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Nota de Aula-Direito Civil-Obrigações 7

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Universidade Federal do Ceará.
Faculdade de Direito
Departamento de Direito Privado.
Disciplina: Direito Civil- Obrigações.
Professor: William Paiva Marques Júnior. 
Nota de Aula No.: 7.
Das Modalidades de Obrigações (Arts. 233 a 285 CCB/2002):
- Das Obrigações Divisíveis e Indivisíveis:
-Obrigações Divisíveis:
- Conceito:
		Obrigação divisível é aquela em que cada um dos vários devedores é responsável por apenas uma parte da dívida, ou, então, cada um dos diversos credores tem direito ao recebimento de apenas uma parte do crédito.
		Assim, divisível é a obrigação que admite o cumprimento parcial, ou seja, que pode ser executada por partes, ao passo que, indivisível é aquela em que a prestação só poderá ser cumprida por inteiro, não se admitindo o fracionamento do débito.
		Acerca de tal modalidade de obrigações, vaticina Washington de Barros Monteiro�: “Sob o aspecto da indivisibilidade, as obrigações classificam-se em divisíveis e indivisíveis. Divisíveis são aquelas cujas prestações possibilitam cumprimento parcial; indivisíveis, ao inverso, aquelas cujas prestações somente por inteiro podem ser cumpridas. O interesse prático nessa divisão é escasso quando o vínculo obrigacional se estabelece entre um só credor e um só devedor; em tal hipótese, não importa que a prestação seja divisível ou indivisível; a execução se processa como se indivisível fora, e ao devedor compete solvê-la por inteiro, de uma só vez, salvo estipulação em contrário”. 
- Pressupostos:
São dois os pressupostos da divisibilidade:
pluralidade de credores ou de devedores;
prestação divisível, isto é, suscetível de repartição. Exemplos: dinheiro, café, açúcar, etc.
Em havendo, porém, um só credor ou um só devedor, ainda que a prestação seja divisível, a obrigação será indivisível. Neste jaez, dispõe o art. 314 do CCB/2.002: “Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou”. 
Vê-se, portanto, que a pluralidade de credores ou devedores é requisito essencial à obrigação divisível.
Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.
A Regra concursu partes fiunt: 
Essa regra consiste no fato de a obrigação dividir-se em tantas as obrigações independentes quantas forem as partes.
A seguinte regra é assim conceituada por Carlos Roberto Gonçalves�: “Quando na obrigação concorrem um só credor e um só devedor ela é única ou simples. As obrigações divisíveis e indivisíveis, porém, são compostas pela multiplicidade de sujeitos. Nelas há um desdobramento da pessoa no pólo ativo ou passivo, ou mesmo em ambos, passando a existir tantas obrigações distintas quantas as pessoas dos devedores ou dos credores. Nesse caso, cada credor só pode exigir a sua quota e cada devedor só responde pela parte respectiva (art. 257 do CCB/2.002). A prestação é assim distribuída rateadamente, segundo a regra concursu partes fiunt (as partes se satisfazem pelo concurso, pela divisão). Todavia, sofre esta duas importantes exceções: a da indivisibilidade e a da solidariedade, nas quais, embora concorram várias pessoas, cada credor tem direito de reclamar a prestação por inteiro e cada devedor responde também pelo todo”. 
A divisibilidade é uma presunção legal, desde que presentes os seus dois pressupostos, só podendo ser afastada nos casos em que a solidariedade é imposta por lei ou pela vontade das partes, e, como é óbvio, nas situações de indivisibilidade (conceituada pelo art. 258 do CCB/2.002). 
Acerca das exceções preleciona Washington de Barros Monteiro�: “Mas essa regra sofre duas importantes exceções: a da indivisibilidade e a da solidariedade. Numa e noutra, embora concorram várias pessoas, cada credor tem direito de reclamar a prestação por inteiro e cada devedor responde também pelo todo. A indivisibilidade e a solidariedade constituem, pois, aspectos diferentes da obrigação subjetivamente coletiva”. 
A rigor, nas obrigações divisíveis, há multiplicidade de obrigações, embora a causa, isto é, a fonte de todas elas, seja a mesma. De fato, as obrigações são consideradas independentes nas questões atinentes à prescrição, anulação, insolvência, etc.
