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METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS PARTE II Profa; Roberta Barone DESTINOS DO PIRUVATO METABOLISMO GLICOGÊNIO GLICOGÊNESE, GLICOGENÓLISE E GLICONEOGÊNESE VISÃO GERAL A glicose sangüínea pode ser obtida de 3 fontes principais: • Dieta • Gliconeogênese (lenta) • Degradação do glicogênio = GLICOGENÓLISE VISÃO GERAL • Na ausência de uma fonte de glicose na alimentação, esse composto é rapidamente liberado a partir do glicogênio hepático. • No exercício físico , o glicogênio muscular é degradado sendo uma importante fonte energética ao músculo. • Quando os estoques de glicogênio se esgotam, determinados tecidos SINTETIZAM glicose “de novo”, usando aminoácidos das proteínas teciduais. • Contém de 11 a 18 unidades de glicose • Polissacarídeo de reserva animal • Responsável pela manutenção dos níveis de açúcar dentro da normalidade GLICOGÊNIO ESTRUTURA DO GLICOGÊNIO GLICOGÊNIO • Constitui a principal forma de reserva de polissacarídeos nos tecidos animais; • Maiores depósitos estão presentes no fígado e músculos esqueléticos; • É armazenado em grânulos intracelulares que também contêm as enzimas que catalisam as reações para a sua síntese e degradação. ARMAZENAMENTO GLICOSE • Glicogênio Hepático: reservatório de glicose para a corrente sanguínea com a distribuição para outros tecidos • Glicogênio Muscular: combustível para gerar ATP durante a atividade muscular aumentada A quantidade de Glicogênio armazenada depende Exercício DIETA Observação: Após uma noite de sono os estoques de glicogênio hepático podem até zerar, como podem alcançar valores de 500 mmol/Kg depois de uma refeição rica em carboidrato. • GLICOGÊNESE Gênese – formação/ Glico – glicogênio síntese intracelular do glicogênio • GLICOGENÓLISE Lise – quebra/ Glicogeno – glicogênio quebra da molécula de glicogênio em glicose • NEOGLICOGÊNESE Gênese – formação/ Glico – glicogênio/ Neo – “novo” síntese intracelular do glicogênio a partir de AA e LIP • É o processo bioquímico que transforma a glicose em glicogênio. • Ocorre virtualmente em todos os tecidos animais, mas é proeminente no fígado e músculos (os músculos apresentam cerca de 4 vezes mais glicogênio do que o fígado em razão de sua grande massa). • O músculo armazena apenas para o consumo próprio, e só utiliza durante o exercício quando há necessidade de energia rápida • O glicogênio é uma fonte imediata de glicose para os músculos quando há a diminuição da glicose sangüínea (hipoglicemia). • O glicogênio fica disponível no fígado e músculos, sendo consumido totalmente cerca de 24 horas após a última refeição. GLICOGÊNESE ETAPAS DO PROCESSO • As moléculas de glicogênio crescem por transferência de resíduos de glicose. • A transferência é catalisada pela glicogênio-sintase • O doador da glicose é o UDP-glicose que se forma a partir da glicose 1-fosfato. (UDP uridina difosfato glicose) SÍNTESE GLICOGÊNIO • A Glicogênio sintase necessita de um “primer”, ou seja, um resíduo, por onde começar, o qual deve ser formado por pelo menos quatro moléculas de glicose; • A proteína Glicogenina é a responsável pela formação desta pequena cadeia. A ela se liga o primeiro resíduo de glicose. • A Glicogênio sintase se liga à cadeia de glicogenina (que permanece unida àquele primeiro resíduo de glicose), estendendo a cadeia. • Quando o glicogênio estiver grande o bastante, a enzima Glicogênio sintase é deslocada. GLICOGÊNIO SINTASE ENZIMA RAMIFICADORA • Atua sobre cadeias lineares de glicogênio com