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1 Disciplina: Projetos e Planejamento Político Pedagógico Autores: M.e Gílian Cristina Barros Revisão de Conteúdos: Esp. Marcelo Alvino da Silva Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso Ano: 2016 Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em cobrança de direitos autorais. 2 Gílian Cristina Barros Projetos e Planejamento Político Pedagógico 1ª Edição 2016 Curitiba, PR Editora São Braz 3 FICHA CATALOGRÁFICA BARROS, Gílian Cristina. Projetos e Planejamento Político Pedagógico / Gílian Cristina Barros. – Curitiba, 2016. 42 p. Revisão de Conteúdos: Marcelo Alvino da Silva. Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso. Material didático da disciplina de Projetos e Planejamento Político Pedagógico – Faculdade São Braz (FSB), 2016. ISBN: 978-85-5475-082-4 4 PALAVRA DA INSTITUIÇÃO Caro(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão Universitária. A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas também brasileiros conscientes de sua cidadania. Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e estudantes. Bons estudos e conte sempre conosco! Faculdade São Braz 5 Apresentação da disciplina Nesta disciplina será abordado sobre o planejamento do Projeto Político Pedagógico, evidenciando os seus conceitos e a sua importância na instituição escolar. Os projetos educacionais precisam de uma atenção maior, por esse motivo, será tratado do processo de elaboração, principais características e suas etapas indispensáveis, para que se torne uma ferramenta de grande auxílio na atuação do profissional da educação em sala de aula. Será possível perceber que para o gestor escolar compreender o desenho do PPP é relevante, pois pelo conhecimento, amplia-se sua leitura dos processos políticos que envolvem sua construção. Será verificado que esse Projeto é uma ferramenta política construída coletivamente e deve ocorrer a busca do consenso entre as aspirações, as necessidades e as possibilidades dos vários atores da escola. 6 Aula 1 – Projetos de vida, Projetos de Sociedade, Projetos de Escola: Planejamento em Educação Apresentação da aula 1 Nesta aula serão abordados conceitos a respeito de projetos de vida, o que são, pra que servem e quais as semelhanças com projetos em geral. Serão analisados alguns tipos de projetos de sociedade, com suas abordagens, partindo do princípio que a identidade de um grupo social é construída e também pode ser determinante. 1. Projetos de vida, Projetos de Sociedade, Projetos de Escola: Planejamento em Educação A discussão sobre Planejamento e Projeto Político Pedagógico tem por objetivo compreender, a partir dos projetos de vida, de sociedade e de escola, como se constituem os projetos de educação. Essa discussão faz-se relevante, pois é a partir dela que compreenderemos as definições de projeto e planejamento e quais suas características. Veja alguns exemplos, se desejar iniciar a atuação nesse campo, a realização do curso é parte do planejamento para iniciar a atuação, se atua nesse campo o planejamento é para aperfeiçoamento na carreira, se é necessária complementação curricular para atuar com mais competência ou se necessita avançar em sua jornada profissional e seu projeto é ganhar mais monetariamente, todos esses aspectos fazem parte de um projeto com ações organizadas para cumpri-lo dentro de um espaço, de um tempo e sobre determinadas condições. Machado (2000, p.2), afirma que: O homem constitui-se em sua humanidade à medida que desenvolve sua capacidade de fazer escolhas e se lançar ao mundo, transformando-se e transformando-o, em busca de desenvolver projetos para atingir metas e satisfazer desejos pessoais e coletivos a partir de valores históricos, culturalmente situados e socialmente acordados. (MACHADO, 2000, P.2) Desejos individuais e coletivos que se originam em valores históricos que são situados e influenciados pela cultura, um dos aspectos que faz com que tenhamos projetos. Esses desejos quando transformados em objetivos a serem 7 alcançados oportunizam, pela ação, um rumo a seguir, um caminho, uma orientação de vida, de sociedade, de escola, de educação. Vocabula rio Cultura: conjunto de ideias, comportamentos, símbolos e práticas sociais, aprendidos de geração em geração através da vida em sociedade. Seria a herança social da humanidade ou ainda de forma específica, uma determinada variante da herança social. O projeto vislumbra uma perspectiva futura, no entanto prima pela relação com o presente vivido e o passado experimentado, por isso o projeto se origina em valores históricos situados culturalmente e socialmente ancorados. Projetar é uma característica essencialmente humana e quanto mais projetamos, quanto mais planejamos mais humanos nos tornamos, pela leitura e compreensão da realidade que nos cerca, que nos leva a querer intervir e modificá-la, olhando para nós, olhando para outros. [...] o homem executa seu ciclo vital não apenas pela motivação animal de sobrevivência, mas subordina a sobrevivência a objetivos maiores, através da consciência do fazer/saber, isto é, faz porque está sabendo e sabe por estar fazendo. (D’AMBRÓSIO, 2005) O ciclo vital apresentado por Ubiratan D’ Ambrósio (2005) se estabelece a partir de três elementos, conforme esquema a seguir: Fonte: Elaborado pelo DI (2015). REALIDADE INDIVÍDUO AÇÃO 8 Carrano e Dayrel (2013), afirmam que: A elaboração de um projeto de vida é fruto de um processo de aprendizagem, no qual o maior desafio é aprender a escolher. Na sociedade contemporânea, somos chamados a escolher, a decidir continuamente, fazendo dessa ação uma condição para a sobrevivência social. A escolha também é objeto de aprendizagem: aprendemos a escolher e a nos responsabilizar pelas nossas escolhas. Um e outro se aprendem fazendo, errando, refletindo sobre os erros. Essas são condições para a formação de sujeitos autônomos. (CARRANO e DAYREL, 2013 p. 32-33) Contextualizando a afirmação, quanto mais escolhemos, projetamos (e planejamos), mais aprendemos. Sendo assim a ação oportuniza mais sabere quanto mais fazemos, mais sabemos e isso faz parte de nós como humanos, o agir na realidade e a partir dela seja por sobrevivência, seja pelo desejo. Para Refletir Já pensou sobre a relação que há entre responsabilidade e autonomia? Poderíamos afirmar que são elementos indissociáveis e necessários na elaboração de projetos? Cada escolha realizada traz consigo a responsabilidade de assumi-la, bem como faz como que as atitudes sejam pensadas antes de sua realização, atitudes que carregam leituras de mundo, elementos da cultura. Esses elementos não são neutros, eles representam opções filosóficas e políticas. Os atos de agir, de projetar, de planejar são intencionais, são comprometidos e revelam as opções filosóficas e política de quem age, de quem projeta, de quem