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1 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E INSTITUCIONAL Fichamento de Estudo de Caso Adriana xxxxxxxxxxxxxxxxxxx Trabalho da disciplina Psicopedagogia Clínica Tutor: Professora Cristiane de Carvalho Guimarães Rio de Janeiro 2019 1 Estudo de Caso: Psicopedagogia Clínica Atendimento psicopedagógico em uma clínica-escola: Um olhar para aspectos da adolescência REFERÊNCIA: MENEZES, Rafael de Souza; LOPES, Maria Gentil Araújo da Silva; AVOGLIA, Hilda Rosa Capelão. Atendimento psicopedagógico em uma clínica-escola: Um olhar para aspectos da adolescência. São Paulo. Resumo O objetivo do presente estudo de caso é relatar as dificuldades de aprendizagem formal associado principalmente a aspectos afetivos de uma adolescente de 14 anos de idade, que foi atendida em uma clínica-escola de Psicopedagogia com enfoque qualitativo, verificando os papéis da Psicopedagogia, o aprendizado, as dificuldades dele, sua relação com a atenção, memória, família, escola e a própria questão da adolescência. A Psicopedagogia surgiu da necessidade de atendimento e orientação a crianças que apresentam dificuldades ligadas à sua aprendizagem cognitiva e de comportamento social. No início, em 1970 todo diagnóstico recaía sobre a criança, demonstrando que era nela que estava o problema. Somente em 1980, aqui no Brasil, que aparece a ênfase ao aspecto social ligado ao fracasso escolar. Com a ampliação dos temas passaram a pesquisar também fatores intraescolares e sociais, econômicos e políticos envolvidos na aprendizagem. A aprendizagem é uma mudança de comportamento resultante da experiência ou prática e depende da interação entre fatores individuais e ambientais. O sujeito, protagonista que atua para transformar o objeto e transformar-se, vai estruturando sua modalidade de aprender, significando sua experiência, organizando-a e alaborando, as quais são complexas e fortemente influenciadas por determinações familiares e sociais, compreendendo aspectos emocionais e cognitivos inseparáveis. Existem dois tipos de condições para a prendizagem, as externas que definem o campo do estímulo e as internas que definem o sujeito. As dificuldades de aprendizagem em crianças podem ou não estar ligadas as questões educacionais, ambientais, emocionais, cognitivos, linguísticos, perceptuais e neurológicos. Ela é identificada quando as crianças não conseguem fazer a reprodução de atividades anteriormente 1 aprendidas e com isso elas têm alta probalidade de serem apontadas como crianças possuidoras de dificuldades de aprendizagem. A atenção é a direção da consicência, sua visão de mundo e quando é apresentada falha na atenção sua percepção se torna prejudicada. A percepção exerce um papel determinante na relação entre alunos e os processos educacionais, assim percepção relacionada à atenção nos remete a questão do aprendizado e suas dificuldades. Memória é todo o conhecimento que se armazena a respeito de mundo e ela depende da atenção e percepção, pois são as responsáveis pela seleção do que será utilizado posteriormente, armazenado e integrado com conhecimentos existentes. A concentração, memorização, capacidade diminuída de pensar e a indecisão são fatores diretamente ligados a dificuldade de aprendizagem. Cabe ao psicopedgogo no processo de diagnóstico, invetigar o caminho da atenção da criança no processo de aprendizagem, verificando se ela está sendo capaz de selecionar os estímulos que recebe e se sua estabilidade está adequada, analisando se as oscilações apresentadas são compatíveis com sua idade e situação de aprendizagem. Como já vimos no início deste estudo, as dificuldades de aprendizagem pela Psicopedagogia recaíam sobre as crianças, fazendo com que elas ficassem com todo o peso sobre o fracasso. Hoje em dia, o olhar está voltado para a família e escola como participantes no baixo desempenho escolar das crianças. A partir do século XVIII mudanças ocorreram na sociedade e atingiram diretamente o modo de organização familiar e a visão da educação. A aprendizagem tradicional foi substituída pela escola e a criança passou da sociedade dos adultos para um regime de confinamento rigoroso, originado a partir da preocupação dos pais com a educação. Embora todo indivíduo tenha caracterísicas próprias, sua formação é composta pelo ambiente em que ele vive, por isso fica claro que uma família que fornece cuidados adequados as crianças, são primordiais para seu desenvolvimento saudável. A adolescência é um fase de intensas mudanças, de reogarnização emocional, de turbulências e instabilidade. Na medida que os filhos entram na adolescência, evidenciam-se as transformações e turbulências nas relações familiares. Para o desenvolvimento da autonomia nos adolecentes é muito importante que seja estimulada por atitudes parentais onde haja clara definição de limites e regras. O presente estudo se deu devido aos atendimentos feitos por estagiários do curso de Psicopedagogia Clínica e Institucional de uma universidade privada da Baixada Santista que presta atendimentos gratuitos à população. As informações dos atendimentos foram analisadas por meio de um enfoque psicopedagógico qualitativo. A adolescente de 14 anos de idade, que vive com seus pais e uma irmã mais velha filha de sua mãe de outro