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ESQUEMA DE DIÉRESE

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DIÉRESE
1- Definição
É a secção de tecidos orgânicos, acidental ou cirúrgica; manobra instrumental e/ou manual que o cirurgião realiza para dividir os tecidos como via de acesso aos planos mais profundos. 
Do grego diaíresis ( divisão;
dia ( à parte + haireo ( tomar.
2- Classificação das diéreses, métodos (tipos) e instrumentos utilizados:
a) Classificação segundo a maioria dos autores:
	* D. cruenta ( Causa sangramento
	* D. incruenta ( Causa pouco ou quase nenhum sangramento
b) Métodos (tipos) de diérese cruenta e instrumental utilizado:
Tipos e Definição		Instrumental
Curetagem -------------------	Cureta
Desbridamento --------------	Tesoura ou bisturi
Escarificação ---------------- 	Lâmina de bisturi, da tesoura, pinça com gaze
Exérese ou ressecção ------ 	Bisturi, tesoura, fio de sutura (rim)
Punção -----------------------	Trocáter, agulha, instrumento punctório
Punço-incisão ---------------	Instr. Perfuro-cortante, lanceta, bisturi
Incisão ------------------ -----	Bisturi, tesoura
c) Métodos (tipos) de diérese incruenta e instrumental utilizado:
Tipos de Definição		Instrumental
Arrancamento--------------------	Manual, causa rompimento, cuidado com vaso
Descolamento ou divulsão ----	Tesoura romba ou com os dedos (digital)
Esmagamento linear ------------	Turquêz, emasculador, ligaduras, angiotribo
Bisturi elétrico ------------------	Aparelho próprio, diér. térmica, por calor
Criobisturi -----------------------	Diér. térmica pelo frio, resfriamento pelo nitrogênio líquido
Raios laser -----------------------	Diér. com ondas luminosas, em raios infravermelhos concentrados e de alta potência
d) Incisão:
Definição: Solução de continuidade, produzida nos tecidos com instrumento cortante, com a finalidade de permitir a visualização do campo operatório e o acesso aos planos mais profundos, feita com o bisturi e a tesoura, sempre em sentido direto e exato.
Classificação das incisões:
* Quanto a linha de incisão, ou quanto ao sentido:
	** Simples – em um só sentido, uma só manobra: 
		-Reta 			-Curva
		-Extensão: 
			Longa, grande, ou magistral longa 
			Curta, pequena, ou magistral breve
		-Profundidade:
			Superficial, ou Profunda
	** Compostas ou combinadas: duas ou mais incisões simples, duas ou mais manobras, dois ou mais sentidos, combinação de reta e curva.
		-Formas: V T X U Z + L H D ...
* De um modo geral, as incisões podem ser:
	** Em relação a posição no plano: 		
- Longitudinal		- Transversal
		- Vertical			- Horizontal 	
		- Oblíqua
	** De acordo com a direção, ou o sentido: 
		- Da esquerda para a direita
		- Da direita para a esquerda
		- De cima para baixo
		- De baixo para cima
		- Ante-si e contra-si
3- Exemplos de diferentes tipos de diérese, nos diferentes tecidos, órgãos e cavidades
a) Curetagem ( nas feridas ulcerosas; em obstetrícia, para a retida de restos placentários; em otohematomas graves, etc.
b) Desbridamento ( na retirada de bridas resistentes, como nos tumores malignos; na cicatrização grosseira, com aderências.
c) Escarificação ( no tratamento do coto uterino; para o reavivamento da borda da ferida contaminada; no fleimão; em raspados de pele com fins diagnósticos; otohematomas recentes, úlceras de córnea
d) Exérese ou ressecção ( remoção de tumores; remoção de sacos herniários; remoção da cadeia mamária; nefrectomias parciais ou totais; lobectomias pulmonares; esplenectomias; colecistectomias; nas gastrectomias parciais, nas remoções de parte do intestino; amputação de membro; caudectomias, etc.
