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Contratos - Resumo Teoria Geral dos Contratos

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Teoria Geral dos Contratos
Contrato é um negócio jurídico bilateral que vincula os sujeitos de direito contratantes, correspondido pela vontade, sendo capaz de criar, modificar ou extinguir direitos. Esta definição é dada pela doutrina, uma vez que o Código Civil não define o conceito de contrato.
É importante destacar que o contrato sempre será um negócio jurídico bilateral, ou seja, envolvendo duas ou mais pessoas. O contrato pode ser classificado como unilateral com relação às obrigações assumidas pela parte, ou seja, no contrato unilateral apenas uma das partes assume obrigações, porém, ele é composto por, pelo menos, duas partes.
Transformações dos Contratos
Consensualismo: Contratação se dá pelo princípio da autonomia da vontade, exteriorizado pela manifestação de vontade do contratante, que se encontrará vinculado ao contrato apenas se verdadeiramente manifestou sua vontade de contratar. Pela manifestação de vontade, o contratante é livre para escolher:
O que contratar
Com quem contratar
Conteúdo do contrato
Não necessariamente as partes contratantes possuem o mesmo interesse, porém, o que geralmente se observa são interesses em consenso, se chegando a um acordo comum (ex.: compra e venda, uma parte tem o interesse de vender, a outra tem o interesse de comprar e ambas concordam em negociar)
Revolução Industrial: Com as transformações passadas pela sociedade com o advento da Revolução Industrial, as relações passaram a incorrer em um risco maior e, estas mudanças geraram reflexos jurídicos. Nesta época surge a figura do contrato de adesão:
Contrato de Adesão: O contrato de adesão trata-se de uma limitação à manifestação de vontade do contratante, limitando seu conteúdo a um modelo pré estabelecido. Assim, resta ao contratante manifestar sua vontade sobre o que contratar e com quem contratar, não podendo negociar o conteúdo do contrato.
As principais características do contrato de adesão são:
Padronizado: Possui um padrão fechado e inegociável
Formulário: Se apresenta em um formulário inalterável
Necessário: Contrato de adesão pode ser um acessório do contrato principal, sendo este acessório condição para fechamento do contrato principal
Autorizado: O contrato de adesão é sujeito à avaliação e autorização de agência regulatória especializada na área de contratação. Deve ser autorizado pela agência antes de ser utilizado.
Em vista destas transformações, criou-se a teoria da “Crise dos Contratos”, onde se defende que a parte contratante não possui mais ingerência nos contratos atuais, face de restrições impostas à autonomia da vontade. Algumas das limitações impostas à autonomia da vontade são:
Predisposições das cláusulas (ex.: contrato de adesão)
Monopólio / Oligopólio (ex.: Sabesp)
Bons Costumes (ex.: contrato firmado com Playboy para fotos nuas no meio da rua)
Entretanto, o endendimento mais aceito atualmente é que não há uma crise e sim uma mudança de paradigma. A autonomia da parte ainda existe, porém mais restrita, o que passou a se chamar de “autonomia privada” (autonomia da vontade com restrição).
Princípios
Obrigatoriedade / Vinculação
Os contratos vinculam as partes, tornando-as obrigadas a cumprir suas estipulações (“pacta sund servanda”). Isto ocorre para promover segurança jurídica às relações contratuais.
Exatamente por esta obrigatoriedade do contrato que é cabível ação judicial em face de descumprimento contratual. O juiz acata a ação e aplica a sanção pois o pacto contratual é obrigatório.
Este princípio pode ser flexibilizado em situações de contrato de adesão ou contratações manifestamente desproporcionais, onde é possível ingressar no judiciário requerendo a revisão contratual. A revisão judicial do contrato busca restaurar a equidade da relação contratual (interferência do Estado na relação privada).
Ainda vemos flexibilização deste princípio na situação de “exceção do contrato não cumprido”. Trata-se de uma construção doutrinária que determina que uma parte não pode exigir o cumprimento de obrigações contratuais assumidas pela outra parte caso ela mesma ainda não tenha cumprido com as suas. Neste caso vemos uma exceção da obrigatoriedade do contrato, condicionada ao cumprimento das obrigações pela parte.
Intangibilidade
Este princípio determina que o contrato não pode ser alterado unilateralmente (vedação à alteração unilateral). As alterações contratuais devem ser consentidas por todas as partes envolvidas.
Ainda, este princípio determina a preservação contratual, ou seja, os contratos nasceram para serem mantidos e produzirem efeitos, devendo ser preservados e cumpridos sempre que possível. O instituto da revisão judicial é uma boa alternativa para promover a manutenção das relações contratuais e viabilizar seu cumprimento.
Relatividade dos Efeitos (“res inter alios”)
A definição clássica deste pricípio determina que os efeitos dos contratos são produzidos apenas entre as partes. Porém, modernamente, prefere-se dizer que os contratos apenas produzem obrigações entre as partes, pois em contrato pode produzir efeitos em face de terceiros.
Exceções a este princípio são o contrato com pessoa a declarar, a promessa de fato de terceiro e a estipulação em favor de terceiro.
Igualdade entre Contratantes
Formal: Presunção legal de que particulares contratando livremente estão em situação de igualdade.
Real: Situação que se verifica na prática, onde geralmente uma das partes se encontra em situação de vantagem técnica (domínio do assunto pelo contratante) e/ou financeira (maior possibilidade de arcar com custos e eventuais demandas processuais).
O Estado deve agir para tentar aproximar a igualdade real da formal. Um dos mecanismos utilizados para este fim é a revisão judicial do contrato.
Boa-Fé Objetiva
A boa-fé objetiva constitui nas ações objetivas que se espera serem tomadas pelo contratante ou contratado no momento da contratação (ex.: contratante avisar de certo defeito da coisa ou contratado avisar sobre possível dificuldade no pagamento e etc.). Pode ser resumida como um “padrão de conduta”.
Difere da boa-fé subjetiva, onde não se pressupõe uma conduta objetiva, mas se configura em um abuso de confiança do contratado (ex.: aceitar o casamento com pessoa que já é casada, sem saber do casamento anterior). Pode ser resumida como um “estado de espírito”.
