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Administração do Relacionamento com o Cliente Notas de aula 07 Prof. Jarbas C. Mattos 2 – Conhecimento dos clientes Objetivos Ao final deste tópico os alunos deverão: (1) compreender o significado de segmentação de mercado e identificação de clientes-alvo; (2) saber identificar os atributos valorizados pelos mais diferentes tipos de clientes; (3) saber identificar os momentos-verdade percebidos pelos clientes e os respectivos atributos; (4) conhecer os principais instrumentos/ferramentas para ouvir/compreender os clientes e (5) saber dos riscos associados às práticas relacionadas a ouvir os clientes 2.4 – Priorização dos atributos valorizados pelos clientes a – introdução Por enquanto, neste tópico do conteúdo programático, que trata de “conhecimento dos clientes”, já abordamos as questões relacionadas a: (a) segmentação de mercado e identificação de clientes alvo; (b) atributos valorizados pelos clientes e (c) ferramentas para se ouvir os clientes, para conhecer, entre outras coisas, os atributos que os clientes valorizam, quando do seu relacionamento com os fornecedores (tanto externos como internos). Nossa preocupação agora está em entender um pouco mais da questão relacionada aos atributos valorizados pelos clientes. O que se sabe, por enquanto, é que quando um cliente interage com uma organização, ele passa por um chamado “ciclo de serviço”, que representa o conjunto de “momentos verdade” percebidos nessa interação. Para cada momento identificado existem atributos requeridos (atendimento, precisão de informações, variedade de produtos etc.). Como são muitos os momentos verdade, muitos também são os atributos requeridos pelos clientes. A questão que fica é: todos atributos têm a mesma importância para o cliente? A resposta é: pode ser que sim, pode ser que não. Depende do cliente. b – priorização de atributos: enfoque de Albrecht & Bradford b.1 – identificação da importância relativa de cada atributo No livro Serviços com Qualidade, Albrecht & Bradford sugerem que você procure saber do cliente quais os atributos que ele mais valoriza. Na abordagem de tais autores: “só saber quais são os atributos importantes para o cliente não mostra um retrato global: os clientes estão sempre fazendo uma avaliação de cada fator. Mas também fazem mais uma coisa: de modo semiconsciente, classificam cada atributo fundamental em ordem de importância. Esse peso é chamado valência e é uma medida da importância de cada atributo em relação a outros.”(Albrecht, 1992: p.155). Para identificar o grau de importância de cada atributo valorizado pelos clientes, Albrecht & Bradford sugerem o uso da ferramenta denominada análise de preferência conjunta através da qual “simplesmente se pede aos clientes que classifiquem os atributos que a sua firma oferece em ordem de importância”.(p.155). O exemplo abaixo, produzido por Albrecht & Bradford ajudará a entender melhor o que está sendo discutido. Trata-se de um conjunto de requisitos de clientes que contratam uma imobiliária para a venda de imóveis. Atributos Importância Avaliação 1. Confio que o corretor que representa minha propriedade age de maneira honesta e ética Alta B 2. Meu corretor está disponível quando quero falar com ele a respeito da propriedade. Alta C 3. O corretor me telefona com freqüência para me manter informado. Alta A 4. O corretor se veste e age profissionalmente. Média B 5. O corretor mostra minha propriedade a um grande número de prováveis compradores. Média C 6. A placa “Vende-se” é colocada de forma a haver grande visibilidade. Média A 7. O corretor é cordial e amigável. Baixa A 8. O corretor vai até a minha propriedade todos os dias. Baixa D 9. O escritório do corretor é elegante. Baixa B 10. O escritório do corretor fica perto da minha propriedade. Baixa C Fonte: Albrecht & Bradfornd – Serviços com qualidade, p. 164 Na tabela acima, os clientes investigados foram chamados a atribuir importância alta, média ou baixa aos atributos identificados. Claro que também poderiam ter sido chamados a colocar tais atributos em ordem de importância, o que não é uma tarefa fácil, ou qualquer outra forma conveniente para se descobrir qual atributo é mais importante em relação. Na coluna avaliação aparece a nota que os clientes estão dando para a corretora, em relação ao atributo em questão. Este é uma assunto que trataremos um pouco a seguir e com mais intensidade no tópico 4 do conteúdo programático. Matriz trade-off Estamos anexando à estas notas de aula o texto “Instrumentos de Gestão de Clientes” que um capítulo inédito, de autoria do Prof. Manuel Meireles, de um livro ainda em fase de elaboração. Tal texto trata da matriz trade-off, que, no enfoque do Prof. Meireles, “é uma importante ferramenta para se determinar a preferência de um conjunto de pessoas em relação a um dado conjunto de variáveis. É muito útil para se estabelecer o que os clientes mais valorizam, por exemplo”. Nossa sugestão é que essa ferramenta seja utilizada para a priorização dos atributos valorizados pelos clientes. b.2 – matriz dos atributos de serviço. Apesar de não estarmos ainda tratando da questão relacionada a avaliação da satisfação e insatisfação dos clientes, vale a pena entrar um pouco neste assunto, para aproveitarmos uma idéia bastante boa de Albrecht & Bradford a respeito da utilização das informações sobre a importância relativa dos atributos, vista no item anterior. Para