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Doença Hipertensiva Específica da Gestação (DHEG) [RESUMO]

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Obstetrícia Thomás Rocha Campos 
Doença Hipertensiva na Gestação Medicina - UFOB 
 
O objetivo dessa aula é aprender um dos temas mais importantes da obstetrícia: a doença 
hipertensiva específica da gestação. Uma das maiores causas de morte materna e neonatal. 
Ao final da aula você vai descobrir as causas, quando tratar com medicação anti-hipertensiva, 
a prevenção, indicações do parto cesariano, como proteger o feto e como a equipe deve atuar. 
 
DOENÇA HIPERTENSIVA ESPECÍFICA DA GESTAÇÃO - DHEG 
A DHEG compreende o conjunto das alterações pressóricas observadas na gestação, incluindo 
a pré-eclâmpsia e a eclâmpsia. Ela é caracterizada pela presença de hipertensão arterial, edema 
e/ou proteinúria a partir de 20 semanas de gestação, em pacientes previamente normotensas. 
 
Epidemiologia 
▪ Acontece em 5 a 10% das gestações 
▪ As formas graves (com eclâmpsia e síndrome HELLP) constituem importante causa de 
morbidade materna e perinatal 
▪ No Brasil, é a principal causa de morte materna. 
Classificação 
Existem várias classificações para as síndromes hipertensivas na gestação. A que a professora 
vai usar como referência é a classificação do HC-USP. 
CLASSIFICAÇÃO DAS SÍNDROMES HIPERTENSIVAS NA GESTAÇÃO 
SEGUNDO A CLÍNICA OBSTÉTRICA DO HC-FMUSP 
1- DHEG 
Pré-eclâmpsia leve – PAS ≥ 140 e/ou PAD ≥ 90 mmHg após 20 sem de gestação 
– Proteinúria ≥ 300 mg/24 horas 
– Edema generalizado 
Pré-eclâmpsia grave – PAS ≥ 160 e/ou PAD ≥ 110 mmHg, confirmada em duas medidas 
– com intervalo mínimo de 1 a 2 horas 
– Proteinúria ≥ 5000 mg/24 horas 
– Edema generalizado 
– Oligúria (diurese < 400 mL/24 horas) 
– Cianose e/ou edema pulmonar 
– Iminência de eclampsia (cefaleia, dor epigástrica e alterações visuais) 
Eclâmpsia – Convulsões tonicoclônicas 
2- Hipertensão Arterial Crônica 
Não complicada – Funções renal e cardíaca normais 
– Ausência de lesão em órgãos-alvo, instalada antes da gravidez 
Complicada – DHEG sobreposta (aumento de PA + proteinúria + elevação de ácido úrico) 
– Insuficiência Renal 
– Insuficiência Cardíaca 
 
 
Obstetrícia Thomás Rocha Campos 
Doença Hipertensiva na Gestação Medicina - UFOB 
 
Fatores de risco 
Os principais fatores de risco para DHEG são: 
▪ Idade materna avançada 
▪ História familiar de DHEG 
▪ Obesidade 
▪ Gestação múltipla 
▪ Doença trofoblástica gestacional 
▪ DHEG em gestação pregressa 
▪ Diabetes mellitus 
▪ Doença renal 
▪ Colagenoses 
▪ Trombofilias (ex. síndrome antifosfolipide) 
 
Etiologia 
A etiologia da DHEG permanece desconhecida, mas existem teorias que afirmam estar 
associada à: 
▪ Deficiência da invasão trofoblástica: durante o desenvolvimento da placenta, no 1º trimestre, 
ocorre a primeira onda de invasão trofoblástica (invasão das arteríolas espiraladas do 
endométrio → diminuição da resistência vascular → aumento do fluxo sanguíneo 
placentário). Essa onda atinge os vasos da decídua e até o final de 20 semanas ocorre a 
placentação. 
Na implantação normal, os vasos tem um calibre 
maior e o sangue circula melhor. Quando a onda 
de invasão é inadequada, o calibre do vaso fica 
menor, isso aumenta os valores pressóricos e o 
fluxo uteroplacentário diminui, o que leva à 
diminuição da oxigenação fetal. 
 
