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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO SERVIÇO SOCIAL LAÍSE DA SILVA ALMEIDA OLIVEIRA A ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DA PROBLEMÁTICA SOCIAL LOCAL/REGIONAL NA CONSTRUÇÃO DA POLÍTICA DE HABITAÇÃO Baixa Grande 2015 LAÍSE DA SILVA ALMEIDA OLIVEIRA A ELABORAÇÃO DE UM DIAGNÓSTICO DA PROBLEMÁTICA SOCIAL LOCAL/REGIONAL NA CONSTRUÇÃO DA POLÍTICA DE HABITAÇÃO Trabalho apresentado ao Curso de Bacharelado em Serviço Social da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para as Disciplinas: A realidade Regional e o Serviço Social; Oficina de Formação:Projeto de Intervenção; Planejamento Social. Orientador: Amanda Boza Gonçalves; Clarice da Luz Kernkamp; Rosane Ap.B.Malvezzi; Valquiria A. Dias Caprioli. Tutor eletrônico: Alessandra Marcondes de Oliveira. Tutor sala: Nilvanda Gomes Coelho Barreto Baixa Grande 2015 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO. ........................................................................................................... 4 2 DESENVOLVIVENTO. ............................................................................................... 5 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS. ...................................................................................... 8 REFERÊNCIAS. .............................................................................................................. 9 4 Introdução O presente estudo trata da análise da implementação da Política de Habitação no município de Baixa Grande - BA, considerando-se como foco principal as condições de habitabilidade das moradias e tomando como referências estabelecidas nos aparatos legais sobre a moradia digna a todo ser humano. Considerando-se que a implementação de Políticas de Habitação se configura um desafio para os atuais gestores e atores envolvidos, como afirma Iamamoto, não podemos ser meros executores de políticas sociais, temos que ser interventivos e propositivos, com capacidade de desvelar a realidade para poder intervir. Nesse sentido, através da observação da dinâmica municipal se percebeu uma preocupação da administração atual com projetos de habitação, projetos estes de interesse social, destinados a famílias de baixa renda, desenvolvidos com o cofinanciamento do Governo Federal, por intermédio do Ministério das Cidades e da Caixa Econômica Federal. . O Município de Baixa Grande possui um número considerável de famílias pobres com perfil do Cadastro Único de Programas Sociais do Governo Federal, ou seja, famílias com renda mensal de até três salários mínimos que se encontram em situação de pobreza e vulnerabilidade social. Contudo, parte dessas famílias vive em habitações precárias, trazendo uma série de preocupações ao poder público municipal. Contudo, sabe-se que o direito à moradia é algo assegurado nos instrumentos normativos e legais, um destes é a Constituição Federal de 1988, a qual, no seu artigo 6º define a moradia digna como direito social. Este é um vetor de inclusão social quando considerado as necessidades habitacionais, ou seja, garantido um padrão mínimo de habitabilidade, infraestrutura, saneamento ambiental, mobilidade, equipamentos, serviços urbanos e sociais, sendo necessário, para tanto, o desenvolvimento de programas ou projetos com o objetivo de atender esse fim. . 5 Desenvolvimento A questão habitacional no Brasil pode ser compreendida no período do desenvolvimento capitalista. Foi com o processo de industrialização, na década de 50 do século XX, que se aprofunda a exclusão e a segregação social. Isso porque, principalmente com as migrações campo-cidade, verifica-se um processo de urbanização desordenado, desencadeando-se o crescimento das favelas, cortiços e outras formas de habitações precárias. No entanto, em consonância com Ferreira e Uemura (2008, p.11), o problema habitacional no Brasil não é algo recente, remonta do período colonial e não pode ser tratado de modo separado da questão do acesso a propriedade da terra. Estes autores destacam que: [...] Até meados do século XIX, a terra no Brasil era concedida pela Coroa – as sesmarias -, ou simplesmente ocupada, [...]