A boa-fé objetiva tem duas funções principais dentro de um contrato:
Suprir Lacunas: Lacunas legais são preenchidas e interpretadas de acordo com os princípios da boa-fé objetiva.
Criar Deveres Laterais: São deveres acessórios que, pelos princípios da boa-fé objetiva, são criados entre as partes (deveres de cooperação, colaboração, transparência, informação, lealdade e etc.)
Função Social
Art. 421 CC: A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.
Contrato deve atender ao interesse coletivo!
Contrato não é uma bolha onde somente as partes são afetadas. O contrato afeta interesses de terceiros, que devem ser verificados e preservados quando da contratação.
A função do contrato é a transferência de riquezas entre partes, a princípio, uma função voltada ao invididualismo das partes. Entretanto, caso esta estipulação venha a afetar terceiros, deve ser preservado o interesse deste terceiro.
Assim, temos que o contrato produz efeitos:
Internos: Entre as partes
Externos: Perante a coletividade
O equilíbrio entre estes efeitos deve corresponder à justiça.
Classificação
Quanto à Matéria
Público: Contrato firmado com entidade pública ou compreendendo matéria de direito público ( Regidos pelos princípios da Adm. Pública
Privado: Contratos firmados com particulares compreendendo matéria de direito privado. 
ou
Contrato Trabalhista: Regula relações contratuais entre empregado empregador ( Regido pela CLT
Contrato Administrativo: Compreende contratação ou matéria relacionada àAdm. Pública ( Regido pelo Direito Administrativo
Contrato Cível: Contrato que compreende dois particulares em relação de igualdade ( Regido pelo Código Civil
Contrato de Consumo: Compreende relações de consumo, onde a parte contratante está em posição de sujeição à contratada ( Regido pelo CDC
Quanto à Tipicidade
Típicos (Nominados): Possuem previsão legal no Código Civil. Devem, consequentemente, obedecer suas normas específicas previstas no código.
Atípicos (Inominados): Não tem previsão legal específica no Código Civil. São frutos da autonomia da vontade dos contratantes. 
Devem obedecer os princípios da moral, bons costumes e relacionados e, ainda, verificar as proibições legais (ex.: art. 426 CC – herança de pessoa viva não pode ser objeto de contrato).
Quanto às Obrigações Assumidas
O contrato sempre envolverá, ao menos, duas partes contratantes. O que pode variar são as obrigações assumidas por cada uma delas.
Unilaterais: Apenas uma das partes assume obrigações (ex.: Doação, mútuo, comodato e etc.)
Bilaterais: Ambas as partes assumem obrigações no contrato.
*SINALAGMA ( Contrato sinalagmático é aquele cuja obrigação assumida está diretamente relacionada a uma prestação prevista no contrato, criando uma relação de dependência entre elas. Muitos classificam este contrato como um sinônimo do bilateral, mas não é a maneira mais precisa, pois nem sempre as obrigações assumidas no contrato bilateral possuem esta relação de dependência.
Bilaterais imperfeitos: Trata-se de um contrato unilateral em essência, porém a outra parte deve assumir uma pequena contra prestação, que é muito inferior à obrigação da outra parte (ex.: doação onerosa)
Quanto à Onerosidade
Onerosos: Contrato onde as duas partes se obrigam reciprocamente a uma prestação, de modo que ambas obtêm vantagens (quase sempre são contratos bilaterais)
Gratuitos: Contrato onde apenas uma das partes obtem vantagem (quase sempre são contratos unilaterais)
Devido a esta característica de onerar apenas uma parte, os contratos gratuitos devem ser interpretados restritivamente, devendo ser levado em conta apenas o que está escrito (sem ampliar ou interpretar por analogia).
Quanto à Forma:
Solene (Formal): Lei determina uma forma específica para constituição do contrato. Caso contrato não cumpra com a forma específica, não terá efeito jurídico (pode constituir, no máximo, uma intenção de contratar). Ex.: Contrato de compra e venda de imóvel – deve ser, necessariamente, por escritura pública.
Não Solene (Não Formal): Lei não determina forma específica para constituição do contrato. Nesses casos, a forma será livre.
Quanto à Execução: 
Instantânea: Contratos com execução instantânea são aqueles que se resolvem instantaneamente (ex.: compra e venda)
Diferida: Possuem sua execução prorrogada no tempo (ex.: contrato com marmoraria para fazer uma pia e realizar sua instalação em 20 dias)
Trato Sucessivo: Contratos que se renovam periodicamente (ex.: fornecimento de água, luz, tv a cabo e etc.)
Normalmente, a revisão judicial ocorre com maior frequência em contratos que se afastam da execução instantânea, pois estes últimos normalmente se negociam ao vivo, com resolução no ato).
Quanto ao Prazo:
Indeterminado: Não há data para encerramento. Consequentemente, pode ser rescindido a qualquer momento, por qualquer das partes, mediante simples notificação.
Determinado: Contrato tem data de vigência determinada. Caso seja rescindido antes da data, parte que descumpriu o prazo deverá pagar multa. Se vigência vencer e as partes continuam a agir de acordo com o contrato e não estipulam novo prazo de vigência, entende-se que o contrato se renovou por prazo indeterminado.
Quanto à Pessoalidade:
Personalíssimo (“intuito personae”): A pessoa que executa o contrato é relevante para seu cumprimento satisfatório. Pode ser considerado como um “contrato infungível”, pois a obrigação assumida no contrato é intransferível e não pode ser cumprida por outra pessoa.
Caso ocorra a morte do contratado, contrato se extingue.
Impessoal: A pessoa que executa o contrato não tem relevância para o cumprimento satisfatório da obrigação. Pode ser considerado como um “contrato fungível”.
Caso ocorra a morte do contratado, obrigação se transfere aos herdeiros.
Quanto ao Risco:
Comutativo: Prestações são pré estabelecidas ou, ao menos, conhecidas pelas partes no momento da contratação. Não há risco por parte do contratado.
Aleatório: Prestações não estão totalmente claras no momento da contratação. Há risco por parte do contratado (alea = risco).
