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Renata Passos “Sistematização e o estudo dos processamentos para tornar possível a utilização dos alimentos, visando a preservação do valor nutritivo e à obtenção dos caracteres sensoriais desejados na preparação” (PHILIPPI, 2003) Disciplina que, baseada em ciências exatas, estuda as operações a que são submetidos os alimentos e as modificações que os mesmos sofrem durante os processos culinários. • Dietético Adequação da quantidade, a qualidade e a forma de preparo dos alimentos às necessidades fisiopatológicas do indivíduo ou da população. (ORNELLAS, 2001 & PHILIPPI, 2006) • Dietético • Digestivo Modificação dos alimentos por meio de processos culinários com o intuito de facilitar as etapas digestivas. (ORNELLAS, 2001 & PHILIPPI, 2006) Exemplos: ▪ Verduras (crus) ▪ Frutas (cortadas ou retirada apenas as partes não comestíveis) ▪ Arroz e feijão (digestibildade) ▪ Mingau e sopa liquidificadas (enfermos) • Dietético • Digestivo A digestibilidade do alimento depende também de condições do aparelho digestivo – criança, enfermos e idosos (possibilidade de antecipar a digestão) Cocção, subdivisão, liquidificador ... (ORNELLAS, 2001 & PHILIPPI, 2006) • Dietético • Digestivo • Nutritivo Seleção dos melhores métodos para a conservação ou otimização do valor nutritivo dos alimentos. (ORNELLAS, 2001 & PHILIPPI, 2006) Exemplo: Suco de laranja e frutas • Dietético • Digestivo • Nutritivo • Higiênico Prevenção da ação de fatores externos e prolongar sua vida útil. (ORNELLAS, 2001 & PHILIPPI, 2006) ✓ Escolha e fonte segura ✓ Veículo de germes ✓ Processos higiênicos (leite e frutas e verduras) ✓ Alimentos deteriorados (devem ser recusados) • Dietético • Digestivo • Nutritivo • Higiênico • Sensorial Apresentação do alimento ressaltando suas características e aumentando a aceitabilidade. (ORNELLAS, 2001 & PHILIPPI, 2006) ✓ Alimentos têm características próprias ✓ Aditivos (sal e açúcar) ✓ Maturação (frutas e saladas) ✓ Escolha dos alimentos ✓ Forma de apresentação (cortes, formas e cores variadas) • Dietético • Digestivo • Nutritivo • Higiênico • Sensorial • Operacional Preparação e organização desde os espaços físicos, até a capacitação do pessoal. • Dietético • Digestivo • Nutritivo • Higiênico • Sensorial • Operacional • Econômico (ORNELLAS, 2001 & PHILIPPI, 2006) Escolher técnicas considerando os custos e os recursos humanos materiais e financeiros disponíveis. ✓ Emprego correto e rendoso do dinheiro, energia e tempo; ✓ Alimentos nacionais ou mais acessíveis pelas época do ano; ✓ Aproveitamento integral dos alimentos (folhagens de beterraba, brócolis, caules e talos de couve, sementes de abóbora, ossos ou carcaças de aves para base de caldos e molhos). 1) Características Físicas: Aspecto, cor, aroma, sabor, consistência estrutura. 2) Estado Físico: emulsão, suspensão, solução, estado líquido, estado sólido, estado viscoso; 3) Características Biológicas: Propriedades de modificar-se por ação de fermentos, enzimas ou bactérias, adquirindo características novas (sabor, aroma, digestibilidade e valor nutritivo); 4) Composição Química: nutrientes que integram os alimentos podem alterar-se fundamentalmente pelas operações e pelos tratamentos empregados na cozinha (determinam os processos); 5) Características físico-químicas: Solubilidade, termoabilidade, termoestabilidade, hidrólise por