Quando da aplicabilidade da regra contida no art. 257 do Código Civil decidiu o STJ que o devedor de obrigação divisível, não havendo solidariedade, deve cuidar para que o pagamento seja feito a todos os credores. Feito a apenas um deles, deve ser verificado se este tem poderes para dar quitação em nome dos demais:
“DIREITO CIVIL. ALIENAÇÃO DE IMÓVEL. PAGAMENTO A UM DENTRE OS VÁRIOS CREDORES. INEXISTÊNCIA DE SOLIDARIEDADE. PAGAMENTO ERRÔNEO QUE NÃO QUITA A OBRIGAÇÃO. RESOLUÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO POR CULPA E RETORNO AO 'STATUS QUO ANTE'. - A solidariedade não se presume (art. 265, CC/2002). Ao contrário, havendo mais de um credor, ou devedor, em obrigação divisível, esta se divide entre tantas obrigações, iguais e distintas, quanto os credores ou devedores. - O devedor de obrigação divisível, não havendo solidariedade, deve cuidar para que o pagamento seja feito a todos os credores. Feito a apenas um deles, deve ser verificado se este tem poderes para dar quitação em nome dos demais. - Se o pagamento é feito a quem não é credor único nem tem poderes para representar os demais credores, há negligência do devedor, podendo haver resolução do negócio jurídico com o retorno das partes ao 'status quo ante'. Recurso Especial não conhecido”. (REsp 868556 / MS, Relatora: Min. Nancy Andrighi, julgamento: 05/11/2008. Fonte: DJe 18/11/2008). 
- Espécies:
		A divisibilidade pode ser ativa e passiva.
		Em ambas vigora a máxima “concursu partes fiunt”. Essa presunção de que a obrigação divisível desmembra-se em partes iguais entre os credores e os devedores é relativa, porque as partes podem convencionar de forma diferente essa divisão.
		Observe-se que tal multiplicidade, seja qual for o seu lado, pode ser originária, quando nasce com a própria obrigação, ou derivada (superveniente), como no caso de herança. 
-Divisibilidade Ativa:
		Ocorre quando há mais de um credor, cada qual com o direito de exigir apenas uma parcela do débito do devedor comum. Exemplo: A deve R$ 30.000,00 a B, C e D, oriundo de um contrato de mútuo. Nesse caso, o devedor A deverá pagar a cada credor apenas uma parcela do débito, que, no silêncio, presume-se fracionado em partes iguais, qual seja R$ 10.000, 00 para cada um deles. Note-se que o devedor não pode pagar tudo a um dos credores, sob pena de continuar vinculado perante os demais credores.
		Assim, o credor que se recusar a receber a sua parte, por pretender receber tudo, poderá ser constituído em mora (Art. 400 do CCB) .
		Acrescente-se ainda que a interrupção da prescrição promovida por um dos credores, que, por exemplo, notifica judicialmente o devedor, não beneficia os demais credores, contra os quais a prescrição continuará a fluir normalmente, consoante esposado pelo art. 204 do CCB/2.002: “Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros; semelhantemente, a interrupção operada contra o co-devedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados. § 1o A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros; assim como a interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros. § 2o A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário não prejudica os outros herdeiros ou devedores, senão quando se trate de obrigações e direitos indivisíveis. §3o A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador”. 
		Consoante se observa da dicção legal, igualmente, a suspensão da prescrição em relação a um dos credores não beneficiará os demais credores, contra os quais a prescrição continuará a fluir normalmente.
-Divisibilidade Passiva:
Ocorre quando há maisde um devedor, cada qual com a obrigação de pagar apenas uma parcela do débito ao credor comum. Exemplo: A, B e C tomaram, em conjunto, um empréstimo de R$9.000,00, de D. Nesse caso, os devedores respondem apenas por R$ 3.000, 00, cada um.
Se, por acaso, um dos devedores se tornar insolvente ou falir, não se aumentará o débito dos demais.
Igualmente, a interrupção da prescrição contra um dos devedores não prejudica os demais devedores, contra os quais o lapso prescricional continuará a fluir normalmente, nos termos do art. 204 do CCB/2.002, supra transcrito.
Da mesma forma, a anulabilidade da obrigação em relação a um dos devedores não se comunica aos demais devedores (art. 177 do CCB/2.002�). Anote-se, porém, que, se não obstante a anulabilidade, o “solvens” (devedor) efetuar o pagamento parcial, ciente do vício, haverá ratificação tácita, com renúncia a todas as ações e exceções de que dispunha contra o negócio jurídico (arts. 174 e 175 do CCB/2.002�). 