pelo menos 11 glicoses. • A enzima ramificadora: amilo(1,4 -->1,6)-transglicosilase) transfere segmentos terminais de glicogênio de cerca de 7 resíduos de glucose para o grupo OH no carbono 6 de um resíduo de glucose (que pode estar na mesma ou noutra cadeia). • As ramificações devem estar a pelo menos 4 resíduos de distância uma da outra. GLICOGÊNESE Glucose-6-phosphate Fosfoglicomutase Glucose-1-phosphate Uridine diphosphate glucose Glicogênio sintase Glycogen Fornece energia para a biossíntese • Glicogênio degradado para obter glicose, entra nas rotas oxidativas e obtém energia; • Possui controle endócrino; • Glicogênio degradado por 3 enzimas: • Glicogênio fosforilase, • α 1,6 glicosidase • fosfoglicomutase GLICOGENÓLISE GLICOGENÓLISE GLICOGENÓLISE • A rota degradativa não é uma reversão das reações sintéticas • O produto primário é a glicose 1-fosfato, obtida pela hidrólise das ligações glicosídicas a(14) • Glicose livre é liberada a partir das ligações a(1 6) • A glicogênio fosforilase (enzima que requer o piridoxal fosfato como coenzima) cliva as ligações a(1 4) entre os resíduos glicosil nas extremidades não-redutoras das cadeias de glicogênio por simples fosforólise • É uma fosfotransferase que degrada sequencialmente as cadeias de glicogênio em suas extremidades não-redutoras até que restem quatro unidades glicosil em cada cadeia, antes de um ponto de ramificação, resultando em uma dextrina • A fosforilase não pode degradá-la além disso Coenzima: Piridoxal Fosfato (B6) ENZIMA DESRAMIFICADORA FOSFOGLICOMUTASE Reação reversível MÚSCULO FÍGADO REGULAÇÃO DO GLICOGÊNIO • O glicogênio é a reserva de energia mais rapidamente disponível; REGULAÇÃO DO GLICOGÊNIO • A glicogénio fosforilase é activada por uma sequência de reações de ativação desencadeadas pela ligação de uma hormônio a um receptor membranar específico. Os hormônios responsáveis pelo processo são diferentes no fígado e no músculo: • Músculo: • não há glicose-6-fosfatase, por isso é uma reserva de glucose-6-P para consumo próprio em situações de emergência. • A sua degradação é estimulada pela ligação de uma hormônio que sinaliza situações de perigo: a adrenalina (também chamada epinefrina). REGULAÇÃO DO GLICOGÊNIO • Fígado: • possui glucose-6-fosfatase, e pode por isso transformar a glucose- 6-P (que não pode sair da célula) em glucose (que pode sair das células). • Glicogênio: reserva de glicose para utilização por outras células em períodos de carência de glucose. • A sua degradação é estimulada pela ligação de uma hormona libertada pelo pâncreas quando os níveis de glicose no sangue estão baixos: o glucagon. DOENÇAS HEREDITÁRIAS GLICONEOGÊNESE • Síntese de glicose a partir de diferentes substratos • Rota essencialmente de JEJUM • 90% Hepática • Produz Glicose para ser lançada a circulação • Mantém a glicemia em níveis mínimos normais GLICOGÊNIO LACTATO AA’S GLICONEOGÊNICOS GLICEROL SUBSTRATOS NEOGLICOGÊNICOS BIOTINA RESPIRAÇÃO CELULAR CICLO DE KREBS E FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA CATABOLISMO Após a glicólise... OXIDAÇÃO DO PIRUVATO • Envolve ação sequencial de três enzimas, e cinco cofatores: tiamina pirofosfato (TPP), FAD, Coenzima A (CoA), NAD e lipoato • Quatro vitaminas: tiamina (TPP), riboflavina (FAD), niacina (NAD) e pantotenato (CoA) TPP, lipoato, FAD Complexo piruvato desidrogenase CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO • Também chamado de Ciclo de Krebs ou Ciclo do ácido Tricarboxílico • Tem papel central no metabolismo • Destino do