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Resumo Escola Inglesa (Oxford Handbook of International Relations)

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A ESCOLA INGLESA 
Diz-se que RI é uma disciplina americana, no entanto, muitos outros países desenvolveram a disciplina e, entre estes, as teorizações se deram de modo a contestar essa ideia. A escola inglesa é a mais antiga e mais significativa rival da escola americana. O termo ‘escola inglesa’ é controverso, visto que muitos autores não são de origem inglesa, no entanto, identifica-se esses autores como dessa escola porque são todos de universidades inglesas. 
A escola inglesa se encontra no mesmo patamar do construtivismo: é uma teoria meio termo entre o neoliberalismo e o neorrealismo (as duas mais populares) e as teorias mais radicais, como a teoria crítica e o pós-estruturalismo. Assim, ela foge do debate realismo x idealismo, eliminando a ideia de ou uma coisa ou outra, é uma interseção. Foge também da dicotomia do quarto debate, pois a escola inglesa se propõe a unir as formas de analise de ambos os lados. 
A seção 1 do capítulo explica o contexto de emergência da escola inglesa para tentar explicar e definir limites do que é e do que não é a escola inglesa, porque como é muito abrangente ela pode parecer sem delimitações. A seção 2 vai pegar a afirmação central da escola inglesa, que é “a ação dos estados é moldada por normas internacionais, regulada por instituições internacionais e guiada por propósitos morais” e explorar isso com relação as forças equivalentes do sistema de estados e sociedade global. A seção 3 discute a importância/relevância da escola inglesa para as relações internacionais no geral. 
Seção 1. Contexto
A emergência do programa de pesquisa mais consciente de si próprio ocorreu mais ou menos no início do pós-segunda guerra, e se deu por conta da insatisfação dos autores com a necessidade de escolher entre o realismo e o idealismo. Eles passaram a trabalhar com a relevância da sociedade internacional, já criticando a ideia realista da incapacidade de reforma do sistema de estados e a utopia das ideias idealistas. 
Entre 59 e 84, eles se reuniam no Comitê de Teoria Política Internacional Britânico. Em 84 o comitê já não tinha tantos adeptos por causa do nascimento de novas teorias (pós-modernismo e teoria critica), mas voltou a ter relevância nos 10 anos seguintes. A explicação da volta da escola inglesa é “o reconhecimento que ela representava uma posição distinta que era inóspita à suposição racionalista subjacente a ambos o neorrealismo e o neoliberalismo”, bem como porque tratava das questões culturais e contestações normativas que estavam em ascensão no meio internacional dos anos 90. 
Seção 2. Sociedade internacional: entre sistema e sociedade mundial 
Uma característica do pensamento da escola inglesa que a distingue das outras escolas de pensamento é a defesa da sociedade internacional. O autor do artigo discorda. Ele acha que o poder de distinção da escola inglesa está na explicação de como os três pilares do sistema político mundial se relacionam entre si: o sistema, a sociedade interestatal e a sociedade mundial. 
“De acordo com Bull, as categorias sistema, sociedade e sociedade mundial são elementos que existem na política mundial, mas que podem ser utilizados apenas em desígnios interpretativos. São tipos ideais, agrupamentos de propriedades que acentuam certas características importantes enquanto atenuam o que é considerado menos relevante. (...) A escola inglesa trabalha com uma noção diferente de 'teoria' da que é encontrada nas escolas americanas. Em vez de operacionalizar os conceitos, formulando hipóteses comprováveis, a ênfase em comparar conceitos é direcionada por uma busca por propriedades definidoras que marquem as fronteiras de diferentes ordens históricas e normativas”.
O autor diz que é preciso entender que não se pode tratar sistema, sociedade e sociedade mundial como a mesma coisa, nem entender que a escola inglesa estuda três temas que se sobrepõem. Ele cita Andrew Linklater, que diz que embora a escola inglesa trate de temas relacionados as interações internacionais no geral, a sociedade internacional é o foco, embora ela tenha nascido tentando ser um meio termo entre realismo e idealismo e tenha muitos trabalhos focados no âmbito societário. Ele diz que acha que é a forma teórica mais “iluminada” porque tenta fornecer uma análise baseada na sintetização da política global que evita as falsas dicotomias (poder x norma, materialismo x idealismo, anarquia x hierarquia, razão x causa). 
2.1. Sociedade internacional: definições, propriedades, variações
Definição: “grupo de estados ou um grupo de comunidades políticas independentes que não só formam um sistema, no sentido de o comportamento de cada um ser um fator necessário às avaliações dos outros, mas também têm estabelecido, por diálogo e consenso, regras comuns e instituições para a condução de suas relações e reconhecem seu interesse comum em manter esses arranjos”. 