 
 
 
 
 
▪ Fatores imunológicos: resposta inflamatória exacerbada que impede a placentação 
adequada. 
▪ Disfunção endotelial e alterações inflamatórias: com o processo desencadeado pelo 
aumento da resistência placentária, com liberação de citocinas e prostaglandinas pró-
inflamatórias pela placenta, o endotélio entraria em estresse oxidativo (com produção de 
ânion superóxido). Essa reação seria a responsável pelo aumento na permeabilidade capilar. 
▪ Predisposição genética: filhas de mães com pré-eclâmpsia têm maior incidência da doença. 
▪ Fatores nutricionais: deficiência ou o excesso de alguns nutrientes (cálcio, vit. C, vit. E) 
▪ Estresse: o risco relativo de DHEG é maior em situações de estresse. É de conhecimento 
antigo que o estresse é importante fator no aumento isolado da pressão arterial. 
 
[ ! ] PONTOS IMPORTANTES: 
 
– A nulípara tem maior risco de apresentar 
DHEG do que a multípara 
 
– A doença trofoblástica gestacional é a 
única situação em que a DHEG pode se 
manifestar em idades gestacionais 
inferiores a 20 semanas 
Obstetrícia Thomás Rocha Campos 
Doença Hipertensiva na Gestação Medicina - UFOB 
 
Fisiopatologia 
Apesar de a hipertensão arterial ser a manifestação mais frequente da DHEG, os achados 
patológicos indicam que o fator de importância primária não é o aumento da pressão arterial, 
mas a redução da perfusão tecidual. Assim, na DHEG ocorrem alterações em todos os órgãos. 
 
Obstetrícia Thomás Rocha Campos 
Doença Hipertensiva na Gestação Medicina - UFOB 
 
Esse fluxograma do Zugaib tá bem resumido e traz todas as alterações: 
ALTERAÇÕES FISIOPATOLÓGICAS DA DOENÇA HIPERTENSIVA ESPECÍFICA DA GESTAÇÃO 
 
DHL: desidrogenase láctica PGl2: prostaciclina; TGO: aspartato aminotransferase; TGP: alanina aminotransferase; TXA2: tromboxano A2. 
 
Avaliação Clínica 
A maioria das gestantes na fase inicial da pré-eclâmpsia é assintomática. A rotina propedêutica 
cuidadosa, com ênfase na anamnese e no exame físico, é fundamental para o diagnóstico 
precoce. Os principais pontos da avaliação clínica são: 
▪ Anamnese: histórico familiar, gestações anteriores 
▪ Exame físico: edema, pressão arterial 
▪ Laboratóriais: função renal (ureia e creatinina), função hepática (transaminases), proteinúria 
 
 
Obstetrícia Thomás Rocha Campos 
Doença Hipertensiva na Gestação Medicina - UFOB 
 
[ ! ] Alguns pontos importantes sobre a avaliação clínica dessas pacientes: 
– Em paciente primigesta com história familiar de pré-eclâmpsia ou eclampsia, a probabilidade 
de acerto no diagnóstico clínico é maior. 
– As manifestações da DHEG são tardias e geralmente ocorrem no último trimestre da 
gravidez. A única exceção é a doença trofoblástica gestacional, que pode estar associada à 
DHEG no início da gestação. 
– Quando as manifestações da DHEG são precoces, guardam relação direta com os piores 
resultados maternos e perinatais → alerta para a presença de hipertensão arterial prévia à 
gestação, trombofilias ou doença renal preexistente. 
– Gestantes com risco para o desenvolvimento de DHEG devem ser submetidas a consultas 
mais frequentes de pré-natal → controle mais apurado do ganho ponderai, medida da PA, 
pesquisa de proteinúria e dosagem sérica de ácido úrico e ureia/ creatinina. 
 