planeja modificar uma situação, uma realidade. Ampliando o que diz Luckesi quanto ao planejamento, cabe salientar que o projeto, assim como o planejamento não será: [...] nem exclusivamente um ato político-filosófico, nem exclusivamente um ato técnico; será, sim, um ato ao mesmo tempo político-social, científico e técnico: político-social, na medida em que está comprometido com as finalidades sociais e políticas; científico, na medida em que não se pode planejar sem um conhecimento da realidade; técnico, na medida em que o planejamento exige uma definição de meios eficientes para se obter os resultados. (LUCKESI, online, p.119) 9 Técnico, político-social, político-filosófico e científico são essas as características das ações, dos projetos e dos planejamentos sejam eles de vida, de sociedade ou de escola. O planejamento é técnico, político-social, político-filosófico e científico, é o ato pelo qual decidimos o que construir. No planejamento delimitamos quais os caminhos, os meios para se chegar a um resultado almejado. O planejamento se estabelece a partir de ações a serem realizadas, em determinado tempo e espaço sobre certas condições para se chegar a um determinado fim. Os projetos de vida, assim como os de sociedade parte do reconhecimento do ser humano de si mesmo como agente transformador de realidades. Esse reconhecimento é uma construção individual, mas também social assim como a identidade. Fonte: Elaborado pelo DI (2015). A identidade construída socialmente a partir da vivência em uma realidade, em um espaço social são elementos que determinam os projetos de vida, nos levando a afirmar que: Os projetos de sociedade também partem do mesmo princípio, no qual a identidade de um grupo social é construída historicamente e determinam intervenções planejadas na realidade, no espaço social. IdentidadeRealidade Projetos de vida 10 Importante Os projetos podem ser individuais e/ou coletivos; mais amplos ou restritos, com elaborações em curto ou médio prazo. São dinâmicos e, de certa forma, “ziguezagueantes”. Podem mudar de acordo com as circunstâncias, os valores vigentes em determinados momentos da vida, as interações sociais, os contextos e até com os suportes materiais e simbólicos com os quais contam. (BRASIL, 2003). O Planejamento em Educação pode ser de três naturezas: Planejamento do Sistema Educacional, Planejamento Escolar e Planejamento do Ensino. O Planejamento do Sistema Educacional é realizado em âmbito Federal, Estadual e Municipal. Cada instância poderá organizar formas de planejar suas ações. Destaca-se em âmbito nacional o Plano Nacional da Educação (PNE), com metas a serem atingidas por todos os envolvidos no período de 10 anos. Saiba Mais O PNE é organizado a partir de Conferências municipais e estaduais, culminando com a Conferência Nacional de Educação (Conae). Nessas conferências elaboram-se Planos de Educação. A intenção do PNE é a instituição do Sistema Nacional de Educação (SNE) elemento central para assegurar maior organicidade da educação nacional. Visite: http://pne.mec.gov.br/ e conheça as metas do PNE para a próxima década (2014-2024). No âmbito da Escola é realizado o Planejamento Escolar. O planejamento integral da instituição de ensino considerando a cultura da escola. Como estudaremos na aula dois, o Projeto Político Pedagógico é o documento principal que orienta essa forma de planejamento. O Planejamento do Ensino, também realizado no âmbito da escola, mas com ações mais diretivas para a sala de aula vislumbrando o ensino e 11 aprendizagem. O Planejamento de Ensino está ligado ao cotidiano dos professores e alunos. São exemplos desse planejamento os planos de curso, plano de unidade e os planos de aula, que estudaremos detalhadamente na última aula. Portanto, cabe destacar o Planejamento em Educação conforme a imagem que segue: Fonte: Elaborado pelo autor (2015). Saiba Mais Para saber mais sobre planejamento leia o livro Planejamento e Avaliação na Escola: articulação e necessária determinação ideológica, de Carlos Cipriano Luckesi, a obra trata sobre o tema de avaliação e planejamento no ambiente escolar. Acesso disponível pelo endereço: http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_15_p115- 125_c.pdf Planejamento em Educação Planejamento do Sistema Educacional •Exemplo: PNE Planejamento Escolar •Exemplo: Projeto Político Pedagógico Planejamento de Ensino •Exemplo: Plano de curso, Plano de aula 12 Pode-se afirmar que os projetos nascem de necessidade e desejos e para que se efetivem é necessário planejar. Projetar e planejar são atividades inerentes aos seres humanos. Os planos, que apresentam as ações mais detalhadas, mais diretivas, estão contidos nos planejamentos. Vários planos podem compor um mesmo planejamento, assim como vários projetos. No entanto, compreende-se aqui que os projetos, dos quais foram tratados, são os idealizados, pensados, são aqueles que preveem uma ação na realidade, projetos que nascem nas mentes com uma intenção de intervir, de transformar realidades. Projetos idealizados podem se efetivar por meio de planejamentos, que são a materialização do projetar, do idealizar, por meio de planos e projetos escritos nos quais objetivos, tempos de ação, formas de organização, recursos humanos, financeiros e de infraestrutura são delineados, bem como outros elementos, como veremos com mais detalhes nas próximas aulas. Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURA Amplie seu estudos lendo os livros: - Educação: projetos e valores, de autoria de Nilson José Machado apresenta uma discussão ampla sobre projetos. Destaca os principais elementos que permitem a compreensão apurada do tema. - Planejamento Como Prática Educativa, de autoria de Danilo Gandin, professor e pesquisador referência quanto ao estudo do planejamento. Com linguagem acessível a obra oportuniza a reflexão sobre a importância no planejamento na escola. 13 Importante O planejamento é técnico, político-social, político-filosófico e científico, é o ato pelo qual decidimos o que construir. No planejamento delimitamos quais os caminhos, os meios para se chegar a um resultado almejado. O planejamento se estabelece a partir de ações a serem realizadas, em determinado tempo e espaço sobre certas condições para se chegar a um determinado fim. Compreender, a partir dos projetos de vida, de sociedade e de escola, como se constituem os projetos de educação, esse foi o objetivo central dessa aula e pautados nos referenciais estudados pode-se concluir quanto aos projetos, esses: podem ser individuais e/ou coletivos; mais amplos ou restritos; idealizadospara diferentes prazos/tempos: curto, médio ou longo; são dinâmicos e, de certa forma, “ziguezagueantes”; podem mudar de acordo com as circunstâncias, os valores vigentes, as interações sociais, os contextos e até com os suportes materiais e simbólicos com os quais contam. Quanto aos projetos de sociedade entende-se que esses partem do mesmo princípio dos projetos individuais nos quais a identidade de um grupo social é construída historicamente determinando intervenções no espaço social. Também se conclui que o projeto vislumbra o futuro considerando o presente vivido e o passado experimentado, pois se origina em valores históricos situados culturalmente e socialmente ancorados e que o planejamento é técnico, político-social, político-filosófico e científico, no qual delimitamos os caminhos para se chegar a um determinado fim. Os projetos são ferramentas importantes para a organização do trabalho do gestor. O Planejamento em Educação pode ser de três naturezas: Planejamento do Sistema Educacional, Planejamento Escolar e Planejamento do Ensino. 