O primeiro elemento-chave da sociedade internacional é que ela é limitada aos estados soberanos. A importância disso é que todas as partes se dizem soberanas e reconhecem o direito mútuo às mesmas prerrogativas. O próprio ato de reconhecimento indica uma prática social, e é o primeiro passo em direção a uma sociedade internacional. No entanto, o reconhecimento de soberania é pautado na alteração dos limites de inclusão e exclusão ao longo da história. Um exemplo é a China, que teve soberania negada até 42. A explicação é que o ingresso no sistema era definido por um padrão de civilização que era correspondente aos valores e credos europeus. O autor acredita que essa diferenciação cultural é uma importante experiência europeia da sociedade internacional. Ele explica que no caso da China, ambos os lados (ocidentais e chineses) não se reconheciam como fazendo parte do mesmo sistema, e, não havendo aceitação das regras e instituições do sistema europeu, a China era parte do sistema de estados, mas não da sociedade internacional.
Agora a discussão é sobre o que significa um estado 'agir'. Uma das respostas perpassa a ideia de que os estados agem por meio dos seus representantes, desde o baixo consulado até o governante, assim, a sociedade internacional teria como agentes reais a elite da politica externa e diplomacia.
Estados soberanos não são os únicos membros do sistema internacional. Um exemplo é a Igreja Católica ou as grandes companhias de comércio da época dos impérios. Diz-se também que ONGs internacionais influentes também fazem parte do SI porque têm a capacidade de aconselhar organizações internacionais como a ONU, e de participar da confecção de tratados multilaterais. Outra anomalia importante é que os direitos soberanos são limitados pela economia e pela segurança. É essa ideia que permeia a definição de quase-estados, que são os estados formados depois da era colonial e que, por não serem potencias econômicas nem militares se mantém na sociedade internacional, porém são incapazes de manter governos internos eficientes.
O reconhecimento mutuo é importante para a compreensão da sociedade internacional, mas não significa que só porque o reconhecimento existe que existe SI. A SI depende também de interesses comuns como o comercio, liberdade de viagem ou a necessidade de estabilidade. Quanto mais interdependência econômica, maiores as chances de os estados criarem instituições para lidar com interesses e propósitos comuns. No entanto, como a independência dos estados é um agente limitador, na era de Vestfália os propósitos comuns eram centrados minimamente na manutenção do sistema. A eclosão da guerra, apesar de ser uma quebra no sistema ainda assim manteve certo respeito a algumas normas, e por fim levou os estados a repensarem na dinâmica do sistema.
2.2. Tipos de sociedade internacional
Em um sistema mundial que é diverso culturalmente, onde os estados têm diferentes tradições e sistemas políticos, a única coisa em que todos eles concordam é a manutenção da ordem internacional. Sem ordem, todo o sistema seria incerto e, nessa incerteza também iria ser ameaçada a sobrevivência das unidades que compõemo sistema. Ainda assim, a extensão do sistema é restringida pela sua anarquia. Por esse motivo a sociedade internacional deve ser equiparada não com uma ordem harmoniosa, mas sim com uma ordem tolerável, que é, por um lado, melhor do que um realista poderia esperar, porém pior que um cosmopolita desejaria. 
Numa sociedade internacional pluralista, a imagem institucional é guiada pela liberdade dos estados e pela manutenção da ordem entre eles. As regras são seguidas porque tem bom custo-benefício (ex: privilégios diplomáticos - os estados reconhecem que os representantes do estado são subjugados à ordem do estado de origem). Regras e normas pluralistas fornecem uma estrutura de coexistência, construída sobre o reconhecimento mútuo dos estados como membros independentes e legalmente iguais de uma sociedade, sob a inevitável confiança na autopreservação, autoajuda e na liberdade de promover seus próprios interesses, sujeitos ao mínimo de constrições. 
Para a entender a ordem pluralista é preciso compreender que grandes potências, limitação de guerra/guerras limitadas ("limited war") e a balança de poder são pensadas pela escola inglesa como instituições. Essas instituições seriam as práticas que ajudariam a manter a ordem, então, por exemplo, se a balança de poder é essencial para preservar a liberdade dos estados, então as grandes potências ("status quo powers") devem estar preparadas para intervir forçadamente para checar o poder crescente de um estado que ameace a balança de poder. 
O autor abre uma discussão sobre de as normas pluralistas são adequadas para o mundo contemporâneo, que pode ser respondida pelo modo tradicionalista de ver as coisas, que explica que o modo pluralista deve ser entendido como uma adaptação prática e institucional da diversidade humana e que a grande vantagem de uma sociedade baseada nas normas de soberania e não intervenção é que tal conquista é provavelmente a melhor forma de atingir a liberdade no sentido moral. 