cocção, enzimas, bactérias, ácidos, entre outros; (ORNELLAS, 2001 & PHILIPPI, 2006) Para poder apreciar as modificações operadas nos alimentos, é necessário conhecer suas características próprias e os fatores que as alteram: Físicos: subdivisão, dissolução, união e temperatura (ORNELLAS, 2001 & PHILIPPI, 2006) Químicos: cocção, ação das enzimas e ação de ácidos e álcalis; reações e combinações químicas. Biológicos: fermentos, bactérias e fungos. Deve garantir: (ORNELLAS, 2001 & PHILIPPI, 2006) Deve garantir: Adequado valor nutritivo dos alimentos; Palatabilidade agradável; Maior digestibilidade;Maior digestibilidade; Apresentação atraente. Vamos seguir os passos de uma refeição completa baseada nos conceitos da técnica dietética. Refeição escolhida: Salada de folhas verdes e tomate Brócolis cozido Batata cozida Arroz Branco Grão de Bico Peixe grelhado Sobremesa: mamão Bebida: Suco de Laranja 1. Seleção de alimentos O que é importante? Imagens ilustrativas: Internet • Higiene (produtos e pessoas) • Organização • Prazo de validade • Afastar da parede e do chão (< umidade e > ventilação) • Material de limpeza longe dos alimentos • Alimento estragado (retirar e limpar o local – contaminação) • Guardar na geladeira os alimentos que estragam facilmente. • Conservar os alimentos tampados. • Manter a geladeira completamente fechada • Hortaliças e frutas (higienizados e ensacados) • Dispensa limpa (Gombossy, 1996) CALOR FRIO SOLUTOS UMIDADE Binômio (Tempo/Temperatura) Temperaturas ligeiramente altas Inativar enzimas e eliminar M.O. Pasteurização; Esterilização; Branqueamento; Tindalização; Apertização; CALOR FRIO SOLUTOS UMIDADE Binômio (Tempo/Temperatura) Temperaturas baixas Temperaturas ligeiramente altas Retarda alterações químicas Inativar enzimas e eliminar M.O. Inibe ou retarda proliferação de M.O. Pasteurização; Esterilização; Branqueamento; Tindalização; Apertização; Refrigeração Congelamento Alimento Período de armazenamento em dias a: 0ºC 22ºC 38ºC Carne 6 – 10 1 <1 Peixe 2 – 7 1 <1 Galinha 5 – 18 1 <1 Fruta 2 – 180 1- 20 1 – 7 Verdura 3 – 20 1 – 7 1 – 3 Semente seca 1.000 + 350 + 100 + Armazenamento útil de tecidos vegetais e animais em várias temperaturas (GAVA, 2009) CALOR FRIO UMIDADE SOLUTOS Binômio (Tempo/Temperatura) Temperaturas baixas Retira água do alimento Temperaturas ligeiramente altas Retarda alterações químicas > [ ] de solutos Inativar enzimas e eliminar M.O. Inibe ou retarda proliferação de M.O. Inibe crescimento de M.O. Pasteurização; Esterilização; Branqueamento; Tindalização; Apertização; Refrigeração Congelamento Desidratação e secagem (GAVA, 2009) CALOR FRIO UMIDADE SOLUTOS Binômio (Tempo/Temperatura) Temperaturas baixas Retira água do alimento Retenção hídrica Temperaturas ligeiramente altas Retarda alterações químicas > [ ] de solutos Reduz Aa Inativar enzimas e eliminar M.O. Inibe ou retarda proliferação de M.O. Inibe crescimento de M.O. Prolonga vida de prateleira Pasteurização; Esterilização; Branqueamento; Tindalização; Apertização; Refrigeração Congelamento Desidratação e secagem Adição de sal ou açúcar (GAVA, 2009) Defumação Fermentação Aditivos Resolução CNS/MS nº4/88 (Ministério da saúde, 2006) Radiação ionizante Vácuo pH Limpeza (1° etapa da higienização) Eliminação de sujidades grossas e parte de micro-organismos – lavagem com água e/ou detergentes apropriados para alimentos Sanitização (2° etapa da higienização) Imersão do alimento em solução desinfetante a base de cloro para redução de micro-organismos patogênicos (Importante para frutas e hortaliças servidas in natura) Tipos de energia aplicada nos alimentos ENERGIA MECÂNICA Subdivisão simples Separação de partes Separação dois sólidos Separação de sólidos e líquidos Operação de união de alimentos Cortar, Picar, Triturar. Decantar, Centrifugar, Destilar. Catar ou escolher, descascar, Peneirar, Ventilar, lavagem. Precipitar, centrifugar, espremer, coar, filtrar, destilar, evaporar; Misturar, bater, amassar ou sovar Vulnerabilidadee oxidação Exposição e mudanças físicas e nutritivas Cuidado com desperdício Métodos caseiros ou industriais Valor nutritivo > (ORNELLAS, 2001 & PHILIPPI, 2006) Tipos de energia aplicada nos alimentos ENERGIA MECÂNICA Subdivisão simples Separação de partes Separação dois sólidos Separação de sólidos e líquidos Operação de união de alimentos Cortar, Picar, Triturar. Decantar, Centrifugar, Destilar. Catar ou escolher, descascar, Peneirar, Ventilar, lavagem. Precipitar, centrifugar, espremer, coar, filtrar, destilar, evaporar; Misturar, bater, amassar ou sovar Vulnerabilidade e oxidação Exposição e mudanças físicas e nutritivas Cuidado com desperdício Métodos caseiros ou industriais Valor nutritivo > Cortar o brócolis; Picar Alface, Rúcula, tomate e batatas; Cortar o filé de peixe; Descascar batatas; Lavar o arroz; Catar e deixar de molho e lavar o grão de bico; Espremer a laranja e coar o seu suco; (ORNELLAS, 2001 & PHILIPPI, 2006) • Fator de correção ✓ Diminui as falhas ou os pontos deficitários, garantindo um produto de qualidade, com máxima produtividade e mínimos riscos de perdas; ✓ Índice utilizado para o acompanhamento do desperdício de alimentos; ✓ É indispensável para definir a quantidade de alimentos a ser comprada considerando o que será perdido ao longo da limpeza e subdivisão. O treinamento de funcionários é uma das etapas mais importantes para o controle do FC, que depende da manipulação dos alimentos, mas também da qualidade da matéria-prima a ser utilizada Fator de correção • EXEMPLO PB = 130g PL = 105g Quanto menor o fator de correção, menor foi a perda durante o pré- preparo!!!! Fator de correção Lista de compras • Deve-se considerar o FC, bem como estabelecer uma margem de segurança, que pode variar de 0% a 10%; • Usada para eventuais perdas por falhas no armazenamento e no pré-preparo; pelo aumento inesperado do número de clientes, dentre outras causas. Alimento Peso líquido Fator de correção Peso bruto % Perdas Margem de segurança Quantidade para compra 1) Permitir o aproveitamento de alimentos que não poderiam ser consumidos em seu estado natural: arroz, feijão, aipim, coco; 2) Tornar o alimento de mais fácil digestão, acessíveis a aparelhos digestivos imaturos como de crianças, desgastados de idosos ou lesados de enfermos. 3) Melhorar as características sensoriais dos alimentos: aparência, aroma, sabor e textura. 4) Aumentar a absorção dos nutrientes, inativando os fatores antinutricionais dos alimentos e melhorando a biodisponibilidade dos nutrientes. 