Diagnóstico 
O diagnóstico de DHEGdeve ser presumido nas gestantes com hipertensão arterial, edema e/ 
ou proteinúria significativa após 20 semanas de gestação. 
1- Hipertensão arterial 
PAS ≥ 140 mmHg 
PAD ≥ 90 mmHg 
Recomendações: 
– Paciente deve permanecer sentada por pelo menos 5 min antes da medida da PA 
– Braço direito na altura do coração 
– Devem ser realizadas pelo menos 02 aferições, com intervalo não superior a 01 semana 
 
2- Edema 
O edema é comum na gravidez normal, principalmente um edema leve de mãos, face e membros 
inferiores, sobretudo no final da gestação. Por ser um dado considerado subjetivo, as diretrizes 
internacionais mais recentes não têm dado maior importância a esse aspecto. 
Zugaib considera patológico: 
Edema depressível e generalizado + HAS + ganho de peso > 1kg/semana 
 
 
– Com o tratamento (controle pressórico) 
esse edema irá regredir 
– Nos casos de edema de vulva, 
geralmente é feito compressa com 
bicarbonato gelado, sondar a paciente e 
orientar a paciente a deambular e ter 
paciência, que vai melhorar 
Edema de vulva Sinal do cacifo 
Obstetrícia Thomás Rocha Campos 
Doença Hipertensiva na Gestação Medicina - UFOB 
 
3- Proteinúria 
A proteinúria é considerada significativa quando: 
≥300 mg em urina coletada durante 24h 
ou 
Presença em fita indicadora (>1+) 
 
▪ Proteinúria grave: > 3g em urina coletada durante 24h 
 
Exames laboratoriais 
Ácido úrico: 
A dosagem do ácido úrico sérico é importante para o clínico, pois sua elevação ocorre 
precocemente na DHEG e pode estar relacionada à queda da filtração glomerular ou a 
alterações de reabsorção e excreção tubular. 
Essa hiperuricemia se relaciona com: 
– Maior lesão da endoteliose glomerular 
– Maior gravidade da DHEG 
– Baixo peso fetal 
Ácido úrico > 6 mg/dL (em gestante com valores anteriormente normais e sem uso de diuréticos) 
é altamente sugestiva da presença de DHEG. 
 
Avaliação laboratorial e sua justificativa para gestantes que desenvolvem hipertensão após a 
segunda metade da gravidez ou que apresentam agravamento de hipertensão prévia 
 
Em mulheres com pré-eclâmpsia, uma ou mais anormalidades podem estar presentes 
mesmo quando a elevação da pressão arterial for mínima. 
Obstetrícia Thomás Rocha Campos 
Doença Hipertensiva na Gestação Medicina - UFOB 
 
Além desses, outros exames podem ser solicitados em função da gravidade: 
– Pesquisa de colagenoses (suspeita de LES) 
– Pesquisa de trombofilias (síndrome antifosfolípide – SAF → pesquisa dos anticorpos 
anticardiolipina, anticoagulante lúpico e anticorpos antibeta-2-glicoprotefna 1) 
– Coagulograma completo 
– Eletroforese de proteínas 
– Eletrocardiograma, Ecocardiograma, Fundo de olho (complicações de doença 
hipertensiva sobreposta) 
– USG renal (avaliar lesão renal) 
– TC ou RM de crânio (casos de eclâmpsia em que as convulsões são reincidentes ou na 
presença de sinais localizatórios de lesão neurológica) 
– USG de abdome total e hepático (suspeita de lesão hepática) 
 
