uso de pistas ambientais: vento entrando por uma porta ou janela, fonte sonora em um ponto constante, textura de solos e paredes (formação mapa mental do ambiente). 3. é absolutamente necessário que o profissional saiba o nome do DV pela questão afetiva e para oferecer segurança (ei! você! vem aqui!). 26/02/2019 6 4. clareza nas informações verbais, principal ferramenta do profissional para transmitir as informações (estímulo auditivo). 5. existindo limitação à demonstração, utilizar de ajuda física (estímulo tátil) tocando no aluno e deixando que ele o toque. 6. evitar ambientes profundamente ricos em estímulos sonoros. 7. não saia de uma conversa sem avisar de sua saída e sem comunicar sua chegada. 8. o profissional deve buscar informações relativas à anamnese para ter parâmetros para sua intervenção. 9. conduza o DV oferecendo-lhe o braço, ele segurará acima do cotovelo e caminhará meio passo atrás de você. 10. não demonstre excesso de proteção. 11. até aproximadamente os 8 anos não tem a possibilidade de abstrair (aprendizagem deve ser o mais concreta possível). 1ª. Paraolímpiada foi realizada em Roma (1960). As modalidades tiveram enorme audiência em todo mundo e vem mudando drasticamente nas últimas décadas pesquisas, tecnologia, programas esportivos por isso o esporte passou a ser opção de vida viável para qualquer deficiência!! CLASSIFICAÇÃO ESPORTIVA: BLIND (CEGO) B1: cego total: nenhuma percepção luminosa em ambos os olhos até a percepção luminosa, com incapacidade de distinguir o formatode uma mão em qualquer distância ou direção. B2: percepção de vultos: capacidade em reconhecer a forma de uma mão até a acuidade visual de 2/60m ou campo visual inferior a 5 graus. B3: definição de imagens: acuidade visual de 2/60 até 6/60m ou campo visual superior e igual a 5 e menor de 20 graus. OBS: as classificações levam em consideração o melhor olho. 26/02/2019 7 JUDÔ 1ª. modalidade de origem asiática a entrar no programa paralímpico. Estreia (1988) Seul = apenas homens. Depois Barcelona, Atlanta e Sydney. Apenas em Atenas (2004) houve a entrada das mulheres. Classificação Atletas B1, B2 e B3 = competem juntos, separados somente por suas categorias de peso. O atleta B1 é identificado com um círculo vermelho em cada ombro do quimono. Homens e mulheres têm o mesmo parâmetro de classificação. Adaptação para esta modalidade = a textura do tatame indicando os limites da área de competição. (1987) os judocas brasileiros participaram pela 1ª. vez de competição internacional (Paris). Seul (1988): Jaime de Oliveira (categoria até 60kg), Júlio Silva (até 65kg) e Leonel Cunha (acima de 95kg) conquistaram 3 medalhas de bronze. Atlanta (1996): Brasil conquistou pela 1ª. vez a medalha de ouro com judoca Antônio Tenório da Silva (até 86kg). Sydney, Tenório foi novamente campeão paralímpico, desta vez (até 90kg). As mulheres: Karla Cardoso (até 48kg), conquistou no Mundial da IBSA, em 2003, a vaga de Atenas. Danielle Bernardes (até 57kg) ganhou o bronze carimbando seu passaporte para a Grécia. Atenas, brasileiros brilharam mais uma vez, com a medalha de ouro de Antônio Tenório (até 100Kg), a prata de Eduardo Amaral (até 73 Kg), a prata de Karla Cardoso (até 48Kg) e o bronze de Daniele Silva (até 57Kg). ATLETISMO 1º , 2º e 3º ocorrem em provas separadas. Faz parte do programa paralímpico desde a 1ª. edição (Roma – 1960). Somente (1984) Brasil conquistou as primeiras medalhas nesta modalidade (EUA e Inglaterra). 26/02/2019 8 Provas de pista: dependendo do grau de deficiência visual ele pode ser acompanhado por um atleta guia que corre ao seu lado ligado por uma cordinha. OBS: guia direciona mas não puxa sob pena de desclassificações. Competições seguem as regras da Federação Internacional de Atletismo. NATAÇÃO Criança vidente utiliza modelos para sua movimentação corporal. O DV formará o esquema corporal utilizando-se de outras estratégias, portanto, atividades realizadas na água oferecem a sensação tátil de todo o corpo, percebendo o movimento realizado. OBS: início boias de braço até que se forme o conceito do espaço em que está. Pistas sonoras para orientação espacial (barulho de mangueira jogando água poderá indicar onde fica a escada ou as bordas). Natação está presente nas paralimpíadas desde a 1ª. e o Brasil começou a brilhar (1984) conquistando 5 medalhas de ouro, 5 de prata e 1 de bronze. Adaptações nas regras para as disputas paralímpicas = dependendo da deficiência, os atletas podem largar de dentro da água, sentados ou ao lado do bloco de partida. Há casos em que recebem auxílio do técnico ou de um voluntário para a largada. Se necessário podem ser tocados levemente nas costas por seus treinadores, um pouco antes das viradas e das chegadas, por um bastão com ponta de espuma) – tapper. 