São divisíveis as obrigações previstas nos arts. 252, §2º-; 455; 776; 812; 830; 831; 858; 1.266; 1.272; 1.297; 1.326; 1.968; 1.997 e 1.999 do CCB. 
Vaticina a jurisprudência do STJ que a obrigação é divisível, quando suscetível de cumprimento parcial: “NOTA PROMISSORIA/PROTOCOLO. AÇÃO DE COBRANÇA. 1. Obrigação é divisível, quando o objeto da prestação e soma de Dinheiro, suscetível de cumprimento parcial. 2. Correção monetária. Incide a partir da data do vencimento do Titulo. Súmula 43. 3. Honorários advocatícios. São distribuídos e compensados, se cada litigante foi em parte vencedor e vencido. CPC, art. 21. 4. Recurso conhecido em parte e, assim provido”. (RESP No.: 41.109/SP, Relator: Min. Nilson Naves, julgamento: 31/03/1.998). 
-Obrigações Indivisíveis:
- Conceito:
		Obrigação indivisível é a que deve ser cumprida por inteiro. É aquela que não admite o fracionamento do débito. Observa-se que, se houver um só credor e um só devedor, a obrigação é sempre indivisível, ainda que a prestação seja divisível, porque o credor não é obrigado a receber parceladamente o que se convencionou a receber por inteiro.
		Em contrapartida, havendo pluralidade de credores ou de devedores, a obrigação só será indivisível se a prestação também o for, porquanto se for indivisível, aplica-se a regra “concursu partes fiunt”, inerente às obrigações divisíveis.
- A indivisibilidade da prestação:
		A indivisibilidade da prestação pode ser:
		(a) física ou natural: quando a própria estrutura orgânica da coisa faz com que a divisão destrua a sua essência. Resulta da natureza do objeto da prestação. Pode-se dizer que a obrigação é indivisível por natureza quando o objeto da prestação não pode ser fracionado sem prejuízo da sua substância ou do seu valor. Exs.: um automóvel, um animal, um relógio, um documento, um aparelho celular, uma obra literária (ainda que em vários volumes), etc.
		(b) convencional: quando a prestação é materialmente divisível, mas a vontade das partes proíbe o seu fracionamento. Tratam-se de obrigações cuja prestação é perfeitamente fracionável, sem prejuízo de sua substância ou de sue valor, mas em que as partes, de comum acordo, afastam a possibilidade de cumprimento parcial. A intenção das partes, nesses casos, mostra-se decisiva para a conversão da obrigação em indivisível. Tal ocorre, por exemplo, quando se estipula a indivisibilidade do crédito em dinheiro, com o escopo de o credor poder cobrar a totalidade da prestação de cada um dos co-devedores, afastando-se, destarte, a regra “concursu partes fiunt”.
		(c) legal: quando a lei proíbe a divisão de uma prestação materialmente divisível. O Estado, algumas vezes, em atenção ao interesse público ou social, impede a divisão da coisa. Exemplos: o imóvel rural não pode ser dividido em partes inferiores ao módulo rural (art. 65 do Estatuto da Terra�); lotes urbanos não poderão ter área inferior a 125 metros quadrados (Art. 4º-, inciso II Lei No.: 6766/79); direitos reais de garantia; as ações das sociedades anônimas (art. 28 da Lei No.: 6.404/76); também sucede em relação às dívidas de alimentos. Ressalte-se ainda o disposto no Art. 1.791 do CCB/2002: “Art. 1.791. A herança defere-se como um todo unitário, ainda que vários sejam os herdeiros. Parágrafo único. Até a partilha, o direito dos co-herdeiros, quanto à propriedade e posse da herança, será indivisível, e regular-se-á pelas normas relativas ao condomínio”. 
De acordo com o STJ� o art. 504 do CC� em vigor não faz nenhuma distinção entre indivisibilidade real e jurídica para efeito de assegurar o direito de preferência ali especificado.
		(d) econômica: quando o fracionamento de uma coisa materialmente divisível faz com que cada porção perca sensivelmente o valor, deixando de manter a mesma proporção com o todo. Exemplo: em uma obra de arte ou um grande diamante, raro pelo seu tamanho, se for partilhado, os fragmentos não terão o valor proporcional ao todo (art. 87 do CC).
		(e) causal: quando a indivisibilidade resulta da razão determinante do negócio jurídico.
- Espécies:
		As obrigações indivisíveis podem ser ativas e passivas, conforme haja a pluralidade de credores ou de devedores. Em ambas as hipóteses, urge que a prestação seja indivisível.