Predição 
Métodos clínicos, bioquímicos ou biofísicos, com intuito de separar aquelas mulheres que estão 
aparentemente bem (assintomáticas), mas desenvolvendo DHEG, daquelas que são normais: 
1. Roll-over test: a professora não sabia dizer o que é esse teste, mas eu fui pesquisar. 
Basicamente você coloca a paciente em decúbito lateral esquerdo e afere a PA. Depois 
coloca a paciente em posição supina, espera 02 minutos, e afere novamente a PA. Se a PA 
aumentar pelo menos 20mmHg na posição supina, é um forte indicativo de DHEG → isso 
em pacientes nulíparas, normotensas, entre 28 e 32 semanas de gestação. 
Foi um cara (GANT, N. F.) que inventou essa bagaça em 1974. Ele fez esse teste e 93% das pacientes 
em que o teste deu positivo realmente tiveram DHEG lá na frente. 
2. Dosagem de ácido úrico, fibronectina, alterações da coagulação 
3. Marcadores de estresse oxidativo, citocinas, peptldios placentários e DNA fetal 
4. Fatores antiangiogênicos ou a relação entre os fatores antiangiogênicos e pró-angiogênicos 
5. Doppler das artérias uterinas: índice de pulsatilidade > 95 + presença de incisura 
protodiastólica bilateral a partir de 25 sem → sinais de invasão trofoblástica deficiente, 
podendo esta aumentar o risco de DHEG. 
 
Prevenção 
Em virtude do desconhecimento da etiologia da DHEG, não é possível impedir que a doença se 
instale por meio da prevenção primária. 
Entretanto, na prática se utilizam duas medicações: 
1- Cálcio: 2g/dia, indicado para: 
– Pacientes de risco 
– Baixa ingesta de cálcio na alimentação 
2- AAS: 100mg/dia, indicado para: 
– História prévia de HAS e/ou pré-eclampsia (eclampsia, HELLP, DPP) 
– História familiar de pré-eclampsia 
– Crescimento intrauterino restrito sem causa definida 
– Prematuridade anterior 
Além desses, é indicado Vit. C e Vit. E. 
Estudos demonstraram que o uso disso tudo aí em cima não conseguiu diminuir a incidência de DHEG na 
população geral, por isso nem todo obstetra prescreve isso, geralmente só os pré-natalistas de alto risco. 
 
Obstetrícia Thomás Rocha Campos 
Doença Hipertensiva na Gestação Medicina - UFOB 
 
Tratamento 
 
PRÉ-ECLÂMPSIA 
Características – Hipertensão + proteinúria – após 20 semanas de gestação 
– (exceto em gravidez molar e hidrópsia fetal) 
– Aumento rápido de peso, edema em mãos e face 
– Desaparece em até 12 sem após o parto 
– Proteinúria: >300mg em urina de 24h ou >++ em amostra isolada 
Medidas não 
farmacológicas 
– Repouso: o repouso em decúbito lateral esquerdo promove o aumento do 
fluxo plasmático renal, intensifica a natriurese e, consequentemente, 
diminui os níveis pressóricos. Somado a isso, melhora ainda o fluxo 
uteroplacentário. 
– Dieta hipossódica: restrição de 2 a 3 g de sal/dia 
Tratamento 
farmacológico 
Sedação (para controle emocional) 
– Diazepam 5-10 mg, VO, a cada 12 horas 
– Levomepromazina 3 gotas, VO, a cada 8 horas 
 
Hipotensores (quando as outras medidas forem insuficientes e a PAD≥100) 
– Pindolol 10-30 mg/dia, em duas a três tomadas (1ª escolha) 
Outras opções: 
– Metildopa 500 mg a 2 g/dia, em duas a quatro tomadas (SUS) 
– Anlodipino 5 - 10 mg/dia, em duas tomadas 
– Nifedipino (de liberação lenta) 20-60 mg/dia em duas a três tomadas 
 
Zugaib x Ministério da Saúde 
 
▪ Diuréticos: podem ser utilizados, mas podem complicar o diagnostico de DHEG e podem 
diminuir o fluxo uteroplacentário e causar sofrimento fetal. O uso é restrito. 
▪ IECA e Antagonistas dos receptores da Angiotensina II: são contraindicados na gravidez 
devido à sua associação com restrição do crescimento fetal, oligohidrâmnio, insuficiência 
renal neonatal e morte neonatal. 
 
