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1 Origem dos carboidratos Há 3 formas de obtermos carboidratos no organismo, sendo uma exógena (alimentos) e outras duas endógenas (glicogenólise e gliconeogênese). Os principais tecidos capazes de armazenar o glicogênio são músculo e fígado. No caso do músculo, a glicose vinda da degradação de glicogênio é exclusivamente utilizada por ele próprio. Já o fígado disponibiliza a glicose vinda da degradação do seu glicogênio para outros tecidos. É importante ressaltar que em caso de não consumo de carboidratos, não haverá possibilidade de síntese de glicogênio e glicose disponível no sangue a partir da absorção dos carboidratos. Dessa forma, o organismo começa a realizar lipólise e proteólise com objetivo de fornecer substratos para gliconeogênese, que passa a ser a principal forma de gerar carboidratos. Função Possuem função poupadora de proteínas, já que quantidade suficiente de CHO impede que as proteínas corpóreas sejam utilizadas para a produção de energia mantendo sua função de construção de tecidos. Além disso, Impede a formação excessiva de cetonas, geradas na beta - oxidação de ácidos graxos. Importante! Neurônios não armazenam glicose, logo, dependem de um fluxo contínuo de entrada de glicose, já que seu consumo diário é aproximadmente 120g. Tipos e Estrutura São compostos encontrados em todos os animais e plantas. Na fotossíntese o CO2 é convertido em açúcares simples de 3 a 9 C que posteriormente são polimerizados. Quimicamente os carboidratos são (CH2O)n. Monossacarídeos - são as menores unidades dos CHO podem ser poliidroxicetonas ou poliidroxialdeídos. Ex.: glicose, frutose, galactose, manose, etc. Dissacarídeo –formados pela ligação a glicosídica entre 2 monossacarídeos. Pode ser hidrolisado a dois monossacarídeos. Ex: sacarose, maltose e lactose Alcoóis (polihidroxi, poliálccois) sorbitol, manitol e xilitol são alcoóis na forma de sacarose e possuem como característica uma absorção mais lenta, causam amolecimento das fezes (diarréia consumo acima de 30g). Sorbitol: poder adoçante similar ao da glicose; mesmo valor energético (natural nas frutas) Manitol: precariamente digerido; apenas metade das cal/g da glicose (presente nas frutas) Xilitol: 1/5 da velocidade de absorção da glicose, bactérias cariogênicas são incapazes de utilizá-lo como substrato. (ex:gomas de mascar) Oligossacarídeo – São polímeros de baixo peso molecular, c/ 2 a 10 moléculas de açúcar, hidrossolúveis e normalmente muito doces. Há Oligossacarídeos não digeríveis, por serem resistentes ao HCl e à ação da amilase e enzimas intestinais. Assim, chegam intactos no Intestino grosso e sofrem fermentação, gerando gases e distensão abdominal Ex.: Rafinose (beterraba =galactose+glicose+frutose); Estaquiose (leguminosas = 2 galact +1 glic+1 frut) FOS, Inulina Polissacarídeos: Amilose: baixo peso molecular, sofre ação da amilase. Amilopectina: alto peso molecular, é mais abundante e sofre ação da dextrinase (originando maltose); Celulose - Fibrosa, resistente e insolúvel em água. É difícil de ser hidrolisada Amido (amilose+amilopectina): Pouca digestibilidade, pois seus grãos são envolvidos por paredes rígidas de celulose. Por esse motivo o cozimento, que provoca o rompimento da parede, eleva a digestibilidade. (Ex: arroz, inhame, batata etc) Fibras: Classificação de acordo com a solubilidade Insolúveis Celulose → homopolímeros de glicose não digeríveis Hemicelulose → heteropolímeros de carboidratos não digeríveis; Lignina → Não é carboidrato (composto de alcóois e ác. fenopropílico). Solúveis Pectina: Ác. galacturônico + unidades de ramanose inseridas c/ cadeia lateral de arabinose e galactose (+ hidrossolúvel); Gomas e Mucilagens → semelhante à estrutura da pectina, encontradas em secreções ou sementes das plantas; FOS Inulina Digestão e absorção: A hidrólise dos carboidratos