- Indivisibilidade Ativa:
		Ocorre quando há vários credores com direito de exigir o cumprimento integral da obrigação do devedor comum. Exemplo: A deve entregar um valor aos credores B, C e D.
		O devedor ou devedores se desobrigarão pagando: I- a todos conjuntamente; II- a um, dando este caução de ratificação dos outros credores, consoante determina o art. 260 do CCB/2.002.
		Anote-se que, na indivisibilidade ativa, qualquer credor pode reclamar a dívida inteira, movendo a ação judicial em face do devedor. Este, porém, não deve efetuar todo o pagamento a apenas um dos credores, mas remi-los conjuntamente e exigir que todos assinem o termo de quitação.
		Em duas hipóteses, porém, o devedor poderá efetuar o pagamento a apenas um dos credores, a saber:
		a) se o credor estiver autorizado pelos demais credores a receber a prestação por inteiro. Aqui não há necessidade de caução.
		b) se o credor prestar caução (garantia) de que os demais credores ratificarão o pagamento.
		O credor que recebeu a prestação por inteiro deve pagar em dinheiro a parte dos demais credores (art. 261 do CCB/2.002).
		Por outro lado, se um dos credores remitir (perdoar) a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente (art. 262 do CCB/2.002). Assim, no exemplo acima, referente à obrigação de entregar o cavalo para três pessoas, se uma delas perdoasse a dívida, as outras duas, para exigirem a entrega do animal, teriam que pagar ao devedor a importância referente ao crédito remitido.
		Essa mesma solução, que é baseada na proibição do enriquecimento indevido, é aplicável quando houver transação, novação, compensação ou confusão (parágrafo único do art. 262 do CCB/2.002).
		Finalmente, suspensa a prescrição em favor de um dos credores, aproveita-se aos outros (art. 201 do CCB/2.002). 
- Indivisibilidade Passiva:
		Ocorre quando há vários devedores responsáveis pelo cumprimento integral da prestação devida ao credor comum. Ex.: A, B e C assumem a obrigação de entregar um cavalo árabe a D. Nesse caso, o credor pode mover ação judicial em face de um dos devedores para exigir o cumprimento total da prestação. De fato, cada um dos devedores é responsável pela dívida toda (art. 259 do CCB/2.002). Todavia, o devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados, podendo deles reaver, em dinheiro, as respectivas quotas (art. 259 do CCB/2.002). Torna-se viável que o devedor acionado judicialmente possa realizar o chamamento ao processo dos demais devedores, por analogia ao disposto no art. 77, inciso III do CPC, com o escopo de aproveitar a mesma sentença, que vier a condená-lo, para fazer valer, em sede de execução, o seu direito de regressocontra os demais.
		A rigor, na obrigação indivisível, cada um dos devedores só deve parte da dívida. Prova disso é o direito de regresso que a lei assegura ao devedor que adimplir por inteiro a obrigação. Outra prova consiste no fato de os devedores responderem em partes iguais pelas perdas e danos, quando o perecimento da prestação emanar da culpa de todos eles (art. 263, §1º- do CCB/2.002). Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só o culpado pelas perdas e danos (art. 263, §2º- do CCB/2.002). Se ninguém tiver tido culpa, todos se exoneram da obrigação de indenizar as perdas e danos.
		Finalmente, a anulabilidade quanto a um dos interessados aproveita aos outros (art. 177 do CCB/2.002).
Para Nelson Nery Júnior e Rosa Maria de Andrade Nery�: por consequência das peculiaridades das prestações indivisíveis, a doutrina tem entendido que o perecimento do objeto da prestação indivisível, por culpa de apenas um dos devedores, a todos sujeita pagar indenização pelo valor da coisa perdida, na proporção da sua parte, mas a indenização por perdas e danos há de ser cobrada, apenas, daquele que é o responsável pelo perdimento da coisa.
Neste sentido confira-se o Enunciado 540 do CJF (Conselho da Justiça Federal): “Havendo perecimento do objeto da prestação indivisível por culpa de apenas um dos devedores, todos respondem, de maneira divisível, pelo equivalente e só o culpado, pelas perdas e danos”. 
- Indivisibilidade nas diversas modalidades de obrigações:
		É incorreto, a nosso ver, a assertiva que a obrigação de dar é sempre divisível. Para dirimir esse equívoco, tome-se como exemplo a situação em que duas pessoas assumem a obrigação de entregar um semovente a alguém. É evidente que o adquirente deseja o animal por inteiro, de modo que a obrigação é indivisível.