1) Promover a diminuição da atividade de água; 2) Diminuir ou eliminar fontes viáveis de microorganismos e eliminar patógenos; 3) Desnaturar proteínas; 4) Gelatinizar ou dextrinizar o amido; 5) Inativar fatores antinutricionais e toxinas; 6) Abrandar ou modificar carboidratos não digeríveis ou parcialmente digeríveis e lignina; 7) Desenvolver atributos sensoriais; Operações Térmicas de preparo Penetração de calor nos alimentos Após as operações preliminares de pré-preparo, alguns alimentos estão prontos para serem submetidos a diferentes processos de cocção; O resultado do aquecimento em pregado depende do binômio Tempo Versus Temperatura, da fonte e da forma de transferência de calor e do tipo de utensílio empregado. Os métodos diferenciam-se pela forma e/ou meios de transmissão de calor Os meios comumente utilizados são: 1. Água 2. Corpos gordurosos 3. Ar seco 4. Ar úmido Ornellas, 2001 Por eficiência do processo de cocção entende-se: ▪ O emprego da menor quantidade de combustível (utilização racional dos recursos energéticos); ▪ A preservação máxima do conteúdo de nutrientes e compostos bioativos naturalmente presentes no alimento; ▪ A inativação de toxinas e fatores antinutricionais; ▪ Diminuição das formas viáveis de microrganismos e seus produtos a níveis seguros; ▪ A valorização das características sensoriais desejáveis e típicas do alimento; ▪ O controle do risco de adição de contaminantes e da produção de toxinas; Os métodos podem ser classificados quanto a forma transferência de calor ou quanto às condições de umidade do meio. Processos de transmissão de calor: 1. Convecção: deslocamento de moléculas aquecidas, que se tornam menos densas e sobem a superfície. 2. Condução: calor de uma molécula para outra por contato (metais). 3. Radiação: a partir de ondas e partículas (micro-ondas) Araújo, 2013 ❑ Condução: calor de uma molécula para outra por contato (metais). O calor é transportado de camada a camada: há necessidade de aquecimento do utensílio e dele o calor é transferido para o alimento. Exemplo: Preparo do Bife na Chapa (o calor passa diretamente do metal para carne, e a superfície externa aquecida conduz energia para o interior do alimento. ❑ Convecção: Distribuição de calor por meio da movimentação de massas aquecidas, em geral ar ou líquidos; o aquecimento aplicado na base faz com que a diminuição da densidade da massa aquecida a movimente para o alto (onde ainda está mais frio) criando um movimento circular que distribui a temperatura; Exemplo: esta forma de disseminação de calor responde pelo preparo de alimentos assados no forno e o aquecimento de bebidas como o leite. ❑ Irradiação: Equipamento de Micro-ondas, a cocção se da pela ação de ondas eletromagnéticas que se situam no espectro entre ondas de rádio e infravermelhos; o aquecimento acontece pela ação da micro-onda sobre a água do alimento (movimentos de repulsão e atração) somando uma energia capaz de produzir calor e cozinhar o alimento; Penetração de calor nos alimentos Métodos de cocção - Transferência de Calor; - Temperatura - Duração do cozimento; Transmissão de calor - Convecção; - -Condução; - Irradiação; Binômio Tempo/temperatura - Estado Físico; - Estrutura; - Composição do nutriente; - Tamanho e forma do alimento; Método de cocção Meio Temperatura da superfície Fervura Água 100 ºC Vapor fluente Vapor Até 100 ºC Vapor sob pressão Vapor 102 – 108 ºC Assado no forno Ar Até 200 – 220 ºC Assado na brasa Ar Até 200 – 220 ºC Assado na grelha Metal Até 200 ºC Fritura de imersão Gordura > 100ºC Fritura panela Gordura > 100 ºC Barufaldi & Oliveira, 1998 Tabela 1. Sistemas de cocção (ORNELLAS, 