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DOCENTE:MAYARA SANTOS
DISCENTE:PRISCILA ROCHA DA CONCEIÇÃO
FICHAMENTO
SALVADOR 2019
Historico da Educação Alimentar e Nutricional no Brasil 
Referências
SANTOS, L.A.S. Educação alimentar e nutricional no contexto da promoção de práticas alimentares saudáveis. Revista de Nutrição, São Paulo, vol. 18, n. 5, p.681-692, 2005.
BOOG, M. C. F. Educação nutricional: passado, presente e futuro. Rev Nutr. Campinas, v.10, n.1, p.5-19, 1997.
Disponível em:http//dab.saude.gov.br/ape promocaodasaude 
Acesso em: 27/03/2019
Disponível:/Users/DISKTOK/Downloads/ligia_amparo_ean_18112010%20 (1).pdf. Acesso em 28/03/2019
Educação Alimenter e Nutricional no Brasil
Década de 30 a 40 Surge o interesse pela Educação Alimentar e Nutricional
Diante da diversidade, amplitude e complexidade dos cenários que compõem a historiografia da alimentação e nutrição em nosso país, objeto de muitas contribuições, focalizamos os marcos mais expressivos que, a nosso ver, influenciaram e balizaram a concepção e a implementação de algumas propostas inovadoras, a partir da década de 30. Nessa época, adquire ressonância a realização no Recife, em 1933, do inquérito promovido por Josué de Castro, com o patrocínio do Departamento de Saúde Pública de Pernambuco, sobre "as condições de vida das classes operárias", revelando a ocorrência de déficit calórico e de nutrientes, estudo que foi aprofundado em 1935 com o apoio do Departamento Nacional de Saúde Pública, e motivou o desenvolvimento de novas pesquisas, a partir de 1936, acerca da situação alimentar em Pernambuco, entre as quais destaca-se a conduzida por Lima et al.2 em populações faveladas.
 No Brasil, o interesse pela Educação Nutricional surgiu nos anos quarentas, período em que gozou de status privilegiado e era vista como um dos pilares dos programas governamentais de proteção ao trabalhador. Ela nasceu com a perspectiva de ser uma alavanca que determinaria mudanças significativas nas condições de alimentação da população trabalhadora (CASTRO & PELIANO, 1985).
Educação alimentar e nutricional se fundamentou no MITO DA IGNORÂNCIA, fator considerado como determinante da fome e da desnutrição na população de baixa renda - o grupo destinatário dessas ações educativas.
 [...] a consciência nacional para o angustiante problema da nutrição e, mais do que isto, suas implicações para o processo produtivo.
Sugiu o Serviço de Alimentação da Previdência Social (SAPS) - organismo subordinado ao Ministério do Trabalho.
...Assim, em abril de 1938, com o Decreto-Lei nº 399 foi aprovado o salário mínimo, cujos valores foram fixados em 1º de março de 1940 pelo Decreto-Lei nº 2162, iniciativa que, à época, iria beneficiar 58% da população assalariada.4 Contemporânea a esse fato marcante foi a criação do Serviço de Alimentação da Previdência Social (SAPS), pelo Decreto-Lei nº 2478, de agosto de 1940, com finalidades mais amplas: propiciar instalações e as condições para a alimentação adequada dos trabalhadores, fornecer os alimentos a preços acessíveis, capacitar pessoal para as atividades de nutrição e promover a educação alimentar, que não se restringia aos operários e alcançava a família dos mesmos, mediante visitas realizadas pelas visitadoras de alimentação.5 O SAPS foi objeto de reorganização em 1941 e em 1942, sendo extinto em dezembro de 1967. Dois outros organismos nasceram na década de 40: em 1944, o Instituto Técnico de Alimentação (ITA), subordinado à Coordenação de Mobilização Econômica, que em 1946 é transformado em Instituto Nacional de Nutrição da então Universidade do Brasil; em fevereiro de 1945, pelo Decreto-Lei n. 7328, é criada junto ao Conselho Federal de Comércio Exterior a Comissão Nacional de Alimentação (CNA), transferida em 1949 para o Ministério da Educação e Saúde, investida em abril de 1951 nas funções de Comitê Nacional da Food and Agriculture Organization (FAO) e, em agosto de 1951, incumbida de assistir o governo na formulação da política nacional de alimentação, sendo extinta em 1972, quando da criação do Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição (INAN). Em 1956, Nelson Chaves fundou o Instituto de Nutrição, atualmente Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Pernambuco, e advogava o fortalecimento do tripé nutrição/saúde/educação, objetivando compreender a realidade social nordestina e encontrar soluções para a reconstrução dessa realidade.