tanto, reproduzimos abaixo o texto de tais autores, que trata desse assunto: “Para escolher os atributos fundamentais da qualidade, você cria uma matriz que contenha um atributo fundamental, junto a importância do mesmo para o cliente, e uma comparação entre a sua empresa e a do concorrente nesse atributo. A figura abaixo ilustra a relação entre a importância de um atributo e o nível de desempenho nele, conforme considerado na ficha de avaliação do cliente. Atributo 4 etc. Atributo 3 Atributo 2 Zona Cinzenta Importância para o cliente Alto Alto Baixo Baixo Desempenho Vulnerabilidade competitiva Força competitiva Relativa indiferença Superioridade irrelevante ][Vamos analisar um pouco mais a matriz de atributos. Há dois critérios básicos pelos quais a qualidade do serviço é julgada: a importância de determinado atributo de acordo com o ponto de vista do cliente, e o seu grau de desempenho para atender a expectativa do cliente. Tanto um c Omo outro vão de alto a baixo, e pode-se aplicar qualquer critério de medição nestes dois eixos: uma escala de 1 a 10, ou letras como no boletim escolar. O importante é atribuir algum equivalente numérico ao eixo do desempenho. A matriz tem cinco zonas onde o atributo e o seu desempenho se cruzam. Vulnerabilidade Competitiva: Alta Importância /Desempenho Baixo Nessa zona os atributos avaliados têm alta importância para o cliente. Contudo, se a sua nota na ficha de avaliação do cliente for menor que a média, você tem um desempenho fraco. Com esses dois critérios – importância e desempenho – a intersecção é a Zona de Vulnerabilidade Competitiva. Para melhorar sua posição competitiva no atributo avaliado, você terá de aumentar o nível de desempenho segundo a opinião dos clientes. Força Competitiva: Alta Importância/Alto Desempenho O seu desejo é que a maioria dos seus clientes ache que você está neste quadrante. Para chegar lá, as notas devem ser acima da média em termosda prestação do serviço. Com esse atributo tem grande importância para o cliente, o seu serviço precisa estar num nível acima da média, ou excelente. E se tanto você como o seu concorrente tirarem ótimas notas neste atributo? Isso é um bom sinal: significa que você está pelo menos no mesmo nível ou ligeiramente melhor que os demais concorrentes neste atributo. O que precisa acontecer depois é aumentar as notas dos outros atributos em que as notas foram menores que os concorrentes. Relativa Indiferença: Baixa Importância/Baixo Desempenho Essa é uma zona rara. É o ponto em que tanto a importância como o desempenho do atributo, de acordo com o ponto de vista do cliente, são relativamente baixos. Portanto, é uma zona de relativa indiferença para o seu produto ou serviço. Também é possível que o atributo que está sendo medido poderia ser importante para os clientes, mas, por algum motivo, não é. Você já fez um serviço adequado para mostrar aos clientes os aspectos importantes deste atributo? O seu cliente deveria estar mais ciente das necessidades deste atributo para sua segurança, conforto e confiança? E se o concorrente chamar a atenção desse atributo para os seus clientes e provar que é melhor que você? Você vai estar preso numa armadilha. Superioridade Irrelevante: Baixa Importância/Alto Desempenho Pode ter sido isso que Shakespeare tinha em mente quando escreveu “Muito barulho por nada”. Você pode ter estado gastando muito tempo, energia e dinheiro na firma, procurando um desempenho de primeira classe em algum atributo que você considera importante para os clientes, mas ao qual eles não dão o mínimo valor! É um erro dar muita atenção a detalhes insignificantes, que só afetam superficialmente a opinião do cliente. É como tentar pisar em milhares de baratas, quando há elefantes caindo do telhado. Por outro lado, se esse é um atributo no qual você tem alto nível de desempenho, talvez você possa aumentar a percepção do cliente sobre a importância desse atributo. Se puder fazê-lo, vai promovê-lo de Superioridade Irrelevante para Força Competitiva. Zona Cinzenta: Desempenho Neutro/Importância Neutra Outro nome da Zona Cinzenta poderia ser Zona de Indiferença. Quando a importância do atributo que está sendo avaliado não é alta nem baixa na opinião do cliente, e quando o seu desempenho nele também está na faixa média, você provavelmente está na Zona Cinzenta. Nesse caso, a sua firma é encarada como estando na média das outras que fornecem o seu produto – nem melhor nem pior. Se este for o caso, você está no mesmo nível do seu concorrente, mas perde a diferenciação de mercado. A sua firma não é distinguida da dos concorrentes no atributo que está sendo avaliado na matriz.” (Albrecht, 1992: p.157 a 159) Exercício sugerido: colocar a tabela apresentada no item b.1 acima, na forma da matriz sugerida no item b.2, e informar quais deverão ser as ações prioritárias da corretora de imóveis em questão. c – decisão de compras com base na importância relativa dos atributos: um exemplo de Philip Kotler No livro Administração de Marketing, Philip Kotler, já mencionado anteriormente, apresenta um caso bastante interessante que ilustra essa questão da importância relativa dos atributos valorizados por um cliente que deseja adquirir um computador e como ele avalia diferentes fornecedores em relação ao atendimento desses atributos. Esse exemplo é reproduzido a seguir: “ Os consumidores variam sobre quais atributos de produto percebem como relevantes ou salientes. Prestarão mais atenção