2001 & PHILIPPI, 2006) Tipo de calor empregado Calor úmido →Água (suco, leite e outras bebidas) como meio de cocção; → Hidrata o alimento → A quantidade de água deve ser mínima para evitar perdas excessivas de substâncias hidrossolúveis →Transmissão de calor por condução e convecção TIPOS DE CALOR ÚMIDO Água em ebulição -100°C – depende dos solutos (sal, açúcar e temperos) Indicações: hortaliças, carnes, cereais e leguminosas Ornellas, 2001 Vapor Vapor de água ou de outros líquidos, com ou sem pressão; Ex1. Na panela de pressão os alimentos são cozidos em água a 121°C devido ao aumento da pressão – permite menor tempo de cocção e menor perdas por dissolução. Ex2. Alimento enrolado em papel alumínio ou folha de bananeira em forno. Indicações: vapor (hortaliças, peixes) e vapor sob pressão (hortaliças menos tenras, cereais, leguminosas e carnes menos tenras) Ornellas, 2001 Perdas por dissolução: TEMPO E ÁGUA PERDAS DE NUTRIENTES E DE OUTROS COMPOSTOS Calor úmido • Cereais, massas, leguminosas, por conter amido – aumentam de 2 a 3 X seu volume e massa inicial – absorvem água • Alimentos de origem animal (carnes) – reduzem de volume e massa – retração das fibras musculares pela coagulação das proteínas e fusão das gorduras Calor seco → Osmeios utilizados são o ar ou o óleo; → Os nutrientes e substancias solúveis concentram-se no alimento; → Transmissão feita por condução ou convecção; → Tempo mais lento e menor temperatura – se não alimento fica cozido apenas na superfície TIPOS DE CALOR SECO Refogar → Utiliza a gordura e a água interna do alimento → Transmissão do calor por condução → Alimento aquecido na gordura → A panela deve permanecer com a tampa aberta para que aja redução do suco liberado por evaporação e para manter a cor do alimento → É um dos mais rápidos, indicado para hortaliças firmes, carne e aves em pedações Ornellas, 2001 Assar ✓ Cocção de alimentos previamente temperados (alho, sal grosso) em fornos ou espetos ✓ Transmissão de calor por condução (no interior do alimento) e convecção; ✓ Quando maior a superfície de contato com a assadeira – menor tempo de cocção; ✓ Iniciar com temperaturas mais altas – selamento – e terminar com baixas temperaturas para cozimento total (carnes); ✓ Peças grandes – temperatura baixa – condução de calor no interior é lenta; ✓ Indicações: carnes vermelhas e brancas, aves, peixes, tubérculos e frutas. Ornellas, 2001 Grelhar Utiliza chapa de metal quente; Pequenas porções são mais indicadas – interior cozido e externamente mais crocante; Indicações: carnes, aves, peixes, pães chatos, crepes e panquecas. Saltear ou sauter Alimentos em pequenas porções, previamente cozido, com pouca gordura e cocção por curto período de tempo. Indicações: vegetais pré-cozidos Ornellas, 2001 Fritar Imergir o alimento em óleo a alta temperatura; Observar o ponto de fumaça: temperatura na qual substâncias de decomposição se tornam visíveis (160°C e 260°C) – troca da gordura; Formação de aminas heterocíclicas em alimentos proteicos e formação da acroleína. Indicações: vegetais cozidos e crus, aves, carnes, pescados Ornellas, 2001 Calor misto Calor seco e úmido agindo conjuntamente Primeiro há a concentração dos nutrientes para depois a adição do líquido. Tipos de calor misto 1. Ensopar: Refoga-se o alimento, depois acrescenta-se o liquido 2. Guisar: ensopar – menos líquido e com a tampa aberta, mexendo