		No que tange à obrigação de restituir, costuma-se afirmar que é sempre indivisível. Outro equívoco. O mútuo envolve uma obrigação de restituir, e, no entanto, é divisível.
		A obrigação de fazer também pode ser divisível e indivisível. Exemplo da primeira: A e B assumem o compromisso de fabricar 100 aparelhos de televisão, qualquer um deles se exonera fabricando a parte que lhe corresponder, qual seja, 50 aparelhos. Exemplo da segunda: os cantores de uma dupla sertaneja assumem a obrigação de realizarem um show em conjunto, um não se libera, cantando sem a presença do outro.
		A obrigação de não fazer, em regra, é indivisível, pois não se pode cumpri-la em partes. Ex.: A e B assumem o compromisso de não abrir uma empresa no imóvel de que são proprietários.
		Saliente-se, porém, que, quando, há um só credor e um só devedor, a obrigação é sempre indivisível, porque o credor não é obrigado a aceitar o pagamento parcial.
Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico.
Ao comentar o mencionado dispositivo, vaticina Carlos Roberto Gonçalves�: “A divisibilidade ou indivisibilidade da prestação, no entanto, confunde-se com a de seu objeto, sendo lícito afirmar que a obrigação é divisível quando é possível ao devedor executá-la por partes; indivisível, no caso contrário”.
Daí tem-se que é divisível a obrigação de entregar 1.000 quilos de arroz ou 6.000 toneladas de açúcar, de pagar 4.000 reais ou consertar 4 pares de sapatos. Mas já é indivisível a obrigação de entregar um automóvel ou uma mobília de quarto, de efetuar um curso de lições sobre determinado tema, de construir ou reparar um prédio.
Por essa razão, pode-se conceituar a obrigação em divisível ou indivisível com base na noção de coisa divisível e indivisível (art. 87 do CCB/2.002). 
Não devemos olvidar que o Código Civil introduziu, na indivisibilidade dos bens, o critério da diminuição considerável do valor, que pode ocorrer, por exemplo, na hipótese de 10 pessoas herdarem um brilhante de cinquenta quilates, que, sem dúvida, vale muito mais do que dez brilhantes de cinco quilates.
Acerca da regra contida no art. 258 do Código Civil decidiu o STJ que as obrigações solidárias e indivisíveis têm consequência prática semelhante, qual seja, a impossibilidade de serem pagas por partes, mas são obrigações diferentes, porquanto a indivisibilidade resulta da natureza da prestação (art. 258 do CC), enquanto a solidariedade decorre de contrato ou da lei (art. 265 do CC/02). Neste jaez, de acordo com certa orientação jurisprudencial do STJ inexiste incompatibilidade entre a divisibilidade e a solidariedade. Nada obsta a existência de obrigação solidária de coisa divisível, tal como ocorre com uma condenação em dinheiro, de modo que todos os devedores vão responder integralmente pela dívida. A solidariedade nas coisas divisíveis reforça o vínculo entre devedores, servindo de garantia para favorecer o credor, de modo a facilitar a cobrança:
“PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E COMPENSAÇÃO POR DANOS MORAIS. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE. NÃO OCORRÊNCIA. PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. SÚMULA 282/STF. REEXAME DE FATOS. INADMISSIBILIDADE. RESPONSABILIDADE CIVIL POR ATO ILÍCITO. SÓCIOS ADMINISTRADORES. SOCIEDADE LIMITADA. SOLIDARIEDADE. DIVISIBILIDADE. COMPATIBILIDADE. 1. Ausentes os vícios do art. 535 do CPC, rejeitam-se os embargos de declaração. 2. A ausência de decisão acerca dos dispositivos legais indicados como violados impede o conhecimento do recurso especial. 3. O reexame de fatos em recurso especial é inadmissível. 4. As obrigações solidárias e indivisíveis têm consequência prática semelhante, qual seja, a impossibilidade de serem pagas por partes, mas são obrigações diferentes, porquanto a indivisibilidade resulta da natureza da prestação (art. 258 do CPC) (SIC), enquanto a solidariedade decorre de contrato ou da lei (art. 265 do CC/02). 5. Inexiste incompatibilidade entre a divisibilidade e a solidariedade. Nada obsta a existência de obrigação solidária de coisa divisível, tal como ocorre com uma condenação em dinheiro, de modo que todos os devedores vão responder integralmente pela dívida. A solidariedade nas coisas divisíveis reforça o vínculo entre devedores, servindo de garantia para favorecer o credor, de modo a facilitar a cobrança. 