Piruvato, aminoácidose ácidos graxos no metabolismo aeróbico • Oxidação de Combustíveis à CO₂ e H₂0 • Ocorre na mitocôndria • Necessita de O₂ molecular para ocorrer • Porta de entrada do Piruvato Acetil-CoA ENZIMAS • 8 reações enzimáticas: 1. Citrato Sintase 2. Aconitase 3. Isocitrato desidrogenase 4. α--cetoglutarato desidrogenase 5. Succinil--CoA Sintetase 6. Succinato desidrogenase 7. Fumarase 8. Malato desidrogenase CICLO DO ÁCIDO CÍTRICO • Também chamado de Ciclo de Krebs • Estágio final da oxidação dos combustíveis metabólicos. • Os átomos de carbono entram no ciclo na forma de grupos acetila derivados dos carboidratos, ácidos graxos e aminoácidos. • O grupo acetila ligado a coenzima A (acetil-CoA) é oxidado em oito reações mitocondriais para formar duas moléculas de CO2 com a conservação da energia livre liberada em três moléculas de NADH, uma de FADH2 e um composto de “alta energia” (GTP ou ATP). • O NADH e o FADH2 são oxidados e os elétrons são conduzidos pela cadeia mitocondrial transportadora de elétrons com a liberação de energia conservada na forma de ATP sintetizado a partir de ADP e Pi por meio de processo denominado fosforilação oxidativa. 1) CITRATO SINTASE • modificacao conformacional fecha o Acetil CoA sobre o oxaloacetato • - Mecanismo acido-base forma um enol- enol ataca por SN2 o oxaloacetato forma o citroil-CoA • - hidrolise libera a CoA mais Citrato • exergonica 2) ACONITASE - forma isocitrato via cis-aconitato - envolve desidratação e hidratação facilitado por um complexo Fe-4S 3)ISOCITRATO DESIDROGENASE • descarboxilação oxidativa produz NADH e CO2 • necessita de Mn²⁺ ou Mg²⁺ como cofator • Reação em 3 etapas • 1º reducao de NAD+ • 2º descarboxilacao Intermediario enol • 3º rearranjo em ceto-enol 4) α-CETOGLUTARATO DESIDROGENASE • Forma um complexo multi-enzimatico • descarboxilacao oxidativa produz NADH e CO2 • Acopla um CoA ao α-cetoglutarato 5) SUCCINIL-COA SINTETASE • acopla a sÍntese de GTP com a quebra da ligacao de CoA do Succinil • envolve a enzima fosforilada para o estado intermediario 6) SUCCINATO DESIDROGENASE • conta com um FAD covalentemente ligado a enzima • faz parte do complexo II da cadeia transportadora de eletrons sitio de oxidacao do FADH2 formado • forma fumarato alcano a alceno 7) FUMARASE • hidratação da ligação dupla do fumarato forma malato • envolve um íon OH- para atacar a ligação dupla 8) MALATO-DESIDROGENASE • oxidação da OH do Malato regenera oxaloacetato • dependente de NAD+ • reação endotérmica reação dirigida pela retirado do produto • [oxaloacetato] é mínimaretirado pela citrato-sintaseΔG<0 exergônica PRODUÇÃO DE ENERGIA CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS MEMBRANA INTERNA • A membrana interna é composta por cerca de 75% de proteínas • É livremente permeável a O₂, CO₂ e H₂O e contém, além das proteínas da cadeia respiratória, várias proteínas de transporte que controlam a passagem de metabólitos, como ATP, ADP, o piruvato, o H+ e o fosfato • A impermeabilidade controlada da MMI para a maioria dos íons e dos metabólitos permite a formação de um gradiente de íons através dessa barreira e resulta na compartimentalização das funções metabólicas entre o citosol e a mitocôndria CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS • Os carreadores que transportam os elétrons a partir do NADH e FADH2 até O2 estão associados a membrana mitocondrial interna • Alguns desses centros redox são móveis e outros são proteínas integrais de membrana • A sequência de carreadores de elétrons reflete seus