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CONTRATUAL CONTEÚDO

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Contratos: Teoria Geral
1.Noção geral de contrato:
Contrato é:
• um acordo de vontades, na conformidade da lei, e com a finalidade de adquirir, resguardar, transferir, conservar, modificar ou extinguir direitos. É um acordo de vontades com a finalidade de produzir efeitos jurídicos.
Sendo necessário ao contrato o acordo de vontades, pode-se classificá-lo como um negócio jurídico.
Será:
• bilateral quando a vontade emitida for antagônica;
• plurilateral quando a vontade das partes se dirigir a um mesmo objetivo, ex: sociedade.
Características:
• acordo de vontades
• de fundo econômico
• realizado entre pessoas de direito privado
• tem por objetivo a aquisição, o resguardo, a transferência, a conservação, a modificação ou a extinção de direitos
• recebe o amparo do ordenamento legal
• é fonte de obrigação
• Para que seja regulado pelo direito privado, o contrato há de ser celebrado por pessoas naturais ou jurídicas de direito privado.
• Todo contrato deve visar a produção de efeitos jurídicos.
Ex: adquirir direitos: compra e venda, resguardar direitos, seguro; transferir direito: cessão de crédito, doação, extinguir direito: distrato.
2.Função dos contratos:
Introdução:
• contrato é o diferencial da sociedade civilizada do barbárie. A barbárie busca seus interesses à força, apropriação violenta de utilidades.
a-Função econômica:
• Responsável pelo sucesso da sociedade mercantil e evolutivamente da sociedade capitalista.
• circulação da riqueza
• segurança para a sociedade na realização dos negócios.
b-Função pedagógica:
• O contrato educa, torna civilizado o homem.
• apura um senso ético
• ensina respeito ao direito dos outros para que o seu interesse seja respeitado.
• Quando duas pessoas contratam estão se utilizando da força jurígena social.
c-Função social: art. 421 CC
3.Princípios contratuais
a-Conceitos fundamentais:
a)Princípios informadores: são regras gerais e fundamentais que fornecem os pilares de determinado ramo do pensamento científico.
b)Contratos: são negócios jurídicos bilaterais e plurilaterais. Negócio jurídico bilateral é aquele em que ocorrem pelo menos duas declarações de vontade conflitantes. Negócio jurídico plurilateral é o em que ocorre mais de uma declaração de vontade que visam o mesmo objetivo. Neste último, não há contrariedade.
Recapitulando: Contrato pode ser definido como todo acordo de vontades de fundo econômico, realizado entre pessoas de direito privado, que tem por objetivo a aquisição, o resguardo, a transferência, a conservação ou a extinção de direitos, recebendo o amparo do ordenamento legal.
PRINCÍPIOS DE DIREITO CONTRATUAL
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana
Cláusula geral de natureza principiológica a dignidade traduz um valor fundamental de respeito à existência humana, segundo as suas possibilidades e expectativas, patrimoniais e afetivas, indispensáveis à sua realização pessoal e à busca da felicidade.
Mais do que garantir a simples sobrevivência, este principio assegura o direito de se viver plenamente, sem quaisquer intervenções espúrias, estatais ou particulares, na realização desta finalidade. 
Valores como a vida, a imagem, a privacidade, a integridade física, etc não podem ser desconsiderados a pretexto de se exigir determinada prestação.
b-.Princípio da obrigatoriedade contratual:
Os contratos devem ser cumpridos como se fossem lei. O contrato obriga os contraentes. Eles não podem se arrepender, não podem revogá-lo, não podem ser modificá-lo ou descumprí-lo, senão por mútuo acordo.
Em tese, nem mesmo o Juiz pode alterá-lo, mesmo que a pretexto de tornar as condições mais humanas para os contratantes.
Costuma-se traduzir este princípio pela expressão latina Pacta Sunt Servanda.
 Este princípio é adotado por qualquer ordenamento jurídico, mesmo os mais primitivos e imperfeitos.
 Porém, quando se pesquisa o fundamento em que irá se repousar a força obrigatória dos contratos, não se constata tal unanimidade.
Várias foram as escolas, que tentaram explicá-lo.
Para a escola jusnaturalista, o princípio da obrigatoriedade contratual é norma de direito natural, se assenta no pacto social. Primitivamente, na sociedade, teria havido uma convenção tácita em que os indivíduos teriam transigido com seus apetites egoístas e determinado o respeito pelos compromissos livremente assumidos.
Para os utilitaristas, o interesse individual leva por interesses utilitários a observar as promessas realizadas. Em outras palavras, era conveniente para cada indivíduo respeitar o interesse alheio, para resguardar o seu próprio interesse.
Para os positivistas o princípio só vigora porque está estabelecido em lei. A sustentação do princípio da obrigatoriedade estaria no mandamento legal.
Segundo o normativismo de Kelsen, a lei também seria o fundamento do princípio. Este se encontra evidenciado na lei, tendo como substrato outra lei, que por sua vez origina-se de outra lei, e assim sucessivamente, até a norma fundamental, abstrata e sem conteúdo, cuja finalidade seria apenas alicerçar o direito positivo.
Para Kant, a obrigatoriedade é uma consequência da liberdade de contratar. O contrato obriga porque as partes livremente o aceitam.
Para Ruggiero, o fundamento da obrigatoriedade contratual está na unidade da vontade contratual. Para ele, as vontades individuais dos contratantes, no momento em que são declaradas, se encontram, e perdem, cada uma, a sua autonomia própria. Elas se fundem e dão lugar a uma nova vontade unitária, a vontade contratual. A partir deste momento, a vontade contratual regulará as relações entre as partes, não mais as vontades individuais de cada um.
Por fim, é importante ressaltar que, qualquer princípio contratual só é aplicado aos contratos realizados de acordo com a lei. Os contratos, bem como as cláusulas contrárias ao direito reputam-se ilegítimos, saindo da esfera do princípio da obrigatoriedade contratual.
Princípio da Autonomia da vontade ou do consensualismo:
 A pessoa pode escolher com quem, quando e onde contratar, sem interferência do Estado. 
Representa a ampla liberdade, seja através de contratos nominados ou inominados. A avença ou acordo faz lei entre as partes.
A autonomia da vontade e o consensualismo são a base da noção de contrato, embora limitados e condicionados por normas de ordem pública indispensáveis à efetivação da justiça contratual.
As leis civis intervêm na seara das relações negociais, coibindo abusos e reequilibrando a balança contratual por meio da previsão de instrumentos ou mecanismos jurídicos em favor do hipossuficiente econômico (inversão do ônus da prova, responsabilidade civil objetiva, desconsideração da pessoa jurídica, teoria da imprevisão, etc)
- Princípio do consensualismo:
O princípio do consensualismo determina que os contratos consideram-se celebrados no momento em que estas cheguem a consenso, na conformidade com a lei, independente de qualquer formalidade adicional. Esta é a regra no direito contratual moderno.
Porém, no Direito Romano constata-se que ao contrato era exigido determinada materialidade, sem a qual não se reconhecia sua existência jurídica. É importante, portanto, um estudo detalhado desta transição entre o formalismo rigoroso romano e o consensualismo moderno.
O rígido formalismo exigido pelo direito romano perdurou por toda a república e atravessou o império. Somente no baixo império constata-se uma amenização do princípio do rigor formal. Isto porque as necessidades mercantis exigiam uma maior flexibilidade na celebração contratual. Pode-se dizer que a situação praticamente se invertera.
Com as invasões bárbaras e a consequente influência do direito da Região da Germânia, houve um retrocesso ao excessivo rigor formal.
Durante a idade média, o direito contratual sofreu novamente uma profunda transformação. Era comum entre os escribas que reduziam as convenções a escrito, consignarem, a pedido das partes, que todos os rituais haviam sido cumpridos, mesmo quando não o fossem. A praxe se tornou tão comum,que a menção do fato valia mais que o próprio fato. A declaração de que as formalidades haviam sido observadas passou a valer mais que a verificação de sua prática efetiva. Neste momento, a declaração de vontade passou a Ter a importância jurídica que era dada anteriormente à formalidade.
Num segundo momento, os canonistas interpretavam as normas de direito romano com base no espiritualismo cristão. NO tocante ao contrato, afirmavam que o seu descumprimento era uma quebra de compromisso, equivalente à mentira, sendo, portanto, pecado. Prevalecia o valor da palavra, o consentimento, sobre a sacramentalidade clássica. Dizia-se que um boi se prende pelos chifres e um homem pela palavra.
Todos estes fatores históricos contribuíram para a afirmação do princípio do consensualismo, reconhecendo força jurígena à palavra empenhada, considerando-se celebrado o contrato pelo consenso das partes.
Este princípio, é claro, é limitado por exceções legais, em que se exige ato solene.
- Princípio da autonomia da vontade (autonomia privada):
Este princípio faculta às partes total liberdade para concluírem seus contratos da maneira que melhor lhes aprouver. Funda-se na vontade livre de ambas as partes.O termo autonomia da vontade remete-nos ao liberalismo, que pregava a intervenção mínima do Estado na economia e nas relações negociais.
Hoje fala-se em autonomia privada a indicar a restrição à ampla liberdade de contratar.