 
 
Obstetrícia Thomás Rocha Campos 
Doença Hipertensiva na Gestação Medicina - UFOB 
 
EMERGÊNCIA HIPERTENSIVACaracterísticas – PAD > 110 mmHg 
– Cefaleia 
– Epigastralgia 
– Distúrbios visuais 
– Edema agudo de pulmões 
– Cianose 
– Insuficiência coronariana 
– Dissecção de aorta 
Tratamento 
farmacológico 
– Hidralazina IV, 5 mg a cada 15 minutos (1ª escolha) 
 
Alternativas: 
– Nitroprusseto de sódio (0,25 a 10 μg/kg/min) diluído em 200mL de SG 5% 
– Nitroglicerina (5 a 100 μg/min) em infusão intravenosa contínua (indicado 
em casos de edema agudo de pulmão) 
 
– Sulfato de magnésio (profilaxia das convulsões na iminência de eclâmpsia 
ou eclâmpsia) 
 
▪ Nifedipino sublingual: está proscrito em razão da ocorrência de hipotensões arteriais graves 
com repercussões maternas e perinatais. 
Então, de acordo com Zugaib, a conduta nas emergências hipertensivas: 
– Manter a paciente em decúbito lateral esquerdo e dorso elevado 
– Manter acesso venoso com SG 5% 
– Hidralazina 5 mg, IV, a cada 15 minutos 
– Reduzir PA em 20-30% 
– Monitorização cuidadosa da PA 
– Cardiotocografia fetal (para avaliar a vitalidade fetal) 
– Outra opção medicamentosa: nitroprusseto de sódio 0,25-10 μg/kg/min 
 
CONDUTA NA PRÉ-ECLÂMPSIA LEVE 
▪ Acompanhamento ambulatorial semanal 
▪ Crescimento fetal: AFU + USG mensal (quinzenal em casos de RCF) 
▪ Função placentária: avaliada pela Dopplervelocimetria de artérias umbilicais (na 20ª e na 
26ª semanas) e artérias uterinas, a partir de 26 semanas 
▪ Resposta hemodinâmica fetal: avaliação da artéria cerebral média e do ducto venoso. 
Nessas situações, recomenda-se a internação para melhor vigilância fetal. 
▪ Atividades biofísicas fetais: cardiotocografia, movimentos respiratórios, movimentos 
corporais e tônus muscular fetais. 
 
Obstetrícia Thomás Rocha Campos 
Doença Hipertensiva na Gestação Medicina - UFOB 
 
 
 
E aí. Interromper ou não a gestação? 
 
Ex.: as ondas da A. Umbilical 
estão para baixo, e 
deveriam estar voltadas 
para cima. 
O corticoide serve para 
amadurecimento 
pulmonar fetal. É 
usado o Celestone 
Soluspan 
(betametasona) 12 
mg, a cada 24h. 
Obstetrícia Thomás Rocha Campos 
Doença Hipertensiva na Gestação Medicina - UFOB 
 
 
 
CONDUTA NA PRÉ-ECLÂMPSIA GRAVE 
▪ Paciente deve ser internada 
▪ Exames de rotina 
▪ Avaliar condições maternas e fetais 
 
IG - 24 a 37 sem: ficar avaliando a paciente internada a cada 24h 
IG ≥ 37 sem: preparar para interromper a gestação 
 
Características da Pré-eclâmpsia Grave 
– PAD ≥ 110 mmHg 
– Proteinúria > 3g em urina de 24h ou 3+ em fita urinária 
– Oligúria (≤500 mL/dia ou 35 mL/h) 
– Creatinina ≥ 1,2 mg/dL 
– Encefalopatia Hipertensiva (cefaleia + distúrbios visuais) 
– Dor epigástrica ou no hipocôndrio direito 
– Evidência clínica ou laboratorial de coagulopatia 
– Plaquetopenia (<100.000 mm³) 
– TGO e TGP ≥ 70 U/L 
– Bb ≥1,2 mg 
– LDH ≥ 600 U/L (anemia hemolítica microangiopática) 
– Presença de esquizócitos em esfregaço de sangue periférico 
 
Outros sinais: 
– AVC 
– Sinais de IC ou Cianose 
– Presença de RCF ou Oligohidrâmnio 
 
 
 
 
Obstetrícia Thomás Rocha Campos 
Doença Hipertensiva na Gestação Medicina - UFOB 
 
Tratamento obstétrico da pré-eclâmpsia grave: 
 