aos atributos que prestam os benefícios anunciados. Freqüentemente, o mercado para um produto pode ser segmentado de acordo com os atributos mais salientes para diferentes grupos de consumidores. Os atributos mais salientes podem não ser os mais importantes. Alguns podem ser salientes porque o consumidor foi recentemente exposto a um anuncio mencionando-os. Além disso, os atributos não-salientes podem incluir algum que o consumidor esqueceu, mas cuja importância seria reconhecida se fosse mencionado. Os profissionais de marketing devem preocupar-se mais com a importância dos atributos do que com suas saliências. Devem mensurar os pesos de importância que os consumidores associam aos vários atributos. É provável que o consumidor desenvolva um conjunto de crenças de marca em que cada marca é posicionada dentro de um atributo. As crenças de marca formam a imagem de marca. As crenças de marca do consumidor variarão conforme suas experiências e com o efeito da percepção, distorção e retenção seletivas. Presume-se que o consumidor tem uma função utilidade para cada atributo. Por exemplo, Linda Brown pode esperar que sua satisfação por um computador aumente conforme sua capacidade de memória, resolução gráfica e disponibilidade de software; e diminua com seu preço. Se combinarmos os níveis de atributo onde as utilidades são mais altas, formamos computador ideal de Linda. A utilidade esperada pelos computadores disponíveis no mercado será menor do que a utilidade derivada de um computador ideal. O consumidor toma atitudes (julgamentos, preferências) em relação as marcas alternativas através de um procedimento de avaliação. Tem sido constatado que os consumidores aplicam procedimentos de avaliação diferentes para fazer uma escolha entre objetivos com multiatributos. Ilustraremos estes conceitos em conexão com a compra de um computador por Linda Brown, suponhamos que ela afunilou se conjunto de escolha para quatro computadores (A,B,C e D). Assumimos que ela está interessada em quatro atributos: capacidade de memória, resolução gráfica, disponibilidade de software e preço. A tabela 7.5 mostra suas crenças sobre as avaliações de cada marca dos nos quatro atributos. Linda avalia a marca A da seguinte forma: capacidade de memória, 10 (em uma escala de 10 pontos); resolução gráfica, 8; disponibilidade de software, 6; e preço, 4 (relativamente caro).Similarmente, a tabela mostra a avaliação dos três outros computadores nestes atributos. O profissional de marketing gostaria de estar apto para prever qual computador Linda comprará. Claramente, se um computador supera os outros em todos os critérios, podemos prever que Linda o escolheria. Entretanto, seu conjunto de escolha consiste em marcas que oferecem apelos diferentes. Se Linda deseja a melhor capacidade de memória, deve comprar o A; se deseja melhor resolução gráfica, deve comprar o B e assim por diante. Alguns consumidores decidirão comprar sobre apenas um atributo e podemos prever facilmente sua escolha. A maioria dos compradores considerarão diversos atributos, mas atribuem pesos diferentes a eles, se conhecêssemos os pesos de importância que Linda Brown destina aos quatro atributos, poderíamos prever melhor sua escolha. Suponhamos que ela atribuiu 40% de importância à capacidade de memória do computador, 30% para resolução gráfica, 20% para disponibilidade de software e 10% para preço. Para encontrar o valor percebido de Linda para cada computador, seus pesos são multiplicados por suas crenças sobre cada computador. Isto leva aos seguintes valores percebidos: Computador A = 0,40 (10) + 0,30 (8) + 0,20 (6) + 0,10 (4) = 8,0 Computador B = 0,40 (8) + 0,30 (9) + 0,20 (8) + 0,10 (3) = 7,8 Computador C = 0,40 (6) + 0,30 (8) + 0,20 (10) + 0,10 (5) = 7,3 Computador E = 0,40 (4) + 0,30 (3) + 0,20 (7) + 0,10 (8) = 4,7 Podemos prever que Linda escolherá o computador A. Este modelo é denominado modelo de expectativa de valor da escolha do consumidor. Trata-se de um dos diversos modelos possíveis para descrever como os consumidores avaliam alternativas.” (Kotler, 1994: p.179 e 180) Tabela 7.5 Crenças do consumidor em marcas de computadores.COMPUTADOR ATRIBUTO Capacidade de memória Resolução gráfica Disponibilidade de software Preço A B C D 10 8 6 4 8 9 8 3 6 8 10 7 4 3 5 8 Nota: Cada atributo é avaliado de 0 a 10, onde 10 representa o nível mais alto de cada atributo. Entretanto, o preço foi indexado de maneira reversa, com 10 representando o preço mais baixo, desde que o consumidor prefira um preço baixo a um alto. Exercício sugerido. Utilizando o exemplo de Kotler, acima transcrito, informar qual seria a opção de compra do cliente se os pesos atribuídos pelo cliente, a cada um dos atributos identificados, fosse mudado para: Importância à capacidade de memória do computador: 10% Resolução gráfica: 20% Disponibilidade de software: 30% Preço: 40% Referências bibliográficas Albrech, K Bradford, L.J. – Serviços com qualidade: a vantagem competitiva. São Paulo: Makron Books, 1992 Kotler, P. – Administração de marketing. São Paulo: Atlas, 1994 Meireles, Manuel. Instrumentos para gestão de clientes. (capitulo inédito de livro em elaboração, gentilmente cedido pelo autor) Capítulo 38 Instrumentos de Gestão de Clientes Manuel Meireles Sumário 38.1O que é uma Matriz trade-off 38.2Como selecionar variáveis 38.3Como preparar o questionário 38.4Como tabular as respostas 38.5Como calcular a Relação Trade-Off (RTO) 38.6Como analisar os resultados Resumo Glossário Referências Bibliográficas Objetivos Ao término deste capítulo o leitor deve estar capacitado a dizer o que é uma Matriz Trade- off, como e onde se aplica e, ainda, como se interpreta o resultado obtido. 