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TEXTO GATILHO CARDIO

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RESUMO DO TEXTO - AHA GUIDELINE: PREVENTION OF INFECTIVE 
ENDOCARDITIS. 
 
A Endocardite Infecciosa (EI) é uma infecção rara, mas grave e era sempre fatal na era 
pré antibiótico. Apesar dos avanços no diagnóstico, na terapia antibiótica, nas técnicas 
cirúrgicas e no manejo das complicações, pacientes com EI ainda apresentam altos níveis 
de morbidade e mortalidade. Fatores como idade avançada, diabetes, condições de 
imunossupressão e diálise, por exemplo, podem complicar ainda mais o quadro. 
 
O último guia da American Heart Association sobre este tema foi em 1997, mas muitas 
autoridades e sociedades questionaram a eficácia da profilaxia antibiótica na prevenção 
da EI em pacientes que passam por procedimentos dentários, gastrointestinais e 
genitourinários e sugeriram revisão. 
 
 
PATOGÊNESE DA EI 
O desenvolvimento da EI é o resultado de uma interação complexa entre os patógenos 
presentes na corrente sanguínea com as moléculas e plaquetas existentes na região do 
endocárdio que está ferida. 
 
Muitas das manifestações clínicas apresentadas pelo paciente estão relacionadas a 
resposta imunológica do mesmo frente ao microorganismo infectante. 
 
 
A sequência a seguir resulta em EI: 
 
1) formação de trombos não bacterianos no endocárdio na região da válvula cardíaca ou 
qualquer área do endocárdio que estiver ferida 
Algumas doenças cardíacas congênitas ou adquiridas produzem um fluxo sanguíneo 
turbulento que pode ser porque o sangue está passando de um local com menor pressão 
para outro de maior pressão ou porque o sangue está passando por um orifício estreito. 
Este fluxo sanguíneo aumentado traumatiza o endotélio e resulta na formação de trombos 
não bacterianos no local 
 
2) bacteremia 
As superfícies de mucosa são povoadas por uma microflora endógena densa. O trauma 
da superfície da mucosa, particularmente no sulco gengival, na orofaringe, no trato 
gastrointestinal, uretra e vagina, libera muitas diferentes espécies bacterianas na corrente 
sanguínea. A bacteremia transitória causada pelos estreptococos do grupo viridans e 
outras bactérias ocorre comumente em associação com extrações dentárias ou outros 
procedimentos dentários cruentos ou ainda atividades rotineiras do dia-a-dia (ex: 
mastigar, falar, escovar os dentes). A frequência e a intensidade dos microorganismos 
parecem estar relacionadas com a magnitude e natureza do trauma, com a densidade da 
flora bacteriana e com o grau de inflamação ou infecção presente na região da mucosa 
bucal traumatizada. As espécies microbianas que chegam a circulação dependem da flora 
endógena que coloniza o local traumatizado. 
 
3) aderência da bactéria que veio da corrente sanguína ao endocárdio ferido ou 
danificado 
Há fatores de virulência que são responsáveis pela quimiotaxia, ou seja, permitem que os 
microorganismos que estão na corrente sanguínea chegue ao endocárdio ferido e fique 
aderido no local 
 
 
4) proliferação da bactéria formando uma vegetação 
Os microorganismos aderidos na vegetação estimulam mais deposição de fibrina e 
plaquetas na superfície endotelial e se multiplicam rapidamente. 
 
PROFILAXIA ANTIBIÓTICA PARA EI 
 
Após muitos anos de estudo, o guia da AHA recomenda hoje a profilaxia antibiótica como 
prevenção de EI em pacientes com condições cardíacas subjacentes que passarão por 
procedimentos causadores de bacteremia baseado em alguns fatores: 
 