Quanto à Eficácia:
Reais: Contrato depende da tradição para existir. Sem a tradição, contrato inexiste juridicamente, pois a existência se dá com a tradição (ex.: contrato de empréstimo nasce com o empréstimo da coisa, sendo a obrigação contratada a de devolver). 
Ainda vale verificar a doação pura, cujo contrato nasce com a entrega da coisa, porém, não há obrigação de retorno do contratado.
Consensuais: Basta o acordo de vontades para contrato existir, independentemente da tradição ter ocorrido ou não (Ex.: compra e venda, locação e etc.).
Quanto à Dependência: 
Principal: Aquele contrato que se encerra nele mesmo, sem depender de qualquer outro.
Acessório: Sua existência se justifica em um contrato principal. O contrato acessório segue a sorte do principal, ou seja, caso principal seja extinto, o acessório se extinguirá também (ex.: contrato de garantia)
Quanto ao Objetivo
Preliminar: Tem o objetivo de celebrar um contrato definitivo no futuro (ex.: compromisso de compra e venda).
Definitivo: é o contrato que é celebrado de forma plena e acabada, gerando deveres e obrigações para uma ou para ambas as partes.
Quanto à Predisposição das Cláusulas
Adesão: As cláusulas do contrato são pré dispostas, não havendo negociação entre as partes. A interpretação deste tipo de contrato deve ser, sempre, favorável ao aderente.
Paritário: Partes se encontram em igualdade e podem negociar livremente as cláusulas do contrato. Não haverá qualquer pré disposição.
Elementos do Contrato
Capacidade da Parte: Para figurar como parte em uma relação contratual, o sujeito deve possuir capacidade para tanto. A capacidade se divide em:
Capacidade Genérica: Pode ser absoluta (casos que parte deve ser representada) ou relativa (casos em que parte deve ser assistida). Hipóteses previstas no Código Civil.
Capacidade Específica (Legitimação): Restrições legais ou contratuais específicas que retiram a capacidade da parte.
Legitimação: Relaciona-se com a capacidade específica da parte, se tratando de uma restrição que afasta a capacidade da parte atuar, podendo ser:
Restrição Legal: Restrição à capacidade da parte se encontra na lei
Restrição Contratual: Restrição à capacidade da parte se encontra estipulada no próprio contrato.
Idoneidade do Objeto: O objeto contratado deve ser:
Lícito: Licitude do objeto pode ser:
Legalmente: Contrária à lei (ex.: venda de bebida alcóolica à menor de 18 anos)
Moralmente: Contrária aos bons costumes (ex.: leiloar a virgindade)
Possível: Objeto deve ser possível:
Juridicamente: Deve estar de acordo com a lei (lícito)
Fisicamente: Deve ser algo fisicamente possível de ser objeto de contrato (“res in commercio”). Exemplos de objetos impossíveis fisicamente são a venda de espaço no céu, venda de estrela e etc.
Determinado ou Determinável: Objeto deve ser algo já determinado no momento da contratação ou, ao menos, possível de se determinar.
Consentimento: Trata-se da manifestação da vontade das partes contratantes. Deve ser:
Livre: Não pode conter qualquer dos vícios do negócio jurídico (vícios do consentimento e vícios sociais)
Sério: Consentimento deve ser firme e objetivando a constituição do contrato. Não será válido se for em tom jocoso ou de modo incerto.
No sentido da avença:Deve ser identificada a natureza da avença e consentimento deve ser dado nesse sentido (ex.: natureza do contrato é de doação e contratante dá consentimento apenas para empréstimo)
Adequação da Forma: Forma que o contrato é celebrado deve ser adequada, havendo duas possibilidades:
Genérico: Forma de celebração é livre (escrito, verbal, mímica e etc.)
Específico: Forma é determinada por lei e deve ser cumprida, sob pena de inexistência do contrato.
Causa: É o motivo do contrato, razão que levou as partes a contratarem. Não se trata do objeto, que é a coisa contratada, mas a motivação que levou as partes a celebrarem o contrato. Sem uma causa, contrato se torna inexistente e ineficaz.
*Outro Enfoque:
	Existência
	Validade
	Eficácia
	Declaração de Vontade
	Livre, séria e no sentido da avença
	Termo (evento futuro e certo)
	Pessoa física ou jurídica
	Pessoa Capaz
	
	Objeto Específico
	Lícito, Determinado e Possível
	Condição (evento futuro e incerto)
	Deve ser manifesto de alguma forma
	Forma prescrita em lei
	
Formação dos Contratos
A formação dos contratos compreende as seguintes fases:
Negociações preliminares (Puntuação): 
Fase pré-contratual, que antecede a celebração do contrato. Ocorre em, praticamente, todos os contratos.
Fase de estudo preliminar, onde as partes analisam o objeto do contrato, as condições expostas e vantagens na sua celebração. Não possui previsão no Código Civil.
Não ocorre qualquer manifestação de vontade nesta fase. Pode até existir vontade de contratar, porém, esta vontade ainda não é manifestada neste momento.
Via de regra, também não há responsabilidade das partes neste momento, a menos que uma das partes dê indícios de que vai celebrar o contrato e, com isso, gere despesas a outra parte, que não seriam arcadas caso não houvesse o indício da outra parte (ex.: comprador se interessa em automóvel posto a venda e comenta que, caso vendedor conserte um determinado defeito, compraria o veículo. Caso o vendedor realize o concerto, haverá responsabilidade do comprador se ele não vier a celebrar o contrato).
Pode ser aplicada na situação acima a teoria da perda da chance, onde a parte pode alegar que, por ter arcado com as despesas geradas pelo indício dado, esta perdeu a chance de utilizar este dinheiro em outras atividades ou investimentos que lhe proporcionariam maior retorno.
Pode ocorrer a discussão de cláusulas neste momento, por meio de argumentações sobre o contrato a ser fechado ou estipulações de condições que determinarão se negócio avançará ou não.