14 Resumo aula 1 Nesta aula foi possível verificar semelhanças e diferenças entre tipo de projetos, suas particularidades e o processo de elaboração e aplicabilidade de cada um. Atividade de Aprendizagem Você conhece a realidade de sua escola? Como gestor é imprescindível que conheça a realidade de sua escola e de seus atores, para tanto se propõe algumas atividades para intervenção. - Organize uma roda de conversa com os professores e verifique quem são, porque estão ali, o que almejam para a educação, o que fez com que se tornassem professores. Esse tipo de atividade o auxiliará a compreender quais são os desejos, os projetos pessoais dos profissionais que atuam em sua escola. - Organize com sua equipe uma pesquisa que abranja os alunos e a comunidade. Elaborem questionamentos que permitam saber o que a comunidade, os pais, os alunos esperam da escola. Quais os seus sonhos? Eles possuem sonhos? Como são suas histórias de vida? São histórias de vida que permitem sonhar? Dados socioeconômicos também poderão trazer elementos para que compreendam melhor o meio no qual a escola está inserida. A partir desses e de outros dados façam uma análise dos sujeitos que a escola quer formar e que formação esses sujeitos esperam da escola, elas coincidem? Aula 2 – Projeto Político Pedagógico Apresentação da aula 2 Nesta aula o foco será sobre o Projeto Político Pedagógico (PPP), sua definição, as etapas de elaboração e suas características. 15 2. Projeto Político Pedagógico O Projeto Político Pedagógico (PPP) por ser projeto indica uma direção. É político, pois, resulta e representa as relações de força existentes na escola. O PPP é pedagógico, porque se compromete em definir o tipo de ser humano que se quer formar, sendo também técnico quando exige a utilização de meios eficientes para se obter os resultados esperados. A elaboração do PPP, responsabilidade de todas as escolas, conforme nos apresenta o Art. 12° e Art. 14º inciso I da Lei 9.394/96, “é a configuração da singularidade e da particularidade da instituição educativa. Ele possibilita que as potencialidades sejam equacionadas, deslegitimando as formas instituídas”. (VEIGA, 2001, p. 187) Todo projeto da escola é também um projeto político, pois está intimamente articulado ao compromisso sociopolítico e com os interesses reais e coletivos da população. (VEIGA, 2001). O Projeto Político Pedagógico, por constar elementos de ação também se constitui uma forma de Planejamento Escolar que deve ser retomado, reanalisado e reescrito sempre que necessário. Em sua elaboração e reelaborações três perguntas básicas devem ser feitas, segundo lemos em Gandin (2000) quando descreve o processo de planejamento: Fonte: Elaborado pelo autor (2015). O que queremos alcançar? O que faremos concretamente (num prazo predeterminado) para diminuir essa distância? A que distância estamos daquilo que queremos alcançar? 16 As respostas a esses questionamentos perpassam: a realidade presente e conhecida, que “precisa” ser modificada; o passado vivenciado; e o futuro que se busca atingir. O PPP só se concretiza como um instrumento democrático, de gestão democrática da escola se estiver garantida a participação da comunidade escolar na sua construção. Essa construção envolve discussão, execução e avaliação. Importante Um projeto político pedagógico não nega o instituído da escola que é a sua história, que é o conjunto dos seus currículos, dos seus métodos, o conjunto dos seus atores internos e externos e o seu modo de vida. Um projeto sempre confronta esse instituído com o instituinte. Não se constrói um projeto sem uma direção política, um norte, um rumo. Por isso, todo projeto pedagógico da escola é também político. O projeto pedagógico da escola é, por isso mesmo, sempre um processo inconcluso, uma etapa em direção a uma finalidade que permanece como horizonte da escola (GADOTTI, 2001). 2.1 Etapas para a construção do PPP Veiga (2001), Gandin (2000) e Vasconcelos (2000), apontam as três etapas para a construção de um Projeto Político Pedagógico, sendo elas: Etapa I - Diagnóstico da realidade; Etapa II - Discussão da proposta curricular; Etapa III - Desenvolvimento e avaliação. 2.1.1 Etapa I – Diagnóstico da realidade Nessa etapa de elaboração do PPP a busca é pelo reconhecimento de quem são os sujeitos da escola, a partir do reconhecimento de quem são os alunos, qual o contexto no qual estão inseridos (trabalho, família, comunidade) 17 com vistas a compreensão da realidade, do contexto político, econômico, social e educacional. As informações desse campo, dessa etapa, vão além de dados estatísticos, devem buscar quais são as dificuldades a serem enfrentadas, as experiências adquiridas, os recursos humanos existentes, os equipamentos disponíveis e que uso tem sido feito deles e a disposição para o trabalho pedagógico. No entanto, dados referentes a taxas de evasão e abandono, índices de reprovação, aproveitamento dos alunos em avaliações internas e avaliações externas e disciplinas nas quais os alunos tenham dificuldades devem ser considerados e são pertinentes. Vocabula rio Avaliações internas: são as realizadas dentro da escola, como avaliação da aprendizagem dos alunos. Avaliações externas: são as que agentes externos a escola elaboraram e/ou aplicam para Prova Brasil, PISA, entre outras. Ví deo Para melhor entendimento de como fazer o PPP funcionar, assista ao vídeo indicado, pois ele trará subsídios para a compreensão do processo de elaboração do PPP. Link: http://www.youtube.com/watch?v=s_tnaiuAksM As principais perguntas a serem consideradas nessa etapa de escrita do PPP são: quem participará da escrita? quem define para onde a escola deve rumar? que cidadãos queremos formar? 18 qual direção seguir? quais nossos objetivos? que fundamentos teóricos amparam o tipo de cidadãos que queremos formar e a direção que queremos seguir? 