 A liberdade de contratar é exercida pelas partes em quatro planos:
a) as partes podem livremente optar em contratar e não contratar. Ninguém pode ser obrigado a contratar. Na prática, é praticamente impossível uma pessoa viver sem celebrar contratos. Este plano, porém, pode ser observado examinando-se cada caso concreto. Em cada caso concreto, em cada situação prévia à celebração de um contrato, ambas as partes tem a liberdade de optar por celebrá-lo ou não. Neste plano, coíbe-se a coação física ou moral à celebração do contrato, ou a sua não celebração.
b) Com que e o que contratar: As pessoas devem ser livres para escolher seu parceiro contratual e o objeto do contrato.
c) Liberdade para estabelecer as cláusulas contratuais respeitados os limites da lei.
d) Mobilizar ou não o poder judiciário para fazer respeitar o contrato, que, uma vez celebrado, torna-se fonte formal de direito.
Como todo princípio, comporta exceções. Em determinados momentos, a lei impõe a certas pessoas o dever de contratar, em outros momentos, uma das partes não tem qualquer liberdade de discutir as cláusulas contratuais, a exemplo dos contratos de adesão, às vezes a pessoa não tem escolha quanto ao parceiro contratual.
A evolução da sociedade e as alterações ocorridas em torno das relações de direito público e direito privado atingiram o Princípio da Autonomia da Vontade.
A autonomia privada deixa de ser vista como um poder puro e desinibido e passa a ser encarada como um poder função, vinculado à função social dos contratos e às necessidades de ordem pública. Desta forma permite-se a oneração da liberdade das partes com alguns gravames para se proporcionar uma relação justa e útil nos negócios privados.
Como exemplo de teorias a este respeito, tem-se a teoria da imprevisão e a teoria da base do negócio jurídico.
A teoria da imprevisão foi a primeira delas, surgida no pós-guerra, prevê a revisão contratual quando ocorrer um contrato de execução continuada ou diferida e sobrevier acontecimento futuro e imprevisível que cause onerosidade excessiva a uma das partes, caracterizando-se, ainda, a inimputabilidade da causa ao onerado, posicionando-se fora da álea normal do contrato.
A teoria da base do negócio jurídico é também vinculada à ideia de circunstâncias posteriores à contratação, mas tem cunho mais objetivo. Nela se prescinde da imprevisibilidade do evento futuro. Além disso, esta teoria não protege apenas o fato excessivamente oneroso, mas toda e qualquer situação onde o contrato resta frustrado, perdendo seu sentido por rompimento de sua base.
- Função Social dos Contratos
• Artigo 421
A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.
Conceito:
A função social preconiza que as obrigações oriundas dos contratos valem não apenas porque as partes as assumiram voluntariamente mas também porque interessa à sociedade a tutela da situação objetivamente gerada por suas consequências econômicas e sociais.
É importante frisar que a livre manifestação de vontade permanece, mesmo neste novo conceito contratual como elemento essencial à formação contratual. Contudo, tendo-se em vista que a possibilidade de manifestação de uma vontade plena é, na prática social, cada vez mais raro, faz-se necessário que ela não seja usada como único elemento, daí a necessidade da função social também ser observada no ciclo vital contratual, formação, execução.
A adoção da função social do contrato em nosso atual direito civil se deve às seguintes razões:
• A institucionalização do contrato
A vinculatividade contratual não reside mais em uma tese voluntarista, mas em uma tese preceptivista, marcada pelo binômio restrita liberdade de manifestação da vontade e crescente necessidade de se contratar, massificação dos contratos e centralização dos meios de produção.
A função social dos contratos rompe com o individualismo contratual que preconizava a existência do contrato em uma esfera individual quase íntima, portanto intangível e adota uma concepção de institucionalização do contrato. O contrato além de ser um instrumento individual é um instrumento social de harmonização das relações individuais. Contratar não é simplesmente uma mera opção pessoal mas uma imposição social no sentido de que os indivíduos são seres dotados de necessidades vitais e o contrato é o principal meio pacífico e institucionalizado de produção, distribuição e acesso a bens. A contratação acompanha, assim, em uma sociedade civilizada, todo o processo econômico.
Assim, a razão de atribuição do direito contratual a seu titular não pode ser compreendida simplesmente pela ideia de satisfação de seus interesses individuais mas também como instrumento de satisfação de interesses sociais de utilização, preservação e conservação do contrato enquanto instrumento social de satisfação de necessidades individuais, daí a obrigatoriedade....
É importante frisar que essa tese da institucionalização do contrato difere da tese inicial do corporativismo fascista, momento histórico em que a função social apareceu como contraposição aos ideais burgueses. Naquele momento dentro da ideia de função social inseria-se a ideia de ordem pública ou interesse dos governantes. Aqui, a ideia de institucionalização não pressupõe a imposição de qualquer interesse externo ao contrato, mas a composição dos interesses internos conflitantes de forma a se obter a solução mais harmônica com os princípios constitucionais. A relação obrigacional contratual deixa de ser vista como uma relação de subordinação de interesses e passa a ser vista como uma relação de cooperação. Garantir a aplicação da função social não é violar nenhum dos interesses em relevo, mas garantir que o objetivo comum do contrato (credor e devedor) seja satisfeito. Se ambos objetivam este mesmo fim não há lesão mas justaposição. Contratar é abrir mão de sua vontade individual e buscar a consecução da “vontade contratual”.
Princípio da Equivalência material
Busca realizar e preservar o equilíbrio real de direitos e deveres nos contratos, antes, durante e após a sua execução, para harmonização dos interesses.
Preserva a equação e o justo equilíbrio contratual, seja para manter a proporcionalidade inicial dos direitos e obrigações, seja para corrigir os desequilíbrios supervenientes, pouco importando se as mudanças de circunstâncias pudessem ser previsíveis.
Princípio da Boa-fé
Certeza de agir legalmente; agir sem ofensa a lei; agir sem intenção dolosa; agir com lisura e honestidade; ser honesto; usar da lealdade, da franqueza, da verdade, do certo.
Boa-fé subjetivaBoa-fé objetiva
BOA-FÉ SUBJETIVA
Situação psicológica, estado de ânimo ou de espírito do agente que realiza determinado ato ou vivencia dada situação sem ter ciência do vício que a inquina.
Deriva do reconhecimento da ignorância do agente a respeito de determinada circunstância. Ex. possuidor de boa-fé. 
BOA-FÉ OBJETIVA
Dever de conduta/comportamento (leal, probo)
Deve haver ausência de dolo durante todo o processo que envolve o contrato. Quando denunciada má-fé, partindo do princípio de que juiz deve ter todos como possuidores de boa fé, quem denunciou deve provar.
Este princípio impõe que os contratantes exerçam a faculdade de contratar observando a ética, agindo de forma correta e com bons propósitos, tanto no ato da avença, quando durante a sua execução. Neste sentido, não se admite um contrato em que uma das partes, maldosamente ou se aproveitando da ingenuidade ou ignorância da outra parte, ponha no contrato cláusulas que venham provocar injustamente prejuízos em decorrência dos efeitos do pacto.
CONSEQUÊNCIAS DA BOA FÉ-OBJETIVA:
Deveres anexos ou de proteção (acessórios) Ex. informação, lealdade e confiança recíprocas, assistência, sigilo ou confidencialidade
Boa-fé pré e pós contratual
Interpretação e integração dos contratos (Art. 113 CC)
Limitação aos direitos subjetivos (evitar abusos- cláusulas leoninas)
Os contratantes deverão agir com probidade e honradez, observando sempre a integridade de caráter, de modo a manter o equilíbrio e a justiça para ambos na avença.
Por fim, os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé (CC, art. 422).
DESDOBRAMENTOS DA BOA-FÉ OBJETIVA
- VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM NON POTEST
SUPRESSIO
SURRECTIO
TU QUOQUE (Tu quoque, Brutus, fili mi!)
EXCEPTIO DOLI
INALEGABILIDADE DAS NULIDADES FORMAIS
CLÁUSULA DE STOPPEL
VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM NON POTEST
Vedação do comportamento contraditório
Parte-se da premissa de que os contratantes, por consequência lógica da confiança depositada, devem agir de forma coerente, segundo a expectativa gerada por seu comportamento.
Protege uma parte contra aquela que pretende exercer uma posição jurídica em contradição ao comportamento assumido anteriormente.
EX. Menor 17 anos compra moto parcelada em 24 vezes. Completa 18 anos e continua pagando. 
Não pode, após, pedir a anulabilidade do negócio (Venire contra factum próprio/ comportamento contraditório)
Supressio- perda da eficácia do direito (ex. art. 330 CC)
Surrectio- vendedor (validade do contrato)
SUPRESSIO
É a perda (supressão) de um direito, pela falta de seu exercício por razoável lapso temporal.
Na supressio há um comportamento omissivo tal, para o exercício de um direito, que o movimentar-se posterior soa incompatível com as legítimas expectativas até então geradas. O comportamento de um dos sujeitos gera no outro a convicção de que o direito não será mais exigido, ou não será exigido da forma pactuada.
Ex. 1)uso de área comum por condômino em regime de exclusividade por período de tempo considerável, que implica a supressão da pretensão de cobrança de aluguel pelo período de uso.