frequentemente o alimento 3. Estufar: refogar o alimento e coccioná-lo com pouquíssima água ou em seu próprio suco (barreado) 4. Abafar: panela bem tampada e fogo alto - camarão Ornellas, 2001 Auxiliares de métodos de cocção • Branquear Pré-cocção em água fervente por curto período de tempo seguido de resfriamento em água gelada – depois fritar ou assar • Gratinar Não é um método de cocção propriamente dito, pois sua finalidade é propiciar um colorido na alimento já cozido • Banho-maria Alimentos delicados que não podem ser submetidos diretamente ao calor forte Ornellas, 2001 Fator Térmico ou de Cocção Durante o preparo de alimentos este índice pode ser utilizado para definir o rendimento do alimento, assim como a capacidade de utensílios e equipamentos. ✓Relação entre a quantidade de alimento cozido (pronto para o consumo) e a quantidade do alimento cru e limpo usado na preparação (peso líquido). ✓É calculado pela seguinte fórmula: Fator Térmico = Peso do alimento cozido Peso líquido ✓Alimentos ricos em carboidratos tendem a absorver água, logo o FT será maior que 1. ✓Alimentos ricos em proteínas tendem a perder água, logo o FT será menor que 1. ✓A forma de calor utilizada pode também influenciar, aumentando ou diminuindo a massa do alimento. Fator Térmico ou de Cocção • Alguns alimentos semelhantes, podem ter FT diferentes entre si: → Arroz integral absorve mais água pois possui mais fibras do que o arroz polido. → Arroz cateto, como é menor e arredondado absorve menos água. Fator Térmico ou de Cocção Fator Térmico ou de Cocção Alimento Fator térmico Alimento Fator térmico Bife de panela 0,8 Carne assada 0,6 Bife acebolado 0,7 Frango frito 0,6 Batata cozida 1 Frango assado 0,7 Batata sauté 0,9 Frango ensopado 0,8 Batata frita palito 0,6 Feijão com caldo 3 Batata Chip 0,5 Feijão salada 2 Batata palha 0,4 Espaguete 3 Carne moída refogada 0,7 Peixe frito 0,7 Carne ensopada 0,7 Peixe ensopado 0,8 • O FT também é importante para uma lista de compras: Devemos considerar tanto o FC quanto o FT Exemplo: Necessito de 1kg de carne pronta para o consumo FC = 1,1 FT = 0,8 Então: COMEÇAR DE TRÁS P/FRENTE 0,8 = 1kg PL = 1,25kg PL 1,1 = PB PB = 1,37kg de carne a ser comprada 1,25 Fator Térmico ou de Cocção Densidade dos Alimentos ✓Outro índice utilizado para dimensionar a capacidade de utensílios e equipamentos, auxiliando em sua escolha e aquisição. ✓É utilizada a seguinte fórmula: Densidade = Massa Volume • Para o preparo de 10kg de arroz (peso líquido), com densidade igual a 0,8kg/L e FT de 2, qual o volume necessário da panela a ser utilizada para o preparo deste arroz: 2= Peso do alimento cozido Peso do alimento cozido = 20kg 10kg D = massa/volume 0,8 = 20/volume Volume = 25 Litros Preciso de uma panela de 25 litros Densidade dos Alimentos • Muito utilizado para se determinar o número de cubas a serem utilizadas na distribuição. • Exemplo: Uma UAN oferece 1000 refeições e a densidade do arroz à grega é de o,64kg/m², sendo a porção do arroz de 120g. Quantas cubas serão necessárias? Dimensões da cuba: 0,5 x 0,35 x 0,4 m = 0,070m³ (70L) Cálculo: Massa = 120g x 1000 refeições = 120.000g ou 120kg de arroz à grega D = m/V 0,64 = 120kg/V V=187,5 litros Se 1 cuba cabe 70 Litros, quantas cabem 187,5→ 187,5/70 = 2,63 cubas Densidade dos Alimentos Exercícios 1. Para o preparo de uma carne assada com porção de 80g e considerando o FT de 0,6. Qual será o per capita da carne? 