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A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NA ESCOLA

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1 A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NA ESCOLA
	
A afirmação de que a presença da família na Escola é essencial para o rendimento escolar dos estudantes não é nova. Entretanto, por mais que essa discussão seja corrente no âmbito educacional e acadêmico, isso ainda se constitui como um grande desafio. Portanto, nesta seção, discorreremos sobre esta temática, ainda tão necessária.
Compreendemos que a demonstração de interesse pela vida estudantil dos filhos é fundamental para o sucesso de sua aprendizagem destes, uma vez que, ao perceberem o interesse de seus familiares, no que se refere às suas experiências de âmbito escolar, os aprendizes sentem-se valorizados, com boa autoestima e, por conseguinte, desenvolvem-se com mais autonomia e autoconfiança. Como podemos observar nos postulados de Souza (2009, p. 15),
É indispensável à participação da família na vida escolar dos filhos, pois crianças que percebem que seus pais e/ou responsáveis estão acompanhando de perto tudo o que está acontecendo, que estão verificando o rendimento escolar – perguntando como foram às aulas, questionando as tarefas etc. – tendem a se sentir mais seguras e, em consequência dessas atitudes por parte da família, apresentam melhor desempenho nas atividades escolares.
Quando nos referimos a essa presença da família na escola, não estamos nos referindo apenas ao fato dos pais estarem visitando os ambientes escolares de seus filhos, mas de criar em seu ambiente familiar, ou seja, em suas casas, essa atmosfera de interesse e participação efetiva na vida de seus filhos. 
Além disso, sabemos que a família é a cédula mãe da sociedade, bem como é a primeira organização social ao qual o indivíduo faz parte, antes do início de sua escolaridade. Nesse contexto, percebe-se que ela possui um papel decisivo na educação formal e informal de seus membros, uma vez que, esta pode refletir sobre os problemas da sociedade, repassar os valores éticos e humanitários, que aprofundam os laços sociais. Em outras palavras, o bom relacionamento familiar, uma boa educação familiar pode ser um ponto de partida muito positivo para o sucesso escolar de um sujeito. Nesse contexto, entende-se que,
A educação constitui uma das componentes fundamentais do processo de socialização de qualquer indivíduo, tendo em vista a integração plena no seu ambiente. A escola não deveria viver sem a família nem a família deveria viver sem a escola. Uma depende da outra, na tentativa de alcançar um maior objetivo, qualquer um que seja, porque um melhor futuro para os alunos é, automaticamente, para toda a sociedade (PICANÇO, 2012, p. 23)
 
Entende-se, também, que o convívio na escola significa uma ampliação na esfera de relações dos educandos, tendo em vista que é lá, onde a criança conhecerá outras crianças com as quais deverá compartilhar uma parte da sua vida, além de estabelecer relações com adultos que não pertencem à sua família. Acompanhar o crescimento educacional dos filhos aumenta suas habilidades sociais e diminui a chance de problemas comportamentais.
Vale ressaltar que a escola não deve ser apenas um lugar de aprendizagens, mas também de afetividade e conscientização sobre problemas que afligem a sociedade, a exemplo dos problemas ambientais do planeta, sobre a importância do grupo social, sobre questões afetivas e respeito ao próximo nas relações humanas etc. Na escola também se pode (e deve) fortalecer as relação família/escola, na qual o “educador/professor se esmera em considerar o educando, não perdendo de vista a globalidade da pessoa, percebendo que, o jovem, quando ingressa na rede escolar, não deixa de ser filho, irmão, amigo, etc.” (PICANÇO, 2012)
Entretanto, alguns autores chamam a atenção para o fato de que algumas famílias, na atualidade, abdicam do seu papel formador. Nesse sentido, Esteves (1999) afirma que quando isso não ocorre, ou seja, quando a família renuncia às suas responsabilidades no âmbito educativo, passa a exigir que a escola preencha as lacunas que estas não conseguem preencher, ocasiona, um cenário bem distinto ao que colocamos anteriormente, ou seja, o que se vê hoje são crianças chegando à escola e desenvolvendo suas atividades escolares sem qualquer apoio familiar (SOUZA, 2009, p. 15) e muitas delas com problemas de convivência com os colegas, agravados pela violência e indisciplina.
2 FAMÍLIA E ESCOLA: UMA PARCERIA QUE DÁ CERTO
Discutimos, na seção anterior, o quanto é importante a presença dos pais na Escola, bem como a relevância de se criar no ambiente doméstico uma espécie de complementação colaborativa para haja uma formação adequada para os indivíduos, bem como um correto acompanhamento da vida escolar dos seus filhos. 
Sabemos que a família é um espaço sócio-cultural que alicerça a formação do indivíduo enquanto sujeito social, bem como que a Escola é responsável pela construção de uma educação construtiva, que proporciona ao indivíduo o exercício da plena cidadania. Nesse sentido, a relação que se dá entre esses dois ambientes históricos e cotidianos, favorecem a formação integral do cidadão e da cidadã. Como afirma Pereira (2008, p.29), 
O desenvolvimento da criança deve ser compreendido de forma holística e a compreensão das diferenças individuais no desenvolvimento saudável e patológico implica a consideração das transações que ocorrem ao longo do tempo entre indivíduo e contextos sociais e ecológicos. Segundo esta autora o contexto é constituído por diferentes níveis, uns mais próximos e outros mais distantes, que sofrem influências múltiplas entre si.

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