Nesta fase, inclusive, já pode ocorrer a elaboração de minuta (rascunho, modelo) do contrato que se pretende celebrar, a qual poderá ser alterada, discutida, reescrita ou, simplesmente, recusada pela outra parte, situação em que o contrato propriamente dito não se concretizará.
Da negociação preliminar, pode-se chegar imediatamente à celebração do contrato definitivo, situação que é chamada de progressão direta.
Por outro lado, podem ser transcorridas todas as quatro etapas aqui dispostas (ou passar apenas pela proposta, ou apenas pelo contrato preliminar), situação que é chamada de progressão indireta.
Proposta (Policitação)
Proposta é a declaração unilateral e formal do proponente (policitante), dirigida ao oblato (pessoa a quem é dirigida a proposta), informando as condições pelas quais o proponente aceita celebrar negócio jurídico segundo os termos por ele delineados.
A proposta não precisa ser, necessariamente, entre pessoas presentes. Pode ser enviada por correio, e-mail e etc. Assim, proposta pode ser feita entre presentes ou entre ausentes.
Na proposta entre presentes, a parte tem oportunidade de reagir imediatamente a seus termos. Na proposta entre ausentes, o proponente não recebe imediatamente a reação/resposta do oblato.
O efeito gerado pela proposta é de vincular o proponente. Assim, aquele que realizou a proposta fica vinculado a ela, gerando, portanto, responsabilidade pelo seu descumprimento.
Exceções à regra acima podem ser verificadas nos seguintes artigos:
Art. 427 CC: A proposta obriga o proponente, a menos que:
Proponente inclua nos termos da proposta cláusula explicita de não vinculação
A natureza da proposta puder liberar a vinculação.
As circunstâncias do caso puderem liberar a vinculação
Art. 428 CC: Deixa de ser obrigatória a proposta se:
Quando feita entre presentes, não for imediatamente aceita pelo oblato (considera-se presente pessoa por telefone ou por meio semelhante)
Quando feita sem prazo à pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para resposta chegar ao conhecimento do proponente
Quanto feita com prazo à pessoa ausente, não houver sido expedida a resposta dentro do prazo (não precisa ter chegado ao conhecimento do proponente dentro do prazo, mas sim ter enviado dentro dele)
Se chegar a conhecimento da outra parte uma retratação do proponete sobre os termos da proposta, antes ou simultaneamente deste tomar conhecimento da proposta original.
Proposta ao público é aquela que atinge diversos oblatos ao mesmo tempo, de modo genérico.
Oferta é o equivalente de proposta no âmbito do Direito do Consumidor (regidos pelo CDC). Proposta é o termo utilizado no âmbito do Direito Civil (Código Civil).
A diferença entre ambos está no fato que a proposta frustrada pelo proponente gera direito do oblato frustrado reclamar perdas e danos. A oferta frustrada em relação de consumo dá direito ao consumidor, o cumprimento forçado da oferta, a substituição por produto semelhante ou a restituição do valor pago (Art. 35 CDC).
A aceitação da proposta consiste na declaração do oblato de que concorda com seus termos. O efeito da aceitação da proposta é a formação do contrato.
Aceitação também pode se dar de forma parcial, ou pode ainda o oblato apresentar restrições, supressões, modificações ou acréscimos à proposta inicial. Nesta situação, e também no caso da aceitação ser integral, mas fora do prazo, não ocorre a formação imediata do contrato. Esta constituirá uma contra-proposta.
	
Deste modo, contra-proposta será a aceitação de proposta fora do prazo, ou a aceitação no prazo, porém de forma não integral, pois contem restrições, supressões, modificações ou acréscimos à proposta inicial. O efeito da contra proposta é a inversão de pólos, ou seja, o proponente deverá aceitar ou não a nova proposta, realizada agora pelo oblato (e assim sucessivamente, até que seja celebrado o contrato ou encerrada a negociação).
Aceitação pode ser tácita ou expressa.
A aceitação expressa pode ser realizada verbalmente ou por escrito (por contrato). A aceitação tácita é aquela que pode ser depreendida do comportamento do oblato, mesmo que não tenha expressamente aceitado.
Art. 430 CC: Conhecimento tardio da aceitação. Trata da hipótese do oblato ter emitido sua aceitação dentro do prazo, porém, por algum motivo, esta chega ao conhecimento do proponente tardiamente.
Neste caso, o proponente deve avisar o oblato sobre o recebimento tardio da aceitação, sob pena de responder por perdas e danos ( BOA FÉ OBJETIVA
Art. 432 CC: Se o tipo do negócio que, pela sua dinâmica, não seja costume a aceitação expressa (ou o proponente a tiver dispensado), se recusa não chegar previamente, ou em tempo esperado, considera-se concretizado o contrato (aceitação tácita).
Contrato Preliminar
O contrato preliminar tem por objetivo a formação de um contrato definitivo no futuro.
Art. 462 CC: O contrato preliminar deve conter todos os requisitos pertinentes ao contrato principal a ser celebrado, exceto com relação à forma. Assim, não é necessário seguir as exigências legais relacionadas à forma, para a celebração de contrato preliminar.
Suas modalidades são:
Unilateral: Apenas uma das partes assume obrigações e, portanto, apenas essa parte tem o direito de executar o contrato, exigindo seu cumprimento forçado(ex.: Contrato de Opção – contratante preliminar contrata a opção de exercer determinado direito apenas se quiser).
Bilateral: Contrato preliminar onde ambas as partes assumem obrigações. Neste caso, qualquer das partes pode executar o contrato, exigindo seu cumprimento forçado.
Art. 463, par. único, CC: Contrato preliminar deve ser levado a registro ( onde?? 
Depende:
Se contrato principal ter por objeto direitos reais, registro deve ser feito no Cartório de Registro Geral de Imóveis
Se contrato principal tivar ações por objeto, registro será feito no Livro Registro de Ações Nominativas da sociedade emissora
Nos demais casos, registro será feito no Cartório de Registro de Títulos e Documentos.
Contrato Definitivo
Com a aceitação integral da proposta, o contrato será formado.