6. Em regra, o administrador não tem responsabilidade pessoal pelas obrigações que contrair em nome da sociedade e em decorrência de regulares atos de gestão. Todavia, os administradores serão obrigados pessoalmente e solidariamente pelo ressarcimento do dano, na forma da responsabilidade civil por ato ilícito, perante a sociedade e terceiros prejudicados quando, dentro de suas atribuições e poderes, agirem de forma culposa. 7. Considerando-se que na hipótese dos autos ficou comprovado que todos os onze sócios eram administradores e que realizaram uma má-gestão da sociedade autora que lhe acarretou comprovados prejuízos de ordem material e que não há incompatibilidade qualquer entre a solidariedade passiva e as obrigações divisíveis, está o credor autorizado a exigir de qualquer dos devedores o cumprimento integral da obrigação, cuja satisfação não extingue os deveres dos coobrigados, os quais podem ser demandados em ação regressiva. 8. Recurso especial parcialmente provido para, reconhecendo a responsabilidade solidária dos sócios administradores, determinar o cumprimento integral por parte dos recorridos da obrigação de reparar os prejuízos materiais sofridos pela sociedade autora e reconhecidos por decisão judicial”. (REsp 1087142 / MG, Relatora: Min. Nancy Andrighi, julgamento: 18/08/2011. Fonte: DJe 24/08/2011). 
De acordo com a doutrina de Nelson Nery Júnior e Rosa Maria de Andrade Nery�: a distinção de natureza jurídica que existe entre as prestações solidárias e as prestações indivisíveis, entretanto, não importa dizer-se que entre elas há incompatibilidade, ou que possam ser confundidas, conforme já decidiu o STJ, mais de uma vez. 
Neste sentido tem-seque a obrigação, se solidária e indivisível, implica responsabilidade de todos os devedores pelo total e sub-rogação em favor de quem pagar. 
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda. Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados.
Ao comentar o aludido dispositivo preleciona Fabrício Zamprogna Matiello� que, sendo indivisível a prestação, cada um dos codevedores responde pela totalidade da dívida, eis que a inviabilidade de fracionamento do objeto leva à necessidade de seu cumprimento por inteiro, e isso pode ser buscado pelo credor junto a qualquer dos obrigados. Exemplo: se Pedro e João obrigam-se a entregar um veículo a Carlos, poderá este reclamar tanto de um como de outro dos integrantes do polo passivo o cumprimento do dever, mas aquele que pagar ficará sub-rogado nos direitos creditórios para voltar-se contra o co-obrigado e buscar o ressarcimento do correspondente à metade do valor desembolsado. 
De acordo com Caio Mário da Silva Pereira�: tendo em vista a divisibilidade ou indivisibilidade da obrigação, a insolvência de um ou mais dos codevedores sugere tratamentos diferentes: sendo divisível, o credor perde a quota-parte do insolvente, porque, sendo cada um deles devedor pro parte, não pode ter a situação agravada, pela mudança no estado econômico do outro. Mas, se indivisível a obrigação, o credor tem a faculdade de demandar de qualquer dos devedores a prestação inteira e, então, não é prejudicado pela insolvência de algum destes, pois que receberá, do que for escolhido, a dívida toda, normalmente daquele que tem melhores condições financeiras. 
Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando: I - a todos conjuntamente; II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.
Quando houver em uma obrigação indivisível vários credores, poderá qualquer deles reclamar e receber o todo. Entretanto, o devedor somente ficará exonerado do dever jurídico: a) com o pagamento de toda a dívida a um só tempo e a todos os credores, em conjunto; b) com o pagamento a apenas um deles, que dependerá de prévia autorização dos demais credores; c) pagando a apenas um deles, sem autorização dos consortes, contanto que aquele que receber preste caução idônea, capaz de assegurar o repasse das quotas cabíveis aos outros integrantes do pólo ativo. Outras formas de pagamento a somente um dos credores não liberam o devedor em relação aos demais, embora autorizem a recuperação do valor pago a maior�. 
Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.