 2) Pagamento feito reiteradamente em local diverso do contratado. (art. 330 CC)
SUPRESSIO # PRESCRIÇÃO (perda da própria pretensão)
SURRECTIO
“O outro lado da moeda da supressio” (Pablo Stolze)
Configura-se no surgimento de um direito exigível, em decorrência lógica do comportamento de uma das partes.
 
A perda (supressio) de um, implica no ganho (surrectio) de outro.
Ex. art. 330 CC (O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato.)
TUO QUOQUE
A aplicação do tuo quoque se constata em situações em que se verifica um comportamento que, rompendo com o valor da confiança, surpreende uma das partes da relação negocial, colocando-a em condição de injusta desvantagem. 
Aquele que descumpriu preceito de lei ou contrato, não pode exigir do outro o cumprimento de regra que ele próprio infringiu.
Ex. art. 180 CC (O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.)
EXCEPTIO DOLI
A exceção dolosa visa a sancionar condutas em que o exercício do direito tenha sido realizado com o intuito, não de preservar legítimos interesses, mas sim, de prejudicar a parte contrária. 
Ex. art. 940 CC (Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição)
Outro exemplo: assédio processual- consiste na utilização dos instrumentos processuais para simplesmente não cumprir a determinação judicial.
INALEGABILIDADE DAS NULIDADES FORMAIS
É a aplicação da regra de que ninguém deve se valer da própria torpeza, como desdobramento do princípio da boa-fé objetiva.
Veda o comportamento contraditório em matéria de nulidade.
Princípio abarcado na legislação brasileira especialmente no campo processual.
Art. 276, CPC (Quando a lei prescrever determinada forma sob pena de nulidade, a decretação desta não pode ser requerida pela parte que lhe deu causa). 
CLÁUSULA DE STOPPEL (CLÁUSULA DE ESTOPPEL)
Consiste na vedação do comportamento contraditório no plano do Direito Internacional.
Ex.: Brasil-Bolívia- caso da exploração de petróleo pela Petrobrás em que houve quebra do pactuado, mesmo tendo sido autorizada a realização de vultosos investimentos: a Bolívia criou a legítima expectativa no Governo Brasileiro, por meio da Petrobrás, para investir naquele país e, em seguida, baixou ato contrário, rompendo a norma ética que se traduz na cláusula de Stoppel. 
Configura-se como uma aplicação da boa-fé objetiva em relações internacionais, desde que a situação de prejuízo por quebra de confiança seja de possível constatação
c- Evolução social:
O desenvolvimento do capitalismo no século passado gerou transformações sociais significativas no campo contratual, são elas:
1. Centralização da produção de bens;
2. massificação da produção e da contratação;
Essas duas características geraram duas importantes consequências no campo contratual:
a- crescente necessidade de contratar
b- modificação nas formas de contratar
Que por sua vez geraram uma nova realidade técnica contratual: liberdade de manifestação de vontade cada vez mais restrita.
Consequências da institucionalização:
Em decorrência desta institucionalização contratual a função social dos contratos passa a ser vista como elemento complementar ou balisador da vontade na formação e na execução dos contratos. Se a liberdade de contratar é cada vez mais restrita, o indivíduo tem cada vez menos condições de assegurar a paridade contratual, o que reivindica a adoção de um novo mecanismo de efetivação da paridade contratual. Por essa razão alguns autores tem defendido a ideia de que a função social dos contratos se confunde com a tutela do hipossuficiente. Apesar de que em um grande número de casos a ausência de paridade vai desfavorecer o hipossuficiente não se pode falar em uma correlação absoluta uma vez que a disparidade poderá prejudicar o contratante mais afortunado. Em suma, só a vontade não é mais suficiente para garantir a necessária paridade contratual. Neste sentido, a função social dos contratos vai ter por consequências:
Relativização dos direitos contratuais:
Não se pode confundir o termo relativização de direitos com relativização de efeitos.
O direito subjetivo não é atribuído como fim em si mesmo, mas como elemento de harmonização da situação jurídica criada com a contratação, que gera direitos e deveres para ambos e cuja essência só pode ser realmente identificada com uma justaposição desses interesses conflitantes. O direito subjetivoé atribuído ao titular enquanto sujeito de uma relação jurídica. O direito é dado para ser oposto a outro sujeito de direitos.
Dessa forma, a função social é vista não apenas como uma finalidade mas também como causa e motivo da atribuição do direito subjetivo contratual o que amolda-o e condiciona a sua proteção pelo ordenamento jurídico. É, portanto, limite ao exercício do direito subjetivo. O direito subjetivo contratual só é amparado se for exercido dentro de determinados limites, que são impostos por sua função econômica, social, pela boa-fé e pelos bons costumes.
O exercício do direito subjetivo contratual fora destes limites adentra no campo da ilicitude e não merece amparo pelo ordenamento, senão sanção, tendo-se em vista que a parte contratante só pode invocar a proteção jurídica estando por ela amparado: como pode-se ser por ele e contra ele.
Não há objetiva justificativa jurídica para o exercício do direito fora dos limites consentidos.
O exercício fora destes limites é considerado lesivo e propicia o intervencionismo estatal no campo contratual e, portanto, gera sanções que podem ser:
a- a invalidade,
b- a modificação,
c- a resolução do contrato,
d- Indenização.
Há um questionamento se esses limites seriam externos ou internos. Apesar de alguns autores defenderem a tese do limite externo, o tempo da presente exposição não permite um aprofundamento nesta tese. Segundo Perlingieri a concepção de limite externo é ultrapassada. A situação jurídica tutelada já em si encerra essas limitações que constituem seu aspecto qualitativo ( até onde vai o seu direito) O ordenamento tutela um interesse somente enquanto atender às razões que o constituíram. A função social não seria um limite externo mas elemento necessário à identificação da essência de cada direito subjetivo contratual. A função social busca harmonizar os vários interesses conflitantes segundo critérios de proporcionalidade social e individual.
Segundo Perlingieri, a função social tem esse aspecto limitativo, mas não pode ser compreendida apenas como o conjunto de limites uma vez que neste caso estaria atacando apenas a questão patológica do direito: o mau uso.
Tais concepções se atêm a este aspecto relacional.
Promoção da Principiologia Constitucional:
Na verdade, o conteúdo da função social só pode ser apreendido inspirando-se na dignidade humana e no solidarismo social, situação em que incorpora um aspecto profilático ou promocional de forma que a tutela contratual deve não apenas garantir mas também promover esses valores sobre os quais se funda o ordenamento jurídico. E isso não se realiza apenas limitando o exercício dos direitos contratuais.
É essa a concepção do CC que prevê que a liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social dos contratos.
Pressuposto de legitimidade normativa:
Essa concepção não pode ser vista como atentadora ao contrato ou ao direito subjetivo contratual uma vez que é a causa de atribuição desses direitos, devendo ser um critério de ação:
1. Para o indivíduo,
2. Para o legislador,
3. Para o aplicador.
Daí a necessidade de que esses princípios estejam sedimentados em nossas sociedades para que a função social não seja considerada um valor vago a ser densificado pelo juiz, mas um princípio que propicie a participação dos destinatários da norma no processo de produção. Legitimação da norma pela participação de seus destinatários no processo de construção.
A função social é instrumento de legitimidade da norma, sela genérica, seja individual, seja contratual. Limita também a intervenção do Estado na esfera contratual.
O entendimento dessa ideia compreende uma relativização da dicotomia público privado tendo em vista que essa ideia confere um caráter político ao direito civil no sentido de que o direito subjetivo é atribuído como instrumento de criação de norma individual (eficácia restrita) e deve obedecer os mesmos critérios de legitimidade de qualquer outra norma.
O contrato é visto assim como um procedimento pré-normativo, no sentido de que se encerra em um desencadear de atos que visam a criação de uma norma. Neste sentido, a observância da função social em cada um desses atos é pressuposto de eficácia, validade e perfeição do ato final (norma).
Contratar não é simplesmente assinar um documento, mas observar etapas procedimentais: obrigações pré-contratuais, obrigações contratuais e obrigações póscontratuais.
4. Intervencionismo estatal ou dirigismo contratual
• intervenção estatal no domínio privado, ou econômico.
• Em determinadas ocasiões, o Estado intervém no domínio particular na defesa
dos bons costumes e da ordem pública.
Bons costumes são:
• aqueles que se cultivam como condição de moralidade social. Os bons costumes variam no tempo e no espaço.
Ordem pública é:
• conjunto de normas que regem a estrutura social, política e econômica da nação.
Estas normas se fundamentam no interesse público.
Interesse público:
• é o conjunto de aspirações de uma coletividade para a obtenção de bens,
vantagens, atividades ou serviços de fruição geral.
O estado intervém em três planos:
1. Imposição da contratação:
2. Imposição ou proibição de determinadas cláusulas:
3. Revisão contratual:
5.Requisitos contratuais:
A - Requisitos subjetivos:
Capacidade
• capacidade genérica para os atos da vida civil.
• capacidade negocial ou contratual, exigida pela lei em certos contratos.