2. Já para o preparo de uma carne grelhada, cujo FT é de 0,9 e considerando a mesma porção anterior, quanto seria o per capita desta carne? Discuta as duas preparações. 3. Com as mesmas informações da questão 1 e da 2, o quanto teria que comprar no mercado da carne para fazer a carne assada e a carne ensopada considerando um fator de correção de 1,19 para 30 refeições? 4. Considerando a densidade do strogonoff de carne de 1,06 e sua porção de 100g. Quantas cubas serão utilizadas para a distribuição de 400 refeições, sendo que cada cuba cabem 30 litros? 5. Qual seria o rendimento do strogonoff de carne, utilizando as informações da questão anterior? Cocção X Água no Alimento Excesso de aquecimento → reações químicas indesejáveis; Comprometimento de sabor e aroma; Manutenção ou perda de suculência; Redução de molhos. Influência da água na cocção de carnes As carnes frescas possuem Aw elevado (> 0.98) Quando usar calor seco ou calor úmido em carnes? Calor seco (ex: assar, fritar) - usado em cortes mais tenros Calor úmido (ex: vapor, refogar) – usado em cortes menos tenros O método de cocção dependerá da natureza do corte e do resultado desejado A água no cozimento de hortaliças • Hortaliças são ricas em vitaminas e minerais; • Vapor reduz a perda de nutrientes – cozimento mais lento –troca de calor se prolonga; • Ebulição – utilizar a água de cocção • Micro-ondas – cozimento mias rápido, pode utilizar menos água –lixiviação é menor Escolher o método conforme as possíveis modificações Tipos de energia aplicada nos alimentos ENERGIA TÉRMICA FRIO: REFRIGERAÇÃO E CONGELAMENTO Manter as características organolépticas dos produtos “Aspecto econômico – Complexidades de cada operação representará um aumento de custo ao final da produção” Execução de uma preparação • Reprodutibilidade e padronização de uma receita; • Controle de custos • Reprodutibilidade e padronização de uma receita • Redução do desperdícioEXEMPLO PRÁTICO MODELO DE FICHA TÉCNICA DE PREPARAÇÃO Nº: PREPARAÇÃO: PORÇÕES: INGREDIENTES UND PC FC PB PL QT TOTAL PREÇO UN. PREÇO TOTAL TÉCNICA DE PREPARO Peso final (PF) Kg Porção teórica Porção real Rendimento % Fator térmico Densidade VALOR NUTRICIONAL CHO (Kcal) Ca Custo total: Custo porção: PTN (Kcal) P LIP (Kcal) Fe AVALIAÇÃO SENSORIAL CHO (g) Na COR PTN (g) K AROMA LIP (g) Vit.C SABOR VCT Vit.A TEXTURA OBSERVAÇÃO FEIJOADA 10 FEIJÃO PAIO LINGUIÇA CARNE SECA 1 KG 1. COLOCAR AS CARNES DE MOLHO POR 36 HORAS; 2. COZINHAR AS CARNES PASSO A PASSO: AS DURAS, EM SEGUIDA AS MOLES; 3. COLOCAR O FEIJÃO , DEPOIS DAS CARNES ESTAREM COZIDAS; 4. TEMPERAR O FEIJÃO; ... R$ 4,00 R$ 4,00 MODELO DE FICHA TÉCNICA DE PREPARAÇÃO Nº: PREPARAÇÃO: PORÇÕES: INGREDIENTES UND PC FC PB PL QT TOTAL PREÇO UN. PREÇO TOTAL TÉCNICA DE PREPARO Peso final (PF) Kg Porção teórica Porção real Rendimento % Fator térmico Densidade VALOR NUTRICIONAL CHO (Kcal) Ca Custo total: Custo porção: PTN (Kcal) P LIP (Kcal) Fe AVALIAÇÃO SENSORIAL CHO (g) Na COR PTN (g) K AROMA LIP (g) Vit.C SABOR VCT Vit.A TEXTURA OBSERVAÇÃO ARROZ COZIDO 10 ARROZ 1 KG R$ 4,00 R$ 4,00PESO BRUTO Alimento não manipulado MODELO DE FICHA TÉCNICA DE PREPARAÇÃO Nº: PREPARAÇÃO: PORÇÕES: INGREDIENTES UND PC FC PB PL QT TOTAL PREÇO UN. PREÇO TOTAL TÉCNICA DE PREPARO Peso final (PF) Kg Porção teórica Porção real Rendimento % Fator térmico Densidade VALOR NUTRICIONAL