38.1O que é uma Matriz Trade-off A Matriz Trade-off é uma importante ferramenta para se determinar a preferência de um conjunto de pessoas em relação a um dado conjunto de variáveis. É muito útil para se estabelecer o que os clientes mais valorizam, por exemplo. Pode ser também utilizada para que se possa obter a preferência, quanto a determinados quesitos, de qualquer conjunto de pessoas, incluindo funcionários. Na área administrativa a expressão trade-off está associada a inúmeros conceitos, quase todos eles significando uma troca: se tem uma coisa ou outra. Por exemplo: uma empresa oferece serviços a ‘preço baixo’ ou oferece serviços com ‘alta qualidade’: dificilmente, em condições normais é possível oferecer serviços de alta qualidade a preço baixo, embora com o advento de novas técnicas administrativas muitos trade-offs deixaram de ter sentido, porquanto é possível ter, em muitos casos, ‘preço baixo’ e ‘alta qualidade’. O conceito de trade-off abordado aqui, está associado à percepção de prioridades por outras pessoas: o que um dado conjunto de pessoas prefere. Neste sentido, GUT gravidade, urgência e tendência, Matriz de Priorização e Trade-off são ferramentas que se assemelham pelo resultado que produzem: uma priorização, uma indicação do que é ou não importante, uma indicação do que é ou não relevante. Este resultado é especialmente importante para a empresa que se interroga: Quais os aspectos de serviço/produto que os meus clientes valorizam? Fig. 38.1: Gaps do modelo de Zeithaml et al (1990), para avaliação da qualidade de um serviço. O administrador deve estar ciente de tais gaps e atuar de forma a minimiza-los. Fonte: Zeithaml et al (1990) Conhecer a resposta a tal pergunta possibilita que o gap 1 do modelo de Zeithaml et al (1990) seja reduzido, com a conseqüente aumento de satisfação pelo cliente (fig. 38.1). Zeithaml & Bitner (2000), afirmam que o principal objetivo dos fornecedores de serviços é idêntico aos de outros setores, ou seja, desenvolver e proporcionar ofertas que satisfaçam as necessidades dos consumidores e suas expectativas, garantindo, assim, sua própria sobrevivência econômica. Para atingir esse objetivo, os fornecedores de serviços precisam compreender como os consumidores escolhem e avaliam suas ofertas. A matriz trade-off na medida em que força o respondente ou pesquisado a fazer escolhas, possibilita saber, em condições conflituosas, o que o respondente valoriza. Para Berry & Parasuraman (1991), as pessoas responsáveis pela entrega do serviço são um ingrediente crítico da infra-estrutura de um serviço livre de erros. Muitos serviços são caracterizados pelo contato intenso com os clientes e a interação entre a equipe de empregados acaba se tornando parte significante do serviço oferecido, uma vez que sua produção e consumo são inseparáveis. Os momentos de contato entre o fornecedor do serviço e o cliente, foram batizados pioneiramente por Normann (1993) de “momentos da verdade”. 38.2Etapa 1: Como selecionar variáveis Embora a Matriz Trade-off possa ser aplicada em muitos setores da empresa, neste capítulo ilustra-se sua aplicação em Marketing de serviços, que pode usá-la para pesquisar preferências dos clientes colocados diante de várias alternativas. Considere-se uma clínica oftalmológica que deseja saber quais atributos do serviço os seus pacientes mais valorizam. O CONSUMIDOR Comunicação boca-a-boca Necessidades pessoais Experiências passadas Expectativa de serviço Serviço Percebido PROVEDOR Entrega do serviço Comunicação c/ consumidor Especificações da qualidade serviço Percepção das expectativas do consumidor pelo Gerente Modelo conceitual de Qualidade de Serviço Gap 4 Gap 2 Gap 3 Gap 5 Gap 1 CONSUMIDOR Comunicação boca-a-boca Necessidades pessoais Experiências passadas Expectativa de serviço Serviço Percebido PROVEDOR Entrega do serviço Comunicação c/ consumidor Especificações da qualidade serviço Percepção das expectativas do consumidor pelo Gerente Modelo conceitual de Qualidade de Serviço Gap 4 Gap 2 Gap 3 Gap 5 Gap 1 primeiro passo consiste em identificar quais atributos do serviço podem ser percebidos e avaliados pelos pacientes. A lista pode ser longa, mas convém apontar apenas 5 ou 6 atributos. Parasuraman, et al. (1985, 1991), abordam a dificuldade de identificar a percepção da qualidade por parte do cliente para o setor de serviços, já que, neste contexto, características, como intangibilidade e inseparabilidade convidam o cliente a participar e interagir, tornando-se parte atuante em sua elaboração. Estes autores propuseram uma escala denominada SERVQUAL que serve para mensurar a percepção de qualidade em serviços. Segundo eles, o modelo fornece um esqueleto através do formato de comparação entre expectativas e percepções estruturado em cinco dimensões e pode ser adaptado ou suplementado para atender às características ou necessidades específicas do pesquisador. SERVQUAL é uma escala de múltiplos itens que objetiva descobrir fraquezas e forças da qualidade de serviço de uma empresa consideradndo as dimensões: tangibilidade, confiabilidade, responsividade, segurança e empatia. -Tangibilidade: a aparência física das instalações, equipamentos, pessoas e demais materiais