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Nota de Aula - RECURSOS NO PROCESSO DO TRABALHO

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Disciplina de Prática Simulada II – Direito do Trabalho 
Profa. Ana Marques 
RECURSOS NO PROCESSO DO TRABALHO 
O PROCESSO E SEUS CAMINHOS... 
 
“Espécie de remédio processual, um direito por lei para que a(s) partes (s), o 
terceiro juridicamente interessado ou o Ministério Público possam provocar o 
reexame da decisão proferida na mesma relação jurídica processual, 
retardando, assim, a formação da coisa julgada”. 
 (Carlos Henrique Bezerra Leite) 
 
1.RECURSOS 
1.1. Conceito: é a provocação do reexame de determinada decisão pela autoridade 
hierarquicamente superior, em regra, ou pela própria autoridade prolatora da decisão, 
objetivando a reforma ou modificação do julgado, ou seja, é o remédio processual concedido 
às partes ou terceiro, objetivando que a decisão judicial impugnada seja submetida a novo 
julgamento. 
“Pode-se conceituar recurso, no direito processual civil brasileiro, como o remédio voluntário 
idôneo a ensejar, dentro do mesmo processo, a reforma, a invalidação, o esclarecimento ou 
a integração de decisão judicial a que se impugna. Atente-se bem: dentro do mesmo 
processo, não necessariamente dentro dos mesmos autos”. (José Carlos Barbosa Moreira). 
“Recurso é o meio processual que a lei coloca à disposição das partes, do MP e de um 
terceiro, a viabilizar, dentro da mesma relação jurídica processual, a anulação, a reforma, a 
integração ou o aclaramento da decisão judicial impugnada”. (Nelson Nery Júnior). 
“O recurso, não é uma ação autônoma; é um direito subjetivo, que se encontra implícito 
dentro do direito público, também subjetivo e constitucional, que é o da ação. Está certa a 
doutrina quando sob outro ângulo óptico, vê no recurso um ônus processual, visto que, em 
verdade, para que a parte obtenha a desejada reforma ou anulação de decisão 
desfavorável, já necessidade de que tome a iniciativa de exercer a pretensão recursória; se 
não o fizer, a sua sujeição à coisa julgada, como qualidade da sentença, será inevitável, 
ressalvada a hipótese de remessa obrigatória, quando for o caso (Decreto-lei nº 779/69)”. 
(Teixeira Filho). 
Obs: Recursos são assim chamados os que se podem exercitar dentro do processo em que 
surgiu a decisão impugnada; diferem das ações impugnativas autônomas, cujo exercício, 
em regra, pressupõe a irrecorribilidade da decisão, ou seja, o seu trânsito em julgado 
(ex.,ação rescisória). 
“(...) Os recursos constituem também uma forma de controle dos atos jurisdicionais pelas 
instâncias superiores. 
A doutrina costuma apontar como fundamentos dos recursos: a) aprimoramento das 
decisões judiciais; b) inconformismo da parte vencida e c) falibilidade humana. 
(...) Com a possibilidade dos recursos, principalmente os juízes de primeiro grau e os mais 
novos irão se esmerar e cada vez mais aprimorar suas decisões. Além disso, os recursos 
serão apreciados por juízes mais experientes e também em composição colegiada” (Carlos 
Henrique Bezerra Leite) 
1.2. Princípios: podem ser elencados os seguintes princípios recursais: 
“Violar um princípio é mais que violar uma norma, pois viola todo 
um sistema de normas.” (Carlos Henrique Bezerra Leite) 
a) Duplo Grau de Jurisdição: A CRFB não o prevê, mas diversos autores o posicionam 
como um corolário do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa (artigo 5º, 
LV, da CRFB) 
b) Unirrecorribilidade: só existe um recurso cabíbel para cada decisão, ou seja, só se 
admite um recurso para vergastar a decisão. 
c) Fungibilidade: permite-se o aproveitamento de recurso erroneamente nominado, como 
se fosse o que deveria ser interposto, atendendo-se ao principio da finalidade ou 
simplicidade do processo. Porém há que se advertir que para a aplicação do principio em 
comento se deve verificar a existência de três fatores cumulativos: i)inexistir erro grosseiro; 
ii)tem que haver dúvida plausível quanto ao recurso cabível; iii)o recurso erroneamente 
interposto deve obedecer o prazo do recurso cabível. 
d) Voluntariedade: os recursos, em regra, são voluntários encerrando manifestação do 
principio dispositivo. 
e) Princípio da proibição da reformatio in pejus: é vedado ao tribunal, no julgamento de 
um recurso, proferir decisão mais desfavorável ao recorrente, do que aquela recorrida f) 
Irrecorribilidade das decisões interlocutórias: as decisões interlocutórias são irrecorríveis, 
somente se permitindo a apreciação de seu merecimento em recurso da decisão definitiva, 
artigo 893, §1º, da CLT. 
g) Taxatividade: Só é admissível recurso que a lei preveja, ou seja, só cabe recurso que 
esteja devidamente previsto em lei, com a sua hipótese de cabimento. 
1.3. Juízo de admissibilidade: verificação das condições impostas pela lei para que se 
possa apreciar o conteúdo da postulação. Com o resultado positivo, o recurso é admissível. 
Quando o órgão a que compete julgar o recurso o declara inadmissível, diz-se que ele não 