2.1.2 Etapa II – Discussão da proposta curricular É nesse campo do PPP que é contemplada, sem desconsiderar as exigências legais, a perspectiva da formação dos alunos da escola e as expectativas de formação dos alunos e suas famílias. Nessa etapa, também são discutidos e apresentados os conteúdos escolares, a metodologia de trabalho, elementos da avaliação da aprendizagem e avaliação institucional.Todos esses aspectos discutidos e apresentados respeitando as especificidades locais. Vocabula rio Avaliação da aprendizagem: é a realizada entre professor e aluno. No PPP apresentam-se de forma breve os critérios e as formas dessa avaliação, detalhamentos como fórmulas e similaridades são contemplados no regimento escolar. Avaliação institucional: é que ocorre dentro da escola, onde todos são avaliados. É a avaliação da instituição feita por ela mesma. Importante Em um planejamento participativo, comunidade escolar (professores, alunos, técnicos educacionais, comunidade e família) definem como deve ser a escola, sua organização, seus relacionamentos, suas disciplinas, estratégias de ensino, avaliação, ou seja, toda a organização do processo formativo dos alunos. 19 Perguntas a serem consideradas nessa etapa de escrita do PPP: que atividades e disciplinas devem ser organizadas para se atingir os objetivos pretendidos? como devem estar distribuídos os tempos e os espaços de ensino aprendizagem? como avaliar com base nos objetivos e metodologias a serem empregadas? O que avaliar de acordo com os cidadãos que a escola quer formar? 2.1.3 Etapa III – Desenvolvimento e avaliação O gestor escolar ao conduzir a organização do processo de desenvolvimento e avaliação do PPP deve fazê-lo de forma organizada e sistemática, buscando garantir o alinhamento e veracidade dos dados coletados e a realização de análises e interpretações confiáveis. O PPP adquire validade à medida que é a expressão dos desejos, entendimentos e proposições da comunidade escolar, sendo a expressão da vontade do coletivo escolar que assume a responsabilidade de fazê-lo efetivo, bem como avaliá-lo com parcimônia. Nessa etapa de avaliação dos objetivos e metas alcançadas faz-se imperativo flexibilidade, tanto no repensar de caminhos que não levaram ao alcance dos objetivos, na retomada de objetivos que não foram alcançados, quanto na avaliação dos sucessos alcançados. Para que a escola funcione bem faz-se necessário um Projeto Político Pedagógico bem elaborado com participação coletiva e efetiva. Para avaliar se as ações do mesmo estão sendo desenvolvidas, se suas metas estão sendo atingidas é preciso à implementação de uma proposta de avaliação das ações do PPP de forma séria e comprometida. Para Veiga (2003), as características fundamentais do PPP são: é um movimento de luta em prol da democratização; é voltado para a inclusão; favorece o diálogo, a cooperação; há vínculo entre autonomia e Projeto Político Pedagógico; 20 legitimidade ligada ao grau de participação dos envolvidos e configura unicidade e coerência ao processo educativo. Perguntas que poderão auxiliar na elaboração e realização dessa etapa: os objetivos traçados foram alcançados? houve envolvimentos dos atores da escola em todos as etapas, inclusive no momento de avaliação? quais os aspectos de sucesso que devem ser ressaltados e retomados no desenvolvimento do PPP? que aspectos precisam ser revistos e reelaborados? Saiba Mais Para saber mais sobre o PPP leia reportagem 8 questões essenciais sobre o Projeto Político-Pedagógico, de autoria de Thais Gurgel na qual reforça que é papel do diretor gerir a equipe na condução do PPP e as respostas para as dúvidas mais frequentes que surgem nesse processo. Link: http://gestaoescolar.abril.com.br/aprendizagem/questoes- essenciais-projeto-pedagogico-427805.shtml. Para Refletir Existindo Projeto Pedagógico próprio, torna-se bem mais fácil planejar o ano letivo, ou rever e aperfeiçoar a oferta curricular, aprimorar expedientes avaliativos, demonstrando a capacidade de evolução positiva crescente. É possível lançar desafios estratégicos, como: diminuir a repetência, introduzir, índices crescentes de melhoria qualitativa, experimentar didáticas alternativas, atingir posição de excelência. (Demo 1998, p. 248). Os professores de sua escola consulta com frequência o PPP? Na última (re)elaboração do PPP de sua escola, houve discussão com todos os professores? O PPP de sua escola é retomado no planejamento de cada ano letivo? 21 Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURA Amplie seus conhecimentos lendo os livros: - Autonomia da escola: princípios e propostas, de autoria de Moacir Gadotti e José Eustáquio Romão (orgs.), a obra não trata especificamente de Projeto Político Pedagógico, mas traz elementos que auxiliam na compreensão de seus processos de produção, tornando a escola uma espaço de autonomia. - Projeto Político-Pedagógico da escola, de autoria de Ilma Passos Alencastro Veiga, na qual propõe a discussão sobre à qualidade de ensino para todos. Abordam-se temas que tratam da construção coletiva do PPP, da gestão do PPP na escola, princípios básicos de planejamento participativo, entre outros. Resumo da aula 2 Nesta aula estudou-se sobre o Projeto Político Pedagógico, sua definição, a forma de elaboração e suas características. Atividade de Aprendizagem Com base em Gandin (2000), a professora Andrea Cortelazzi apresenta duas experiências de Aplicação, nas quais discorre sobre possíveis caminhos para elaboração de planejamento. O qual está disponível no acesso: http://deacoordenacao.blogspot.com.br/2013/08/planejamento- como-pratica-educativa.html Após leitura e a análise dessas experiências, discorra sobre os pontos que considere importantes para a prática em sua realidade. 22 Aula 3 – Planejamento Participativo Apresentação da aula 3 Nesta aula será apresentado o planejamento participativo, seus elementos, suas características e etapas. Primeiramente serão definidos os conceitos de planejamento participativo, suas formas de elaboração, processos e agentes colaborativos. 3. Planejamento Participativo Projetar e planejar são condições primordiais para qualquer ação humana, ainda mais no que se refere a ação intencional de educar. No entanto, se considerarmos que o ensino e aprendizagem fazem-se no coletivo para o coletivo, é também essencial o planejamento participativo em uma escola que pretenda ser democrática. A escola democrática é, pois, aquela que permite a manifestação de várias contradições que perpassam a escola e que, na sua forma de organização, permite o aprendizado a respeito da natureza dos conflitos e das contradições existentes na sociedade de hoje (RODRIGUES, 2003, p. 60) Nesse momento, sobre o Planejamento Participativo, seus elementos, suas características e etapas, tópico necessário à ação do gestor em educação que deseja atuar de forma colaborativa, com a participação de seus pares permitindo o aprendizado pautado no respeito dos conflitos e contradições de nossa sociedade. Saviani (1982) afirma que: [...] a democracia tem de ser perspectiva principal de uma escola; portanto, só é possível considerar o processo educativo em seu conjunto, sob a condição de se distinguir a democracia como possibilidade no ponto de partida e a democracia como realidade, no ponto de chegada. (SAVIANI, 1982 apud OLIVEIRA, 2005, p. 46). 