26/02/2019 9 CICLISMO Começou déc. 80 somente com DV. Seul (1988) ciclismo de estrada entrou no programa oficial de disputas. Quase 10 anos depois o Brasil estreou nas paraolimpíadas (1992) Barcelona, com a participação de Rivaldo Gonçalves Martins. O atleta foi também o primeiro do país a ser campeão mundial (1994) na Bélgica. Pode-se praticar individualmente ou em grupo. Regras seguem as da União Internacional de Ciclismo. Ciclista DV compete em bicicleta dupla, com um guia no banco da frente dando a direção. GOAL-BALL Criado (1946). (1980) Passou a integrar o programa paralímpico. (1984) entraram as mulheres. Brasil foi implementado (1985). Os da 1º, 2º e 3º competem juntos. Única modalidade paralímpica que não teve adaptações em relação aos esportes convencionais, pois a modalidade foi criada exclusivamente para pessoas com deficiência. “Os pais” foram o austríaco Hanz Lorezen e o alemão Sepp Reindle (reabilitar os veteranos da 2ª. Guerra Mundial que perderam a visão). Todos usam venda embora tenha sido formulado para DV. 26/02/2019 10 Cada equipe conta com 3 jogadores titulares em triângulo (ala direita, ala esquerda e pivô) com o central numa posição mais avançada que os laterais e deixa 3 reservas. Os atletas são ao mesmo tempo arremessadores e defensores, sendo o arremesso rasteiro com objetivo balançar a rede adversária. A quadra tem as mesmas dimensões da de vôlei (9m de largura por 18m de comprimento). As partidas duram 20’ com dois tempos de 10’. Disputado geralmente em recintos fechados com piso de madeira polida/sintético, para facilitar a orientação das linhas tácteis. Bola possui guizo interior (76cm de diâmetro e 1,25Kg) para que os jogadores saibam sua direção. Não pode haver barulho durante a partida, exceto entre o gol e reinício. FUTEBOL DE CINCO Surgiu na Espanha (1920). No Brasil, há indícios de que era praticado em 1950 por cegos que jogavam com latas até perceberem que uma bola envolta em um saco plástico fazia barulho em seu deslocamento permitindo maior mobilidade dos jogadores. Durante as Olimpíadas das APAEs (1978) foi organizado em Natal o 1º. campeonato da modalidade. (1984) ocorreu a 1ª. Copa Brasil em São Paulo. A Seleção Brasileira participou de edições da Copa América, conquistando o ouro em 1997, 2001 e 2003. (1998) o Brasil foi ainda o campeão do primeiro Mundial, realizado em Paulínia. Bola utilizada hoje = produzida no Brasil = concebida déc. 80. Modalidade exclusiva para DV, com partidas em quadra de futsal adaptada ou campos de grama sintética. Estreou Paraolimpíadas (2004). 26/02/2019 11 Modificação espacial necessária: junto as linhas laterais existem bandas que impedem que a bola saia (conjunto de compensado de madeira de um metro e meio de altura). Time é formado por 5 jogadores (1 goleiro vidente e 4 na linha de fundo). Partidas são silenciosas em locais semeco, pois a bola contem guizo para ser localizada. Torcida pode manifestar-se na hora do gol. Jogadores usam vendas e se tocá-la é falta. Cinco infrações atleta é expulso e pode ser substituído por outro. Há um guia (chamador) fica atrás do gol orientando onde devem se posicionar em campo e para onde devem chutar. O jogo tem dois tempos de 25’ e intervalo de 10’. (1997) a IBSA (International Blind Sports Association) passou a organizar campeonatos mundiais: 3 títulos mundiais Brasil é o maior campeão da história. Atenas (2004) seleção masculina brasileira estreou, conquistando medalha de ouro sobre a Argentina. Muitas vezes somos nós que impomos o limite de nossos alunos/clientes, não porque eles não tem capacidade, mas porque não sabemos como potencializá-los ou pior, julgarmos que não iriam ter êxito. (PAES e BALBINO, 2005). Vivência da cegueira simulada: escuridão Beber água, ir ao banheiro, subir e descer escadas, comer..... Confio no meu par (construir obstáculos). Profa. Ms. Paula Ciol
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