Ex: autorização do cônjuge para venda de imóvel
Os absolutamente incapazes só podem contratar se representados por seus pais tutor ou curador. (NULIDADE)
Os relativamente incapazes podem contratar livremente, mas devem ser assistidos pelos seus representantes legais, devendo estes consentir na realização de cada contrato.
(ANULABILIDADE)
Consentimento:
• direito à livre expressão da vontade.
pluralidade de partes:
b-Requisitos objetivos:.
• Art. 104 CC
Possibilidade:
• Materialmente possível-Realizável.
• Juridicamente possível é o objeto não proibido pelo direito.
• Art.166, II se impossível é nulo.
Determinação:
• O objeto de um contrato tem que ser determinado. Ou no momento de sua celebração ou no momento da execução.
• O objeto de um contrato deve ser determinável. O contrato com objeto indeterminado é inexistente.
• Art. 243 CC – determinável pelo gênero, qualidade e quantidade.
Patrimonialidade:
• Deve ter conteúdo econômico, aferível de apreciação pecuniária.
c- Requisitos formais:
• Qualquer ato jurídico deve realizar-se na forma prescrita ou não defesa em lei.
• a regra é o consensualismo, os contratos consideram-se celebrados no momento em que correr o consenso, da forma que as partes desejarem, o consenso pode
ocorrer verbalmente, por escrito, por gestos ou mesmo tacitamente, quando o silêncio de uma das partes levar à conclusão que desejou contratar. Pegar ônibus, contrato tácito de transporte.
• Consensualismo x formalismo ( direito romano e germânico)
• Há alguns casos em que a lei exige a observância de certas solenidades para validar a celebração de alguns contratos.
• Art. 107 CC A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir
• Art . 166 IV e V CC
• Publicidade art. 221 CC/366 CPC/154 CPC
Em suma:
• Forma livre
• Forma especial ou solene
a) Única- exemplo: escritura pública para transação imobiliária
b) Múltipla ex.: criação de fundação por escritura pública ou fundamento, renúncia a herança por escritura pública ou termo nos autos
6. Interpretação dos contratos:
• A tarefa de interpretar o contrato nada mais é do que identificar a vontade criadora do negócio.
Duas teorias:
A 1ª é a teoria da vontade, nesta, o Juiz deve investigar a vontade real, independente da maneira como foi declarada. Para esta teoria como um contrato é um acordo de vontades, o mais importante é a vontade real das partes, que muitas vezes pode não Ter sido traduzida fielmente na declaração contratual.
A 2ª é a teoria da declaração, nesta, o juiz deve aplicar a vontade declarada,a exteriorização da vontade é mais importante que a própria vontade.
Das duas, a mais aceita e defendida é a teoria da vontade. Os juristas acreditam que o Juiz não pode se ater à vontade declarada. Ele deve buscar a verdade real das partes. Ao se deparar com a vontade declarada o Juiz deve observar se ela é a real expressão da vontade interna das partes.
Como atingir a vontade real? Além do contrato em si, o Juiz deve verificar os demais documentos que basearam o negócio, as negociações preliminares, as correspondências trocadas, os elementos sociais e econômicos que envolviam cada uma das partes. Deve observar se há contradição entre a vontade declarada e a vontade real.
Ressalte-se que o objetivo do Juiz é pesquisar a vontade dos contraentes, não impor a sua. O juiz deve ser imparcial, deve ser objetivo não subjetivo. Não basta ele acreditar que tal seja a vontade, deve justificá-la com os fatores externos, objetivos.
O código civil se isenta da fixação de regras de interpretação contratual. Ver artigos 112, 113 E 114 do CC
O CDC também fixa uma regra, art. 47, que os contratos serão interpretados favoravelmente ao consumidor.
A doutrina fixa várias regras de interpretação contratual.
1. O intérprete deve se ater à intenção das partes e não ao sentido literal das palavras
(art. 85). RT 518:229
2. Nos contratos ou nas cláusulas que contiverem duplo sentido deve-se preferir o que mais convenha a sua natureza e ao seu objeto, de modo que possa produzir algum efeito jurídico, que seja exigível. Ex: cláusula penal. RT 144:691
3. No caso de ambiguidade do texto contratual, dever-se-á interpretá-lo de conformidade com o costume do país ou do lugar em que foi estipulado.
4. Os costumes locais estão subtendidos em todo contrato.
5. Na dúvida, os contratos interpretam-se contra o estipulante, ou seja, contra a parte que fez a proposta inicial. Podia Ter sido claro e não o foi.
6. No que concerne às cláusulas contratuais, estas deverão ser interpretadas umas pelas outras, quer sejam precedentes que seguintes, isto é, dever-se-á interpretá-las em conjunto, não separadamente.
7. Em relação aos termos dos contratos, por mais genéricos que sejam, só abrangem os bens sobre os quais os interessados contrataram, e não os de que não cogitaram.
8. Nas convenções que tiverem por objeto uma universalidade de coisas, compreendem-se nela todos os bens particulares que a compõem, mesmo aqueles de que os contraentes não tiverem conhecimento. Ex: fundo de comércio.
9. Um caso expresso para exemplificar uma obrigação não restringe o vínculo. Se para exemplificar determinada cláusula, as partes aduzirem exemplo, não significarão,
com isso que a cláusula só se aplicará ocorrendo o fato objeto do exemplo.
10. Uma cláusula expressa no plural decompõe-se muitas vezes em várias cláusulas no singular: Ex: pagar as prestações no 1º dia útil do mês. Pagar cada uma das prestações no primeiro dia útil do mês respectivo.
11. A palavra que estiver no fim de um período se relaciona com todo ele e não só com a parte antecedente, se com ele concordar em número e gênero. Ex: taxas e contribuições condominiais serão pagas pelo locador.
12. Toda cláusula será interpretada contra o contratante de má-fé.
13. Expressões inócuas (de modo algum tem qualquer sentido), consideram-se não como se nunca tivessem sido escritas.
1. AS disposições contratuais visam em regra a objetivo econômico. MHD concorda ao dizer que na dúvida sobre gratuidade e onerosidade do contrato presume-se esta, não aquela. ( AJ, 88:291). 
Requisito contratual: patrimonialidade.
2. Ninguém contrata para se prejudicar, a interpretação, portanto, deve ser menos onerosa para o devedor MHD concorda.
3. No contrato seguido de outro, que o modifica apenas parcialmente, a interpretação deve considerar todos como um todo orgânico, um conjunto MHD concorda.
4. Entre cláusula impressa, datilografada ou manuscrita, prevalecem as últimas.
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
Classificação básica
Os contratos se classificam em função de sua formação, das obrigações que originam, das vantagens que podem trazer para as partes, da realidade da contraprestação, dos requisitos exigidos para a sua formação, do papel que tomam na relação jurídica, do modo de execução, do interesse que tem a pessoa com quem se contrata, e da sua regulamentação legal ou não
Em face desses elementos teremos então: a) contratos consensuais e reais; b) contratos unilaterais, bilaterais e plurilaterais; c) contratos gratuitos e onerosos; d) contratos comutativos e aleatórios; e) de execução imediata, diferida e sucessiva; f) contratos solenes e não solenes; g) contratos escritos ou verbais; h) contratos paritários e de adesão; i) contratos principais e acessórios; j) contratos típicos e nominados; e l) contratos atípicos e inominados. 
Contratos consensuais são aqueles que se tornam perfeitos pelo simples consentimento das partes. Consideram-se formados pela simples proposta e aceitação, por exemplo: compra e venda, locação, mandato, comissão, etc. 
Contratos reais são aqueles que só se completam se, além do consentimento houver a entrega da coisa que lhe serve de objeto, por exemplo: depósito, doação manual, mútuo, comodato 
Contratos unilaterais são aqueles em que somente uma das partes assume a obrigação, por exemplo: comodato, mútuo, doação. 
Contratos bilaterais ou sinalagmáticos são aqueles em que ambas as partes assumem obrigações, por exemplo: compra e venda, troca, locação, etc. 
Contratos plurilaterais (ou multilateral)- são aqueles em que existem mais de dois contratantes com obrigações. Ex. constituição de uma sociedade ou de um condomínio
Contratos gratuitos são aqueles onde somente uma das partes é beneficiada, por exemplo: doação pura e simples. 
Contratos onerosos são aqueles onde ambas as partes visam as vantagens correspondentes às respectivas prestações por exemplo: locação, compra e venda, etc. 
Contratos comutativos são contratos onerosos em que as prestações de ambas as partes são certas. Cada uma das partes recebe, ou entende que recebe, uma contraprestação mais ou menos equivalente, por exemplo: compra e venda, locação, etc. 
Contratos aleatórios são contratos onerosos nos quais a prestação de uma ou de ambas as partes fica na dependência de um caso fortuito, de um risco. As partes se arriscam a uma contraprestação inexistente ou desproporcional, por exemplo: seguro, jogo, aposta. 
De execução imediata e diferida são aqueles de prazo único.
De execução sucessiva são aqueles cumpridos em etapas periódicas. 
Contratos solenes são aqueles para os quais se exigem formalidades especiais e que dão ao ato um caráter solene, por exemplo: escrituras de compra e venda de imóvel.
 Contratos não solenes são aqueles aos quais a lei não prescreve, para a sua celebração, forma especial, por exemplo: agência e distribuição. 