Já os críticos do pluralismo entendem que a persistência de guerras entre estados durante o séc. XX sugere que as normas de soberania não foram eficazes em conter os avanços de estados "predatórios" e mais, que a não intervenção foi responsável por permitir que as elites do estado pudessem abusar violentamente dos cidadãos. Por essa razão, os autores Bull e Vincent passaram a uma outra visão da sociedade internacional em que valores universais como direitos humanos limitam o exercício da soberania dos estados. 
A divisão dos teóricos, chamada SOLIDARISMO, é guiada pela ideia de que as amarras que ligam os indivíduos à humanidade são mais profundas que quaisquer valores ou normas pluralistas. Alguns cosmopolitas entendem que um governo global seria melhor, quanto outros defendem o abandono das hierarquias políticas anteriores. Assim sendo, o solidarismo não é uma transformação da sociedade internacional, mas sim sua extensão: como no pluralismo, a SI é definida pelos valores e instituições compartilhados, e se mantém por conta das normas e instituições, o que difere é o conteúdo dos valores e as características das normas e instituições. 
O debate pluralismo x solidarismo foi proeminente na escola inglesa em toda a época pós-Guerra Fria, no entanto, como o debate se tornou muito normativo, hoje em dia é um debate que está mais na ala normativa da escola inglesa, que foca na análise histórica de como a sociedade internacional evoluiu ou mudou. A outra ala da escola é a analítica.
2.3. Elementos do sistema e sociedade mundial
O conceito de sistema tem 3 papéis na teoria de política mundial da escola inglesa: 
(i) a distinção entre sistema e sociedade (no sistema, há interação entre as partes, porém sem regras ou instituições comuns) fornece uma referência normativa para se dirigir à questão de até onde vai a sociedade internacional. 
(ii) quando se observa a formação do sistema mundial é possível discernir mecanismos que configuram a sociedade internacional e mundial. 
(iii) a categoria do sistema pode ser utilizada para capturar as forças materiais básicas na política mundial (fluxos de informação e comércio, níveis de capacidade destrutiva e capacidade de atores de afetar seu ambiente).
O sistema internacional, assim como para os realistas, também é a fonte de estudo da escola inglesa, porém esta se preocupa em estudá-lo não como um fim em si mesmo, mas para melhor entender a história da sociedade mundial. Isso abre precedente para o debate sobre como e quando o sistema se tornou sociedade, qual o nível e tipo de interação necessária e sob que circunstâncias uma sociedade pode voltar a se tornar um sistema. O autor destaca que caso os estados dominantes não sigam as normas e ajam de maneira a minar a segurança internacional, é possível que retornemos ao estado de sistema. Por exemplo, um hipotético confronto nuclear só seria possível se as grandes potencias agissem de maneira catastrófica para a sociedade internacional. Como resultado, a sociedade voltaria ao estado de sistema. 
A ideia de sistema de Estados também é útil para identificar os atuais limites entre os Estados que de fato são membros e aqueles Estados são “combatidos” (os Estados de tradição islâmica, por exemplo), identificados pelo autor como párias ou Estados falhos. Tais Estados não estão totalmente fora do enquadramento das regras e instituições, o que acontece é que eles são mais vitimas de escrutínio que os outros. Atores do sistema internacional podem ter relações estruturadas com membros da sociedade internacional, mas essas interações continuam sistêmicas a não ser que as partes se compreendam com respeito e inclusão mutuas na sociedade internacional. 
Ao pensarmos sobre o âmbito sistêmico também chama a atenção a pressão negativa que tem a distribuição de poder material. Aqui ele dá o exemplo da Guerra Fria: se os países do Pacto de Varsóvia não tivessem armas nucleares, teriam os países da OTAN tolerado a “queda” dos países do leste europeu para a esfera de influência soviética? A existência desse tipo de armamento foi uma importante força limitadora para o espaço de manobra das superpotências. Assim, podemos encontrar na Escola Inglesa a ideia de que existe uma lógica de balanceamento no sistema de Estados. Sob a condição de anarquia, é de interesse comum evitar a emergência de uma potência hegemônica. Aqueles que levam a sério a balança de poder apontam para os exemplos repetidos na história moderna onde os Estados com ambições hegemônicas foram repelidos por uma aliança de poderes procurando evitar uma mudança no princípio de ordenamento do sistema. A sobrevivência do sistema de Estados demanda um comportamento balanceador nos Estados, de modo que isso se torna uma característica intrínseca do sistema. 
Olhar pelas lentes do sistema não só mostra o ordenamento das unidades, mas também direciona nossa atenção para os níveis de tecnologia, a distribuição de poder material e a capacidade de interação das unidades do sistema. Juntos, esses fatores nos ensinam muito sobre a habilidade das unidades de agir e, particularmente, seu alcance (os atores são locais, regionais ou globais?). Níveis de tecnologia podem ser pensados como atributos das unidades; um caso óbvio é se um Estado tem poder nuclear ou não. No entanto, também é útil pensar na tecnologia de maneira sistêmica, particularmente, em áreas como comunicação, transporte, e níveis de capacidade de destruição. Todas essas tecnologias mudam a qualidade e o caráter do que pode ser chamado de capacidade de interação do sistema como um todo. 