1) Bacteremia causa EI 
2) Estreptococos do grupo viridans são parte da flora oral normal, assim como 
enterococos são do tratos gastrointestinal e genitourinário 
3) estes microorganismos são normalmente susceptíveis aos antibióticos recomendados 
para profilaxia 
4) profilaxia antibiótica previne EI experimental por estreptococos do grupo viridans e 
enterococos em animais 
5) alguns estudos relatam EI causada por procedimentos dentários 
6) em alguns casos, havia uma relação temporal entre o procedimento dentário e o início 
dos sintomas da EI 
7) o risco de efeitos adversos relacionados ao antibiótico é baixo 
8) a EI apresenta altos índices de morbidade e mortalidade 
 
 
IMPACTO DA DOENÇA BUCAL, DA HIGIENE BUCAL E DO TIPO DE PROCEDIMENTO 
NA BACTEREMIA 
 
É sabido, porém questionado, que há uma relação entre pobre higiene bucal, extensão da 
doença dentária ou periodontal, tipo do procedimento dentário e a frequência, natureza, 
magnitude e duração da bacteremia. Porém é certo que a manutenção da boa higiene 
oral e a erradicação da doença bucal reduz a frequência de bacteremia por atividades 
diárias rotineiras. 
Algumas condições cardíacas que apresentam um risco maior de resultados adversos da 
EI e para as quais a profilaxia antibiótica está indicada (sempre que estiver planejado um 
procedimento odontológico que também apresente indicação, o que será visto adiante): 
1) Válvula cardíaca protética ou material protético usado no reparo de válvula cardíaca 
2) EI prévia 
3) Doença Cardíaca Congênita 
1. Cianótica não reparada 
2. Completamente reparada com material ou dispositivo protético até os 6 primeiros 
meses após o reparo 
3. Reparada com defeitos residuais 
4) Coração transplantado que desenvolveu valvopatia 
 
 
 
REGIMES ANTIBIÓTICOS 
A profilaxia antibiótica em dose única deveria ser administrado antes do procedimento 
odontológico cruento, ou seja, que envolve manipulação de: 
1) gengiva 
2) região periapical do dente 
3) mucosa oral. 
 
 
Portanto, os seguintes procedimentos e eventos não requerem a administração de 
profilaxia antibiótica: 
1) Anestesia de rotina em tecidos não infectados 
2) Tomadas radiográficas 
3) Instalação de próteses ou aparelhos ortodônticos removíveis 
4) Ajuste de aparelhos ortodônticos 
5) Colocação de brackets ortodônticos 
 
 
A amoxicilina é o antibiótico de escolha porque é bem absorvido pelo trato gastrointestinal 
e oferece concentrações séricas altas e sustentadas. Para quem é alérgico a penicilina 
(amoxicilina é uma penicilina administrada via oral), 
 
 
SITUAÇÃO DO 
PACIENTE 
AGENTE REGIME: DOSE ÚNICA DE 30 A 6OMIN ANTES 
DO PROCEDIMENTO 
ADULTO CRIANÇA 
Oral (tradicional) Amoxicilina 2g 50mg/kg 
Impossibilitado de 
receber via oral 
Ampicilina ou 2g IM ou IV 50mg/kg IM ou IV 
Cefazolin ou 
Ceftriaxone 
1gIM ou IV 50mg/kg IM ou IV 
Alérgico a penicilina, 
mas podendo 
receber via oral 
Cefalexina 2g 50mg/kg 
Clindamicina 600mg 20mg/kg 
Azitromicina ou 
Clindamicina 
500mg 15mg/kg 
Alérgico a penicilina 
e impossibilitado de 
receber via oral 
Cefazolina ou 
Ceftriaxone 
1g IM ou IV 50mg/kg IM ou IV 
Clindamicina 600mg IM ou IV 20mg/kg IM ou IV 
 
 
ESPECÍFICAS SITUAÇÕES: 
1) Pacientes com indicação de receber profilaxia antibiótica, mas que já estão recebendo 
antibióticos 
Se o paciente já está usando um antibiótico que é também recomendado para a 
prevenção de EI em odontologia, é prudente não interromper o uso e escolher um outro 
antibiótico para a profilaxia de EI. 
 
2) Pacientes que estão em terapia anticoagulante 
Evitar antibiótico IM ou EV

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