Década de 50 
Nas décadas de cinqüenta e sessenta, vimos a Educação Nutricional ligada às campanhas que visavam à introdução da soja na alimentação. Privilegiava-se o interesse econômico, por ser a soja um produto de exportação, em detrimento da preferência nacional pelo feijão. Nesse período a educação se voltava também para a utilização dos produtos obtidos mediante o convênio MEC/USAID (CASTRO & PELIANO, 1985).
Década de 60 
 Durante a década de sessenta, as publicações no Brasil sobre o assunto ficaram restritas a materiais de divulgação como folhetos ou livretos destinados ao público. Nessa época os Centros de Aprendizado Doméstico do Serviço Social da Indústria (SESI) já realizavam periodicamente cursos de educação alimentar, que existem até os dias de hoje.
Regime militar
 Após a instauração do regime militar em 1964, as políticas de alimentação no I e II Planos Nacionais de Desenvolvimento foram norteadas pelo pensamento técnico-científico. As medidas adotadas privilegiaram a suplementação alimentar, a racionalização do sistema produtor de alimentos e as atividades de combate às carências nutricionais específicas (L’ABBATE, 1989).
Década de 70
A década de setenta trouxe outras modificações nesse cenário. Trabalhos realizados por economistas (ALVES, 1977), e sobretudo o Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF), mostraram que o principal obstáculo à alimentação adequada era a renda, e que somente transformações estruturais no modelo econômico teriam efetivamente poder de resolutividade frente aos problemas alimentares. Em decorrência disso, como muito bem referem CASTRO & PELIANO (1985), o binômio alimentação/educação foi substituído pelo binômio alimentação/renda, e os programas de educação alimentar partem para o “exílio”.
Nesse período chegou a prevalecer uma rejeição à Educação Nutricional, quando ela foi acusada de ser uma estratégia para ensinar o pobre “como apertar o cinto sem doer” e “comer cascas de batata, ratos ou outros alimentos disponíveis e de alto teor nutricional” (VALENTE, 1986), o que levou a Educação Nutricional a permanecer ausente dos programas de Saúde Pública durante duas décadas. Entretanto, ela continuou a existir na prática profissional dos nutricionistas, pois a necessidade de tratamento para várias enfermidades existe independentemente do modelo econômico, e para muitas delas a Dietoterapia é requerida como tratamento básico ou coadjuvante…
Programa de Alimentos Básicos em Áreas de Baixa Renda (PROAB), que abastecia os pequenos varejistas de áreas carentes, com alimentos básicos e preços reduzidos;
Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), criado em 1977, sob a coordenação do Ministério do Trabalho, que mediante incentivo fiscal, possibilitava às empresas fornecer refeições aos trabalhadores.
Década de 80
…Após apreciação pelo Conselho Deliberativo do INAN, em maio de 1981, o anteprojeto do III PRONAN foi encaminhado à instância superior para aprovação, a qual não ocorreu e os programas do II PRONAN continuaram a ser executados, com perda acentuada da sua importância. Em 1985, o Programa de Nutrição em Saúde (PNS) do INAN passa a se denominar Programa de Suplementação Alimentar (PSA) e em 1986, pelo Decreto-lei n. 93.120, é regulamentada a implantação do Programa Nacional do Leite para Crianças Carentes (PNLCC), ligado à Presidência da República, os quais praticamente foram desativados em 1992.14 A progressiva debilitação dos programas a cargo do INAN conduziu à sua extinção em julho de 1997,… no âmbito da Secretaria de Políticas de Saúde, e com a extinção dessa Secretaria, a ATAN ficou no Departamentode Atenção Básica da Secretaria de Assistência à Saúde, passando a denominar-se Coordenação Geral da Política de Alimentação e Nutrição (CGPAN). 