conhece do recurso. O juízo de admissibilidade é preliminar ao de mérito. 
1.3.1. Requisitos de admissibilidade: Os Juízos de admissibilidade podem ser classificados 
como: a) Intrínsecos ou subjetivos: Capacidade, Legitimidade, Interesse; b) Extrínsecos ou 
objetivos: são aqueles que dizem respeito aos aspectos de forma dos recursos, tais como 
tempestividade, preparo, regularidade formal, cabimento, regularidade de representação. . 
1.4. Juízo de Mérito: após a preliminar da admissibilidade, cumpre apreciar a matéria 
impugnada para acolhê-la, caso fundada, ou rejeitá-la, caso infundada. O objeto do juízo de 
mérito é o próprio conteúdo da impugnação à decisão recorrida. Pode ocorrer error in 
iudicando =>> reforma da decisão em razão da má apreciação da questão de direito ou da 
questão de fato, ou de ambas. Pode ocorrer error in procedendo =>> invalidação da decisão 
por vício de atividade 
1.5. Efeitos: podem ser destacados os seguintes efeitos dos recursos: 
a) Devolutivo: os recursos, ordinariamente, são dotados apenas de efeito devolutivo, e este 
nos indica que a matéria impugnada é devolvida ao conhecimento do órgão jurisdicional. 
b) Suspensivo: No processo laboral, em regra, os recursos não são dotados de efeito 
suspensivo, esse efeito impede a produção de todo e qualquer efeito da sentença até o 
julgamento do recurso, por exemplo, artigo 1012 do CPC/15 
c) Translativo: Em relação às questões de ordem pública, as quais devem ser conhecidas de 
oficio, não se opera a preclusão, podendo o juiz ou tribunal decidir tais questões ainda que 
não constem das razões recursais ou das contrarrazões, gerando o denominado efeito 
translativo dos recursos, conforme o disposto no artigo 1.013, §1º, do CPC/15; 
d) Obstativo: Todo recurso impede a formação da coisa julgada, obstando-a a partir da sua 
interposição. 
e) Substitutivo: o Julgamento realizado pelo órgão de superior instância, sempre que 
abordar o mérito, substituirá a decisão recorrida, conforme o disposto no artigo 1008 do 
CPC/15. 
1.6. Teoria da Causa Madura: importante destaque deve ser dado acerca da possibilidade 
de aplicação da chamada teoria da causa madura no âmbito laboral. Tal teoria está prevista 
no artigo 1.013, §3º do CPC/15. 
2.Espécies de Recurso: no processo trabalhista existe a possibilidade de serem 
interpostos dez recursos, quais sejam: 
2.1. Recurso Ordinário (RO) previsto na CLT, Art. 893 e 895 e Arts. 328 e 329 do Regimento 
Interno do Tribunal Superior do Trabalho 
2.2. Recurso de Revista (RR) regulado na CLT, Arts. 893 e 896, na Lei nº 7.701/88, Art. 5º, 
"a" e Art. 331 do Regimento Interno do Tribunal Superior do Trabalho. 
2.3. Embargos de Declaração: art. 897-A CLT 
2.4. Embargos - art. 894 CLT. 
2.5. Agravo de Petição delineado nos Arts. 893 e 897, "a", § § 1º e 3º da CLT 
2.6. Agravo de Instrumento regulado no Arts. 893 e 897, "b", § § 2º e 4º da CLT e InstruçãoNormativa TST nº 6 de 08/06/96 
2.7. Agravo Regimental previsto na Lei nº 7.701/88 Arts. 3º e 5º e nos Regimentos do 
Tribunal Superior (art. 338) e Tribunais Regionais do Trabalho. 
2.8. Recurso Extraordinário Regulado na Constituição Federal no artigo 102, III. 
2.9. Pedido de Revisão de Valor de Alçada criado pela Lei nº 5.584/70, Art. 2º. 
2.10.Reclamação Correicional mencionada no artigo 709 da CLT e gizada nos Arts. 682, XI 
e 709, II da CLT, no Art. 13, do Regimento Interno da Corregedoria Geral da Justiça do 
Trabalho e nos Regimentos dos Tribunais Regionais do Trabalho. 
“No processo do trabalho, são de natureza ordinária os seguintes recursos: RO, embargos 
de declaração, agravo de instrumento, agravo de petição e o pedido de revisão (art.2º, Lei 
5.584/70). 
Os recursos extraordinários não se destinam à correção de erros de procedimento ou de 
julgamento, tampouco à justiça da decisão. Eles têm por objetivo a uniformização da 
interpretação da legislação Constitucional e Federal no âmbito da competência da Justiça do 
Trabalho. 
No processo do trabalho são de natureza extraordinária os seguintes recursos: RR e 
embargos para o TST. 
Embora não seja um recurso trabalhista propriamente dito, o recurso extraordinário para o 
STF tem natureza extraordinária e também se destina a impugnar decisões de única ou de 
última instância proferidas pelos Tribunais Trabalhistas. 
PRESSUPOSTOS RECURSAIS: 
“São também denominados pela doutrina como requisitos de admissibilidade dos recursos, 
pois constituem requisitos prévios que o recorrente deve preencher para que seu recurso 
seja conhecido e julgado pelo Tribunal. (...) São pressupostos processuais de validade e 
desenvolvimento do recurso e também requisitos de viabilidade da pretensão recursal. São, 
por isso, pressupostos processuais e condições da ação na esfera recursal”. (Bezerra Leite). 
• Subjetivos ou Intrínsecos: legitimidade para recorrer, capacidade e interesse 
recursal. 
• Objetivos ou Extrínsecos: previsão legal (cabimento), adequação, tempestividade, 
preparo e regularidade formal.

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