Quando um dos credores recebe a prestação integral, ficará de imediato obrigado para com os demais, na proporção das quotas cabíveis para cada um deles. O dispositivo aplica-se quando inexiste previsão destinada a regular as relações internas do polo credor, de modo que o legislador, tencionando evitar conflitos, determina que o beneficiado pelo cumprimento da obrigação indivisível repasse o conteúdo da prestação, ou o equivalente em dinheiro se não for possível a primeira solução, em correspondência às frações de direito que pertencem aos consortes. Via de regra a única saída viável é o reembolso das frações em dinheiro, porque, sendo material a indivisibilidade, firma-se a total impossibilidade de partição do objeto, restando somente a conversão em pecúnia. Ex.: o devedor entrega a um dos credores a escultura que era objeto da obrigação. Aos outros credores caberá, após a devida avaliação da coisa, pleitear o recebimento em dinheiro de cada quota individual�.
Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente. Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação ou confusão.
Exemplo: três devedores têm de entregar certo caminhão a quatro credores, obrigação que é naturalmente indivisível. Todavia, um dos credores do pólo ativo remite a sua quota no crédito, liberando os devedores. Ao exigirem o cumprimento da obrigação os três credores que restaram, não obstante tenham direito ao veículo conforme inicialmente pactuado, terão de indenizar em dinheiro à parte contrária a parcela remitida. Se o caminhão vale 100, receberão o veículo e indenização em dinheiro a fração correspondente a 25, que foi perdoada por um dos credores�. 
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos. § 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais. § 2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos.
Quando por qualquer motivo (ex.: impossibilidade da prestação, ocasionada por culpa) houver resolução da obrigação por perdas e danos, com transformação da prestação em seu equivalente pecuniário, cessará a indivisibilidade até então reinante na relação obrigacional. Sendo o caso de pluralidade de devedores, cada qual passará a dever apenas a sua quota, e somente por ela poderá ser demandado. Exonerar-se-á, portanto, com o pagamento do valor que corresponder à sua participação no débito, pois a obrigação torna-se divisível pela resolução em perdas e danos, já que a prestação em dinheiro fica sub-rogada no lugar da prestação que incidia sobre coisa ou serviço indivisível. Ademais, é inerente à natureza do dinheiro a sua divisibilidade e, assim, a possibilidade de partição sem perda das qualidades essenciais�. 
De acordo com Caio Mário da Silva Pereira� a distinção entre indivisibilidade e solidariedade: 1º-) a causa da solidariedade é o título, e a da indivisibilidade é (normalmente) a natureza da prestação; 2º-) na solidariedade cada devedor paga por inteiro, porque deve por inteiro, enquanto na indivisibilidade solve a totalidade, em razão da impossibilidade jurídica de repartir em cotas a coisa devida; 3º-) a solidariedade é uma relação subjetiva, e a indivisibilidade objetiva, em razão de que, enquanto a indivisibilidade assegura a unidade da prestação, a solidariedade visa a facilitar a exação do crédito e o pagamento do débito; 4º-) a indivisibilidade justifica-se, às vezes, com a própria natureza da prestação, quando o objeto é em si mesmo insuscetível de fracionamento, enquanto a solidariedade é sempre de origem técnica, resultando da lei ou da vontade das partes, porém nunca de um dado real; 5º-) a solidariedade cessa com a morte dos devedores relativamente a cada um dos herdeiros, mas a indivisibilidade subsiste enquanto a prestação a suportar; 6º-) a indivisibilidade termina quando a obrigação se converte em perdas e danos, enquanto a solidariedade conserva esse atributo. 
� MONTEIRO, Washington de Barros. Op. cit., pág. 136.
� GONÇALVES, Carlos Roberto. Op. cit, pág. 95. 
� MONTEIRO, Washington de Barros. Op. cit., pág. 135. 
� Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se pronuncia de ofício; só os interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de solidariedade ou indivisibilidade.
� Art. 174. É escusada a confirmação expressa, quando o negócio já foi cumprido em parte pelo devedor, ciente do vício que o inquinava. Art. 175. A confirmação expressa, ou a execução voluntária de negócio anulável, nos termos dos arts. 172 a 174, importa a extinção de todas as ações, ou exceções, de que contra ele dispusesse o devedor.
