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princípios da socialidade, da eticidade e da operatividade

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1- Discorra sobre os princípios da socialidade, da eticidade e da operatividade, que informam o código civil de 2002.
Princípio da sociabilidade - é aquele que impõe prevalência dos valores coletivos sobre os individuais, respeitando os direitos da pessoa humana. Ex: princípio da função social do contrato, da propriedade. A finalidade do princípio da socialidade é afastar a aplicação do Direito Civil às relações dos particulares. Em suma: o princípio da socialidade objetiva afastar a visão individualista, egoística e privatística do Código Civil de 1916, ou seja, as leis servem para organizar e pacificar a sociedade, sempre encontrar solução para os conflitos e desavenças sociais pensando incessamente no coletivo.
Princípio da eticidade - Como diz o nome, são os princípios advindos da ética, aquele que impõe justiça e boa-fé nas relações civis. No contrato tem que agir de boa-fé em todas as suas fases (boa-fé, quer dizer, sem qualquer intenção escondida ou sem intenção de enganar), para que desta forma não haja prejuízo de nenhuma das partes, pois é na boa-fé objetiva que encontramos outros valores como, por exemplo, os deveres de cooperação, de informação e de proteção, entre as partes. O novo código civil, esta recheado de artigos que tratam da boa-fé, bons costumes, moral e ética. E, é justamente o princípio de eticidade, que permite que as normas jurídicas abertas, possam ser interpretadas com mais liberdade.
 - O artigo 113, fala da boa-fé dos negócios jurídicos e o artigo 128 Fala que com a condição resolutiva, o negócio será extinto, mas não terá efeitos aos negócios já praticados de acordo com o princípio da boa-fé;
 - O artigo 164, se os negócios com referência a “estabelecimento mercantil, rural, ou industrial, ou à subsistência do devedor e de sua família” presume-se de boa-fé e terão validade jurídica;
 - O artigo 187, diz que de acordo com a boa-fé ou os bons costumes, se o possuidor do direito cometer excesso ao exercê-lo cometerá ato ilícito.
 - O artigo 309, diz que será válido o pagamento se o devedor estando de boa-fé, pagar erroneamente a credor putativo;
 - O artigo 689, diz que no caso de um dos contratantes ignora a respeito da morte do outro, os atos praticados com aquele, se de boa-fé são plenamente válidos;
 - O artigo 1.638 se o pai ou a mãe praticar atos imorais e contrários aos bons costumes, com aquele que estiver sobre o seu pátrio poder, perderá o pátrio poder.
Princípio da operabilidade - O princípio da operabilidade tem a finalidade de tornar o direito mais prático. É aquele que impõe soluções viáveis, operáveis e sem grandes dificuldades na aplicação do direito. A regra precisa ser aplicada do modo mais efetivo, mais simples e menos complexo possível. Reale (2000, p. 1), diz que a característica do princípio da operabilidade, conforme os ensinamentos de Jhering é a sua realizabilidade, ou seja, é a sua execução, pois o direito foi feito para ser executado. Os aplicadores do direito precisam aplicá-lo aos casos concretos “[...] é indispensável que a norma tenha operabilidade, a fim de evitar uma série de equívocos e de dificuldades, que hoje entravam a vida do Código Civil”. 
Resumidamente, o princípio de operabilidade vem com a ideia de possibilitar, operacionar e simplificar a interpretação dos artigos, para que haja facilidade em aplicar o Código na prática.
2- Conceitue a Ontognoseologia Jurídica de Miguel Reale.
 Fundada pelo professor e jurista Miguel Reale, a ontognoseologia engloba também os conceitos do Culturalismo, a experiência e a história.
Para compreender a ontognoseologia, precisamos entender que Reale considera o ser humano como um ser que existe no mundo e assim faz experiência de si e do mundo. Desse modo, constitui esse raciocínio como a Teoria Geral da Experiência, onde o ser e o conhecer se concretizam.
Esses princípios correlacionam um sujeito e um objeto como termos que se complementam reciprocamente, dessa forma se conduzem à concepção tridimensional jurídica, que se fundamenta afirmando que o direito deve ser concebido por meio de normas, fatos e valores.
Por conseguinte, por meio desta teoria jurídica, Reale demonstra um vínculo entre a dimensão ontológica (fato que revela o ser jurídico), a dimensão axiológica (que valora o ser jurídico) e a dimensão gnosiológica (que dá forma normativa ao ser jurídico).
3- Diferencie conceito legal indeterminado, cláusula geral e princípio.
Denomina-se conceito jurídico indeterminado, quando palavras ou expressões contidas numa norma são vagas e imprecisas, de conteúdo e extensão fluídos e vagos. Um exemplo é o art. 581 do Código Civil. Nesse dispositivo a lei assevera que o comodante (ex: quem empresta um imóvel) pode pedir a coisa de volta caso haja “necessidade imprevista e urgente”, reconhecida pelo juiz. Sendo assim, confere ao juiz margem de liberdade para verificar, no caso concreto, se aplica ou não o comando legal incidente. 
Note que a norma citada já traz a solução que o juiz deve dar ao caso concreto, caso a sua hipótese de incidência ocorra no mundo fenomênico. Ou seja, a lei enuncia o conceito indeterminado e dá as consequências dele advindas. 
Cláusulas gerais são normas com condutas indeterminadas, que não trazem expressamente uma solução jurídica, cabendo ao juiz criar a solução adequada ao caso concreto.
Quando se fala em princípio no Direito, ou seja, como norma jurídica, este tem a finalidade de organizar o sistema agindo como liame, como ligação do conhecimento jurídico com a finalidade de atingir os fins desejados. O princípio é norma de conduta e deverá ser aplicado quando houver uma norma positiva específica, pois em caso contrário caracterizaria uma ofensa ao Estado de direito. Desta forma o princípio saiu do abstrato para o concreto.
Dos princípios que norteiam o Novo Código Civil, temos três principais que surgiram com a edição do Código de 2002, assim destacados: Princípio da Eticidade, da Socialidade e da Operabilidade. Esses princípios não são trazidos de forma explicita na constituição federal, mas como todo princípio, eles também são de fundamental importância para que se mantenha o estado democrático de direito e se preserve os direitos humanos fundamentais. 
Referências 
https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/24493/quais-sao-os-principios-norteadores-do-codigo-civil-de-2002-ciara-bertocco
https://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=10417
https://jus.com.br/artigos/9221/os-principios-da-eticidade-da-socialidade-e-da-operabilidade-no-codigo-civil-de-2002
https://cultura.revues.org/1037
https://jcconcursos.uol.com.br/portal/noticia/educacao/artigo-wander-concursos-exame-de-ordem-49247.html
https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/959725/qual-a-diferenca-entre-clausula-geral-e-conceito-juridico-indeterminado-fernanda-braga

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