3.1 Conceitualização do processo O que é participar? Essa indagação faz-se primeira quando se trata do estudo sobre Planejamento Participativo. O que se precisa entender é que participar é fazer política e esta depende das relações de poder percebidas. Que participar é uma prática social na qual os interlocutores detêm conhecimentos que, 23 apesar de diferentes, devem ser integrados. Que o conhecimento não pertencesomente a quem passou pelo processo de educação formal, ele é inerente a todo ser humano. Que se uma pessoa é capaz de pensar sua experiência, ela também é capaz de produzir conhecimento. Que participar é repensar o seu saber em confronto com outros saberes. Participar é fazer com e não para. (Tenório, 2002 p. 77) Tomar parte de um processo e não apenas estar presente em determinado espaço é o que significa participar. Manifestar-se diante de questões, temas, emitindo opinião, concordando, discordando, propondo, decidindo, avaliando. Para tanto, destacam-se três elementos do planejamento participativo que se encontram em Gandin (2001). Participação, elemento fundamental para sustentabilidade do processo de planejamento é necessário o envolvimento de todos e não somente de uma equipe de planejadores, de especialistas. Pensar o cenário futuro, de longo prazo. Trabalhar não apenas sob o cenário atual e o de curto prazo, mas fundamentar-se em orientações mais amplas e duráveis, duráveis, de médio ou longo prazo. Continuidade do processo. Estabelecer um sistema de monitoramento e avaliação é fundamental para a consolidação de um processo de planejamento: - monitoramento das ações realizadas como forma de verificar se estão compatíveis com os objetivos e metas propostos; - avaliação constante e progressiva em todas as etapas significativas. Para Gandin (2001), a participação, pensar o cenário futuro e a continuidade do processo são elementos do Planejamento Participativo que referem-se a continuidade do processo (monitoramento e avaliação). 24 Cada escola possui cultura e identidade próprias sendo necessário auscultar e conhecer a sua realidade, realidade que suporta demandas específicas e forma de organização também únicas e oriundas da sociedade, da comunidade escolar. Vocabula rio Auscultar: identificar (e diagnosticar); procurar saber; inquirir; investigar. A organização do planejamento de forma participativa, organizada, colegiada é uma das formas de respeitar as especificidades de cada escola sem desconsiderar suas singularidades. Saiba Mais Para saber mais sobre o Conselho Escolar lendo Conselho Escolar e o financiamento da educação no Brasil, no qual a partir da página 74 é possível encontrar o que são e qual o papel dos Conselhos Escolares. Conselhos entendidos como um possível espaço para comunicação na escola. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/cad%20 7.pdf Corroborando com o estudado na aula anterior, é salutar a participação da comunidade escolar na execução do planejamento para que esse se constitua legítimo. Participação no Planejamento Participativo inclui distribuição do poder, inclui possibilidade de decidir na construção não apenas do “como” ou do “com que” fazer, mas também do “o que” e do “para que” fazer; além disto, o 25 Planejamento Participativo contêm técnicas e instrumentos para realizar essa participação. A comunidade escolar como um todo possui o direito e o dever de tornar públicas as informações relevantes de interesse coletivo. Neste sentido, para tornar comum, informações, problemas, soluções, projetos, necessitamos intensificar processos de comunicação no ambiente escolar. Por exemplo, o Projeto Político Pedagógico (PPP), como instrumento de participação e de gestão democrática, precisa ser entendido como um documento público, comum a todos que compõem a comunidade escolar, e, para tanto, a sua comunicação é imprescindível nesse processo. Tornar comum tanto a construção do documento quanto a sua operacionalização e avaliação. (OLIVEIRA, 2009, p.5). A escrita do PPP de forma participativa, considerando as necessidades e expectativas dos entes da escola, busca o alcance dos objetivos propostos conjuntamente, numa perspectiva de tornar legítimo não apenas o momento do planejamento, mas de sua execução e avaliação. O debruçar-se sobre a realidade escolar é conhecer e reconhecer os desafios que a escola deve enfrentar de forma coletiva. O conselho escolar é uma das instâncias colegiadas da escola que poderá ser relevante nessa forma de planejamento. Ainda em Gandin (2001), compreende-se quanto ao Planejamento Participativo, que: a) Ele foi desenvolvido para instituições, grupos e movimentos que não têm como primeira tarefa ou missão aumentar o lucro, competir e sobreviver, mas contribuir para construção da realidade social. Tais entidades, incluindo aqui governos e seus diversos órgãos, não dispunham de ferramenta adequada para organizar seus processos de intervenção na realidade e vão, aos poucos, aproveitando-se do que o Planejamento Participativo lhes oferece para isto. Na América do Sul têm sido as escolas as instituições que mais utilizaram esta ferramenta para organizar seus processos de construção da prática escolar com um sentido de contribuir para a construção das pessoas e das estruturas sociais. Também redes de ensino oficial, sobretudo as ligadas aos municípios foram beneficiadas com a aplicação de conceitos, modelos, técnicas e instrumentos gestados dentro do Planejamento Participativo. b) Ele parte da verificação de que não existe participação real em nossas sociedades, isto é, de que há pessoas e grupos dentro delas 26 que não podem dispor dos recursos necessários ao seu mínimo bem- estar. Mais do que isto: parte da clareza de que isto é consequência da organização estrutural injusta destas mesmas sociedades. c) Propõe-se, por isto, como ferramenta para que as instituições, grupos e movimentos que para isto existirem, e, obviamente, para os governos e seus órgãos, porque para isto existem, possam ter uma ação e um ser direcionados a influir na construção externa da realidade, ou seja, a serem, eles mesmos, apenas meios para a busca de fins sociais maiores. d) Como consequência, constrói um conjunto de conceitos, de modelos, de técnicas e de instrumentos que permitam utilizar processos científicos e ideológicos e organizar a participação para intervir na realidade, na direção conjuntamente estabelecida. (GANDIN, 2001, p.82 e 83) Segundo Oliveira (2009): É importante que os profissionais envolvidos com a escola estejam atentos aos processos de comunicação que ocorrem nas unidades de ensino nas quais trabalham, preocupando-se não apenas com os meios, mas com a comunicação de forma mais ampla, o que implica pensar os processos de comunicação dentro e fora das salas de aula. É crucial prestar atenção a comunicação entre a equipe de gestão, os alunos, os professores, os funcionários, os pais, a comunidade que circunda a escola. Tudo isso na busca pela constituição e consolidação de processos democráticos e de cunho participativo em práticas de comunicação na escola. (OLIVEIRA, 2009, p.4). Para Refletir Reflita: Como são as práticas de comunicação em sua escola? Como são tornados públicos os atos e as decisões da escola? Ao considerar a produção de forma coletiva do PPP, ou seja, o Planejamento Participativo do PPP os mesmos aspectos devem ser considerados e discutidos no espaço escolar. 