Manejo da pré-eclâmpsia grave: 
– Sulfato de magnésio 50% 
– Betametasona 12 mg, 24/24h, 2 doses (para IG < 34 semanas) 
– Hidralazina 
– SRL 100-125 mL/h 
– Hemograma, ureia, creatinina, ácido úrico, TGO, TGP, LDH, Bilirrubinas, Proteinúria de 24h 
– Dieta suspensa (líquidos claros e medicação oral) 
– Realizar CTB diário e PBF 2x/semana 
– Crescimento fetal: USG a cada 2 semanas 
– Doppler fetal semanal (para avaliar centralização ou diástole reversa) 
E aí? Interromper a gestação? 
 
Obstetrícia Thomás Rocha Campos 
Doença Hipertensiva na Gestação Medicina - UFOB 
 
Pré-eclâmpsia sobreposta à hipertensão crônica 
É o surgimento de pré-eclâmpsia em mulheres com hipertensão crônica ou doença renal. 
Nessas gestantes, essa condição agrava-se e a proteinúria surge ou piora após a 20ª semana 
de gravidez. Pode surgir trombocitopenia (plaquetas <100.000/mm3) e ocorrer aumento nas 
enzimas hepáticas. 
 
ECLÂMPSIA 
A eclâmpsia caracteriza-se pela presença de convulsões tônico-clônicas generalizadas ou coma 
em mulher com qualquer quadro hipertensivo, não causadas por epilepsia ou qualquer outra 
doença convulsiva. Pode ocorrer na gravidez, no parto e no puerpério imediato. 
Classificação prognóstica: 
Eclâmpsia não complicada 
Só a convulsão 
Eclâmpsia complicada 
Convulsão + 01 ou mais dos abaixo: 
– Coagulopatia 
– Insuficiência respiratória 
– Insuficiência cardíaca 
– Icterícia 
– Insuficiência renal aguda 
– Pressão arterial diastólica > 120 mmHg 
– Temperatura corporal> 38ºC 
Eclâmpsia descompensada 
Convulsão + : 
– Choque 
– Coma 
– Hemorragia cerebral 
– Necessidade de assistência ventilatória 
 
Quadro clínico da eclâmpsia: 
Contrações faciais → contração rígida e generalizada com leve parada respiratória, chamados 
de movimentos tônico-clônicos. 
A paciente também pode apresentar: 
– Amnesia: antes, durante e após as convulsões 
– Coma persistente: provável AVCh 
– Oligúria ou anúria 
– Insuficiência Respiratória 
– Cianose, icterícia e sangramentos 
– Alteração da frequência cardíaca fetal e tônus uterino 
 
 
 
Obstetrícia Thomás Rocha Campos 
Doença Hipertensiva na Gestação Medicina - UFOB 
 
Diagnóstico diferencial de eclampsia 
 
 
12 passos para o tratamento da eclampsia 
1. Antecipe e faça o diagnóstico: queixa de náuseas, vômitos e dor abdominal 
2. Avaliar as condições maternas: avaliação global, com ênfase no sistema circulatório, 
respiratório, hepático, renal e hematológico. 
3. Avaliar as condições fetais: decidir sobre interromper ou não a gestação e sobre o uso de 
corticoide 
4. Controle da PA (se > 100mmHg): Hidralazina, que é um hipotensor de ação imediata. 
5. Previna as convulsões: sulfato de magnésio 
6. Controle de líquidos e eletrólitos: balanço hídrico (2-3L/24h) 
7. Realizar hemoterapia criteriosa: deixe reservado plasma fresco, plaquetas e concentrado de 
hemácias 
8. Gerenciar o trabalho de parto e o parto: a via de parto é de indicação obstétrica 
9. Cuidado perinatal: alta taxa de prematuridade 
10. Tratar a paciente intensivamente: sulfato de magnésio/24h, o nadir plaquetário pode ocorrer 
até o 5º dia de puerpério e a normalização das enzimas hepáticas ocorre em 48h 
11. Permanecer alerta: falência de múltiplos órgãos e sistemas (principalmente o renal) 
12. Aconselhar: para gestações futuras 
 