. A terra até então não tinha valor comercial. A promulgação da Lei de Terras, em setembro de 1850, mudou esse cenário, ao instituir a propriedade fundiária no país, tanto rural quanto urbana: foi legitimada a propriedade de quem já detinha “cartas de sesmaria” ou provas de ocupação “pacífica e sem contestação”. O resto, de propriedade da Coroa, passou a ser leiloado. Para ter terra, a partir de então, era necessário pagar por ela (FERREIRA e UEMURA, 2008, p.11). Contudo, a partir do momento em que a terra passa a ter valor comercial, há a necessidade da regularização, por torna-se alvo de fraudes e falsificações por parte dos poderosos à época. A primeira iniciativa de política habitacional no Brasil data de 1882, quando o Governo Imperial emitiu um Decreto nº 3.151, em que eram concedidos incentivos fiscais às empresas que construíssem casas populares (Paconé, 2010 apud Bueno, 2002). Esta iniciativa tinha como objetivo assegurar a saúde pública e as concessões de incentivos fiscais, além de tratar de ações de uma política habitacional sanitarista, pois se temia o avanço de epidemias nos espaços urbanos. Entre 1889 e 1902, o Estado proporciona concessões de incentivos, através, principalmente, da retirada de alguns impostos para as empresas que construíssem habitações para seus operários e para a população mais pobre. Sabe-se que, a partir de 1906, além de incentivar as empresas na construção de habitações, o Estado passa a assumir a responsabilidade da construção popular, tornando, pois, a partir da década de 1920, uma prática de intervenção institucionalizada. 6 Pode-se dizer que a criação da Fundação Casa Popular em 1946, constitui-se o primeiro esboço de uma Política Habitacional no Brasil. Esse foi o primeiro órgão voltado à provisão de moradia às famílias de menor poder aquisitivo. Contudo, não conseguiu dar conta da totalidade das demandas. De acordo com Gonçalves (2000), a Fundação tinha como objetivo centralizar e coordenar as atividades de pesquisa, diagnóstico, planejamento e financiamento no campo da habitação. O município de Baixa Grande - BA não possui uma realidade diferente das demais cidadezinhas do interior do Nordeste, Baixa Grande é um município brasileiro do estado da Bahia, situado na mesorregião Centro Norte Baiano, na microrregião geográfica de Itaberaba, e está inserida no território de identidade da Bacia do Jacuípe. Atualmente, possui uma área territorial de 947 Km² e população estimada em 20.069 habitantes (IBGE 2010). A economia do município é voltada para as atividades de pecuário extensivas e agricultura, destacando-se o rebanho bovino e a agricultura de sequeiro (milho e feijão), os produtos e matérias-primas oriundos dessas atividades são destinados ao consume local e/ou regional. Apesar da predominância do setor primário, o setor terciário é o que mais contribui para o PIB do município, seguindo do secundário. O clima característico da região é o semiárido, onde se registram reduzidas quantidades de chuvas durante todo o ano e a evaporação é intensa, sendo que, as precipitações situam-se entre 600 e 900 mm anuais concentradas no verão, final do outono e começo do inverno.No que se refere aos aspectos econômicos, conforme a cidade de Baixa Grande é um município com uma população bastante ruralizada, sobrevivendo com uma economia agrária, possui uma economia urbana frágil, informal com baixo uso de capital e tecnologia; e, com baixo nível de renda média per capita e domiciliar, bem como, baixo IDH, significando com isso baixo capital cultural, tecnológico e econômico - produtivo. Ainda atinente à economia, também destaca - se o setor de serviços, tendo como fonte de renda a Prefeitura Municipal. Diante da característica deste município, uma maior concentração da população na área rural, o oposto da grande maioria dos municípios desenvolvidos, pois, reflete na dinâmica da economia 7 municipal e de sua microrregião, tendo como base econômica a agricultura, com baixo capital e tecnologia. Na tentativa de reverter esta situação, a administração pública municipal tem implementado projetos habitacionais de interesse social, orientados pela Política Nacional de Habitação, por vezes pactuando co-financiamento com o Ministério das Cidades Como mencionado supra, a Lei nº 11.124/2005 prega que, para receber recursos do FNHIS, os Estados, Distrito Federal e Municípios devem firmar Termo de Adesão ao Sistema Nacional de Habitação, que significa constituir um fundo, com dotação orçamentária própria, destinado a implementar a Política de Habitação de Interesse Social e receber os recursos do FNHIS. Além disso, devem criar um conselho gestor para o fundo local e um plano local. Atualmente, o Município de Baixa Grande que cumprio parte dos requisitos de adesão (apresentaram a lei que cria o fundo e o conselho gestor) poderão continuar recebendo recursos do FNHIS por meio de contratos de repasse e pelo PAC. Porem a exigência (PLHIS) é um ponto que causa preocupação, pois o município tem dificuldades técnica e politica por ser um município de pequeno porte o município existe também o conjunto habitacional Novo Horizonte onde mora aproximadamente cem famílias, o qual foi construído pelo governo municipal com usos de recursos próprio. Este possui infraestrutura incompleta, pois ainda lhes falta em todas as ruas calçamento e saneamento básico. Apenas em algumas unidades habitacionais existem fossas sépticas e rudimentares próprias. Entretanto, para esta transformação positiva da realidade, é necessário uma integração Inter setorial entre as Secretarias, na articulação de saberes e experiências no planejamento, assim como realização e avaliação das ações que deverão ser implementadas, visando o desenvolvimento social e urbanístico sustentável. No planejamento das ações deve-se ter em vista também o melhoramento na utilização dos recursos financeiros, materiais e humano planejamento das ações deve-se ter em vista também o melhoramento na utilização dos recursos financeiros, materiais e humanos. 