Década 90
…Nesse texto, aprovado pela Portaria n. 710, de junho de 1999, do Ministério da Saúde, está explícito que essa Política integra a Política Nacional de Saúde e inserese, ao mesmo tempo, no contexto da Segurança Alimentar e Nutricional. Os componentes dessa Política revelam o intuito de garantia do direito humano à alimentação e nutrição, bem como denotam que as práticas para alcançá-lo extrapolam os limites do setor saúde e implicam ampla articulação com outros setores governamentais e segmentos da sociedade e do setor produtivo.8 A outra proposição, em agosto de 2001, a criação do Bolsa Alimentação, substituiu as ações promovidas sob o rótulo de Incentivo ao Combate às Carências Nutricionais (ICCN) …
…A VIII Conferência Nacional de Saúde, em 1986 em Brasília, cujas recomendações conduziram à aprovação da Lei Orgânica da Saúde (Lei n. 8080/90), criando o Sistema Único de Saúde e contemplando a estruturação de Comissões Permanentes, entre elas a Comissão Intersetorial de Alimentação e Nutrição do Conselho Nacional de Saúde;6 b) a I Conferência Nacional de Alimentação e Nutrição em Brasília, como desdobramento da VIII Conferência Nacional de Saúde, que propôs a criação de um Conselho Nacional de Alimentação e Nutrição (CNAN) e de um Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional…
Direito a alimentação
Art.3º A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros,a alimentação,a moradia,o saneamento básico,o meio ambiente,o trabalho,a renda,a educação,o transporte,o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais;os níveis de saúde de população expressam a organização social e econômia do País.
Anos 2000
No âmbito das políticas públicas, a EAN tem sido alvo de debates na busca de concebê-la como uma ação governamental, particularmente a partir dos meados dos anos 2000
 Em janeiro de 2003, iniciando-se um novo período governamental, as ações relacionadas à segurança alimentar são colocadas no centro de uma política de desenvolvimento, objetivando garantir quantidade, qualidade e regularidade no acesso à alimentação para toda a população brasileira. Essa iniciativa tomou por base os estudos do Instituto da Cidadania,19 sendo aprovado o Programa Fome Zero…
Em 2006 e 2008 dos I e II Fórum de Educação Alimentar e Nutricional para a Promoção da Saúde e Direito Humano à Alimentação Adequada com objetivo discutir o tema da EAN “como processo e ferramenta fundamental para a Promoção da Saúde” e, “as atuais práticas de educação em saúde e o uso de métodos e técnicas de EAN como estratégia de promoção da alimentação saudável, saúde e constituição da cidadania dos sujeitos, contribuindo para o seu empoderamento no cuidado com a própria saúde.
Art.6º São dieitos sociais a educação,a saúde,a alimentação,o trabalho,a moradia,o transporte,o lazer,a segurança,a previdência social,a proteção á maternidade e a infância,a assistência aos desamparados,na forma desta Constituição.
A educação alimentar e nutricional (EAN) se configura como um campo de conhecimento e prática contínua e permanente, intersetorial e multiprofissional, que utiliza diferentes abordagens educacionais. São ações que envolvem indivíduos ao longo de todo o curso da vida, grupos populacionais e comunidades, considerando as interações e significados que compõem o comportamento alimentar. 
A EAN no campo das políticas públicas esta ligada:
POLITICA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃ O E NUTRIÇÃO
SISTEMA NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR
 PROGRAMA NACIONAL DE SAÚDE ESCOLAR
 POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE
 ESTRATÉGIA GLOBAL DE PARA PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE 
 ESTRATÉGIA FOME ZERO E ETC…
Lançado em 2012, o Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas tem o objetivo de criar um campo comum de reflexão e orientação da prática, dentro do conjunto de iniciativas de Educação Alimentar e Nutricional (EAN). A ideia é que tenham origem, principalmente, na ação pública, contemplando os diversos setores vinculados ao processo de produção, distribuição, abastecimento e consumo de alimentos.