Para se determinar o momento da formação do contrato, existem duas correntes doutrinárias: i) Teoria da agnição: se forma no momento em que se expressa ou declara o aceite; ou ii) Teoria da cognição: se forma momento em que o proponente toma conhecimento da aceitação.
Para contratos entre presentes, considera-se a teoria da cognição. Porém, para contratos entre ausentes é adotada a teoria da agnição peloo Código Civil, a menos que (Art. 434 CC):
Se antes do aceite, ou ao mesmo tempo dela, proponente receber uma retratação da aceitação.
Proponente houver se comprometido a esperar a resposta (contrato, neste caso, se forma quando proponente receber o aceite – teoria da cognição)
Se aceitação não chegar no prazo esperado
Nestas três situações acima, o contrato não se formará com a expedição da aceitação (teoria da agnição).
Art. 435 CC: O contrato será considerado celebrado no lugar em que foi proposto (local em que foi feita a proposta aceita!).
Interpretação e Integração dos Contratos
Interpretar é buscar dar a correta aplicação à norma ou cláusula, visando determinar seu significado e alcance.
Uma boa maneira de determinar a intenção de uma lei é verificar sua exposição de motivos, onde o legislador demonstra seu objetivo em produzir a lei em questão. Nos contratos, podemos considerar como “exposição de motivos” as negociações que levaram à sua assinatura, os documentos juntados, as cláusulas “considerando” contidas no contrato e etc.
A utilidade da interpretação dos contratos é dar sentido ao mesmo, buscando sempre seu cumprimento. O direito não se interessa pelo rompimento de contratos devido a má interpretação, motivo pelo qual sempre se busca a manutenção do contrato, quando possível.
Por esse motivo, as técnicas de interpretação são aplicáveis aos contratos, a fim de esclarecer cláusulas contraditórias, obscuras (de difícil entendimento), visando determinar seu alcance e sentido.
Vale notar que as lacunas e omissões podem surgir posteriormente à celebração do contrato, devido a uma situação imprevista ou um fato superveniente ao contrato.
Assim, podemos aplicar as regras de hermenêutica aos contratos (hermenêutica contratual), que deve ser realizada pelas partes ou pelo juiz, buscando sua integração.
No Código Civil existem algumas regras de interpretação em artigos esparsos, não havendo um capítulo específico para este tema. Porém, há uma crítica doutrinária sobre as regras de interpretação constarem do código, defendendo-se que isso limita a discricionariedade do juiz na interpretação.
Desta forma, a intepretação se assemelha ao sistema common law, sendo estruturado mais pelos casos concretos do que pela lei em si. Neste sentido, a doutrina já destacou algumas regras de interpretação consolidadas pelo costume, dentre elas:
Se uma cláusula comportar dois sentidos, deve-se interpretar de acordo com aquele sentido que atender ao interesse do contrato
Na dúvida, contrato é interpretado contra quem o escreveu.
Em caso de dúvida, contratos devem ser interpretados, sempre que possível, em favor do devedor
Em casos de contratos que abrangem uma universalidade de coisas, este alcança até as coisas que as partes não tinham conhecimento (ex.: gado que é vendido com uma vaca grávida. Bezerro está incluído na venda, mesmo que seu dono não saiba da gravidez)
A manifestação de vontade pode ser:
Interna: A real intenção das partes (animus dos contratantes)
Externa: Aquilo que foi externado no documento que constitui o contrato ou pela letra da lei.
Art. 112 CC: Determina que a interpretação das declarações de vontade em geral deverá atender mais à intenção nelas consubstanciada (vontade interna) do que ao sentido literal da linguagem (vontade externa).
Contratos Aleatórios
São modalidades contratuais onde as prestações não estão totalmente claras no momento da contratação, ou estas não são equivalentes (com o consentimento do contratado). Assim, há risco por parte do contratado (alea = risco)
Suas modalidades são:
Risco quanto à coisas futuras: Se subdivide em
Art. 458 CC: Risco quanto à existência (“emptio spei”): Há risco do objeto do contrato vir a existir ou não. O alienante terá direito a todo o preço desde que não tenha concorrido com dolo ou culpa para a inexistência do objeto (neste caso, o artigo menciona expressamente dolo e culpa)
Diz respeito a coisas futuras que correm o risco de não virem a existir
Art 459 CC: Risco quanto à quantidade (“emptio rei speratae”): O objeto do contrato pode vir a existir em qualquer quantidade, correndo o risco de produzir quantidade inferior à esperada. Neste caso o alienante terá direito a todo o preço desde que não tenha concorrido com dolo ou culpa para o resultado inferior obtido (ainda que o artigo só mencione culpa, ocorre nesta situação a interpretação extensiva da lei, visto que dolo é mais grave que culpa e não é mencionado)
Diz respeito a coisas ou fatos futuros que correm o risco de existir em qualquer quantidade.
Em ambas as situações, o preço da avença será devido mesmo que não ocorra o resultado satisfatório, a menos que contratante tenha concorrido com dolo ou culpa para este resultado insatisfatório
Art. 460 CC: Risco quanto à coisas existentes: Objeto do contrato é coisa existente, porém, exposta a risco e, portanto, pode vir a perecer. O contrato poderá ser anulado se contratante sabia do perecimento da coisa antes da contratação, celebrando contrato inválido dolosamente (Art. 461 CC).
Diz respeito a coisas existentes, porém expostas a risco de perecimento.
Vícios Redibitórios (Arts. 441 ao 446 CC)
O vício redibitório trata-se de uma espécie de garantia legal, pois é uma garantia ao contratante que decorre do próprio texto da lei. Assim, ela independe de termo escrito e consiste numa garantia total, obrigatória, incondicional, irrestringível, irrenunciável e inegociável.
As garantias se subdvidem em duas espécies: as que dizem respeito a defeitos jurídicos (defeito decorrente de quaisquer determinação legal/judicial) e as que dizem respeito a defeitos materiais (defeito na própria coisa objeto do contrato), nesta última encontra-se localizado o vício redibitório.
O vício redibitório trata-se de um vício oculto, preexistente ou concomitante à relação contratual, que reduz a funcionalidade/valor da coisa ou a torna inútil para a finalidade contratada.
