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O QUE É ILÍCITO MAS LEGAL

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“E todo o que eu gosto é ilegal, é imoral, ou engorda”
Roberto Carlos
O QUE É ILÍCITO, MAS LEGAL – AS DROGAS LÍCITAS
 O CIGARRO E O ÁLCOOL
Dentro do campo jurídico existem muitas leis que consideram lícitos certos hábitos e comportamentos que muitas vezes são prejudiciais ao indivíduo, mas que são considerados benéficos para a economia, sem nenhuma preocupação com os prejuízos que podem causar ao indivíduo ou a sociedade como o todo. A lei que legaliza drogas como cigarros e bebidas é um típico exemplo. É de conhecimento público que tanto cigarro como bebidas viciam e podem levar a óbito os seus dependentes, mas ainda assim é lícito utilizar estas duas drogas, pois há o aspecto econômico em jogo, logo a saúde fica em segundo plano.
O tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a principal causa de morte evitável no mundo. A organização estima que um terço da população mundial adulta, cerca de 2 bilhões de pessoas, sejam fumantes. Pesquisas comprovam que aproximadamente 47% de toda a população masculina mundial e 12% da feminina fumam.  A fumaça do cigarro tem mais de 4,7 mil substâncias tóxicas. O alcatrão, por exemplo, é composto de mais de 40 compostos cancerígenos. Já o monóxido de carbono (CO) em contato com a hemoglobina do sangue dificulta a oxigenação e, consequentemente, ao privar alguns órgãos do oxigênio causa doenças como a aterosclerose (que obstrui os vasos sanguíneos). A nicotina é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) droga psicoativa que causa dependência. Ela também aumenta a liberação de catecolaminas, que contraem os vasos sanguíneos, aceleram a freqüência cardíaca, causando hipertensão arterial.
O tabagismo está relacionado a mais de 50 doenças sendo responsável por 30% das mortes por câncer de boca, 90% das mortes por câncer de pulmão, 25% das mortes por doença do coração, 85% das mortes por bronquite e enfisema, 25% das mortes por derrame cerebral. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), todo ano mais de cinco milhões de pessoas morrem no mundo por causa do cigarro. E, em 20 anos, esse número chegará a 10 milhões se o consumo de produtos como cigarros, charutos e cachimbos continuar aumentando.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), vinculado ao Ministério da Saúde, o tabaco também tem relação com a impotência sexual e infertilidade masculina, pois, segundo estudos, prejudica a mobilidade do espermatozóide. Os mesmos prejuízos também são atribuídos ao cachimbo e ao charuto. Apesar de não serem tragáveis, possuem uma concentração de nicotina maior, que é absorvida pela mucosa oral. Não só o fumo ativo, mas o passivo também aumenta os riscos de doença. Sete não fumantes morrem por dia em consequência do fumo passivo. O tabagismo passivo aumenta em 30% o risco para câncer de pulmão e 24% o risco para infarto. 
No Brasil, as medidas de controle do tabagismo adotadas nos últimos 20 anos, já se traduzem em redução significativa da prevalência de tabagismo e de doenças relacionadas. Por outro lado, a produção de fumo tem aumentado e o Brasil é hoje o 3º maior produtor e o maior exportador. O controle da cadeia produtiva de fumo por grandes transnacionais de tabaco, além de aumentar o poder de interferência dessas na política nacional de controle do tabaco, traz para o Brasil uma obrigação a mais, que é salvaguardar os pequenos agricultores brasileiros e suas famílias que se dedicam a essa atividade do impacto esperado com o alcance dos objetivos da Convenção no mundo. Essa obrigação se expressa no Artigo 17 da Convenção-Quadro para Controle do Tabaco, que diz o seguinte:
Artigo 17 Apoio a atividades alternativas economicamente viáveis: As Partes, em cooperação entre si e com as organizações intergovernamentais internacionais e regionais competentes promoverão, conforme proceda, alternativas economicamente viáveis para os trabalhadores, os cultivadores e, eventualmente, os varejistas de pequeno porte.