Resumo
Educação alimentar e nutricional no brasil
O interesse pela educação alimentar nutricional no brasil surgiu nas décadas de 30 e 40 começou uma preocupação com o estado nutricional da classe operária propondo mudança nas condições de alimentação dessa população. A EAN estáva ligada à doença porque indivíduo tinha agravos à saúde porque não se alimentava bem o que fundamental o mito da ignorância onde o indivíduo não se alimentava adequadamente porque ele não sabia o porquê ele não tem informação, por isso o alto índice da fome e desnutrição da população pobre. O pensamento era quanto mais saudável o trabalhador for mais produtivo ele será o objetivo da educação alimentar e nutricional era orientar os indivíduos a terem uma alimentação adequada não só a quantidade mas a importância nutricional daí surge o Serviço de Alimentação da Presidência Social (SAPS) e são aprovada a partir daí várias leis trabalhistas também nessa época é criado o grupo de visitadoras de alimentação formada pela escola de alimentação e tem o objetivo de visitar os domicílios dos Trabalhadores para orientar eles e suas famílias sobre atividades nutricionais. Na década de 50 já havia alguns programas de alimentação que determinava alguns alimentos para ser introduzido na alimentação assim aumentou o consumo da soja e do feijão para o pôde econômico se desenvolver. A partir da década de 60 não podia falar no assunto só através de folhetos enquanto isso o (SESI) realizava curso de educação alimentar. O regime militar trouxe novos pensamentos para combater a carência nutricional. Depois de algumas discussões sobre o assunto órgãos governamentais chegou-se à conclusão quê a desnutrição estava ligada à renda e não a educação,por que do que adiantava saber sobre a alimentação adequada se não tinha condições para manter-lá isso causou uma recusa ao tema que passou duas décadas ausente dos Programas de Saúde Pública, mas apesar disso a EAN se fazia necessária para o tratamento de doenças crônicas. O Programa de Alimentação Básico em Áreas de Baixa Renda (PROAB) fornecia alimentos básicos as pessoas mais pobres ou com preços reduzidos. A partir de 80 a EAN passa para o modelo crítico onde se questiona a legitimidade de suas ações e estava associada a pedagogia dando mais valor aos profissionais que passa a discutir a fome não só a desnutrição e esclarece a população sobre o direito à cidadania. Começou-se a pensar na alimentação como um direito humano e nos anos 90 surge a primeira política nacional de alimentação e nutrição criando assim estratégias para a promoção da saúde. A partir de 2000 cresce o interesse da política pública pela alimentação criando vários programas de apoio como o Fome Zero, a partir daí há um aumento progressivo das ações de educação alimentar nutricional nas políticas públicas como Restaurantes Populares, dos Bancos de Alimentos, a equipe de Atenção Básica de Saúde, na requalificação do Programa Nacional de Alimento Escolar (PNAE), do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), a Estratégia Global para Alimentação do Bebê e da Criança Pequena, a Estratégia Global para a Promoção da Alimentação Saudável, Atividade Física e Saúde foram importante para o avanço da educação nutricional e sua valorização.Em 2012 é lançado o Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional.
MARCO DE REFERÊNCIA DE EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL PARA AS POLÍTICAS PÚBLICAS
O Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas reflete um momento singular de valorizão destas ações traduzido, por exemplo, no Plano Nacional de SAN e no Plano Plurianual (PPA). O documento aqui apresentado é fruto de uma construção participativas de cidadões, profissionais, gestores representantes da sociedadecivil, professores e acadêmicos que se dedicam ao tema, compartilham e acreditam que a Educação Alimentar e Nutricional contribuem para a realização do Direito Humano à Alimentação Adequada e para a construção de um Brasil saudável. Traduz, portanto, as singularidades e a diversidade nacional para a consecução das ações de EAN no Brasil.
A primeira etapa de formulação do Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas se deu com a composição de um Grupo de Trabalho, onde estavam representados:
 » Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome: Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Departamento de Estruturação e Integração dos Sistemas Públicos Agroalimentares, Coordenação-Geral de Educação Alimentar e Nutricional;
 » Ministério da Saúde: Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica, Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição
 » Ministério da Educação: Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
Coordenação-Geral do Programa Nacional de Alimentação Escolar 
» Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
 » Associação Brasileira de Nutrição
 » Conselho Federal de Nutricionistas 
» Universidade de Brasília: Observatório de Políticas de Segurança Alimentar e Nutrição.