relacionamento, reside próximo a universidade, era 1 estudante de escola particular e passou para a escola pública durante os atendimentos. Sua família possui boas condições socioeconômicas, seu pai possui nível superior completo, sua mãe ensino médio e ambos trabalham. Esta jovem chegou ao serviço da clínica-escola Psicopedagógica da universidade encaminhada pela sua escola após a aluna estar repetindo pela terceira vez o sétimo ano do ensino fundamental. A queixa relatada pelos pais era que a adolescente tinha falta de concentração, dificuldades em colocar as ideias no papel, suas notas baixas e a questão da repetência. O atendimento se deu por seis sessões de avaliação e treze sessões interventivas, durante as sessões de avaliação foram utilizados como instrumentos de investigação a entrevista de anamnese, observação lúdica, observação de material escolar e exercícios de matemática, leitura e escrita. Durante as investigações foram avaliados aspectos afetivos e ambientais da adolescente, aspectos estes de suma importância no processo de diagnóstico e terapêutico. A observação desses aspectos se deram durante os relatos da jovem e de seus pais. Para as sessões interventivas foram realizadas entrevistas devolutivas aos pais e à própria adolescente, além das atividdes interventivas propostas. Os familiares e a adolescente mostraram interesse e empenho fazendo com que facilitasse o processo. Durante as atividades foi detectado que a adolescente não havia prejuízo nos aspectos cognitivos, compreensão de texto, oralidade e vocabulário, porém apresentava dificuldades em fazer conexões entre o que compreendia e o que expunha sobre sua compreensão, dificultando seu relacionamento com o mundo e principalmente no ambiente escolar, trazendo com clareza sua fragilidade nas relações afetivas não somente com sua família, mas consigo também, além de desorganização na rotina, traços obsessivos e depressivos. Foi sugerido atividades em grupo e de aperfeiçoamento pedagógico, devido sua necessidade em relacionar-se e a estimulação de aspectos básicosde seu aprendizado formal que se encontra defasado. Foi sugerido ainda que se dê continuidade aos atendimentos psicopedagógicos e psicológico para melhorar a compreensão individual, foi estendida aos pais o atendimento psicológico, uma vez que apesar de o indivíduo ser único possui consigo características de seus semelhantes. Assim o trabalho exposto serviu de grande valia para a adolescente atendida, para sua família e para os estagiários, pois o aprendizado conquistado provocou mudanças em suas histórias. 1 Citações “A Psicopedagogia surgiu da necessidade de atendimento e orientação a crianças que apresentavam dificuldades ligadas à sua educação, mais especificamente à sua aprendizagem, quer cognitiva, quer de comportamento social” (MASINI, 2006). (p.75) Pantano (2009) ao estudar transtornos afetivos da infância e adolescência em seu trabalho relata que as dificuldades cognitivas mais frequentes em indivíduos com depressão infantil referem-se à concentração, memorização, capacidade diminuída de pensar e indecisão, informando que essas características estão relacionadas diretamente a dificuldades de aprendizagem no ambiente escolar e já fazem parte dos critérios diagnósticos DSM-IV e CID-10. (p.78) Segundo Winnicott (1999), quando a criança apresenta “doença”, ou seja, problemas que lhe causam sofrimento, esta muitas vezes é causada e mantida por outra pessoa, devido ao meio em que vive ou pode até mesmo, ser um problema social. Para ele, o indivíduo possui conteúdos individuais, mas considera que seu desenvolvimento recebe grande influência do meio em que vive, visto que é através do relacionamento familiar e no início da vida que ocorre o desenvolvimento desta criança. (p. 79) Comentários Hoje em dia existe uma grande procura aos atendimentos de profissionais que atuam com problemas na aprendizagem, pois vários aspectos podem interferir na aprendizagem do indivíduo, fazendo com que ele seja visto como pessoas possuidoras de dificuldades de aprendizagem. No estudo foi identificado o quanto de avanço teve na Psicopedagogia, tirando da criança o peso da não aprendizagem e levando a investigação para a família e escola, trazendo ainda a diferenciação entre memória e atenção e o quanto ambas são importantes do processo de aprendizagem. É de extrema importância destacar que quando os familiares e o próprio paciente se mostraram interessados e empenhados no processo os objetivos são alcançados com mais facilidade, pois facilita o processo. 1 Ideação Por meio da leitura do presente artigo, fica claro que é de suma importância que seja investigado todos os fatores que podem levar a dificuldade de aprendizagem, tendo como base principal de investigação a própria família do indivíduo, pois o meio que ele vive é a base da sua personalidade. Como as dificuldades de aprendizagem podem possuir vários motivos é muito importante que o Psicopedagogo utilize a intervenção que mais convenha a cada caso. Portanto cabe ao profissional fazer uma investigação detalhada, explorando todos os recursos necessários para fazer o diagnóstico, para assim seja solucionado o problema do paciente, levando-o para o seu desenvolvimento pleno. Local: Biblioteca da Universidade
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