Assim, apenas se verificará o vício redibitório se:
Defeito já existir antes da relação contratual, ou surgir ao mesmo tempo dela.
Defeito for oculto, de modo que não é possível percebê-lo no momento da contratação
A interpretação do quesito redução de funcionalidade/valor ou inutilidade do objeto é subjetiva, pois deve se relacionar à finalidade contratada. 
Assim, se coisa se tornar inútil para aquele fim que se contratou, mesmo que ainda lhe reste outra finalidade diversa, esta não deverá ser considerada. Do mesmo modo, um vício que não inutilize nem reduza a funcionalidade/valor para aquele fim contratado, não constituirá vício redibitório.
Art. 441 CC: O vício redibitório se verifica em contratos comutativos(onde não há risco – contraposto do contrato aleatório) e em doações onerosas.
O vício oculto tratado neste tema não se confunde com a figura do erro, que é modalidade de defeito do negócio jurídico. 
O erro se configura em uma falsa percepção da realidade, com relação à coisa contratada (pensei comprar lebre, mas na verdade comprei um gato). Por outro lado, no vício oculto não há falsa percepção da realidade, pois o objeto contratado é exatamente aquele percebido pelo contratante, porém, este contém um defeito imperceptível em um primeiro momento.
Verificado o vício redibitório, poderá o contratado:
Redibir a coisa (Art. 441 CC): Caso o vício oculto gere a inutilidade da coisa, poderá o contratado devolver a coisa e receber o valor integral de volta (contrato é desconstituído).
Estimar a coisa (Art. 442 CC): Caso o vício oculto gere a redução da funcionalidade/valor da coisa, ocorrerá a devolução de parte do valor pago, estimado em relação à funcionalidade perdida.
A redibição e a estimação da coisa são postuladas, respectivamente, através de Ação Redibitória (Ação Edílica) e Ação Estimatória (“quanti minoris”).
Art. 443 CC: A boa fé do contratante é irrelevante para a caracterização do vício redibitório. Assim, caso o alienante não conheça o defeito oculto e transmita a coisa de boa fé, ainda assim o vício redibitório será caracterizado (sendo devida a redibição ou estimação).
Por outro lado, caso o alienante conheça o vício e, ainda assim, celebre o contrato, além da redibição/estimação, deverá responder por perdas e danos.
Art. 444 CC: A responsabilidade do alienante persistirá se coisa perecer devido ao vício oculto preexistente, ainda que já esteja em poder do alienado ( “res perit domino”
Os prazos para ajuização de ação visando a redibição ou a estimação são:
Art. 455 CC: Se vício é aparente, será de 30 dias para coisa móvel e 1 ano para coisa imóvel, contados da tradição (prazos se reduzem pela metade se coisa já estava em posse do alienado)
Art. 455, §1º, CC: Se vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, prazo será de 180 dias para coisa móvel e 1 ano para coisa imóvel, contados da data em que tomou conhecimento do vício.
Ressalta-se que, por mais que o art. 445, “caput”, se refira ao prazo como decadencial, os prazos para ação edílica podem ter natureza prescricional ou decadencial, dependendo do caso.
Prazo Prescricional: Ocorre a perda da pretensão à reparação do direito. Se relaciona a direitos subjetivos, ou seja, aqueles que se constituem em uma prestação (dar, fazer ou não fazer), os quais são discutidos no judiciário por meio de uma Ação Condenatória.
A estimação de uma coisa por vício redibitório se da por meio de Ação Condenatória e, portanto, trata-se de um prazo prescricional.
Prazo Decadencial: Ocorre a perda do direito em si. Se relaciona a direitos potestativos, ou seja, aqueles são exercidos independentemente da vontade da outra parte, os quais são discutidos no judiciário por meio de uma Ação Constitutiva (ou Desconstitutiva).
A redibição é postulada no judiciário por meio de uma Ação Desconstitutiva (visa desconstituir o contrato firmado), e, portanto, trata-se de um prazo decadencial.
Art. 446 CC: Caso haja cláusula de garantia contratual, o vício redibitório (garantia legal) fica suspenso até que a vigência da garantia contratual expire.
A partir do início da vigência da garantia legal, adquirente deve denunciar o defeito ao alienante no prazo de 30 dias de que tomou conhecimento do mesmo, sob pena de decadência da garantia legal.
Evicção (Arts. 447 ao 457 CC)
A evicção também é uma garantia legal, porém, diferentemente do vício redibitório, trata-se de uma garantia relacionado a defeito jurídico, ou seja, decorrente de quaisquer determinação legal/judicial.
Podemos conceituar a evicção como a perda pelo adquirente (evicto) da posse ou propriedade sobre determinada coisa em virtude de sentença judicial ou ato administrativo que reconhecer direito anterior de terceiro (evictor) por uma causa jurídica preexistente ao negócio jurídico firmado entre as partes.
Vale destacar que a doutrina clássica menciona apenas a sentença judicial como capaz de causar a evicção, porém, modernamente, esse conceito é ampliando, abrangendo também o ato administrativo.
A EVICÇÃO SEMPRE ESTARÁ RELACIONADA À IDÉIA DE PERDA!!
Tal como o vício redibitório, a boa fé também é irrelevante para a caracterização da evicção. Mesmo estando de boa fé e sem ter conhecimento da situação real da coisa, a evicção se concretizará e caberá ao adquirente de boa fé ação de regresso ao alienante que lhe transmitiu a coisa defeituosa.
Art. 447 CC: A evicção se aplica apenas a contratos onerosos.
As partes envolvidas na evicção são:
Adquirente (evicto)
Alienante
Terceiro (evictor)
Destaca-se que na evicção surge a figura de um terceiro envolvido na relação jurídica, o que não ocorria no caso do vício redibitório.
A evicção se opera de mesmo modo em aquisições ocorridas em hasta pública (leilão)
Art. 448 CC: Os efeitos da evicção podem ser ampliados, reduzidos ou excluídos por estipulação contratual. 