Contratos escritos são aqueles que só podem ser contraídos mediante escritura pública ou particular, por exemplo: sociedade. 
Contratos verbais são aqueles que podem ser celebrados por simples acordo verbal, por exemplo: sociedade em conta de participação, corretagem, comissão. 
Contratos paritários são aqueles em que as partes estão em pé de igualdade, escolhendo o contratante e debatendo livremente as cláusulas, por exemplo: compra e venda, comissão, distribuição. 
Contratos de adesão são aqueles em que um dos contratantes é obrigado a tratar nas condições que lhe são oferecidas e impostas pela outra parte, sem direito de discutir ou modificar cláusulas, por exemplo: contratos bancários, seguro. 
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.
Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.
Contratos principais são aqueles que existem por si só, sem dependência de outro. Subsistem de forma independente, por exemplo: locação, mútuo. 
 Contratosacessórios são aqueles que acompanham o contrato principal e cuja finalidade é a segurança e a garantia da obrigação principal, por exemplo: fiança, penhor. 
Contratos típicos e nominados são aqueles tipificados na lei, que tem uma denominação específica em direito e regulamentação própria, por exemplo: compra e venda, troca, doação. 
Contratos atípicos e inominados são aqueles resultantes de variadas combinações entre as partes, não tem denominação e nem regulamentação própria, por exemplo: todo e qualquer contrato desde que seja lícito. 
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código.
Contrato-Tipo
Também denominado contrato de massa, ou contrato em série ou por formulário.
* Impresso / Oferecido pelo contratante / espaços em branco para preenchimento / destinam-se a grupos identificáveis.
“não resulta de cláusulas impostas, mas simplesmente pré-redigidas (...) suscetíveis de alterações”
ex.: financiamento bancário com espaço p/ juros, taxas, condições do financiamento, estabelecidos de comum acordo.
Quanto à pessoa do contratante
Pessoais ou Impessoais
Requisito intuitu personae – celebrado em função da pessoa do contratante – confiança – elemento causal
e.x: contrato de emprego, prestação infungível.
Impessoais = somente interessa o resultado da atividade contratada, independentemente da pessoa que irá realizá-la.
Autocontrato
Não há propriamente um contrato consigo mesmo, mas sim, um contrato em que um dos sujeitos é representado por outro com poderes para celebrar contratos e que, em vez de pactuá-lo, estipula-o consigo próprio.
Art. 117: é anulável se a lei (ou o representado) não permitiu.
Contrato de Mandato – 
Formação dos contratos:
a- Disposições gerais
• Sendo o contrato um negócio jurídico bilateral requer o acordo de vontades 
• fixação do momento em que se dá o acordo de vontades
• O contrato nasce no momento em que as vontades das partes manifestadas, ou declaradas se coincidem, se encontram.
• A declaração de vontade pode ser expressa ou tácita.
Será expressa quando:
• as partes contratantes se utilizem de qualquer veículo para exteriorizá-la no mundo civil. Será verbal, mímica ou escrita.
Será tácita quando:
• a lei não exigir a expressa, desde que se infira inequivocamente de uma atitude ou conduta do agente hábil a evidenciar a manifestação de seu querer, no sentido da constituição do negócio contratual.
• silêncio conclusivo
• O contrato é o resultado de uma série de momentos:
b- fases
Negociações preliminares:
• conversas prévias, sondagens, debates, em que se despontam os interesses de cada um, tendo em vista o contrato futuro.
• não obrigam, mas pode surgir responsabilidade civil para os que participam das negociações preliminares.
• A responsabilidade aquiliana se surgir tem caráter excepcional e não pode ser transposta para fora dos limites razoáveis de sua caracterização, sob pena de chegar-se ao absurdo jurídico de se equiparar em força obrigatória o contrato e as negociações preliminares, e a admitir que as obrigações contratuais nascem antes de surgir o contrato que as gera.
Proposta ou policitação
• É o segundo elemento da formação do contrato.
• A proposta já tem força vinculante
• A força vinculante não atinge, porém, ambas as partes, pois neste momento ainda não há contrato. Atinge exclusivamente a parte que faz a proposta, denominado policitante.
• A proposta deve ser séria e precisa, uma vez que constitui o impulso inicial de uma fonte obrigacional.
• Deve, ainda, conter todas as linhas estruturais do negócio a ser celebrado.
• A resposta do destinatário, oblato, é sim ou não.
• É uma declaração receptícia de vontade. A proposta pode ser dirigida a pessoa determinada ou ao público em geral, quando é denominada oferta.
A proposta ao público, ou oferta pública é, em princípio, igual a qualquer outra, comportando algumas peculiaridades ou reservas como disponibilidade de estoque e prazo moral para aceitação.
Ex: shoptime, produtos na vitrine, nas prateleiras dos supermercados, etiquetados (requisito da compra e venda é o preço), mala direta, máquina de refrigerantes.
A proposta não se confunde com a promessa de recompensa: a proposta visa a celebração de um negócio jurídico basta a aceitação, a promessa de recompensa o cumprimento de uma tarefa.
Uma vez feita a proposta, o policitante fica vinculado, obrigado. Isto porque a proposta cria no destinatário a convicção do contrato, não a simples expectativa, com todas as suas consequências levando-o a despesas, cessação de atividades, estudos, dispêndios de tempo, etc, pelos quais o proponente responde, sujeitando-se à reparação de perdas e danos se injustificadamente a retira.
Distingue-se a proposta das negociações preliminares porque aquela é o impulso decisivo para a celebração do contrato, exprimindo uma declaração de vontade definitiva, as negociações não passam de sondagens e projetos, não se caracterizam como uma declaração de vontade definitiva porque estão sujeitas a modificações ou alterações.
• Alguns casos em que a proposta deixa de ser obrigatória:
A-se a falta de obrigatoriedade resulta de seus próprios termos,
B-da natureza do negócio
C-das circunstâncias do caso.
A- Se ao dirigi-la ao oblato o policitante lhe apõe a cláusula de não obrigatoriedade, vale a reserva que se incrusta na proposta mesma. Ao recebê-la, o oblato já conhece a sua precariedade, e, se ainda assim a examina é com seu próprio risco. Não terá consequência nenhuma para o proponente cancelá-la, porque se assim proceder estará se utilizando de uma faculdade que a si mesmo reservou.
B- Há negócios em que a oferta pela sua natureza é aberta, sujeita a variação Ex: cotação do dólar, não se pode obrigar o policitante vender pelo preço estabelecido no dia da expedição da oferta, vai contar no dia da aceitação.
C- Circunstâncias peculiares: não são quaisquer circunstâncias, mas apenas aquelas às quais a lei reconhecer este efeito. Estas circunstâncias podem liberar o proponente, desobrigando-o. São elas:
Proposta feita a pessoa presente sem concessão de prazo. O policitante está obrigado apenas naquele momento. É pegar ou largar. Se o oblato não der pronta aceitação, caduca a proposta, liberando-se o proponente. O art. 428 do CC equipara a pessoa presente proposta feita por telefone, a doutrina faz interpretação extensiva deste artigo, estendendo-o ao fax e à internet.
Duas teorias doutrinárias tentaram resolver a questão:
A primeira fundamentando-se no fato de que as partes não se veem, e, portanto, há entre elas certa distância, separando-as, considera que é uma proposta feita a pessoa ausente.
A Segunda, adotada pelo CC, entende que o importante no caso não é a circunstância espacial mas sim a circunstância temporal, entendendo que o que significa para a solução do problema é o fato de que apesar de os contratantes não se verem, podem comunicar-se diretamente, propor e aceitar imediatamente.
Tratando-se de oblato ausente, o proponente não pode pretender resposta instantânea. Há de admitir um compasso de espera, que será o tempo necessário a que sua oferta seja recebida, ponderada e a ela dada resposta. Se esta não for expedida no prazo dado, não prevalece a proposta.
Se não houver estipulação expressa de prazo para aceitação, o policitante deve aguardar um tempo que seria suficiente para que o oblato dê o seu pronunciamento. Não se trata de um prazo determinado e certo, mas sim variável de acordo com a natureza do negócio, a complexidade da oferta, etc. Chama-se a este tempo de prazo razoável ou moral, razoável porque há de ser razoável, nem longo demais que mantenha o proponente em suspenso por um lapso exagerado, nem tão estreito que ao oblato impeça resposta cuidadosa, muito subjetivo.
Retratação:
Embora a proposta tenha força obrigatória, a lei reserva ao policitante a faculdade de se retratar, mesmo que não haja feito ressalva neste sentido.
Obrigatória não quer dizer irrevogável.
Porém, para que aretratação produza efeitos, para que ela desobrigue o policitante, e este não se sujeite às perdas e danos, ela deve chegar ao conhecimento do oblato antes da proposta ou simultaneamente com ela.
No caso de retratação e proposta chegarem ao oblato simultaneamente, por serem duas declarações de vontade contraditórias, elas se anulam reciprocamente, como se não existissem. Nenhuma das duas produz efeitos.
Não importa o meio que se utilizou o proponente (carta, telegrama, mensagem à mão, pessoalmente). Desde que o proponente consiga levar ao oblato a retratação oportuna, não há proposta em vigor.