e) Punção ( cistocentese, rumenocentese, flebocentese, toracocentese, abdominocentese, etc.
f) Punço-incisão --- otohematomas; abscessos; com fins de drenagem posterior.
g) Incisão( dermotomias, nas fáscias musculares, neurotomias, miotomias, tenotomias (tendões), desmotomias (ligamentos), otohematomas, dercornas, ectrópio, entrópio, blefaroplastias, toracotomias, laparotomias, cistotomias, osteotomias, acrotomias, etc.
h) Arrancamento --- orquiectomias de bovinos e suínos jovens (“cirurgiões práticos”), fleborréxe, neurorréxe.
i) Divulsão --- deslocamento de tecido tumoral, benígno ou não, aderências entre os órgãos, remoção de saco herniário, lobectomia pulmonar (por segmentos), separação de camadas musculares.
j) Esmagamento linear--- orquiectomias em bovinos e ovinos (com turquez), ovariectomias das grandes fêmeas (com emasculador), caudectomias de ovinos, corte do cordão testicular e esmagamento do côto nos grandes machos, corte do cordão umbilical.
k) Bisturi elétrico --- extirpação de tumores venéreos no cão, papilomatoses, neoplasias cutâneas, toracotomias, cirurgias cardíacas, etc.
l) Criocirurgia (criobisturi) --- remoção do cristalino, em cirurgias oftálmicas, neurocirurgia, descolamento da retina.Raro pelo alto custo.
m) Raios laser ---nas cirurgias oftálmicas, na escarificação da córnea para tratamento de miopia; remoção do cristalino. Raro pelo alto custo.
4- A Manipulação Delicada dos Tecidos:
a) Normas para que os tecidos sofram o menor traumatismo:
	* Lâmina perpendicular ( evita o biselamento, o corte em bisel; auxilia na síntese e na cicatrização.
	* Incidir de uma só vez, a um só tempo ( evita o bifamento.
	* Incidir só o tecido necessário ( para não lesionar outros.
	* Seccionar sem trocar a direção do corte planejado ( evita cortes inúteis; ao atingir planos profundos, evitar a formação de espaço morto.
	* Determinar sempre um plano a atingir ( evita a morte tecidual desnecessária, o maior traumatismo cirúrgico.
b) Normas práticas para as incisões:
	* Firmar, tensionar a pele com os dedos ou as mãos, para não correr a lâmina ou ficar torta a incisão.
	* Fazer a incisão paralela às fibras musculares, vasos, nervos e tendões, preferencialmente.
	* Em tumores, tomar a direção do eixo longitudinal maior.
	* Fazer a incisão de uma só vez, plano por plano, realizando a hemostasia, para melhor visualização da região.
c) Incisões em tecidos duros: são as realizadas nos ossos, tecidos córneos, duros ( nas amputações; nas coletas de materiais ósseos; nas clasias, para modificar a postura; nas descornas, nas amputações parciais de cascos, etc. Como instrumentos utilizados, temos as serras, as cizalhas, o costótomo, os trépanos, os perióstomos, as curetas ósseas, os osteótomos, as pinças goiva, etc
d) Incisões nos tecidos moles: usamos o bisturi e a tesoura; o bisturi é mais perigoso, mais radical; cuidado com hemorragias e morte desnecessária de células; só deve ser usado na pele, em fáscias musculares, em bridas resistentes, e no “pique” para abrir cavidade. A tesoura é usada para os demais planos, tecidos e órgãos; tem participação mais ativa na cirurgia; é menos perigosa e oferece maior segurança; se o tecido estiver intacto, levantá-lo com a pinça, fazer um “pique”com o bisturi e seguir a incisão com a tesoura; se já tiver sido incidido, continuar com a tesoura; não fechar totalmente os ramos da tesoura quando cortar o tecido. Cuidado com o bisturi elétrico, para evitar as queimaduras excessivas nos tecidos circunvizinhos.

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