envolvidos na realização do serviço; -Confiabilidade: a capacidade de prestar o serviço prometido de modo confiável e com precisão. Satisfazer ass necessidades primárias dos clientes de prazo e quantidade; -Responsividade: a disposição para ajudar o cliente e proporcionar com presteza um serviço; -Segurança: o conhecimento e a cortesia de empregados e sua habilidade em transmitir confiança e exatidão; e -Empatia: a atenção e o carinho individualizados proporcionados aos clientes. Desta formapode-se selecionar algumas variáveis pertinentes ao serviço que se entrega ao paciente da clínica oftalmológica aqui considerada como exemplo de provedora do serviço: 1. facilidade de agendar consulta; 2. ausência de espera na recepção; 3. segurança transmitida pelo médico durante atendimento; 4. atenção e carinho proporcionados pelos assistentes médicos; 5. equipamentos novos e modernos; e 6. estacionamento fácil e amplo. Cabe destacar, como lembram Meireles & Enoki (2001), que a coleta de dados por meio de questionários para medir opinião e atitudes, especialmente quando o questionário usado é do tipo trade-off, torna-se difícil quando o número n de variáveis a pesquisar é grande, na medida em que o número de questões que o indivíduo tem de responder é de (n-1)n/2. No caso acima, um questionário com 6 variáveis possui (6-1).6/2= 5.6/2= 15 alternativas 38.3Como preparar o questionário Uma vez selecionadas as variáveis objeto de estudo é necessário preparar o questionário para que seja aplicado. É muito fácil preparar o questionário usando uma planilha de cálculos como a Excel. O questionário a apresentar aos clientes tem duas partes importantes: a) o caput ou cabeçalho, que convida o cliente a responder ao questionário e; b) o corpo do questionário. Para estruturar a Matriz Trade-off é necessário entender que todas as variáveis serão comparadas. No presente caso é necessário estabelecer comparações entre as variáveis: 1-2 1-3 1-4 1-5 1-6 2-3 2-4 2-5 2-6 3-4 3-5 3-6 4-5 4-6 5-6 A fig. 38.2 mostra a Matriz Trade-off engendrada para o presente exemplo. Observar que há um caput introdutório e explicativo. A seguir vem a planilha, com as colunas A e B às quais o respondente deve atribuir notas, de tal forma que A+B=10. É possível observar pela fig. 38.2 que todas as comparações possíveis entre as variáveis são feitas. A primeira comparação exige do respondente que ele mostra sua preferência entre “facilidade de agendar consulta” e “ausência de espera na recepção”. Caso o respondente valorize mais a ausência de espera na recepção em relação à facilidade de agendar consulta, tenderá a responder com um par de notas do tipo 4-6 ou semelhante: escreverá 4 na coluna A e 6 na coluna B. E assim o respondente procederá para as demais comparações solicitadas. Fig. 38.2: Exemplo de Matriz Trade-off para as variáveis consideradas. Esta matriz deve ser reproduzida e aplicada aos pacientes da clínica que responderão. Neste caso, um respondente poderia dar o conjunto de preferências mostrado na fig. 38.3. Observar que cada resposta é subjetiva e exprime a opinião do respondente. Para que a pesquisa seja fiel, isto é, represente o pensamento dos pacientes clientes, é importante que ela seja grande, isto é, ouça pelo menos 31 pacientes e de forma aleatória. A B ausência de espera na recepção segurança transmitida pelo médico durante atendimento atenção e carinho proporcionados pelos assistentes médicos equipamentos novos e modernos estacionamento fácil e amplo. segurança transmitida pelo médico durante atendimento atenção e carinho proporcionados pelos assistentes médicos equipamentos novos e modernos estacionamento fácil e amplo. atenção e carinho proporcionados pelos assistentes médicos equipamentos novos e modernos estacionamento fácil e amplo. equipamentos novos e modernos estacionamento fácil e amplo. equipamentos novos e modernos estacionamento fácil e amplo. Prezado(a) Sr(a): Com o objetivo de conhecer melhor suas preferências, com vistas a melhorar nossos serviços, solicitamos que preencha a tabela abaixo. Por favor compare a característica de serviço da esqueda com a da direira e, nas colunas A e B, disponha notas inteiras cuja soma seja 10. Por exemplo 4 e 6; 5 e 5; 8 e 2 ou qualquer outra combinação. Isto lhe tomará alguns instantes mas ensejará melhorias nos nossos serviços para um melhor atendimento. Agradecemos a sua atenção. facilidade de agendar consulta ausência de espera na recepção segurança transmitida pelo médico durante atendimento atenção e carinho proporcionados pelos assistentes médicos O questionário tenderá a ser aplicado por auxiliar do gestor, pelo que este deve estar ciente de que o funcionário aplicador adotará procedimento isento de viés, ou seja: o funcionário não irá induzir o respondente a certas respostas. Fig. 38.3: Exemplo de Matriz Trade-off preenchida por respondente. Observar que os valores A e B são sempre inteiros e a sua soma é igual a 10. 