No caso de morte ou incapacidade superveniente do proponente o CC é silente. A opinião doutrinária dominante é a de que a obrigação da proposta realizada se transmite aos herdeiros ou ao representante do incapaz. Esta é a regra geral.
Os sucessores, porém, podem exercer a faculdade de retratação acima mencionada. Além desta ressalva deve-se acrescentar que a obrigatoriedade da proposta não se transmitirá nos casos de contratos intuitu personae ou em que ocorra alguma circunstância especial, excludente de sua eficácia.
Os comerciantes são considerados em estado de oferta permanente. Pressupõe-se, implícita a cláusula de ser válida a oferta nos limites do estoque ou do disponível.
É óbvio ainda, que eles podem recusar a contratação por justo motivo. 
Aceitação:
É o terceiro elemento da formação do contrato. Antes da aceitação não há contrato porque ainda não há consenso. Somente quando o oblato se converte em aceitante, fazendo aderir sua vontade à do proponente, a oferta se transforma em contrato.
A aceitação pode ser expressa ou tácita.
Será expressa quando do oblato declarar sua anuência.
Será tácita se uma atitude inequívoca autoriza concluir pela integração de sua vontade na declaração contida na proposta (envio de mercadoria) ou quando a conduta do aceitante induz a anuência (silêncio conclusivo – vencimento do prazo sem resposta negativa).
Em qualquer caso, porém, a aceitação traduz a adesão do oblato à oferta recebida, e só vale como tal se a contiver.
Para que se forme o contrato a aceitação deve ser oportuna, sob pena de já não encontrar proposta firme. Quando feita fora do prazo não gera contrato pois é considerada nova proposta, que o primitivo proponente tem o direito de aceitar ou recusar.
A aceitação deve ser pura e simples. Se contiver modificações ou restrições aos termos da proposta também não gera contrato, mas nova proposta.
Esta regra não pode ser encarada em termos absolutos. Nem sempre para ser válida deve ser irrestrita. Pode ser que conforme os termos da proposta, seja admitida a aceitação parcial ou com restrições.
Expedindo a proposta em tempo oportuno, o aceitante fica na convicção de que o contrato está perfeito. Mas é possível que a resposta chegue tarde ao proponente, por circunstância imprevista e estranha à vontade de seu emitente. Neste caso, o proponente deve comunicar o fato ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos. 
O aceitante também tem a faculdade de se retratar, nos mesmos termos da retratação do proponente.
Ponto relevante é se determinar quando se considera celebrado o contrato realizado entre ausentes.
Os contratos realizados entre ausentes demandam um lapso de tempo entre a proposta e a aceitação. Em que momento ele deve ser considerado perfeito, celebrado.
A adesão do oblato é o ato gerador do contrato. Pressupõe-se que no momento em que ele aceita em sua mente o contrato esteja celebrado. Porém, as relações jurídicas não podem Ter uma base tão frágil. Assim, a lei requer uma exteriorização desta vontade. Daí, surgiram várias teorias.
1. Teoria da informação ou cognição: Considera perfeito o contrato quando o proponente toma conhecimento da aceitação. Tem a falha de que se o proponente não abrir a correspondência não terá conhecimento da resposta e não se gerará o contrato.
2. Teoria da recepção: entende-se celebrado quando o proponente recebe a resposta, mesmo que a não leia.
3. Teoria da declaração: tem-se concluído o contrato no momento em que o oblato escrever a resposta positiva. Não há um meio certo de provar ao policitante quando ocorreu a resposta. O contrato estaria celebrado sem que ele soubesse quando.
4. Teoria da expedição: o contrato está celebrado no momento em que a resposta é expedida, é a mais perfeita porque reduz os atos arbitrais de ambas as partes e afasta dúvidas de natureza probatória.
O CC adotou a teoria da expedição, porém, com algumas restrições:
1. O contrato só se considerará celebrado a partir da expedição se não ocorrer retratação oportuna.
2. O contrato só se considerará celebrado a partir da expedição se a resposta for recebida pelo proponente no prazo.
Ato jurídico condicional.
Todas estas regras são dispositivas e comportam estipulação contrária das partes.
8. Lugar da celebração
• Art. 435 considera-se celebrado o contrato no lugar em que for proposto
• A regra também é supletiva, dispositiva, podendo ser alterada por convenção entre as partes.
9- Princípio da Relatividade Subjetiva do Contrato
Somente os contratantes podem ser beneficiados ou prejudicados, mas há três exceções em que é possível um terceiro poder ser vinculado ao negócio jurídico entabulado entre duas outras partes.
 - ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIROS;
- CONTRATO COM PESSOA A DECLARAR;
- PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO.
Estipulação em favor de terceiros:
• Arts. 436 a 438
ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO (art. 436)
a. Conceito: uma parte convenciona com o devedor a realizar determinada prestação em beneficio de terceiro (alheio ao negócio jurídico).
 Ex.: seguro em vida, separação de casal, onde um promete transferir imóvel para os filhos, doação onerosa ou modal em que o donatário se obriga a executar encargo em benefício de outra pessoa.
b. Partes Integrantes:
- Estipulante;
- Devedor (ou promitente);
- Beneficiário.
 c. Efeitos: possibilidade do beneficiário realizar a cobrança da prestação, nos termos do artigo 436,§ único CCB.
 d. Possibilidade de modificação do beneficiário: artigo 438 CCB
• Ocorre quando o benefício de um contrato for revertido em favor de terceiro estranho ao contrato.
• Há uma corrente doutrinária que não aceita este instituto. Para eles, não há vínculo obrigacional sem a manifestação de vontade do credor e do devedor. 
Desta forma, para que fosse válida a estipulação, o terceiro não poderia ser estranho ao contrato, deveria ocorrer a sua manifestação no contrato.
• Grande parte da doutrina diz, porém, que ocorre o vínculo ativo sem manifestação do credor, não pode ocorrer vínculo passivo sem a manifestação do devedor.
• Partes no contrato são o estipulante e o promitente, sendo o terceiro o beneficiário.
Requisitos:
1. Estipulante capaz, inclusive de alienar os próprios bens.
2. Promitente capaz.
3. Terceiro determinado ou determinável, capaz ou incapaz.
• A estipulação deve ser inequívoca.
• A estipulação não é direito absoluto, podendo ser revogada antes da aceitação de terceiro.
• A validade da estipulação depende da validade do negócio entre estipulante e promitente.
Forma.
• Em princípio é livre. Porém, deve seguir a forma do contrato principal.
Natureza jurídica:
a- Teoria da oferta:
• O contrato só se aperfeiçoa depois que o terceiro aceitar a estipulação. Antes disso haveria apenas oferta que obrigaria o estipulante e o promitente.
• Não é aceita porque o contrato produz efeitos antes da aceitação. A aceitação apenas concordaria com os efeitos produzidos.
b-Teoria da gestão de negócios:
• Administração oficiosa de negócios alheios. Não é a mesma coisa.
c-Teoria da obrigação unilateral:
• A estipulação em favor de terceiro seria uma declaração unilateral de vontade. É criticada devido ao fato de haver acordo de vontades. Mas é interessante.
d-Teoria pragmática ou sui generis: é um instituto único.
Início do direito:
1. imediato: compra de veículo
2. advento do termo: seguro de vida
3. implemento de condição: seguro de roubo
•Nascendo o direito o beneficiário aceita-o ou não. Se aceitar torna-se credor do promitente
• Antes do nascimento do direito o estipulante pode revogar a estipulação ou substituir o terceiro livremente.
• O beneficiário nada pode exigir antes do nascimento do crédito.
Registre-se que a estipulação em favor de terceiro consiste numa das poucas exceções ao princípio da relatividade dos contratos.
 Por meio deste negócio jurídico, um terceiro, determinado ou determinável pode exigir o cumprimento de estipulação em seu favor, mesmo não sendo parte do contrato, a não ser que haja convenção em sentido contrário.
No direito brasileiro, a estipulação em favor de terceiro somente teve lugar com o advento do Código Civil atual que, contrariando a orientação romana, permitiu que terceiro pudesse exigir o cumprimento de contrato do qual não participou.
Da Promessa de Fato de Terceiro
Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não executar.
Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens.
Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação.
Promessa de Fato de Terceiro.
 - artigo 439 CCB.
 a. Conceito: é negócio jurídico em que a prestação assumida não será exigida do estipulante, mas sim de terceiro, estranho à relação obrigacional.
 b. Consequência da inexecução da obrigação pelo terceiro: artigo 439 CCB.
 Obs.: não haverá consequência para o estipulante em caso de inexecução da obrigação por parte do terceiro, após a aceitação deste. Artigo 440 CCB,
A promessa de fato de terceiro afigura-se naquele caso da pessoa que se compromete com outra a obter uma prestação de fato de um terceiro. É o chamado contrato por outrem. Também aqui há uma relação jurídica entre duas pessoas capazes e aptas a criar direitos e obrigações, as quais ajustam um negócio jurídico tendo por objeto a prestação de um fato a ser cumprido por outra pessoa, não participante dele. Encontra-se contemplada nos arts. 439 e 440, do Código Civil.