PRINCÍPIOS PARA AS AÇÕES DE EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL 
Enquanto política pública, a EAN pode ocorrer em diversos setores e deverá observar os princípios organizativos e doutrinários do campo no qual está inserida. Assim, na esfera da segurança alimentar e nutricional, deverá observar os princípios do SISAN; na saúde, os princípios do SUS, na educação, os princípios da PNAE, na rede sociassistencial, os princípios do SUAS e assim sucessivamente. A esses princípios estruturantes se somam:
I- Sustentabilidade social, ambiental e econômica 
 A tematica e os desafios da sustentabilidade assumem um papel central na reflexão sobre as dimensões do desenvolvimento e dos padrões de produção, de abastecimento, de comercialização, de distribuição e de consumo de alimentos. No contexto deste Marco, “sustentabilidade”, inspirada em seu conceito original (ONU, 1987) e no conceito de “ ecologia integral” (BOFF, 1999; DELLORS, 1999), não se limita à dimensão ambiental, mas estende-se às relações humanas, sociais e econômicas estabelecidas em todas as etapas do sistema alimentar. Assim, a EAN quando promove a alimentação saudável refere-se à satisfação das necessidades alimentares dos indivíduos e populações, no curto e no longo prazos, que não implique o sacrifício dos recursos naturais renováveis e não renováveis e que envolva relações econômicas e sociais estabelecidas a partir dos parâmetros da ética, da justiça, da equidade e da soberania.
Não devemos só consumir mas sim cuidar e presevar os recursos naturias para promover a alimentação saudável. 
O nutricionista pode insentiva o uso de material biodegradável,reciclagem e o aproveitamento maximo dos alimentos.
II- Abordagem do sistema alimentar, na sua integralidade
 Compreende-se sistema alimentar como o processo que abrange desde o acesso à terra, à água e aos meios de produção, as formas de processamento, de abastecimento, de comercialização e de distribuição; a escolha e consumo dos alimentos, incluindo as práticas alimentarem individuais e coletivas, até a geração e a destinação de resíduos. As ações de EAN precisam abranger temas e estratégias relacionadas a todas estas dimensões de maneira a contribuir para que os indivíduos e grupos façam escolhas conscientes, mas também que estas escolhas possam, por sua vez, interferir nas etapas anteriores do sistema alimentar.
Promover conhecimento em todas as etapas do sistema alimentar desde o acesso a terra,á água e até a geração e a destinação de resíduos.
O profissional de nutrição pode fazer como também orientar algumas ações: procura saber sempre a procedencia dos alimentos como eles são cultivado, testa a qualidade da água e a reciclagem dos resíduos e na vigilância sanitária. 
III- Valorização da cultura alimentar local e respeito à diversidade de opiniões e perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de diferentes naturezas
 A alimentação brasileira, com suas particularidades regionais, é uma das expressões do nosso processo histórico e de intercâmbio cultural entre os diferentes povos que formaram nossa nação. Assim, a EAN deve considerar a legitimidade dos saberes oriundos da cultura, religião e ciência. Respeitar e valorizar as diferentes expressões da identidade e da cultura alimentar de nossa população, reconhecendo e difundindo a riqueza incomensurável dos alimentos, das preparações, das combinações e das práticas alimentares locais e regionais. Esse princípio trata da diversidade na alimentação e deve contemplar as práticas e os saberes mantidos por povos e comunidades tradicionais, bem como diferentes escolhas alimentares, sejam elas voluntárias ou não, como por exemplo, as pessoas com necessidades alimentares especiais.
A importancia de manter a origem dos sabores de diferentes naturezas valorizando a cultura, religião e ciência.
O nutricionista deve considerar sempre a cultura alimentar regional, também os gostos e preferencias dos individuos e da coletividade. 
IV- A comida e o alimento como referências; Valorização da culinária enquanto prática emancipatória
 A alimentação envolve diferentes aspectos que manifestam valores culturais, sociais, afetivos e sensoriais. Assim, as pessoas, diferentemente dos demais seres vivos, não se alimentam de nutrientes, mas de alimentos e preparações escolhidas e combinadas de uma maneira particular, com cheiro, cor, temperatura, textura e sabor, se alimentam também de seus significados e dos aspectos simbólicos (DAMATA,1987).Quando a EAN aborda estas múltiplas dimensões ela se aproxima da vida real das pessoas e permite o estabelecimento de vínculos, entre o processo pedagógico e as diferentes realidades e necessidades locais e familiares. 