38.4Como tabular os dados coletados Um respondente, portanto, pode fazer a avaliação como exemplificada na fig. 38.3. Mas um conjunto de respondentes produz inúmeras avaliações que são diferentes umas das outras. Tais avaliações podem ser tabuladas considerando-se apenas a primeira coluna respondida, já que a segunda é o complemento para 10. Olhando a fig. 38.3, basta saber os valores da coluna A para se deduzir os da coluna B. Os dados coletados por meio da matriz Trade-Off são introduzidos numa planilha Excel, por exemplo. Basta inserir o valor da coluna A. A fig. 38.4 ilustra uma tabulação considerando 21 respondentes. Observar que, quanto maior o número de respondentes mais acurada será a pesquisa. A cada respondente, indicado com a letra R, corresponde uma coluna de dados. É importante observar que os valores tabulados devem ser conferidos quanto à sua exatidão. Pode ser necessário remover casos em que o respondente não tenha atuado de forma consciente. Isso pode ser observado nos casos em que todas as respostas possuem o mesmo valor, por exemplo 4, para a coluna A e 6 para a coluna B. Nestes casos recomenda-se não tabular a resposta. A B 4 6 ausência de espera na recepção 3 7 segurança transmitida pelo médico durante atendimento 5 5 atenção e carinho proporcionados pelos assistentes médicos 4 6 equipamentos novos e modernos 3 7 estacionamento fácil e amplo. 3 7 segurança transmitida pelo médico durante atendimento 4 6 atenção e carinho proporcionados pelos assistentes médicos 4 6 equipamentos novos e modernos 3 7 estacionamento fácil e amplo. 7 3 atenção e carinho proporcionados pelos assistentes médicos 7 3 equipamentos novos e modernos 6 4 estacionamento fácil e amplo. 5 5 equipamentos novos e modernos 3 7 estacionamento fácil e amplo. equipamentos novos e modernos 4 6 estacionamento fácil e amplo. facilidade de agendar consulta ausência de espera na recepção segurança transmitida pelo médico durante atendimento atenção e carinho proporcionados pelos assistentes médicos Fig. 38.4: Exemplo de tabulação. Para fins didáticos, considerou-se apenas 21 respondentes. X-5Como calcular a Relação Trade- Off Uma variável importante para a análise do resultado é a RTO, isto é, a Relação Trade-Off. Esta pode ser conceituada como a divisão da média da coluna A pela média da coluna B. No presente exemplo, já que são conhecidos os valores das colunas A, é fácil obter a média de cada linha. Ou seja: a média da primeira comparação, é a média dos valores 4; 3; 4; 3; 4; 5;...4; 3; 4. Fig. 38.5: Exemplo da obtenção das médias das colunas A e B e do valor RTO Relação Trade-off. Tendo-se obtido a média de cada uma das linhas referentes à coluna A, é fácil obter a média de cada uma das linhas referentes à coluna B, já que a média da Coluna B é igual a 10-(média da coluna A). Ver fig. 38.5. Dividindo-se a média da linha da coluna A pela média da linha da coluna B, obtém-se a Relação Trade-Off (RTO), imprescindível para a análise final dos resultados. Conhecendo-se estes valores, e apropriando-os a uma Matriz Trade-Off vazia, pode-seafirmar que os respondentes, em média, atribuíram tais valores, como mostra a fig. 38.6. R01 R02 R03 R04 R05 R06 R07 R08 R09 R10 R11 R12 R13 R14 R15 R16 R17 R18 R19 R20 R21 4 3 4 3 4 5 4 6 3 4 5 3 3 4 3 3 4 5 4 3 4 3 2 2 3 3 4 2 2 2 2 3 3 4 3 3 2 3 2 3 3 2 5 5 4 5 4 5 4 4 3 3 4 2 3 4 5 5 4 6 5 6 5 4 2 3 5 3 3 2 3 2 3 3 3 4 2 3 3 5 3 4 5 4 3 4 2 3 4 4 3 3 4 2 3 4 3 4 2 3 4 5 6 3 4 3 3 5 3 3 4 2 3 3 5 3 3 3 3 4 3 3 2 2 3 3 4 5 4 5 4 5 4 5 4 4 5 4 5 3 3 2 3 2 3 4 3 4 5 4 3 4 5 4 6 3 4 5 4 3 3 3 2 3 2 3 4 3 3 4 3 4 3 4 2 3 3 5 3 3 3 3 3 4 2 3 3 5 3 7 8 9 8 7 8 7 9 7 8 7 8 7 9 8 4 7 8 7 8 7 7 8 7 5 7 8 7 9 7 8 7 8 7 9 7 8 7 8 7 8 7 6 7 7 6 8 7 6 8 6 7 8 6 6 6 7 6 8 9 6 6 9 5 4 4 3 3 4 2 3 4 3 5 4 5 4 5 4 4 4 5 5 5 3 3 4 2 3 3 5 3 3 3 4 3 5 3 3 2 3 2 3 4 3 4 3 3 2 3 2 3 3 4 2 3 4 3 3 3 2 3 2 3 6 4 Questionário Trade-Off. Tabulação das respostas coletadas. Coluna A R01 R02 R03 R04 R05 R06 R07 R08 R09 R10 R11 R12 R13 R14 R15 R16 R17 R18 R19 R20 R21 4 3 4 3 4 5 4 6 3 4 5 3 3 4 3 3 4 5 4 3 4 3,86 6,14 0,63 3 2 2 3 3 4 2 2 2 2 3 3 4 3 3 2 3 2 3 3 2 2,67 7,33 0,36 5 5 4 5 4 5 4 4 3 3 4 2 3 4 5 5 4 6 5 6 5 4,33 5,67 0,76 4 2 3 5 3 3 2 3 2 3 3 3 4 2 3 3 5 3 4 5 4 3,29 6,71 0,49 3 4 2 3 4 4 3 3 4 2 3 4 3 4 2 3 4 5 6 3 4 3,48 6,52 0,53 3 3 5 3 3 4 2 3 3 5 3 3 3 3 4 3 3 2 2 3 3 3,14 6,86 0,46 4 5 4 5 4 5 4 5 4 4 5 4 5 3 3 2 3 2 3 4 3 3,86 6,14 0,63 4 5 4 3 4 5 4 6 3 4 5 4 3 3 3 2 3 2 3 4 3 3,67 6,33 0,58 3 4 3 4 3 4 2 3 3 5 3 3 3 3 3 4 2 3 3 5 3 3,29 6,71 0,49 7 8 9 8 7 8 7 9 7 8 7 8 7 9 8 4 7 8 7 8 7 7,52 2,48 3,04 7 8 7 5 7 8 7 9 7 8 7 8 7 9 7 8 7 8 7 8 7 7,43 2,57 2,89 6 7 7 6 8 7 6 8 6 7 8 6 6 6 7 6 8 9 6 6 9 6,90 3,10 2,23 5 4 4 3 3 4 2 3 4 3 5 4 5 4 5 4 4 4 5 5 5 4,05 5,95 0,68 3 3 4 2 3 3 5 3 3 3 4 3 5 3 3 2 3 2 3 4 3 3,19 6,81 0,47 4 3 3 2 3 2 3 3 4 2 3 4 3 3 3 2 3 2 3 6 4 3,10 6,90 0,45 Questionário Trade-Off. Tabulação das respostas coletadas. Coluna A Média coluna A Média coluna B RTO (=A/B) Fig. 38.6: Valores médios atribuídos pelos respondentes às colunas A e B e respectivas relações trade-off (RTO). Embora na fig. 38.6 se possa ver os valores médios e as relações trade-off, ainda não é possível ver, de forma direta, quais as características preferidas pelos respondentes. Isso requer a continuidade da análise por meio da Matriz de Priorização. 38.6Como analisar os resultados Para se analisar os resultados obtidos (RTOs) é necessário que se faça uso da Matriz de Priorização. A Matriz de Priorização é construída, neste caso, com 6 linhas por 6 colunas, contendo as características do serviço em análise. A Matriz de Priorização correspondente a este exemplo pode ser vista na fig. 38.7. Observar que existe uma coluna adicional à direita correspondente à coluna “Pontos”. Os valores a inserir na Matriz de Priorização são os valores RTOs obtidos na etapa anterior. Tais valores são inseridos na parte superior à diagonal da Matriz de Priorização como mostram as setas. Fig. 38.7: Matriz de priorização criada para análise das relações trade-off (RTOs) oriundos da matriz Trade-off. Os RTOs devem ser inseridos na parte superior da Matriz de Priorização, como mostram as setas. A B RTO=(A/B) 3,86 6,14 ausência de espera na recepção 0,63 2,67 7,33 segurança transmitida pelo médico durante atendimento 0,36 4,33 5,67 atenção e carinho proporcionados pelos assistentes médicos 0,76 3,29 6,71 equipamentos novos e modernos 0,49 3,48 6,52 estacionamento fácil e amplo. 