potenciais de redução relativos • O processo é exergônico • A oxidação de NADH e FADH2 é promovida pela cadeia de • transporte de elétrons • Os elétrons são carreados do Complexo I e do complexo II para o III pela coenzima Q, e do complexo III para o IV pelo citocromo C CADEIA TRANSPORTADORA DE ELÉTRONS FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA • A síntese endergônica do ATP a partir de ADP e Pi na mitocôndria é catalisada por uma ATP-sintase (ou complexo V), dirigida pelo processo de transporte de elétrons • A teoria quimiosmótica: A energia livre do transporte de elétrons é conservada pelo bombeamento de H+ da matriz mitocondrial para o espaço intermembrana, criando um gradiente eletroquímico de H+ através da MMI. O potencial eletroquímico desse gradiente é aproveitado para a síntese de ATP. PRODUÇÃO DE ENERGIA • A transferência de elétrons ao longo da cadeia de transporte de elétrons é energeticamente favorecida, pois o NADH é um forte doador de elétrons, e o oxigênio molecular é um ávido aceptor de elétrons. O fluxo de elétrons do NADH para o oxigênio, porém, resulta diretamente na síntese de ATP. PRODUÇÃO DE ENERGIA • Glicólise: são utilizadas 2 moléculas de ATP para ativar o catabolismo da molécula de glicose, porém são formadas 2 moléculas de NADH, 4 ATP e 2 moléculas de piruvato. 4 ATP + 2 NADH – 2 ATP → 2 ATP + 2 NADH • Ciclo de Krebs: a partir dessa etapa todo o resultado deve ser dobrado (duplicado), essa consideração é conseqüente do ciclo de Krebs envolvendo cada molécula de piruvato. 2 x (4 NADH + 1 FADH2 + 1 ATP) → 8 NADH + 2 FADH2 + 2 ATP PRODUÇÃO DE ENERGIA • Cadeia respiratória: etapa de conversão das moléculas de NADH e FADH2 em moléculas de ATP, quando os prótons H+ por difusão são forçados a passar pela proteína sistetase ATP (enzima transmembranar) restituindo ADP em ATP. 2 NADH da glicólise → 6 ATP 8 NADH do ciclo de Krebs → 24 ATP 34 ATP 2 FADH2 do ciclo de Krebs → 4 ATP • Balanço Energético da Respiração Aeróbia Glicólise = 2 ATP Ciclo de Krebs = 2ATP Cadeia respiratória = 34 ATP Total energético da respiração celular aeróbia = 38 ATP BIOQUÍMICA X NUTRIÇÃO ESTRESSE OXIDATIVO E ANTIOXIDANTES DIETÉTICOS CTE X NUTRIÇÃO • A ação da citocromo oxidase controla a geração de radicais livres, impedindo sua geração excessiva na mitocôndria. • Porém, cerca de 2% a 5% do oxigênio metabolizado nas mitocôndrias são desviados para outra via metabólica, dando origem aos radicais livres. B A R B O SA , K .B .F . et a l. E st re ss e o xi d at iv o : co n ce it o , i m p lic aç õ es e f at o re s m o d u la tó ri o s. R ev . N u tr . [ o n lin e] . 2 01 0, v o l. 23 , n .4 , p p . 6 29 -6 43 . CONSEQUÊNCIAS Doenças Crônicas Câncer Diabetes Mellitus Hipertensão Inflamação (ex. artrite reumatóide) Síndrome Metabólica Doenças Cardiovasculares Infertilidade Distúrbios do Sono DEFESA ANTIOXIDANTE • O sistema de defesa antioxidante tem a função de inibir e/ou reduzir os danos causados pela ação deletéria dos radicais livres ou das espécies reativas não-radicais. • A atividade das enzimas em questão muitas vezes depende da participação de cofatores enzimáticos, especialmente antioxidantes de origem dietética – Se, Cu, Zn, Mn, Mg • Vit A, C, E • Compostos fenólicos (cumarinas, antocianinas, flavonóides, catequinas, ligninas, etc. BARBOSA, K.B.F. et al. Estresse oxidativo: conceito, implicações e fatores modulatórios. Rev. Nutr. [online]. 2010, vol.23, n.4, pp. 629-643. VEGETAIS: FRUTAS E VERDURAS
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