digeríveis presentes nos alimentos, realizada por lactase, sacarase maltase, e α- dextrinase, apresenta como resultado final moléculas de monossacarídeos, como glicose, frutose e galactose.. Os que não são digeríveis sofrem fermentação. BIOQUÍMICA DE CARBOIDRATOS Prof. Fernanda Osso fernandaosso@nutmed.com.br 2 Absorção 80% de glicose + 20% galactose e frutose. Transporte: → glicose e galactose → co-transportadores Na+/glicose transporte ativo SGLT1(intestino delgado) e SGLT2 → frutose → GLUT2 e 5; Metabolismo Captação de glicose (Transportadores de glicose) Glut 1- hemácia e cérebro Glut 2 – intestino e fígado Glut 4 (depende de insulina) - músculo, tecido adiposo e coração Na ausência ou deficiência de insulina, a glicose não pode atravessar a membrana, ficando na corrente sanguínea, levando a hiperglicemia e a glicosúria. . Utilização da glicose (oxidação/ síntese) Após a captação de glicose pela célula, ela se combina com o fosfato pela ação da glicoquinase (fígado) ou hexoquinase (outros tecidos) para permanência na célula. Após a fosfatação, a Glicose-6-fosfato então entra na via glicolítica, com o objetivo final de gerar energia (ATP). Esse processo de geração de energia a partir da glicose, dentro das células, envolve: Glicólise (Citossol), Ciclo de Krebs e Cadeia respiratória (Mitocôndria). Glicólise – divisão da glicose em 2 moléculas de ácido pirúvico através de 10 passos sucessivos catalisados por enzimas específicas. A glicose é primeiro convertida em frutose-1 ,6-difosfato e, em seguida, dividida em duas moléculas de três átomos de carbono, gliceraldeído-3- fosfato, cada qual é então convertido, através de cinco passos adicionais em ácido pirúvico. GlIcose + 2 ADP + 2P → 2 ác pirúvico + 2 ATP +4 H O ácido pirúvico (piruvato) pode ter 2 destinos, a depender da disponibilidade de oxigênio. Glicólise anaeróbica Ela ocorre no citossol da célula e pode ser dividida em 2 fases: investimento (gasto de energia) e geração de ATP. Ao final da glicólise anaeróbia temos como saldo 2 ATP + 2NADH e a formação de 2 moléculas de piruvato. Em caso de privação de oxigênio esse piruvato será convertido a lactato e caso haja oxigênio ele gerará acetil CoA que iniciará o ciclo de Krebs na mitocôndria. O lactato gera glicose através da gliconeogênese, já que ele é um substrato para essa via. Vale ressaltar que o acúmulo de lactato pode gerar fadiga muscular precoce, por exemplo. A relação entre a falta de oxigênio e o acúmulo de lactato se dá pois quando falta oxigênio, a regeneração do ATP a partir da cadeia transportadora fica ineficaz, pois começa-se a acumular NADH, que não consegue ser oxidado. Daí há a saída de gerar ATP pela glicólise anaeróbia, mas ela precisa de NAD+ (reduzido), que está faltando. Tenho solução? Sim, nesse caso o piruvato gerado pela glicólise no MÚSCULO, ao invés de entrar no ciclo de Krebs ( não tem oxigênio), vai ácido lático, reação que gera o NAD+ que preciso para continuar a glicólise anaeróbia. Só que o problema disso é que se acumula lactato muscular que gera fadiga. Glicólise aeróbica A glicólise aeróbia, diferentemente da anaeróbia, que ocorre no citossol da célula,vai acontecer no interior da mitocôndria, quando então o acetil CoA gerado a partir do piruvato irá iniciar o ciclo de Krebs, conforme ilustrado na figura abaixo. Ao final do ciclo de Krebs, teremos a formação de: 6 NADH 2 FADH2 irão para cadeia transportadora de elétrons 4 CO2 2 GTP – formará ATP 3 Cadeia transportadora de elétrons (Respiratória) Os hidrogênios das moléculas de NADH e FADH2 serão bombeados para o espaço intermembrana e ao voltarem geram 34 moléculas de ATP. Se somarmos às 2 moléculas geradas na fase anaerobia, que ocorreu no citossol,e às 2 moléculasgeradas no ciclo de Krebs, podemos concluir que na oxidação completa da glicose, temos a formação de 38ATPs. Glicogenólise - a quebra do