27 Fonte: (GANDIN, 2001, p.94). Visando contribuir para a construção de novos horizontes, entre esses, valores que constituirão a sociedade, o Planejamento Participativo [...] pretende ser mais do que uma ferramenta para a administração; parte da ideia que não basta uma ferramenta para “fazer bem as coisas” dentro deum paradigma instituído, mas é preciso desenvolver conceitos, modelos, técnicas, instrumentos para definir “as coisas certas” a fazer, não apenas para o crescimento e a sobrevivência da entidade planejada, mas para a construção da sociedade. (GANDIN, 2001, p.87) No entanto, há de se considerar que o planejamento sozinho não realiza aquilo que teríamos que fazer e vivenciar; no entanto ele possui os elementos 28 que auxiliam na efetivação da vontade da maioria, por meio do consenso, desembocando no crescimento do grupo, tanto em ideias como em paixão pelas ações desenvolvidas em prol de um mesmo objetivo, o de oportunizar o acesso à educação formal aos alunos da comunidade. (GANDIN, 2001, p.92) Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURA Amplie seus conhecimentos lendo: - Gestão Democrática da Escola Pública, de autoria de Vitor Henrique Paro, a qual destaca elementos essenciais para a discussão da Gestão democrática da Escola, trazendo subsídios para a organização escola. - Planejamento Participativo na Escola: o que é e como se faz, de coautoria de Danilo Gandin e Maristela P. Gemerasca. Nesse livro são apresentados todos os elementos que colaborarão com a construção e efetivação de processos de planejamento participativo em sua escola. O contato, a interação da escola com a comunidade é algo que ocorre constantemente, no entanto, de forma aparente, superficial. A escola precisa ser considerada como extensão da sociedade numa gestão que se pretenda democrática, pois a escola tem sua origem na sociedade, embora possua características próprias, a cultura da escola. O Planejamento Participativo é uma ferramenta que auxilia o desenvolvimento de práticas de interação da escola com a comunidade de forma mais profícua, é um instrumento que oportuniza práticas democráticas no espaço escolar. O objetivo da educação é formar seres humanos melhores, com intuito de termos uma sociedade melhor. Contudo isso se efetivará concretamente se a gestão da escola atuar democraticamente, aliando os interesses e necessidades 29 da comunidade com os interesses e necessidades da escola, pois ambas são aliadas nesse processo. Com o Planejamento Participativo a missão da escola é mais abrangente, situa-se no contexto da globalidade social, com a perspectiva não apenas de ajudá-la a sobreviver, mas de intervir na realidade estrutural da sociedade. Assim o ciclo que se estabelece desde as proposições até a avaliação das ações da escola deve ser planejado e executado pela escola e pela comunidade que a cerca. (GANDIN, 2001, p.90). Resumo da aula 3 Nesta aula estudamos sobre o que é participar, compreendendo que todos os membros da comunidade escolar podem ser participes no processo de planejamento escolar; verificamos alguns elementos primordiais para o Planejamento Participativo que são a participação, o pensar sobre o cenário futuro e a continuidade do processo. Também pode-se elencar alguns aspectos dessa ferramenta importante para o processo de gestão democrática, o Planejamento Participativo, que perpassam por verificar coisas certas a fazer (novos horizontes e valores), onde todos possam sejam considerados (distribuição de poder), onde a missão da escola atenda a necessidade de uma globalidade social sem desconsiderar a paixão e o crescimento do grupo. Atividade de Aprendizagem Assista os trechos de vídeos indicados abaixo, os quais tratam de gestão democrática, PPP, trabalho coletivo e temas afins com a temática que estamos tratando nessa disciplina, Planejamento e Projeto Político Pedagógico. Link 1: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraFor m.do?select_action=&co_obra=48120 Link 2: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraFor m.do?select_action=&co_obra=48121 Link 3: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraFor m.do?select_action=&co_obra=50671 30 Após assistir os trechos de vídeo responda: - Quais os aspectos do PPP e da Gestão Democrática são apresentados nos vídeos? Discorra sobre os mais revantes. - Existem outros elementos apresentados nos vídeos? Quais elementos conseguiram verificar? Compartilhe com seus colegas. - De que forma esses vídeos podem auxiliar para a discussão e reflexão sobre o PPP? Aula 4 – Planejamento com Intervenção no Processo Educacional Apresentação da aula 4 Nesta aula será discutido sobre o Planejamento como ferramenta de intervenção no processo educacional, para tanto, pondera-se sobre proposições a serem realizadas em sala de aula. A compreensão das formas de organização dos planos em sala de aula auxilia o gestor na efetivação das ações do PPP e dos professores com os alunos em sala de aula. É por meio desses planos que a intervenção em sala de aula auxilia no processo de intervenção educacional. 4. Planejamento com Intervenção no Processo Educacional O planejamento na escola, por muito tempo, foi uma ação meramente técnica e por isso, como lê-se em (Cruz, 1995): muitos dos professores não acreditam que o plano global vá ser colocado em prática concretamente. Muitos pensam que ficará só no discurso; muitas instituições querem o Planejamento Participativo para organizar a escola e não como instrumento de transformação social; não há clareza teórico-conceitual e metodológica de certos conceitos utilizados com frequência nos marcos referenciais como: democracia, participação, justiça, liberdade, solidariedade, igualdade, consciência crítica; 31 por outro lado, há desconhecimento da forma camuflada como a escola e as instituições reproduzem mecanismos de discriminação e controle social, de injustiça, de consumismo, de tutela e outros mais, através das práticas educativas que realizam. 