CONTRATO COM PESSOA A DECLARAR
1 CONCEITO 
• Nessa modalidade um dos contraentes pode reservar-se o direito de indicar outra pessoa para, em seu lugar, adquirir os direitos e assumir as obrigações dele decorrentes – artigo 467 CC
 Trata-se de avença muito comum nos compromissos de compra e venda de imóveis, nos quais o compromissário comprador reserva-se a opção de receber a escritura definitiva ou indicar terceiro para nele figurar como adquirente. A referida cláusula é denominada pro amico eligendo ou sibi aut amico vel eligendo. Tem sido utilizada para evitar despesas com nova alienação, nos casos de bens adquiridos com o propósito de revenda, com a simples intermediação do que figura como adquirente.
Feita validamente, a pessoa nomeada adquire os direitos e assume as obrigações do contrato com efeito retroativo (CC, art. 469)
Tal figura contratual pode ser aplicável a todos os contratos, exceto aqueles que demonstrarem incompatibilidade, como, por exemplo, os de natureza personalíssima.
• São pessoas do contrato:
• o promitente, “que assume o compromisso de reconhecer o amicus ou eligendo”;
• o estipulante, “que pactua em seu favor a cláusula de substituição”;
• o electus, “que, validamente nomeado, aceita sua indicação, que é comunicada ao promitente
Art. 470. O contrato será eficaz somente entre os contratantes originários:
I - se não houver indicação de pessoa, ou se o nomeado se recusar a aceitá-la;
II - se a pessoa nomeada era insolvente, e a outra pessoa o desconhecia no momento da indicação.
Art. 471. Se a pessoa a nomear era incapaz ou insolvente no momento da nomeação, o contrato produzirá seus efeitos entre os contratantes originários.
Dos Vícios Redibitórios
Os vícios redibitórios são defeitos ocultos da coisa, já existentes ao tempo de sua aquisição, que a tornam imprópria ao uso a que é destinada ou lhe diminuem o valor.
É uma garantia legal ao comprador que, antes de entrar na posse da coisa, não percebeu seus vícios e defeitos, podendo, por esse motivo, rescindir o contrato ou pedir abatimento do preço.
Ao vendedor recai toda a responsabilidade pela venda da coisa defeituosa, ainda que de boa-fé estivesse e desconhecesse o vício. Mas a lei pune com mais rigor o vendedor de má-fé, que se sabia do defeito oculto, além de ser obrigado a restituir o que recebeu, deve compor as perdas e danos.
A responsabilidade do vendedor (alienante) subsiste ainda que o vício se manifeste somente após a tradição da coisa, devendo assim indenizar o comprador (adquirente).
Dos Vícios Redibitórios
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.
Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar abatimento no preço.
Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato.
Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição.
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.
§ 1o Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.
§ 2o Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria.
Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência.
Vícios Redibitórios x Erro:
 
No erro, o adquirente tem uma idéia falsa da realidade. A deficiência é subjetiva. Se o erro é induzido intencionalmente pelo alienante ou por terceiros, o vício de vontade passa a ser dolo. No erro o adquirente recebe uma coisa por outra, o declarante forma uma convicção diversa da realidade, a coisa em si não é viciada.
Ex. quem compra um quadro falso, pensando que é verdadeiro, incide em erro.
 
No vício redibitório decorre da própria coisa, que é a verdadeiramente desejada pela parte, e o adquirente não toma conhecimento do defeito, porque está oculto.
Ex. quem compra um quadro que apresenta fungos invisíveis, e, após a aquisição, vem a mofar, estará perante um vício redibitório.
 
CONTRATOS CABÍVEIS:
 
a) Comutativo (obviamente, será também bilateral e oneroso):
São os de prestações certas e determinadas. As partes podem antever as vantagens e os sacrifícios, que geralmente se equivalem, decorrentes de sua celebração, porque não envolvem nenhum risco. Ao contrário dos Aleatórios.
 
b) Doações com encargo (onerosas). CC. Art. 441, parágrafo único “É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas".
  
3. CONTRATOS INCABÍVEIS:
 a) contratos gratuitos. Exemplo: doações puras.
 b) contratos aleatórios; Assim:
“CC. Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmenteo que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir”.
 Alea (latim = sorte) é utilizada no sentido de que a parte assume o risco do fato acontecer ou não.
REQUISITOS:
 a) a existência de um contrato comutativo (translativo da posse e da propriedade da coisa);
b) um defeito oculto grave existente no momento da tradição;
c) a diminuição do valor econômico ou imprópria para o uso destinado.
 Observações importantes:
a) Os defeitos devem existir ao tempo do contrato
b) A questão da fixação do momento da origem do vício é resolvida por meio de prova. Ex, a moléstia do gado vendido.
c) Os vícios que eclodem após a transferência são de responsabilidade do adquirente.
CARACTERÍSTICAS:
 A garantia refere-se a vícios ocultos na coisa, ao tempo da transmissão (ou tradição), nunca a vícios superficiais, visíveis, etc, assim nos ensina o Art. 441 CC: “A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos" .
 Assim. Não é qualquer vício que se traduz em redibitório, senão aquele que torna a coisa imprópria para o uso colimado no contrato, ou diminua-lhe o valor.
CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS DA VERIFICAÇÃO DE VÍCIOS REDIBITÓRIOS
Verificada a incidência de vícios redibitórios, o artigo 442 CC abre para o adquirente duas possibilidades:
Rejeitar a coisa, redibindo o contrato (ação redibitória)
Reclamar o abatimento no preço (ação estimatória ou “quanti minoris”)
As duas são espécies das denominadas ações edilícias, existindo entre ambas uma relação de alternatividade, ou seja, um concurso de ações: o adquirente somente poderá promover uma ou outra, pois comportam pedidos excludentes entre si
EVICÇÃO
Ocorre evicção quando há a perda total ou parcial da coisa em face de outrem, possuidor de direito anterior, em virtude de uma sentença judicial.
A título de exemplo, suponha que um indivíduo aliene uma coisa para outro indivíduo. Agora imagine que apareça um terceiro que afirme ser o proprietário da coisa alienada, requerendo seus direitos e a posse da coisa. Se, após a propositura da ação, o terceiro provar que realmente era o dono e obtiver sentença favorável, o indivíduo que comprou a coisa sofrerá a evicção perderá a coisa em face deste terceiro.
EVICÇÃO POR ATO ADMINISTRATIVO
Tradicionalmente a doutrina costuma referir a evicção como decorrente de uma sentença judicial, que reconhece o direito de terceiro sobre a coisa.
Esta é a regra geral, porém parte da doutrina (Pablo Stolze, p. exemplo) e a jurisprudência, entende que a evicção pode se dar também através de um ato administrativo, como, por exemplo, uma apreensão policial. 
São três personagens intervenientes no fenômeno da evicção:
evictor: o real proprietário que pretende reaver a propriedade perdida;
b) evicto: aquele adquirente que tem a propriedade ou posse da coisa;
c) alienante: aquele que alienou o bem ao adquirente.
Da Evicção
Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública.
Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção.
Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu.
Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço ou das quantias que pagou:
I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir;
II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção;
III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído.
Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor da coisa, na época em que se evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial.
Art. 451. Subsiste para o alienante esta obrigação, ainda que a coisa alienada esteja deteriorada, exceto havendo dolo do adquirente.
Art. 452. Se o adquirente tiver auferido vantagens das deteriorações, e não tiver sido condenado a indenizá-las, o valor das vantagens será deduzido da quantia que lhe houver de dar o alienante.
Art. 453. As benfeitorias necessárias ou úteis, não abonadas ao que sofreu a evicção, serão pagas pelo alienante.
Art. 454. Se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção tiverem sido feitas pelo alienante, o valor delas será levado em conta na restituição devida.
A evicção pode ser total ou parcial. A evicção total se dá pela perda total da coisa; a evicção parcial se dá pela perda de parte da coisa.
O Código Civil Brasileiro, em seu artigo 447, responsabiliza o alienante a garantir a legitimidade do direito que ele irá transferir. Desta forma, o alienante deverá ser responsabilizado pelos prejuízos causados ao indivíduo que lhe comprou a coisa, ou seja, ele responderá pela evicção.
A evicção se baseia no princípio da garantia. De acordo com este princípio, alienante se obriga não só a entregar ao adquirente a coisa alienada, mas também a garantir-lhe o uso e o gozo.
Art. 455. Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o evicto optar entre a rescisão do contrato e a restituição da parte do preço correspondente ao desfalque sofrido. Se não for considerável, caberá somente direito a indenização.
Art. 456. Para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirente notificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe determinarem as leis do processo.
Parágrafo único. Não atendendo o alienante à denunciação da lide, e sendo manifesta a procedência da evicção, pode o adquirente deixar de oferecer contestação, ou usar de recursos.
Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa
A evicção pressupõe requisitos como vícios no direito do alienante; perda total ou parcial da propriedade, posse ou uso da coisa alienada; que se trate de contrato oneroso (em regra, não há evicção em contratos gratuitos, salvo doação onerosa); o vício ou defeito deve ser anterior ao contrato; boa-fé do adquirente (desconhecimento da litigiosidade da coisa); perda da posse ou do domínio em função de sentença judicial; e por fim a denunciação da lide
EVICÇÃO NA ALIENAÇÃO DE IMÓVEL
É princípio fundamental inerente ao direito de propriedade que somente pode ser objeto de alienação o imóvel que pertença ao vendedor. Assim também ocorre na cessão do uso ou da posse de bem imóvel, em que esta cessão apenas será válida se realizada pelo legítimo possuidor. Consiste a evicção, precisamente, na obrigação do alienante ou do cedente de indenizar o adquirente caso o imóvel vendido seja, realmente, de propriedade de terceiro. Nos contratos onerosos, pelos quais se transfere o domínio, posse ou uso, será obrigado o alienante a resguardar o adquirente dos riscos da evicção.
EVICÇÃO NA ALIENAÇÃO DE IMÓVEL
É princípio fundamental inerente ao direito de propriedade que somente pode ser objeto de alienação o imóvel que pertença ao vendedor. Assim também ocorre na cessão do uso ou da posse de bem imóvel, em que esta cessão apenas será válida se realizada pelo legítimo possuidor. Consiste a evicção, precisamente, na obrigação do alienante ou do cedente de indenizar o adquirente caso o imóvel vendido seja, realmente, de propriedade de terceiro. Nos contratos onerosos, pelos quais se transfere o domínio, posse ou uso, será obrigado o alienante a resguardar o adquirente dos riscos da evicção.
Se alguém vende o que não é seu, tem o dever de indenizar o adquirente, na medida em que o legítimo proprietário tem o direito de recuperar o imóvel. Esse o exato sentido do instituto da garantia contra a evicção. 
Nessa relação jurídica, são três as partes presentes: 
o vendedor ou alienante do imóvel, que não é legítimo titular da sua propriedade;
o adquirente oucomprador de boa-fé, que é chamado também de evicto; 
o terceiro proprietário do imóvel, que tem o direito de reaver o seu bem “do poder de quem quer que injustamente o possua
Ocorrendo a evicção, o adquirente ou evicto tem direito à restituição integral do preço pago para a compra do imóvel, valor este acrescido, se for o caso, da indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir, das despesas dos contratos e dos prejuízos que diretamente resultarem da evicção, além das custas judiciais
Para reduzir os riscos da evicção é que, na celebração das escrituras públicas de compra e venda de imóvel, a Lei Federal nº 7.433/86, obriga que o vendedor apresente, antes de mais nada, a certidão comprobatória de propriedade e de inexistência de ônus expedida pelo cartório de imóveis competente. O adquirente somente poderá ter certeza da legitimidade do alienante como proprietário do imóvel se na certidão atualizada constar o seu nome e qualificação como titular do domínio. Todavia, não poderá o adquirente demandar pela evicção se sabia que o imóvel pertencia a terceiro, ou era objeto de litígio em que esteja sendo discutida a propriedade sobre o mesmo. Nesses casos, o adquirente, assumindo os riscos inerentes a coisa litigiosa, não terá direito a reclamar o preço pago ou qualquer indenização.
10. Contrato Preliminar:
• Arts. 462 a 466 CC
Quando duas pessoas querem celebrar um contrato, normalmente passam por aquelas fases de negociações preliminares, uma delas formula a proposta, a outra aceita.
Muitas vezes, as partes chegam a um acordo de vontades, ajustam a celebração de um contrato sobre determinado objeto e sob determinadas condições e celebram o contrato naquele momento.
Outras vezes, porém, e estas ocasiões não são raras, apesar das partes passarem por todas as fases preparatórias e ajustarem a celebração do contrato, não o celebram imediatamente. Chegam ao acordo de celebrar o contrato mas não o celebram, isto é, adiam a celebração do contrato para um momento futuro.
A celebração do contrato é transferida para um momento futuro em razão de impossibilidade momentânea para sua conclusão, ou porque surjam dificuldades no preenchimento de requisitos formais, seja pela demora na obtenção de financiamento, seja simplesmente por motivos particulares de conveniência.
Nestes casos, como a celebração do contrato foi transferida para um momento futuro, as partes celebram um contrato, imediatamente, com o objeto de celebrar um contrato futuro. O objetivo da celebração deste contrato é simplesmente celebrar o contrato definitivo.
O negócio jurídico celebrado, inicialmente, é meramente preparatório, preliminar. O contrato inicial não é a compra e venda. As partes não se comprometem a compra ou vender, mas a realizar futuramente um contrato de compra e venda, este sim, irá gerar a obrigação de comprar ou vender, pagar o preço ou entregar a coisa.
• Contrato preliminar é aquele por via do qual ambas as partes, ou uma delas se compromete a celebrar um contrato principal futuro.
O objeto do contrato preliminar não é substancial, pois é simplesmente celebrar outro contrato. O objeto do contrato definitivo ou principal é substancial.
• O contrato preliminar é também denominado de contrato promissório, promessa de contrato ou pré-contrato.
• Contrato preliminar x negociações preliminares 
O contrato preliminar não se confunde com as negociações preliminares porque ele envolve compromissos, gera obrigações. Obrigação de celebrar o contrato futuro. As negociações preliminares são sondagens, o contrato preliminar já precisa o contrato futuro.
A figura do contrato preliminar já existia no direito romano. Mas eles não o consideravam um contrato propriamente dito. Para eles o contrato preliminar era um pactum. A diferença romana de pacto e contrato era que apenas o contrato legitimava as partes à actio. O pacto só podia ser alegado em exceção.
No direito brasileiro para a doutrina sempre houve a possibilidade de uma pessoa se obrigar a vender, a celebrar um contrato, apesar de não haver clara menção ao contrato preliminar era uma forma de reconhecê-lo.
A melhor denominação para este negócio jurídico é o contrato preliminar porque é a que melhor explicita seu caráter ato negocial preparatório.
O contrato preliminar é bastante particular: as partes acordam as vontades no sentido de querer os efeitos de um contrato definitivo, porém, estipulam que certos efeitos não se produzirão desde logo, pela vontade das mesmas partes.
Não há razão para o contrato preliminar senão como processo preparatório do definitivo. Apesar de fazer parte do processo preparatório do contrato definitivo ele encerra o consentimento perfeito, a vontade das partes se fixam em torno de uma finalidade jurídica. Ele não é um mero tempo na formação do negócio definitivo, mas sim, um ato negocial completo.
Espécies de contrato preliminar:
• O contrato preliminar pode ser unilateral ou bilateral. 
• É unilateral quando perfeito pelo consentimento de ambas as partes produz obrigações, ex uno latere, só para uma das partes, ou só para um dos lados. Ex: opção de compra.
• Para alguns doutrinadores a opção de compra não chega a ser contrato, seria apenas uma proposta irrevogável.
• Para Caio Mário ela é um contrato porque resulta de um acordo de vontades, ao contrário da oferta que se acha à espera de que venha a aceitação.
O que perturba o bom entendimento é a confusão que ainda se faz quanto ao contrato preliminar e o definitivo. Opção dá-se quando duas pessoas ajustam que uma delas tenha preferência para a realização de um contrato caso se resolva a celebrá- lo.Como contrato gera obrigações apenas para uma das partes, enquanto que a outra tem a liberdade de celebrar ou não o contrato de acordo com a sua conveniência.
• O contrato preliminar é bilateral quando gera obrigações para ambos os contratantes, ficando desde logo programado o contrato definitivo como dever recíproco obrigadas ambas as partes a dar-lhe seu consentimento. As posições das partes estão equilibradas, restando cada uma o direito de exigir da outra o respectivo cumprimento.
• No contrato unilateral o contrato definitivo é dever de apenas umas das partes e esta não tem a certeza de que ele será celebrado. Só uma das partes pode exigir o cumprimento.
• O contrato preliminar comporta condição e termo.
• No caso de aposição de termo há uma peculiaridade no contrato preliminar.
Vimos que uma obrigação a termo certo a mora é automática e em uma obrigação a termo incerto o devedor deve ser constituído em mora.
• No caso do contrato preliminar bilateral, mesmo a termo certo, há a necessidade de participação do credor no ato de sua celebração, o devedor não pode celebrar
o contrato sozinho. Neste caso, o devedor deve ser notificado do local e hora do
cumprimento. 
Teorias:
• Duas teorias principais versam sobre o contrato preliminar:
A teoria francesa é de que o contrato preliminar bilateral não é preliminar, mas já equivale ao contrato definitivo. Ex. compra e venda, o domínio se transmite pela convenção.
Efeitos do contrato preliminar:
A eficácia do contrato preliminar está na apuração dos requisitos de validade dos contratos em relação ao contrato preliminar em si, e não em função do contrato principal, que lhe é objeto e cuja outorga constitui a fase de sua execução.
• É um contrato consensual, não há exigência de forma, é livre. Pode ser por instrumento particular ou público, pode ou não conter todos os requisitos do contrato definitivo, pode ou não ser objeto de registro público.
As partes ao convencionarem um contrato preliminar perseguem a realização do contrato definitivo.
• Assim, somente quando não for possível lograr a sua outorga ou a substituição de declaração de vontade pela sentença do juiz é que se cogitará em perdas e danos.
• As perdas e danos não são a solução normal de uma obrigação de fazer, mas a resolução no caso de impossibilidade de seu cumprimento.
• A substituição da res debita pelo seu equivalente pecuniário é substitutiva

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