glicogênio para formar glicose nas células. Não ocorre por reversão das mesmas reações químicas que formam o glicogênio, em vez disso, é catalisada pela enzima fosforilase (ação na ligação a 1,4) e pela amiloglicosilase (a1-6). No período pós absortivo (2h após a refeição) – ocorre gradativa redução da glicemia, primeiro mecanismo ativado para evitar a hipoglicemia é a glicogenólise. Glicogenólise diferentes finalidades nos tecidos: HEPÁTICA→ enzima específica a glicose-6- fosfatase que remove o fosfato da glicose que pode difundir-se da célula para os espaços teciduais inclusive o sangue com finalidade de manter um nível constante de glicose no sangue, produzindo e exportando glicose MUSCULAR→ função energética apenas para o músculo e não pode retornar ao sangue como glicose livre, pois não possui a enzima específica, entretanto, pode se converter a lactato que é transportado para o fígado e convertido em glicose ciclo de Cori. Produção de ATP - velocidade aumenta quando o músculo demanda mais ATP para contrair-se com mais vigor ou mais freqüência Regulação hormonal Insulina - ↓glicogênese → ↓ da insulina → ↑ glicose Glucagon – fígado – glicogenólise a fim de liberar moléculas de glicose (por aumento de AMPc que fosforila a glicogênio sintetase (menos ativa) e a glicogênio fosforilase (mais ativa) → Normaliza a GLICEMIA Adrenalina (Produzido pela medula adrenal) atua no músculo – aumenta AMPc→ estimula a glicogenólise → produz lactato Lactato → fígado → gliconeogênese → glicose → Normaliza a GLICEMIA Estimulo a secreção de adrenalina: medo e raiva para que haja a liberação da glicose fornecendo energia extra para responder a estas crises. Síntese Glicogênese - Glicose não é imediatamente requerida forma- se glicogênio (400g músculo e 75g no fígado) e na saturação de glicogênio forma-se lipídio. Gliconeogênese → É a síntese de glicose através de substâncias que não são carboidratos. Corresponde a 25% da produção de Glicose hepática. Função: evita redução da glicose sérica e garante glicose estável para o cérebro Produção +- 130g/d Obs: mínimo 150g – 120g cérebro + 30g hemácias → no jejum não conseguiríamos suprir a necessidade. Em 2-3 dias o cérebro de adapta para oxidar corpos cetônicos – reduzindo a gliconeogênese e poupando AA. Lactato → produto final da glicólise anaeróbia Glicerol → resultante da hidrólise dos lipídeos Aminoácidos glicogênicos → resultado da degradação protéica → Ex: alanina → desaminação → ác pirúvico Ex: glutamina → desaminação → ác pirúvico Regulação: Pós prandial – aumenta GIP (polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose) + GLP1 (polipeptídeo semelhante ao glucagon + ↑ glicose sanguínea (300mg/dl)→ potencializam a liberação de Insulina – ação da insulina depende de cromo para ligação a subunidade b - reduz AMP e desfosforila a enzima glicogênio sintetase – convertendo-a na forma ativa. Dependendo da magnitude da elevação da glicemia (calorias e carboidratos em excesso) – nem sempre a estimulação da glicogênese é suficiente para reduzir a glicemia- armazenamento de glicogênio é limitada. Outros mecanismos são ativados: Estimulo para a glicólise → ↑ Oxidação de HC ↓ Oxidação Lipídica → Poupança Lipídica Em pequenas quantidades - Biossíntese de AG (acetil CoA). Integração: Ciclo de krebs é principal via de integração do metabolismo de macronutrientes. A formação de acetil CoA é chave para a síntese de AG (carboxilação da Acetil CoA formando malonil CoA e malonil CoA formano AG. Disturbios metabolismo de CHO GALACTOSEMIA TIPO I [ ] sérica elevada de galactose Deficiência: galactose 1-fosfato-uridil-transferase Presente desde o nascimento 1: 50.000 a 70.000 recém-nascidos A princípio, o recém nascido parece normal, mas, após alguns dias ou semanas, ele apresenta: Vômitos, inapetência, icterícia, hepatomegalia
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