4.1 Intervenção educacional A intervenção educacional compreende um campo mais amplo do que o da sala de aula, ela compreende todas as ações que corroboram para a educação que ocorre na escola como um todo. A organização da escola realizada pelos técnicos educacionais, como pedagogos, secretários, profissionais de serviços gerais, monitores, profissionais que auxiliam no andamento da escola e são colaboradores indispensáveis da gestão da escola. No entanto, opta-se por, nesse momento, dar ênfase a intervenção que o professor realiza em sala de aula de forma direta com os alunos, visto que todas as ações da escola são realizadas no intuito de que ensino e aprendizagem ocorram com qualidade. Entenda-se qualidade nesse contexto como todos os alunos aprendendo todos os conteúdos planejados pela comunidade escolar como relevantes para a vida acadêmica, profissional, cidadã, enfim, da vida em sociedade dos alunos. Para poder planejar adequadamente a tarefa de ensino e atender às necessidades do aluno é preciso, antes de qualquer coisa, saber para quem se vai planejar. Por isso, conhecer o aluno e seu ambiente é a primeira etapa do processo de planejamento. É preciso saber quais as aspirações, frustrações, necessidades e possibilidades dos alunos. (PILETTI, 1989 p. 63) O plano de aula como Planejamento de Ensino deve prever quatro aspectos primordiais, que são, como apresenta Lopes (1992): 32 Definir objetivos Em função dos três níveis de aprendizagem: aquisição, reelaboração e produção de conhecimentos. Prever conteúdos Tendo como critérios de seleção a finalidade de que eles atuem como instrumento de compreensão crítica da realidade e como elo propiciador da autonomia. Selecionar procedimentos metodológicos Considerando os diferentesníveis de aprendizagem e a natureza da área do conhecimento. Estabelecer critérios e procedimentos de avaliação Considerando a finalidade de intervenção e retomada no processo de ensino e aprendizagem, sempre que necessário. Fonte: (LOPES, 1992) Para Lopes (1992) entende-se que processo vem da prática de produzir conhecimentos, por meio da reflexão constante a respeito dos conteúdos aprendidos, buscando analisá-los sob diferentes pontos de vista; isso acontece porque procura-se estimular a curiosidade científica, fazendo com que os conteúdos perfeitos e acabados transmitidos pela escola passem a ser repensados. Saiba Mais Outra ferramenta que pertence a natureza do Planejamento de Ensino são os Projetos Didáticos, aqueles que são realizados em sala de aula, com os alunos. Para que conheça essa categoria de Planejamento, leia 14 perguntas e respostas sobre projetos didáticos. Disponível no acesso: http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao- continuada/14-perguntas-respostas-projetos-didaticos- 626646.shtml Os planos de aula e os projetos didáticos são Planejamentos de Ensino. Os planejamentos de ensino são aqueles que se efetivam em sala de aula, nas 33 aulas. Para uma maior compreensão faz-se necessário o entendimento do que é a “aula”. A aula é o momento no qual os professores organizam estratégias para ensino, é a forma predominante de organização didática do processo de ensino. É na aula que os alunos apropriam-se dos conhecimentos, por esse motivo é que são organizadas situações de ensino que levem a aprendizagem (os planos de aula são uma forma de organizar essas situações). Segundo Nérici (1986), o plano e aula deverá ser pautado e desenvolvido em uma perspectiva tecnicista, esse plano contempla 7 etapas, sendo elas: Cabeçalho; Objetivos; Motivação; Desenvolvimento da Aula; Procedimento Didáticos; Notas Complementares; Crítica da Aula. Saiba Mais Para saber mais sobre o plano de aula leia O plano de aula sob a ótica dos profissionais de Educação Física no ensino não-formal, de autoria de Andreia Cristina Metzner e Vanessa Rocha Mathias, no qual evidenciam-se as características da perspectiva tecnicista, nesse plano contemplam-se sete etapas que são: Cabeçalho, Objetivos, Motivação, Desenvolvimento da Aula, Procedimento Didáticos, Notas Complementares e Crítica da Aula. Disponível no acesso: http://www.unifafibe.com.br/revistasonline/arquivos/revistafa fibeonline/sumario/11/19042010103244.pdf Segundo Gasparin (2003), um plano de aula pauta-se na perspectiva histórico crítica com 5 etapas, sendo elas: Prática Social Inicial; Problematização; Instrumentalização; 34 Catarse; Prática Social Final. Dodge (1995), afirma que pauta-se em 5 etapas, as quais são: Introdução; Tarefas; Processo; Avaliação; Conclusão. Para Bernie Dodge (1995), esse plano de aula faz uso preferencial de recursos de tecnologia na Educação. Ele é organizado pelo professor e disponibilizado aos alunos como página da internet. É um plano de aula que prima pela atividade de pesquisa orientada. No plano de aula é realizada a especificação das unidades que foram planejadas para o ensino. Essas unidades e subunidades, ou tópicos e seus subtópicos, são detalhadas, sistematizadas para o ensino visando aprendizagens. Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURA Leia o livro Computadores em Sala de Aula, de autoria de Carme Barba e Sebastiá Capella, o qual poderá auxiliar nessa prática. Ele apresenta métodos e usos de tecnologias em sala de aula com ênfase ao uso da Metodologia WebQuest. Obra necessária para você que deseja aprofundar sobre o tema. Esse plano deve resultar num documento escrito que orientará as ações do professor, bem como poderá ser um dos dados analisados para reorganização das ações maiores da escola no PPP e também para revisão a ser realizada pelo próprio professor em anos posteriores. 35 Cabe salientar, que a aula sobre um determinado tópico ou unidade se realizada por meio da organização de vários planos de aula, sendo assim, não prepara-se apenas uma aula, mas um conjunto de aulas que poderão/deverão ser diferenciadas de acordo com os objetivos a serem alcançados. Os planos de ensino são também considerados ferramentas de avaliação que podem reorientar o trabalho do professor e do gestor. Sendo assim, é pertinente que conheçamos dois outros modelos de plano de ensino que poderão auxiliar aos professores em suas intervenções em sala de aula e a você, gestor, em sua intervenção educacional. Segundo Piletti (2003) o plano de aula proposto possui seis etapas: tema central refere-se a temática que será trabalhada na aula, seria o tópico ou unidade; objetivos são apresentados os objetivos do conteúdo a ser trabalhado; conteúdo, o subtópico ou subunidade deverá ser tratado de acordo com os procedimentos de ensino, os recursos e os procedimentos de avaliação; procedimentos de ensino correspondem a forma que a aula será conduzida, com que estratégias, tipo: exposição oral, trabalho em grupos, jogos, etc.; recursos são os materiais necessários para realização da aula, como: projetor multimídia, computador, microscópio, etc.; procedimentos de avaliação são os que se referem as formas e instrumentos de avaliação. Tema central: Objetivos: Conteúdo: Procedimentos de ensino Recursos Procedimentos de avaliação Fonte: (PILETTI, 2003). 