 
 
ObstetríciaThomás Rocha Campos 
Doença Hipertensiva na Gestação Medicina - UFOB 
 
Medidas gerais na eclampsia 
 
 
Tratamento: 
O tratamento visa prevenir convulsões recorrentes e evitar o aparecimento de convulsões na 
pré-eclampsia. 
Sulfato de Magnésio: é a droga de eleição. Mecanismo de ação: antagonismo do Ca++ 
intracelular, aumento da PGI2 com alívio do vasoespasmo, é neuroprotetor para o feto. 
ESQUEMAS DE TRATAMENTO COM SULFATO DE MAGNÉSIO 
 Dose de ataque Dose de manutenção 
Esquema de Zuspan 
É o usado no HO 
4g EV lento = 8 mL de sulfato a 
50% diluído em 12 mL de água 
destilada em 15 min 
1 a 2g /h, EV = 10 mL de sulfato 
a 50% diluído em 490 mL de SG 
5% a 100mL/h → em bomba de 
infusão 
– Se houver recorrência de 
colvusão, fazer 2g EV (4mL) 
– Manter por 24h após o parto 
Esquema de Pritchard 
Usado onde não tem 
Bomba de Infusão 
4g EV lento = 8 mL de sulfato a 
50% diluído em 12 mL de água 
destilada em 15 min 
5g IM = 10 mL de sulfato 50% a 
cada 4h, alternando os glúteos 
 
Esquema de Sibai 
Indicado em casos de 
Síndrome de HELLP com 
CIVD, plaquetas abaixo 
de 50 mil, com 
iminência de eclampsia. 
6g EV em bolus 2 a 3 g /h, EV = 20 mL de sulfato 
50% diluído em SG 5% → em 
bomba de infusão 
– Manter por 24h após o parto 
 
NÃO USAR DIAZEPAM OU HIDANTAL! Esses fármacos facilitam a depressão respiratória e 
neurológica e causam diminuição dos reflexos laríngeos com aspiração de conteúdos gástricos. 
 
 
Obstetrícia Thomás Rocha Campos 
Doença Hipertensiva na Gestação Medicina - UFOB 
 
O sulfato de magnésio é tóxico! Tem ação periférica de bloquear a junção neuromuscular. 
▪ 7-9 mEq/L: diminuição dos reflexos profundos 
▪ 9-10 mEq/L: abolição dos reflexos 
▪ 10-13 mEq/L: depressão respiratória 
▪ 13-15 mEq/L: parada respiratória 
▪ 25 mEq/L: parada cardíaca 
 
Sinais de intoxicação por magnésio: 
▪ Abolição do reflexo patelar 
▪ FR < 14 irpm 
▪ Diurese < 25 mL/h 
 
E se o sulfato de magnésio ão resolver? FENITOÍNA! 
Depois de interromper a gestação 
▪ Dose de ataque: 1 amp (250mg) + SF 0,9% 250mL por 10 min. Repetir o esquema a cada 
30 min até 750 mg. 
▪ Dose de manutenção: 100 mg, EV, 8/8h ou 100 mg, VO, 8/8h até alta hospitalar. 
 
Manejo das complicações da eclâmpsia: 
▪ Coagulopatia: repor fatores de coagulação 
▪ Edema cerebral: desaparece após o parto 
▪ Amaurose: melhora com o tratamento da Hipertensão e uso do sulfato. Se tiver déficit 
neurológico, realizar avaliação oftalmológica e TC de crânio. 
 