0,53 3,14 6,86 segurança transmitida pelo médico durante atendimento 0,46 3,86 6,14 atenção e carinho proporcionados pelos assistentes médicos 0,63 3,67 6,33 equipamentos novos e modernos 0,58 3,29 6,71 estacionamento fácil e amplo. 0,49 7,52 2,48 atenção e carinho proporcionados pelos assistentes médicos 3,04 7,43 2,57 equipamentos novos e modernos 2,89 6,90 3,10 estacionamento fácil e amplo. 2,23 4,05 5,95 equipamentos novos e modernos 0,68 3,19 6,81 estacionamento fácil e amplo. 0,47 equipamentos novos e modernos 3,10 6,90 estacionamento fácil e amplo. 0,45 facilidade de agendar consulta ausência de espera na recepção segurança transmitida pelo médico durante atendimento atenção e carinho proporcionados pelos assistentes médicos 1 2 3 4 5 6 Matriz de Priorização com 6 características do serviço fa ci lid ad e de a ge nd ar c on su lta au sê nc ia d e es pe ra n a re ce pç ão se gu ra nç a tr an sm iti da p el o m éd ic o du ra nt e at en di m en to at en çã o e ca rin ho p ro po rc io na do s pe lo s as si st en te s m éd ic os eq ui pa m en to s no vo s e m od er no s es ta ci on am en to f ác il e am pl o. P o n to s 1 facilidade de agendar consulta @ 2 ausência de espera na recepção @ 3 segurança transmitida pelo médico durante atendimento @ 4 atenção e carinho proporcionados pelos assistentes médicos @ 5 equipamentos novos e modernos @ 6 estacionamento fácil e amplo. @ Fig. 38.8: Matriz de Priorização preenchida na parte superior à diagonal com os correspondentes valores RTO. A fig. 38.8 mostra esta primeira etapa. Observar que a RTO entre “facilidade de agendar consulta” e “ausência de espera na recepção”, como mostra a fig. 38.6 é igual a 0,63. Esse é o valor que se encontra na célula correspondente às duas variáveis, na fig. 38.8. Uma vez preenchida a parte superior da diagonal, na Matriz Trade-off, é necessário preencher a parte inferior. Observe-se que cada coluna termina numa célula neutra (cinza @) e que, à esquerda de tal célula se encontra uma linha ainda vazia. A fig. 38.9 ilustra como o preenchimento deve ser feito, tendo em conta que se escreve a linha com os valores diagonalmente inversos ao da coluna. Fig. 38.9: Preenchimento da parte inferior da diagonal. Em cada célula da linha se coloca o inverso observado na coluna. O valor 1,48 é o inverso de 0,68, isto é: é igual a 1/0,68; o valor 0,35 é igual a 1 / 2,89; o valor 1,73 é o inverso de 0,58 e o valor 2,04 é o inverso de 0,49. De forma semelhante se procede para as demais linhas. A fig. 38.10 mostra a Matriz de Priorização completa. Uma vez determinados todos os valores inversos abaixo da diagonal, se procede à somatória desses valores e coloca-se o resultado na coluna da direita. No presente exemplo, a maior pontuação foi 1 2 3 4 5 6 Matriz de Priorização com 6 características do serviço fa ci lid ad e de a ge nd ar c on su lta au sê nc ia d e es pe ra n a re ce pç ão se gu ra nç a tr an sm iti da p el o m éd ic o du ra nt e at en di m en to at en çã o e ca rin ho p ro po rc io na do s pe lo s as si st en te s m éd ic os eq ui pa m en to s no vo s e m od er no s es ta ci on am en to f ác il e am pl o. P on to s 1 facilidade de agendar consulta @ 0,63 0,36 0,76 0,49 0,53 2 ausência de espera na recepção @ 0,46 0,63 0,58 0,49 3 segurança transmitida pelo médico durante atendimento @ 3,04 2,89 2,23 4 atenção e carinho proporcionados pelos assistentes médicos @ 0,68 0,47 5 equipamentos novos e modernos @ 0,45 6 estacionamento fácil e amplo. @ 1 2 3 4 5 6 Matriz de Priorização com 6 características do serviço fa ci lid ad e de a ge nd ar c on su lta au sênc ia d e es pe ra n a re ce pç ão se gu ra nç a tr an sm iti da p el o m éd ic o du ra nt e at en di m en to at en çã o e ca rin ho p ro po rc io na do s pe lo s as si st en te s m éd ic os eq ui pa m en to s no vo s e m od er no s es ta ci on am en to f ác il e am pl o. P o n to s 1 facilidade de agendar consulta @ 0,63 0,36 0,76 0,49 0,53 2 ausência de espera na recepção @ 0,46 0,63 0,58 0,49 3 segurança transmitida pelo médico durante atendimento @ 3,04 2,89 2,23 4 atenção e carinho proporcionados pelos assistentes médicos @ 0,68 0,47 5 equipamentos novos e modernos 2,04 1,73 0,35 1,47 @ 0,45 6 estacionamento fácil e amplo. @ “segurança transmitida pelo médico durante o atendimento”, com 13,09 pontos, seguido de “estacionamento fácil e amplo” com 8,73 pontos. A tabela abaixo mostra a preferência dos respondentes em relação às características do serviço pesquisadas. As características estão ordenadas decrescentemente quanto á pontuação obtida. Quanto maior a pontuação maior a preferência. Característica do serviço Preferência segurança transmitida pelo médico durante atendimento 13,09 estacionamento fácil e amplo 8,73 equipamentos novos e modernos 6,04 atenção e carinho proporcionados pelos assistentes médicos 4,38 ausência de espera na recepção 3,75 facilidade de agendar consulta 2,78 Fig. 38.10: Matriz de Priorização completa. Na