� Vaticina o art. 65 do Estatuto da Terra, com redação determinada pela Lei No.: 11.446, de 05/01/2.007, que acrescentou os parágrafos 5º- e 6º- ao aludido dispositivo legal: “Art. 65. O imóvel rural não é divisível em áreas de dimensão inferior à constitutiva do módulo de propriedade rural. § 1° Em casode sucessão causa mortis e nas partilhas judiciais ou amigáveis, não se poderão dividir imóveis em áreas inferiores às da dimensão do módulo de propriedade rural. § 2º Os herdeiros ou os legatários, que adquirirem por sucessão o domínio de imóveis rurais, não poderão dividi-los em outros de dimensão inferior ao módulo de propriedade rural.§ 3º No caso de um ou mais herdeiros ou legatários desejar explorar as terras assim havidas, o Instituto Brasileiro de Reforma Agrária poderá prover no sentido de o requerente ou requerentes obterem financiamentos que lhes facultem o numerário para indenizar os demais condôminos.§ 4° O financiamento referido no parágrafo anterior só poderá ser concedido mediante prova de que o requerente não possui recursos para adquirir o respectivo lote. § 5o  Não se aplica o disposto no caput deste artigo aos parcelamentos de imóveis rurais em dimensão inferior à do módulo, fixada pelo órgão fundiário federal, quando promovidos pelo Poder Público, em programas oficiais de apoio à atividade agrícola familiar, cujos beneficiários sejam agricultores que não possuam outro imóvel rural ou urbano. § 6o  Nenhum imóvel rural adquirido na forma do § 5o deste artigo poderá ser desmembrado ou dividido”. 
� Veja-se: “INDIVISIBILIDADE. DIREITO DE PREFERÊNCIA DOS CO-HERDEIROS. ART. 1139 DO CÓDIGO CIVIL DE 1916 (ART. 504 DO CC EM VIGOR). 1. "Os co-herdeiros, antes de ultimada a partilha, exercem a com propriedade sobre os bens que integram o acervo hereditário 'pro-indiviso', sendo exigível, daquele que pretenda ceder ou alhear seu(s) quinhão(ões), conferir aos demais oportunidade para o exercício de preferência na aquisição, nos moldes do que preceitua o art. 1139, CC" (REsp n. 50.226/BA).2. O art. 1.139 do Código Civil de 1916 (art. 504 do CC em vigor) não faz nenhuma distinção entre indivisibilidade real e jurídica para efeito de assegurar o direito de preferência ali especificado. Interpretação em sintonia com a norma do art. 633 do mesmo diploma legal, segundo a qual "nenhum condômino pode, sem prévio consenso dos outros, dar posse, uso, ou gozo da propriedade a estranhos" (art. 633).3. Ao prescrever, do modo taxativo, a indivisibilidade da herança, assim o fez o legislador por divisar a necessidade de proteção de interesses específicos da universalidade ali estabelecida, certamente não menos relevantes do que os aspectos de ordem meramente prática que poderiam inviabilizar a divisão física do patrimônio. 4. Recurso especial provido”. (STJ- REsp 550940 / MG, Relator: Min. João Otávio de Noronha, julgamento: 20/08/2009). 
� “Art. 504. Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte a estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não se der conhecimento da venda, poderá, depositando o preço, haver para si a parte vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de decadência. Parágrafo único. Sendo muitos os condôminos, preferirá o que tiver benfeitorias de maior valor e, na falta de benfeitorias, o de quinhão maior. Se as partes forem iguais, haverão a parte vendida os comproprietários, que a quiserem, depositando previamente o preço”. 
� NERY JUNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Manual de Direito Civil: Obrigações. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013, pág. 106. 
� GONÇALVES, Carlos Roberto. Op. cit., pág. 97. 
� NERY JUNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Manual de Direito Civil: Obrigações. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013, pág. 106. 
� MATIELLO, Fabrício Zamprogna. Código Civil Comentado. 2ª- edição. São Paulo: LTr, 2.005, pág. 203. 
� PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil- Volume II. 25ª- edição. Rio de Janeiro: Forense, 2013, pág. 74. 
� MATIELLO, Fabrício Zamprogna. Código Civil Comentado. 2ª- edição. São Paulo: LTr, 2.005, pág. 204. 
� MATIELLO, Fabrício Zamprogna. Código Civil Comentado. 2ª- edição. São Paulo: LTr, 2.005, pág. 204. 
� MATIELLO, Fabrício Zamprogna. Código Civil Comentado. 2ª- edição. São Paulo: LTr, 2.005, pág. 205. 
� MATIELLO, Fabrício Zamprogna. Código Civil Comentado. 2ª- edição. São Paulo: LTr, 2.005, pág. 206. 
� PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil- Volume II. 25ª- edição. Rio de Janeiro: Forense, 2013, págs. 78 e 79. 
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