SÍNDROME DE HELLP 
H = hemolysis 
EL = elevated liver function tests Hemólise + Elevação de enzimas hepáticas + Plaquetopenia 
LP = low platelets count 
 
▪ É um agravamento do quadro de pré-eclâmpsia 
▪ O diagnóstico é predominantemente laboratorial 
 
Suspende-se o sulfato de magnésio 
 
O antídoto é o Gluconato de Cálcio 
10% = 10mL EV em 03 min 
Obstetrícia Thomás Rocha Campos 
Doença Hipertensiva na Gestação Medicina - UFOB 
 
Quadro clínico: 
É inespecífico, parecido com uma iminência de eclampsia: 
– Cefaleia, mal-estar geral, epigastralgia, inapetência, náuseas, vômitos, escotomas 
cintilantes, e aumento da PA 
– Convulsão, alteração do estado de consciência 
– Hemorragia vítrea 
– Hipoglicemia 
– Hiponatremia 
– IRA: oligúria e aumento de ureia e creatinina 
 
Diagnóstico diferencial da Síndrome de HELLP 
 
 
Tratamento clínico: 
O tratamento inicial é o mesmo utilizado para as formas graves de hipertensão arterial: 
▪ Estabilização das condições maternas 
▪ Profilaxia da convulsão 
▪ Controle da PA 
▪ Avaliação da vitalidade fetal 
▪ Exames repetidos em intervalo máximo de 6 a 12h para avaliar a evolução da doença 
▪ Suspeitar de rotura hepática se houver dor epigástrica e no hipocôndrio direito 
▪ Avaliar IRA 
▪ Avaliar CIVD, em pacientes que após cesariana evoluem com sangramento múltiplo 
▪ Uso de corticosteroide (para pacientes <34 sem) 
 
DEXAMETASONA: 10mg, EV, de 12/12h → está sempre indicada caso as plaquetas < 50 mil 
 
 
Obstetrícia Thomás Rocha Campos 
Doença Hipertensiva na Gestação Medicina - UFOB 
 
Tratamento obstétrico: 
É controverso, e pode ser: 
1. Conservador: estabilizar a doença e reduzir a mortalidade perinatal e as complicações 
maternas 
2. Postergar a gestação: para gestações com menos de 34 sem, para fazer o corticoide. 
3. Interromper a gestação: sempre indicada, independente da IG. 
 
E qual a melhor via de parto para gestantes HELLP? VAGINAL! 
A melhor via de parto para essas gestantes é a vaginal, visto que determina menor sangramento 
intraoperatório. Assim, se o colo uterino revelar boas condições, induz-se ou conduz-se o 
trabalho de parto, com vigilância contínua da vitalidade fetal. 
 
Se não houver como fazer parto vaginal: 
– Paciente deve ser cuidadosamente monitorizada e é necessário solicitar reserva de 
plaquetas ao banco de sangue 
– Deve ser administrada transfusão de plaquetas (se < 50.000 plaquetas/mm3 ) na indução 
anestésica 
– A anestesia do tipo bloqueio pode ser realizada com mais de 70.000 plaquetas/mm3 e na 
ausência de CIVD. 
– A anestesia geral está indicada para casos com CIVD ou plaquetopenia abaixo de 70.000 
plaquetas/mm3 
– Laparotomia mediana infraumbilical nos casos com CIVD, podendo ser indicada a colocação 
de drenos subaponeuróticos 
– No pós-parto, deve haver vigilância rigorosa em UTI para identificar e tratar possível falência 
de múltiplos órgãos (controle de PA; balanço hidroeletrolítico; controle de diurese; avaliação 
pulmonar; reavaliação dos exames laboratoriais a cada 12 h até sua normalização) 
– Manter sulfato de magnésio 24h após o parto 
 
Prognóstico: 
▪ Depende se você conseguir estabilizar as condições maternas e fetais. 
▪ Os danos placentários são irreversíveis 
 
Riscos maternos/fetais: 
– DPP 
– CIVD 
– Edema agudo de pulmão 
– SARA 
– Hematoma hepático 
– IRA 
– Morte 
Obstetrícia Thomás Rocha Campos 
Doença Hipertensiva na Gestação Medicina - UFOB 
 
E o que fazer depois do parto? 
– Retirar medicamento após 3-4 sem do parto 
– Reavaliar a cada 02 sem, durante 01 mês, depois 3-6 meses por 01 ano. 
– Se no aleitamento a pressão ainda estiver alta, pode usar captopril, Alfametildopa, Nifedipina

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