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho teve como objetivo analisar a implementação da Política de Habitação no município de Baixa Grande, observando as condições de habitabilidade das moradias. É percebível que apenas o recebimento da moradia não contempla a satisfação das necessidades familiares diárias, pois se verifica a partir das observações a necessidade urgente da efetivação de políticas públicas para os mais diversos segmentos que compõem estas famílias, desde crianças a idosos, porque, como se viu, a habitação se situa em um contexto mais amplo, deve ser compreendida no quesito das necessidades habitacionais, vendo esta como um bem social de direito conquistado que deve ser garantido. No entanto, a partir das análises realizadas neste trabalho observa-se que a iniciativa de implementar programas ou projetos de habitação é realmente algo presente na realidade do município, contudo, é algo que vem paulatinamente se desenhando na realidade deste, pois até o momento tem sido ações pontuais de governos. Diante deste fato, ratifica-se a necessidade de se implementar a Política Municipal de habitação, criar um Departamento Municipal de habitação, dinamizar o Fundo Municipal de Habitação, bem como, o Conselho Municipal de Habitação, tudo com o propósito de uma adequada implementação da Política de Habitação no município, considerando as necessidades habitacionais. Entretanto, no município de Baixa Grande, não foge à realidade brasileira, não está distante da realidade das mais de 5.000 unidades administrativas do Brasil, pois é notório que o país ainda apresenta e enfrentam inúmeros problemas sociais, sobretudo, os ligados à habitação, pessoas sem moradia ou com estas em precárias condições de existência, residindo em áreas sem nenhuma condição para habitar com dignidade. Porém, para proporcionar o mínimo de viver com dignidade para muitos destes brasileiros é necessário unir o habitar as condições de habitabilidade, ou seja, dar condições de viver e conviver com respeito e cidadania. 9 REFÊRENCIAS BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Sinopse do Censo Demográfico 2010. Disponível em: http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php? uf=25&dados=0> Acesso em: 05 maio. 2015. FERREIRA, J.S.W.e UEMURA, Margareth M. Política Urbana. In: Ações Integradas de Urbanização e Assentamentos Precários. Curso à Distância. Módulo I. Disciplina I. Brasília: Ministério das Cidades, 2008. GONÇALVES, Maria da Conceição Vasconcelos. Habitação. In: Capacitação em serviço social e política social, módulo 3. – Brasília: Unb, Centro de Educação Aberta, Continuada a Distância, 2000. IAMAMOTO, Marilda Vilela. O serviço social na contemporaneidade: trabalho eformaçãoprofissional/ Marilda Vilela Iamamoto. -2 ed.- São Paulo, Cortez, 1999. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Censo Demográfico 2010. <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/link.php?uf=pb> Acesso em: 01/05/2015. PAZ, R. D. O. e TABOADA, K. J. Política Nacional de Habitação, intersetorialidade e integração de Políticas Públicas. In: Trabalho Social em Programas de Habitação de Interesse Social. Curso à Distância - EAD. Brasília: Ministério das Cidades. Setembro de 2010. 127p. PINHEIRO, Otilie Macedo. Plano diretor e gestão urbana / Otilie Macedo Pinheiro. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília]: CAPES: UAB, 2010. 130p. ------.Projeto de Lei nº 11.124/2005 põe sobre a Política Municipal de Habitação (PMH), cria o Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social (FMHIS) e institui o Conselho Gestor do Fundo. RUDIO, F. V. Introdução ao projeto de pesquisa científica. Petrópolis: Vozes, 1986. SILVA, Edna Lúcia da. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação/Edna Lúcia da Silva, Estera Muszkat Menezes. – 3. ed. rev. atual. – Florianópolis: Laboratório de Ensino a Distância da UFSC, 2001. ZANELLA, Liane Carly Hermes. Metodologia de Estudo e Pesquisa em Administração / Liane Carly Hermes Zanella. – Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília]: CAPES: UAB, 2009.
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