Art. 449 CC: Caso o contrato exclua a responsabilidade sobre a evicção, alienante é obrigado a informar ao adquirente eventuais riscos que coisa corre de sofrer evicção. Caso alienante não informe do risco, ou adquirente não aceitá-lo, a exclusão é imperfeita e, portanto, a resposnabilidade do alienante subsistirá.
Neste ponto há uma divergência doutrinária. A maioria da doutrina diz que, para se considerarem aceitos os riscos da evicção, adquirente deve manifestar sua concordância específica para este fim. A corrente minoritária diz que basta uma concordância genérica do adquirente. Há ainda um terceiro grupo que defende que, para determinados riscos, não há a necessidade do alienante informar (ex.: se houver um processo correndo envolvendo a coisa – processo é público e todos podem consultar, portanto alienante não tem a obrigação de informar.
O adquirente que sofre os efeitos da evicção tem o direito de:
No caso de evicção total (perda total da posse ou propriedade da coisa), exigir indenização do alienante e/ou o desfazimento do contrato
No caso de evicção parcial (perda parcial da posse ou propriedade da coisa), exigir indenização proporcional ao alienante.
Do mesmo modo que no vício redibitório, deve ser levada em conta a utilidade que o adquirente pretendia dar a coisa, para fins de fixação da indenização.
Art. 450 CC: Valor da indenização deve ser o preço da coisa no momento em que se tornou evicta, além da restituição por:
Frutos que tiver sido obrigado a restituir devido à evicção
Despesas do contrato e prejuízos que advirem da evicção
Custas judiciais e honorários do seu advogado
Caso o valor da coisa tenha sofrido diminuição entre o período da aquisição e o período em que se evaneceu (tornou evicta), entende-se que deve ser pago o valor da coisa à época da contratação, pois entende-se que a expressão “valor integral” contida no art. 450 CC determina que o mínimo da indenização será o valor pago pela coisa à época em que foi adquirida.
Art. 453 CC: As benfeitorias necessárias e úteis também serão indenizadas pelo alienante, caso já não tenham sido pelo evictor.
Art. 454 CC: Se evictor abonar o evicto com relação à benfeitoria feita pelo alienante, este valor será deduzido da indenização paga pelo alienante.
Art. 456 CC: Aquele que sofre a evicção, para resguardar todos os direitos acima, que a lei lhe garante, deve notificar o alienante imediato (aquele que lhe vendeu a coisa) ou qualquer dos anteriores (donos anteriores da coisa).
Efeitos de Contrato em Relação a Terceiro
Terceiro é alguma pessoa física ou jurídica que não faz parte da relação contratual, ou seja, não configura parte do contrato. Pode ser um terceiro juridicamente interessado (sofre os efeitos do contrato)ou terceiro não interessado (não sofre os efeitos do contrato).
Estudaremos três modalidades de contrato que geram efeitos a terceiro, quais sejam:
Estipulação em Favor de Terceiro (Arts. 436 ao 438 CC)
Na estipulação em favor de terceiro, uma parte, chamada estipulante, contrata, em seu próprio nome, com outra parte, chamada prominente, que, por sua vez, se obriga a cumprir determinada prestação em favor de terceiro (beneficiário). O principal exemplo desta espécie de contrato é o seguro de vida.
Assim, esta modalidade contratual prevê uma vantagem ou benefício a terceiro que não participa do contrato.
As partes envolvidas são:
Estipulante
Prominente
Beneficiário
Art. 436, par. único, CC: O terceiro em favor de quem se fez o contrato poderá exigir seu cumprimento.
Promessa de Fato de Terceiro (Arts. 439 e 440 CC)
Na promessa de fato de terceiro, o contratante se compromete que terceiro cumprirá com a obrigação por ele contratada (“contrato por outrem”).
Terceiro será obrigado a cumprir apenas se anuir com a mesma, situação em que exonera o contratante e responde sozinho pela prestação. 
Caso não ocorra a anuência, contratante responderá sozinho.
Contrato com Pessoa a Declarar (Arts 467 ao 471 CC)
Há situações em que, por qualquer motivo, não é interessante para a contratante constar como parte no contrato desde o seu início. Assim, esta figura jurídica permite que o contrato se inicie com um contratante que, posteriormente, indicará aquele quem, de fato, será celebrado o contrato e assumira os direitos e obrigações dele decorrentes.
Desta forma, ocorre uma substituição contratual futura que desde o início é sabida pela parte contratada, de modo que esta não poderá recusá-la posteriormente. 
A única possibilidade de recusa pelo contratado é no caso da pessoa indicada for incapaz ou insolvente. Na situação de ocorrer a recusa, contrato produzirá seus efeitos mantendo o contratante originário.
Contrato deverá dispor um prazo para que seja indicada a pessoa que, de fato, integrará o contrato de forma definitiva. Caso não haja estipulação contratual do prazo, este será de 5 (cinco) dias.
Art. 470 CC: Se não for indicado novo contratante dentro do prazo ou se o terceiro indicado não anuir com sua indicação, o contrato é ineficaz.
As partes envolvidas são:
Stipulans (contratado)
Electus (contratante que será indicado posteriomente)
Promittens (contratante original)
- Extinção do Contrato
A extinção natural do contrato se dá com seu cumprimento.
Entretanto, sua extinção pode se dar por outras causas, que se dividem, inicialmente em:
Extinção por causas não imputáveis: Extinção se dá por razões que não são imputáveis às partes ( CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR
Extinção por causas imputáveis: Extinção se dá por razões imputáveis às partes ( VONTADE
Dentre as causas de extinção do contrato, estas se dividem em causas anteriores ou concomitantes à formação do contrato e causas posteriores à formação do contrato:
	 			 Formação
__________________________I___________________________
	Causa anterior/concomitante				Causa posterior
	Gera Anulação ou Nulidade		 Gera Resilição ou Resolução
Extinção por causa anterior/concomitante ao contrato:
Rescisão: Causa da extinção do contrato já exisitia anteriormente à formação do contrato ou surgiu de forma concomitante ao mesmo (ex.: vícios do negócio jurídico)
Ineficácia: Causa concomitante ou anterior à formação do contrato que o torna ineficaz
Desconstituição: Contrato deve ser desconstituído JUDICIALMENTE
Extinção por causa posterior ao contrato:
Resilição ( Extinção pela VONTADE
Divide-se nos seguintes tipos:
Resilição Unilateral: Apenas uma das partes manifesta vontade em extinguir o contrato.