Da mesma maneira, saber preparar o próprio alimento gera autonomia, permite praticar as informações técnicas e amplia o conjunto de sibilidade dos individuos.A prática culinaria também facilita a reflexão o exercício das dimensões sensoriais, cognitivas e simbólicas da alimentação (DIEZ-GARCIA; CASTRO, 2010). Mesmo quando o preparo efetivo de alimentos não viável nas ações educativas é necessario refletir com as pessoas sobre a importância e o valor da culinária como recurso para alimentação saudável (DAMATA, 1987).
Manter a referência culinária nos alimentos e autonomia ao preparar o proprio alimento.
O nutricionista pode manter na sua conduta nos aspectos cultural mas dá treinamento especializado para o preparo correto dos alimentos trazendo mais autonomia aos individuos e a coletividades.
V- A Promoção do autocuidado e da autonomia 
O autocuidado é um dos aspectos do viver saudável. É a realização de funcionamento de acordo com seus interesses na vida; funcionamento integrado e de bem-estar. As ações do autocuidado são voluntárias e intencionais, envolvem a tomada de decisões, e têm o propósito de contribuir de forma específica para integridade estrutural,o funcionamento e o desenvolvimento humano. Essas ações são afetadas por fatores individuais, ambientais, sócio-culturais, de acesso a serviços entre outros. O exercício deste princípio pode favorecer a adesão das pessoas às mudanças necessárias ao seu modo de vida. O autocuidado e o processo de mudança de comportamento centrado na pessoa, na sua disponibilidade e sua necessidade são um dos principais caminhos para se garantir o envolvimento do indivíduo nas ações de EAN. A promoção do autocuidado tem como foco principal apoiar as pessoas para que se tornem agentes produtores sociais de sua saúde, ou seja, para que as pessoas se empoderem em relação à sua saúde. Os principais objetivos do apoio ao autocuidado são gerar conhecimentos e habilidades às pessoas para que conheçam e identifiquem seu contexto de vida; e para que adotem, mudem e mantenham comportamentosque contribuam para a sua saúde.
Dá ao indivíduo informações para promover ações em relação á sua saúde
O nutricionista orientar a uma alimentação saudável não é só o alimento mas como ele é manuseado é higiene pessoal e ambiental promovendo bem-estar e saúde.Dando o indivíduo autonomia para cuidar de sua vida.
VI- A Educação enquanto processo permanente e gerador de autonomia e participação ativa e informada dos sujeitos 
As abordagens educativas e pedagógicas adotadas em EAN devem privilegiar os processos ativos, que incorporem os conhecimentos e práticas populares, contextualizados nas realidades dos indivíduos, suas famílias e grupos e que possibilitem a integração permanente entre a teoria e a prática. O caráter permanente indica que a EAN precisa estar presente ao longo do curso da vida respondendo às diferentes demandas que o indivíduo apresente, desde a formação dos hábitos alimentares na primeira infância à organização da sua alimentação fora de casa na adolescência e idade adulta. O fortalecimento da participação ativa e a ampliação dos graus de autonomia, para as escolhas e para as práticas alimentares implicam, por um lado, o aumento da capacidade de interpretação e a análise do sujeito sobre si e sobre o mundo e, complementarmente, a capacidade de fazer escolhas, governar, transformar e produzir a própria vida. Para tanto, é importante que o indivíduo desenvolva senso crítico frente a diferentes situações e possa estabelecer estratégias adequadas para lidar com elas. Diante das inúmeras possibilidades de consumo, bem como das regras de condutas dietéticas, a decisão ativa e informada significa reconhecer as possibilidades, poder experimentar, decidir, reorientar, isto é, ampliar os graus de liberdade em relação aos aspectos envolvidos no comportamento alimentar. Neste sentido, a EAN deve ampliar a sua abordagem para além de sua transmissão de conhecimento e gerar situações de reflexão sobre as situações cotidianas, busca de soluções e prática de alternativas.
Transmissão de conhecimentos, práticas populares e hábitos alimentares da infância á idade adulta.