CHO (Kcal) Ca Custo total: Custo porção: PTN (Kcal) P LIP (Kcal) Fe AVALIAÇÃO SENSORIAL CHO (g) Na COR PTN (g) K AROMA LIP (g) Vit.C SABOR VCT Vit.A TEXTURA OBSERVAÇÃO ARROZ COZIDO 10 ARROZ 1 KG R$ 4,00 R$ 4,00PESO LÍQUIDO Alimento Pós pré-preparo MODELO DE FICHA TÉCNICA DE PREPARAÇÃO Nº: PREPARAÇÃO: PORÇÕES: INGREDIENTES UND PC FC PB PL QT TOTAL PREÇO UN. PREÇO TOTAL TÉCNICA DE PREPARO Peso final (PF) Kg Porção teórica Porção real Rendimento % Fator térmico Densidade VALOR NUTRICIONAL CHO (Kcal) Ca Custo total: Custo porção: PTN (Kcal) P LIP (Kcal) Fe AVALIAÇÃO SENSORIAL CHO (g) Na COR PTN (g) K AROMA LIP (g) Vit.C SABOR VCT Vit.A TEXTURA OBSERVAÇÃO ARROZ COZIDO 10 ARROZ 1 KG R$ 4,00 R$ 4,00FATOR DE CORREÇÃO Controle das perdas de produção FC = PB/PL Então, PB= PL x Fc PL = PB – perdas no pré-preparo FATOR DE CORREÇÃO Valor próximo a 1 - Perdas - Qualidade de gêneros; - Mão de obra; - Controle de custos; MODELO DE FICHA TÉCNICA DE PREPARAÇÃO Nº: PREPARAÇÃO: PORÇÕES: INGREDIENTES UND PC FC PB PL QT TOTAL PREÇO UN. PREÇO TOTAL TÉCNICA DE PREPARO Peso final (PF) Kg Porção teórica Porção real Rendimento % Fator térmico Densidade VALOR NUTRICIONAL CHO (Kcal) Ca Custo total: Custo porção: PTN (Kcal) P LIP (Kcal) Fe AVALIAÇÃO SENSORIAL CHO (g) Na COR PTN (g) K AROMA LIP (g) Vit.C SABOR VCT Vit.A TEXTURA OBSERVAÇÃO ARROZ COZIDO 10 ARROZ 500 G R$ 4,00 kg R$ 2,00 (1/2 kg)Kg 0,05 1,01 0,0505 0,0510 0,5 PF/ porção 2,001 kg PRÉ-PREPARO PREPARO DISTRIBUIÇÃO Fc Ft Sobras RI: resto ingestão Algumas nomenclaturas importantes • PC (per capita) PL (peso líquido) – peso do alimento cru e limpo para 1 pessoa • PB (peso bruto) - peso do alimento cru e NÃO limpo • PL (peso líquido) – peso do alimento limpo • FCt (Fator de correção teórico) – quanto o alimento perde ao ser limpo de acordo com a literatura • FCp (Fator de correção prático) - quanto o alimento perde ao ser limpo de acordo com o manipulador • QT (quantidade total) – per capita x o número de porções • Custo unitário – em relação a UND • Custo total – em relação ao PB total utilizado (o que de fato gastou para fazer a preparação) • Na ficha técnica expressar em g ou ml quando numero for menor que 1. MODELO DE FICHA TÉCNICA ATUAL Equivalência Peso e volume e Preparo do Alimento Medidas caseiras • COPO 1. CDN – copo duplo nivelado 2. CDM – copo duplo médio 3. CDCH – copo duplo cheio 4. cpn – copo pequeno nivelado 5. cpm – copo pequeno médio 6. cpch – copo pequeno cheio • XÍCARA 1. XCH ch – xícara de chá cheia 2. XCH r/m - xícara de chá rasa ou média 3. XCH n - xícara de chá nivelada 4. xcch – xícara de café cheia 5. xcr/m - xícara de café rasa ou média 6. xcn - xícara de café nivelada Medidas caseiras • COLHER 1. CSch – colher de sopa cheia 2. CSr/m – colher de sopa rasa ou média 3. CSn – colher de sopa nivelada 4. cch – colher de chá com as medidas ( n, m, ch) 5. cs – colher de sobremesa com as medidas ( n, m, ch) 6. cc - colher de café com as medidas ( n, m, ch) Medidas caseiras Medidas • Nivelada Alimento na borda do utensílio medidor, podendo passar sobre o mesmo uma espátula retilínea (de leve) • Rasa ou média Quando o alimento fica a meio centímetro acima (sólidos) ou abaixo (líquidos) do medidor • Cheia Quando o alimento fica acima do limite do medidor NUTRICIONISTA: RENATA PASSOS EMAIL: nutri.renata.passos@gmail.com
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