coluna da direita encontra-se o total de pontos alcançado em cada linha. O valor 3,75, por exemplo, na segunda linha. é obtido pela soma de 1,59 + 0,46 +0,63+0,58+0,49. O resultado sugere que os gestores de tal clínica oftalmológica devem voltar suas atenções, prioritariamente para “segurança transmitida pelo médico durante atendimento” e “estacionamento fácil e amplo”. Cabe destacar que a Matriz de Priorização aqui aplicada contém uma pequena modificação em relação á sua estrutura normal. Enquanto que a Matriz de Priorização na sua estrutura normal é preenchida por consenso por um grupo de 4 a 5 pessoas, no caso de contar com resultados oriundos de uma Matriz Trade-off o procedimento é como exemplificado acima. Resumo A Matriz Trade-off força o respondente ou pesquisado a fazer escolhas e, desta forma possibilita saber, em condições conflituosas, o que o respondente valoriza. A planilha trade-off requer que o respondente distribua 10 pontos entre duas opções. Desta forma é possível obter a 1 2 3 4 5 6 Matriz de Priorização com 6 características do serviço fa ci lid ad e de a ge nd ar c on su lta au sê nc ia d e es pe ra n a re ce pç ão se gu ra nç a tra ns m iti da p el o m éd ic o du ra nt e at en di m en to at en çã o e ca rin ho p ro po rc io na do s pe lo s as si st en te s m éd ic os eq ui pa m en to s no vo s e m od er no s es ta ci on am en to fá ci l e a m pl o. P on to s 1 facilidade de agendar consulta @ 0,63 0,36 0,76 0,49 0,53 2,78 2 ausência de espera na recepção 1,59 @ 0,46 0,63 0,58 0,49 3,75 3 segurança transmitida pelo médico durante atendimento 2,75 2,18 @ 3,04 2,89 2,23 13,09 4 atenção e carinho proporcionados pelos assistentes médicos 1,31 1,59 0,33 @ 0,68 0,47 4,38 5 equipamentos novos e modernos 2,04 1,73 0,35 1,47 @ 0,45 6,04 6 estacionamento fácil e amplo. 1,88 2,04 0,45 2,13 2,23 @ 8,73 preferência de um conjunto de respondentes.Observar que a Matriz Trade-off, para ser analisada exige que se faça uso da Matriz de Priorização. Glossário Confiabilidade: a capacidade de prestar o serviço prometido de modo confiável e com precisão. Satisfazer ass necessidades primárias dos clientes de prazo e quantidade. Empatia: a atenção e o carinho individualizados proporcionados aos clientes. Gap: diferença entre expectativa e percepção. Responsividade: a disposição para ajudar o cliente e proporcionar com presteza um serviço. Segurança: o conhecimento e a cortesia de empregados e sua habilidade em transmitir confiança e exatidão. serviços: 1. são atos, processos e performances” (p.2), como também todas as atividades econômicas cujo produto não é físico ou construído. O serviço é consumido na hora em que é produzido e provê valor agregado (em formas, como: conveniência, divertimento, economia de tempo, conforto ou saúde), que é essencialmente intangível e dedicado, primordialmente, a quem compra (Zeithaml & Bitner 2000); 2. um ato ou desempenho essencialmente intangível que uma parte pode oferecer a outra e que não resulte na posse de nenhum bem. Sua execução pode ou não estar ligada a um produto físico (Kotler & Armstrong, 1998:413). Serviços, Características dos: Serviços possuem características que os diferenciam de produtos industriais (Normann,1993). Tais características são : a) geralmente, o serviço é intangível; b) geralmente, a posse não é transferida; c) serviço não pode ser revendido; d) normalmente, o serviço não pode se demonstrado com eficácia, pois ele não existe antes da compra; e) serviço não pode ser estocado; f) produção e consumo geralmente coincidem; g) produção, consumo e, frequentemente, à venda são feitos no mesmo local; h) serviço não pode ser transportado (embora os “produtores” frequentemente possam); i) comprador/cliente participa diretamente da produção; j) na maioria dos casos, o contato direto é necessário. SERVQUAL: escala de múltiplos itens proposta por Parasuraman, et al. (1985, 1991), SERVQUAL que serve para mensurar a percepção de qualidade em serviços objetivando descobrir fraquezas e forças da qualidade de serviço de uma empresa considerando as perspectivas: tangibilidade, confiabilidade, responsividade, segurança e empatia. Tangibilidade: a aparência física das instalações, equipamentos, pessoas e demais materiais envolvidos na realização do serviço. Referências Bibliográficas BERRY, L.L. ; PARASURAMAN, A. Marketing Services: competing through quality. New York: Free Press. 1991. KOTLER, P. ; ARMSTRONG, G. Princípios de Marketing. 7.ed. Rio de Janeiro: Prentice Hall, 1998. MEIRELES, M.; ENOKI, C.. Questionários de opiniões e atitudes: Metodologia de coleta de dados em questionários extensos. In: Anais do XXVI Congresso Enanpad. Rio de Janeiro: Anpad, 2002. NORMANN, R. Service management-strategy and leadership in service business. London: John Wiley, 1993. PARASURAMAN, A.; BERRY, L.L.; ZEITHAML, V. A. A conceptual model of service quality and its implications for future research. Journal of Marketing. New York. v.49, pg 41-50. Outono de 1985. PARASURAMAN, A.; BERRY, L.L. ; ZEITHAML, V. A.. SERVQUAL: a multiple-item scale for measuring consumer perception of service quality. Journal of Retailing. v. 64, n° 01, primavera de 1991 ZEITHAML , V. A ; BITNER, M.J.. Services Marketing: integrating customer across the firm. New York: McGraw-Hill. 2000 ZEITHAML, V. A.; PARASURANAN, A.; BERRY, L. L.. Delivering Quality Service. New York: Free Press, 1990.
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