O nutricionista deve orientar os habitos alimentares desde a infância até velhice em todas as fases da vida numa educação permanente danos-los autonomia para escolhas em diferentes situações.
VII- A diversidade nos cenários de prática 
As estratégias e os conteúdos de EAN devem ser desenvolvidos de maneira coordenada e utilizar abordagens que se complementem de forma harmônica e sistêmica. Além de estarem disponíveis nos mais diversos espaços sociais para os diferentes grupos populacionais. O desenvolvimento de ações e estratégias adequadas as especificidades dos cenários de práticas é fundamental para alcançar os objetivos da EAN, além de contribuir para o resultado sinérgico entre as ações.
A ações de EAN desenvolvidas em diferentes grupos populacionais.
O nutricionista pode promover palestra e treimamento especializado para desnvolver as ações da EAN em diferentes grupos populares.
VIII- Intersetorialidade 
Compreende-se intersetorialidade como uma articulação dos distintos setores governamentais, de forma que se corresponsabilizem pela garantia da alimentação adequada e saudável. O processo de construção de ações intersetoriais implica a troca e a construção coletiva de saberes, linguagens e práticas entre os diversos setores envolvidos com o tema, de modo que nele se torna possível produzir soluções inovadoras quanto à melhoria da qualidade da alimentação e vida. Neste processo cada setor poderá ampliar sua capacidade de analisar e de transformar seu modo de operar, a partir do convívio com a perspectiva dos outros setores, abrindo caminho para os esforços de todos sejam mais efetivos e eficazes.
Promove a construção de ações de diversos setores para melhora a qualidade da alimentação e vida. 
O nutriconista através de pesquisas pode ajudar na construção de ações que promovar a alimentação adequada.
IX- Planejamento, avaliação e monitoramento das ações
 O planejamento, compreendido como um processo organizado de diagnóstico,identificação de prioridades,elaboração de objetivos e estratégias para alcançá-lo,desenvolvimento de instrumentos de ação,previsão de custos e recursos necessarios, detalhamento de plano de trabalho,definição de responsabilidades e parceirias,definição de indicadores de processo e resultados,é imprescindível para a eficácia e a efetividade das iniciativas e a sustentabilidade das ações de EAN. A qualidade do processo de planejamento e implementação destas iniciativas também depende do grau de envolvimento e compromisso não apenas dos profissionais mas também dos indivíduos e grupos. Desta maneira os processos participativos tendem a gerar melhores resultados, impacto e sustentabilidade das iniciativas. O diagnóstico local precisa ser valorizado, no sentido de propiciar um planejamento específico, com objetivos delineados,a partir das necessidades reais das pessoas e grupos, para que metas possam ser estabelecidas e para que resultados possam ser alcançados. No entanto, o processo de planejamento precisa ser participativo, de maneira que as pessoas possam estar legitimamente inseridas nos processos decisórios presso que “a alimentação adequada e saudável é compreendida como ‘a realização de um direito humano básico, com a garantia do acesso permanente e regular, de forma socialmente justa, a uma prática alimentar adequada aos aspectos biológicos e sociais dos indivíduos, de acordo com o curso da vida e as necessidades alimentares especiais, pautada no referencial tradicional local” (BRASIL, 2007). A alimentação saudável deve atender aos princípios ou “leis da alimentação” da quantidade, da qualidade, da adequação e da harmonia, suprindo de forma equilibrada o total calórico e de nutrientes necessários ao organismo, respeitando as diferenças individuais e/ou coletivas relativas nás características biológicas como idade,peso,altura,estado fisiológico e também às características socioeconômicas e culturais como gênero, etnia e preferências pessoais. A alimentação adequada e saudável também deve atender as formas de produção de alimentos sócio e ambientalmente sustentáveis, livres de contaminantes físicos, químicos, biológicos, orgânicos e oriundos da biotecnologia (BRASIL, 2007).
Planejamento, avaliação e monitoramento das ações são imprescindíveis para a eficácia e a efetividade das iniciativas e a sustentabilidade das ações de EAN.
Através do seu conhecimento o nutricionista pode participar efetivamente deste princípio tanto no planejamento, avaliações e monitioriamento das ações da EAN tornando-o mais efetivo.

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