O que torna essas atribuições “sistêmicas”? Elas são sistêmicas porque, em sua maioria, estão fora do arranjo institucional desenvolvido pelos Estados para regular a ordem e promover a justiça. Aqui ele dá o exemplo da Inglaterra durante a segunda guerra, que deixa de ser uma policy-maker e vira uma policy-taker, isto é, ela perde o seu poder de arquiteta da ordem do pós-guerra, mesmo tendo várias ferramentas de soft power em seu favor, como as relações diplomáticas globais, alíngua e valores ascendentes. É útil invocar o sistema para caracterizar tais fatores que aparentam ser imóveis da perspectiva dos atores, como a localização geográfica, a base da população e a capacidade econômica/tecnológica. 
O terceiro elemento na tríade da Escola Inglesa é a sociedade global. Esse conceito está em paralelo com a sociedade internacional, apenas com uma diferença: se refere aos interesses e valores comuns que ligam todas as partes da comunidade humana. Ele diz que os valores que unem a comunidade humana para a Escola Inglesa são os valores ligados aos direitos humanos, e que um dos indicadores da evolução da sociedade global é a emergência das leis humanitárias internacionais. No entanto, ele também diz que a sociedade global não é só sobre a crescente importância de valores transnacionais fundamentados em noções liberais de direitos e justiça. Identidades transnacionais podem ser baseadas em ideias de ódio e intolerância, por exemplo, dentre as mais significativas opiniões públicas globais, a identificação é com a fé e não com o Estado. Isso gera ideologias contrárias de liberação da parte de fundamentalistas cristãos e guerra santa da parte de certos grupos islâmicos. No pensamento da Escola Inglesa essa dinâmica pode ser considerada no contexto das antigas revoltas contra a dominação ocidental que apareceram durante a luta pela descolonização. 
Seção 3: A Escola Inglesa e seus críticos 
Dos anos 70 aos anos 90 a Escola Inglesa era identificada como tradicionalistas que usavam suposições chaves do realismo sobre dominação de grandes potências e anarquia internacional. Porém, para John Mearsheimer, a Escola Inglesa não se reduz nem ao idealismo, nem ao realismo, mesmo com o foco nas forças sistêmicas sendo baseado nas ideias realistas, assim como os processos na sociedade global são congruentes com o idealismo.
Aqui ele começa a falar que a posição teórica que se equipara a da Escola Inglesa é a do construtivismo, mas que as duas são diferentes. Os construtivistas chamam atenção para a grande quantidade de fontes de confusão conceitual e subdesenvolvimento teórico do programa de pesquisa da Escola Inglesa. 
Ele começa dizendo que aqueles que escreveram falando da convergência do construtivismo e da Escola Inglesa foram muito generalistas na hora de definir ambos os paradigmas: o construtivismo foi reduzido a Wendt e a Escola Inglesa não foi estudada a fundo. A primeira coisa que ele lista como sendo diferente é a importância dada a “corretividade metateórica” (metatheoretical correctiveness). Os construtivistas são muito teoricamente reflexivos sobre o significado da ação coletiva, o status das normas, a prioridade relativa atribuída a estruturas e agentes, e causação e o processo de socialização. Em contraste, a Escola Inglesa tende mais a oferecer narrativas sobre a evolução e contestação de normas e instituições sem reflexão metateórica explícita. A explicação disso está no fato de o construtivismo ter emergido nas escolas de ciência política americanas, que se importam muito com o rigor metodológico e a consciência epistemológica. 
Obs.: A metateórica pode ser definida como área do conhecimento que teoriza sobre a própria teoria de uma dada ciência. Pode ser considerada como o equivalente à epistemologia. A teoria cria postulados e princípios para uma determinada área do conhecimento. A metateoria analisa e discute esses postulados.
Na opinião do autor, o que a Escola Inglesa precisa estabelecer mais claramente é a forma como os tipos ideais de sistema, sociedade e comunidade podem elucidar importantes dinâmicas no sistema internacional. Uma construtivista perguntou como você identifica uma sociedade internacional quando você vê uma? O autor responde dizendo que isso são categorias analíticas e não entidades pertencentes ao mundo real. A sociedade internacional não é algo que você vê, mas sim uma ideia sob a luz da qual podemos embutir sentido a um aspecto das relações internacionais contemporâneas. 
Outra diferença é a atenção ao significado e ao entendimento na história das ideias sobre sociedade internacional, que é mais presente na Escola Inglesa. 
Além disso, o tratamento das “normas” na Escola Inglesa é mais normativo do que o encontrado no pensamento construtivista mainstream.

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