36 Para Vasconcelos (1999): São dez as etapas apresentadas que deverão compor uma aula: assunto, necessidade, objetivo, conteúdo, metodologia, tempo, recursos, avaliação, tarefa e observação. assunto é a indicação temática a ser trabalhada; necessidade trata da explicitação das necessidades percebidas no grupo e que justificam a proposta de ensino; objetivo é o ser alcançado pelos alunos; conteúdo refere-se ao subunidade da temática; metodologia é a explicitação dos procedimentos de ensino, técnicas, estratégias, a serem utilizadas no desenvolvimento do assunto; tempo refere-se a duração da aula; recursos são os instrumentos materiais a serem utilizados; avaliação, similar ao modelo de Piletti (2003) contempla as formas e instrumentos de avaliação; tarefa corresponde ao momento de aprofundamento e síntese do estudado em sala de aula, bem como trazer elementos para serem retomados ou aprofundados nas próximas aulas; observações são os registros, as anotações, as reflexões sobre a vivencia da aula, uma espécie de diário de bordo que possibilita reflexão futura. Para Refletir O aperfeiçoamento profissional depende, entre outros aspectos, do acúmulo de experiências combinadas com a prática e a reflexão crítica e criteriosa sobre a ação e na ação. Você já discutiu um plano de aula com um parceiro de trabalho? Essa releitura e o repensar conjuntamente seria uma ação pertinente para o aperfeiçoamento do trabalho do professor? E do gestor? 37 O planejamento de ensino, realizado para sala de aula por meio dos planos de aula é a materialização dos ideais maiores da escola, por isso se torna importante ferramenta de desenvolvimento das ações e também de avaliação. Avaliação que pode ser realizada pelo professor que organiza esse plano, bem como pelo gestor que coordena as ações gerais da escola. É a partir dos resultados do plano de aula que o sucesso da escola se efetiva na ação, na prática. Por meio dessaferramenta de planejamento o êxito do processo de ensinar e aprender se materializa nas aprendizagens dos alunos. A síntese dessa aula, bem como das aulas anteriores ocorre em resposta a três questionamentos. Questionamentos orientadores da ação do gestor da escola que pretende realizar planejamentos participativos, vislumbrando uma gestão democrática. Segundo Piletti (2003), estes questionamentos deveriam orientar a escrita de Planejamentos. Por que planejamos? Para quem planejamos? E o que devemos considerar nos planejamentos? Faz-se necessário o entendimento de que os planejamentos sejam eles de sistema, escolar ou de ensino são realizados com o intuito de organizar as ações da escola que visam a qualidade do ensino e da aprendizagem. São a materialização, pela escrita organizada, das aspirações da comunidade escolar, são também, as ferramentas que orientam a intervenção no processo educacional em todos os âmbitos. Deve-se estar claro que se planeja-se para os alunos. É para eles que todas as ações da escola se organizam, são eles o alvo do trabalho de gestores, professores e técnicos educacionais. E, sendo os alunos, o foco de trabalho na escola esses precisam ser conhecidos, ouvidos em todos os processos de planejamento, pois além de sujeitos das aprendizagens também devem ser sujeitos de seus projetos de vida que podem ser repensados e reorganizados com apoio da escola. 38 Nesse contexto deve-se considerar em linhas gerais que nos planejamentos de sistema, escolar ou de ensino quatro são os elementos que devem compô-los, que devemos considerar. A definição dos objetivos, a previsão dos conteúdos, a seleção dos procedimentos metodológicos e o estabelecimento de critérios (e procedimentos de avaliação). Os objetivos devem permear a aprendizagem que compreende a aquisição, a reelaboração e a produção de conhecimentos; os conteúdos previstos são instrumentos auxiliadores da compreensão crítica da realidade e potencializadores de autonomia; os diferentes níveis de aprendizagem e a natureza da área do conhecimento necessitam ser considerados nos procedimentos metodológicos; e os critérios e procedimentos de avaliação auxiliam na intervenção e na retomada, sempre necessária, de todos os processos que culminam na efetivação do ensino e da aprendizagem. Resumo da aula 4 Nesta aula discutiu-se sobre o planejamento como ferramenta de intervenção no processo educacional. Ponderou-se sobre proposições realizadas em sala de aula. Foi possível compreender as formas de organização dos planos de aula como auxiliares do gestor na efetivação das ações do PPP e dos professores com os alunos, reforçando que o plano de aula e o projeto didático, são importantes instrumentos de planejamento de ensino. Percebeu-se que é por meio desses planos que a intervenção em sala de aula auxilia no processo de intervenção educacional. Atividade de Aprendizagem Nos planejamentos de sistema, escolar ou de ensino quatro são os elementos que devem compô-los. Escolha um deles e discorra sobre o seu papel e importância dentro desse processo. 39 Resumo da disciplina Nesta disciplina focou-se nas características e a importância do PPP, o qual é o documento orientador das ações da escola sendo em síntese: - Projeto indica uma direção; - Político resulta das relações de força existentes na escola; - Pedagógico define o tipo de ser humano que se quer formar; - Técnico meios para se obter os resultados esperados. Percebeu-se também que as principais características do PPP enquanto documento coletivo e que revela as necessidades e finalidades da escola, são: democratização, inclusão, diálogo, cooperação e autonomia. Na elaboração do PPP que deve ser revisitado e reelaborado de forma participativa consideram-se as etapas I, II e III apresentadas. Verificou-se também que é primordial o estudo do PPP, como uma ferramenta de planejamento das ações da escola. Ele auxilia o gestor escolar na condução e organização da escola de sua idealização e desenvolvimento, a avaliação que, deve se pautar em análises e interpretações confiáveis. Para finalizar evidenciaram-se os 4 elementos (definição dos objetivos, previsão dos conteúdos, seleção dos procedimentos metodológicos e o estabelecimento de critérios e procedimentos de avaliação), os quais são de grande importância nesse processo. 40 Referências BRASIL. Conselho Escolar e o financiamento da educação no Brasil. Autor: DOURADO, Luiz Fernandes; et. al. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006. CARRANO P; DAYREL, J. In: BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Caderno II: o jovem como sujeito do ensino médio. 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