Já o álcool, é consumido praticamente em todo o mundo e, globalmente, estima-se que indivíduos com idade média de 15 anos ou mais, consumiram em média 6,2 litros de álcool puro, apenas no ano de 2010. O Relatório Global sobre Álcool e Saúde da OMS lançado em 2011 diz que, o consumo excessivo de álcool, definido como uma ingestão excessiva ao ponto de causar danos na saúde e ter consequências na vida social, é a causa de morte de 2,5 milhões de pessoas, anualmente, está na origem de doenças e de lesões em muitas mais e cada vez mais afeta gerações mais jovens e consumidores de países em desenvolvimento.
O consumo nocivo de álcool tem muitas implicações na saúde pública. Cerca de 4% do total de mortes em todo o mundo estão relacionadas com o consumo nocivo de álcool. A maioria das mortes relacionadas com o álcool é provocada por ferimentos, cancro, doenças cardiovasculares e cirrose hepática. Em todo o mundo, 320 mil jovens com idades entre os 15 e os 29 anos morrem anualmente de causas relacionadas com o consumo excessivo de álcool, o que representa 9% das mortes ocorridas naquele grupo etário.
Muito poucos países utilizam políticas eficazes para prevenir a morte, doenças e lesões resultantes do consumo de álcool, afirma o relatório. As restrições na comercialização de álcool e na condução sob efeitos do álcool aumentaram, mas ainda não há indícios claros sobre medidas mais preventivas. A estratégia global para reduzir o uso nocivo de álcool, aprovado pelos Estados-Membros da OMS em Maio de 2010, promove uma série de medidas de comprovada eficácia para reduzir os efeitos nocivos do álcool. Estas incluem a tributação sobre o álcool para reduzir o consumo, a redução da disponibilidade, diminuindo os postos de venda, o aumento da idade mínima dos compradores e o uso de medidas eficazes no que toca à condução sob o efeito de álcool. A estratégia global promove ainda a intervenção dos serviços de saúde, no sentido de alterar padrões de consumo perigosos e tratar os distúrbios associados ao consumo de álcool, a regulação ou proibição de venda de bebidas alcoólicas e a realização de campanhas educativas e de informação de apoio às medidas políticas. 
No Brasil, algumas leis federais propõem ações regulamentatórias relacionadas às bebidas alcoólicas. Entre elas destacam-se a proibição da venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos (artigo 243 do Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei 8.069/90 e Lei das Contravenções Penais, artigo 63) e a legislação do Código Brasileiro de Trânsito (artigo 165), que considera como infração gravíssima dirigir alcoolizado com níveis de álcool superiores a seis decigramas por litro de sangue. O condutor fica sujeito à multa, suspensão do direito de dirigir, retenção do veículo e recolhimento da sua carteira de habilitação.
Reconhecendo que nenhuma política é efetiva, a menos que seja fiscalizada permanentemente, estudo nacional mostrou que menores de idade de 13 a 17 anos conseguiram facilmente comprar bebidas alcoólicas em diferentes tipos de estabelecimentos. Sem multa e fiscalização adequada, dificilmente poderia haver condições de se promover uma melhora nesta situação. O que funciona realmente é a certeza de que uma determinada infração será punida. 
Tanto o tabagismo como o álcool matam mais do que a AIDS e outras sérias doenças juntas.
Ainda assim, tais drogas são consideradas lícitas. Imagine o tanto de vidas e de famílias que não seriam desfaceladas se não fosse legalizado o consumo de cigarro e bebida. No entanto, mesmo que não fossem legalizados, haveria consumo do mesmo jeito como acontece com a maconha, cocaína e tantas outras drogas que vem alimentando a criminalidade no Brasil e no mundo e destrói vidas de milhares de jovens e famílias todos os anos. 
É importante fazer uma reflexão a respeito do que é legal, mas ilícito porque muitas vezes o dinheiro fala mais alto do que a própria vida humana, nesta sociedade onde o capitalismo impera de maneira selvagem e muitas vezes desumana.

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