Nesta situação, a extinção é feita por denúncia, ou seja, uma notificação enviada à outra parte informando o interesse em resilir o contrato. Pode ser:
Denúncia Cheia: Apresenta motivos para a resilição ( Não caberá indenização à outra parte
Denúncia Vazia: Não apresenta motivos para a resilição ( Cabe indenização à outra parte
Ainda, verificam-se as seguintes modalidades de denúncia:
Despedida: Modalidade de denúncia para resilição de contratos que envolvem trabalho manual.
Revogação: Modalidade de denúncia para resilição de contratos unilaterais.
Renúncia: Resilição por abdicação do contrato.
Resilição Bilateral: Ambas as partes manifestam vontade em extinguir o contrato. Se dá por meio de distrato (documento onde ambas as partes assinam concordando em resilir)
Resolução (Art. 475 CC) ( Extinção pela impossibilidade do cumprimento.
Ocorre em situações onde uma causa superveniente torna o contrato impossível de ser cumprido. Essa causa superveniente pode ser:
Fator Imputável: Uma das partes deu causa ao evento que tornou o contrato impossível de ser cumprido
Fator Não Imputável: Nenhuma das partes deu causa ao evento que tornou o contrato impossível de ser cumprido.
- Revisão Judicial
O Código Civil de 2002 inovou ao introduzir no ordenamento jurídico o instituto da revisão judicial do contrato por onerosidade excessiva. Este dispositivo se mostra de acordo com o princípio da continuidade do contrato e do adágio “pacta sund servanda” (pactos devem ser cumpridos). 
Em resumo, o principal interesse do direito é o cumprimento do contrato atendendo às necessidades das partes e, sempre que possível, deve ser buscado (extinção do contrato sem cumprimento é exceção).
As teorias que fundamentam e contribuíram para a formação do instituto da revisão judicial são as seguintes:
Cláusula “Rebus Sic Standibus”
A cláusula “rebus sic stantibus” tem origem no direito romano e tratava-se de uma cláusula costumeira nos contratos firmados a esta época, apesar de não possuir previsão legal expressa. Sua tradução aproximada é “enquanto as coisas estão assim” 
Esta cláusula determinava que o contrato faria lei entre as partes e obrigaria os contratantes a seu cumprimento “enquanto as coisas estão assim” (ou “rebus sic standibus”). Assim, caso algum evento externo tornasse a prestação impossível de ser cumprida ou exigisse um sacrifício exorbitante de uma das partes, se permitia uma revisão para devolver o equilíbrio da relação contratual.
Destaca-se que a cláusula “rebus sic stantibus” não operava em casos fortuitos ou de força maior.
Teoria da Imprevisão
A cláusula “rebus sic stantibus” fundamentou o desenvolvimento posterior da Teoria da Imprevisão. Sua maior contribuição foi a inclusão dos casos fortuitos e de força maior como situações que ensejam uma revisão contratual.
A Teoria da Imprevisão também não encontra fundamento legal
Teoria da Onerosidade Excessiva
Finalmente, a Teoria da Imprevisão evoluiu ao que hoje é conhecida como Teoria da Onerosidade Excessiva. Sua previsão legal está nos arts. 478, 479 e 480 CC e 6º CDC.
Esta teoria originou novas figuras jurídicas, como: o contrato de execução continuada, conceitos de evento extraordinário e imprevisível; e a revisão judicial do contrato por onerosidade excessiva.
A revisão por onerosidade excessiva não caberá nos contratos aleatórios se a onerosidade tiver relação com o risco que baseia o contrato.
O Direito prefere a revisão judicial do contrato, visando seu cumprimento satisfatório do que a resolução sem cumprimento
- Violação Positiva
A violação positiva do contrato trata de hipóteses onde ocorre adimplemento do contrato no substancial, porém, deixando de verificar alguns deveres laterais conexos ao contrato (“adimplemento ruim”).
Os deveres laterais decorrem da boa fé objetiva, que deve reger todas as relações contratuais. Alguns deles são:
Cuidado
Respeito
Cooperação
Transparência
Informação
etc.
A violação de dever lateral independe da demonstração de culpa/dolo do agente (aproxima-se da responsabilidadeobjetiva)
Algumas espécies de violação positiva do contrato são:
“Venire contra Factum Proprium”
Esta espécie trata da vedação ao comportamento contraditório. Esta regra busca manter a ética e lealdade entre as relações jurídicas, punindo a quebra de confiança da outra parte, pela adoção de atitude contraditória ao que se fez esperar.
Esta espécie possui duas modalidades, as quais encontram-se intimamente relacionadas:
“Suprecio” : É a supressão, perda, de um direito devido a seu não exercício por um período de tempo prolongado. 
Este instituto se verifica quando o não exercício do direito se prolongue por um tempo tamanho que gere a justificada expectativa na outra parte de que este direito não mais se exigirá.
Não se confunde com a prescrição, que é a perda da pretensão ao exercício de um direito.
“Surrectio”: É o surgimento de um direito a alguém devido ao decurso do tempo. É o resultado da perda do direito pelo “suprecio”
“Exceptio Doli” (Excesso Doloso)
Se configura no exercício regular de um direito, porém, utilizado com a intenção de prejudicar terceiro
Cláusula de “Stoppel”
Trata-se da vedação ao comportamento contraditório em âmbito internacional, através de contratos internacionais.
“Duty to Mitigate Loss”
Literalmente, é o “dever de mitigar (reduzir) perdas”. Assim, as partes tem o dever de buscar evitar/reduzir prejuízos ao conduzirem suas relações contratuais.
Teoria do Substancial Adimplemento
Determina que, se o contrato já foi adimplido de maneira substancial, e ocorrer algum fato que dificulte/prejudique seu cumprimento total, as partes devem buscar uma solução alternativa que viabilize o adimplemento do contrato.
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