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Macroeconomia Aplicada - Slides de Aula - Unidade I

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Unidade I 
MACROECONOMIA APLICADA
Prof. Alexandre Oliveira
Sumário
Unidade I
 Monetarista.
 Expectativas racionais ou novo-clássico.
 Ciclos econômicos reais.
 Novos-keynesianos.
Unidade II
 Comparação e síntese dos distintos modelos macro.
 Uma leitura pós-keynesiana dos modelos.
 Tópicos intermediários de macro aplicada.
 Avanços recentes.
Introdução
 Macroeconomia contemporânea e seus avanços.
 Flutuações econômicas conjunturais.
 Crise de 1929 e grande depressão dos 1930 (Keynes).
 Resgate da teoria quantitativa da moeda nos 1950 (Friedman).
 Estagflação dos 1970 (Clássicos x Keynes).
 Desenvolvimentos recentes.
Modelo monetarista
Proposições
 1.Oferta de moeda = principal influência sobre a renda.
 2.Longo prazo = moeda afeta preços. Variáveis reais, como o
produto real e nível de emprego, são determinadas por fatores
reais e não monetários.
 3.Curto prazo = moeda influencia variáveis reais. A moeda
causa movimentos cíclicos na produção e emprego.
 4.Setor privado é estável. A instabilidade na economia resulta,
basicamente, de políticas econômicas governamentais
inócuas ou ineficientes.
Modelo monetarista
 Friedman: equação quantitativa (MV = PT).
 Com velocidade de circulação (V) estável.
 Mudanças nas quantidades de moeda seriam refletidas 
nos preços ou no nível de produção.
 A quantidade de moeda seria o principal fator na explicação 
das flutuações da atividade econômica (FROYEN, 2013, p.235).
Modelo monetarista
 Demanda por Moeda:
 k: fator de proporcionalidade constante no curto prazo
 Oferta de Moeda:
 Teoria Quantitativa da Moeda (TQM):
 TQM (Friedman):
Em que:
 P = nível de preço
 Y = renda real
 = taxa de juros nominal sobre títulos
 = retorno nominal das ações
 = retorno nominal dos bens duráveis 
Fonte: Livro texto, p. 14
Fonte: Livro texto, p. 13
Fonte: Livro texto, p. 13
Fonte: Livro texto, p. 15
Modelo monetarista
 Na visão de Friedman, como descreve Froyen (2013, p.239), 
um teórico quantitativista precisa acreditar nas seguintes 
conclusões:
1. A função demanda por moeda é estável.
2. Essa função demanda desempenha um papel importante 
na determinação do nível de atividade econômica.
3. A quantidade de moeda é fortemente afetada por fatores 
de oferta de moeda.
Modelo monetarista
 A curva LM é quase vertical, pois a elasticidade da demanda
por moeda em relação à taxa de juros é bastante baixa.
 A curva é mais plana, pois a demanda agregada é bastante
sensível a mudanças na taxa de juros.
Fonte: Livro-texto.
Modelo monetarista
 Para uma dada renda 
nominal, a posicão 
monetarista afirma que 
alterações na oferta de 
moeda (M) levam a 
deslocamentos 
significativos da curva de 
demanda agregada.
 Portanto, a moeda 
é a única influencia 
sistemática sobre a 
demanda agregada.
Fonte: Livro-texto.
Modelo monetarista
Taxa natural de 
desemprego: 
 curto prazo;
 TQM: moeda afeta preços;
 Friedman: salário real é o 
que de fato importa.
Fonte: Livro-texto.
Modelo monetarista
 Taxa natural de 
desemprego = porcentagem 
da forca de trabalho total. 
 A partir da descrita na 
figura ao lado, podemos 
encontrar o nível de 
produto que resulta de um 
nível de emprego N*.
Fonte: Livro-texto.
Modelo monetarista
 Expectativas adaptativas: Friedman (1985) incorpora o papel
das expectativas formuladas por Keynes.
 Pressuposto: Hipótese das Expectativas Adaptativas (HEA).
 Curto prazo: renda nominal afetada pela política monetária.
 Segundo a HEA, as pessoas estimam a inflação futura com
base na expectativa sobre a inflação presente.
 Ou seja, os agentes econômicos assumem que o futuro seja
determinado pelo passado e pelo presente.
Fonte: Livro texto, p. 22
Modelo monetarista
Fonte: Livro-texto.
Fonte: Livro-texto.
Modelo monetarista
 Curvas de oferta 
agregada de curto prazo, 
que são positivamente 
inclinadas.
 Curva de oferta agregada 
de longo prazo, que é 
vertical, como no modelo 
clássico. 
 Longo prazo – só fatores 
reais podem mudar os 
níveis de produto.
Fonte: Livro-texto.
Modelo monetarista
Fonte: Livro-texto. Fonte: Livro-texto.
Modelo monetarista
 Tendência aceleracionista do nível de preços expressa pela 
curva de Phillips = Nairu – sigla em inglês (non-accelerating 
inflation rate of unemployment). 
 Ou seja, a taxa de desemprego que não acelera os níveis 
de inflação. É a taxa que corresponde a um equilíbrio 
macroeconômico quando a inflação efetiva é igual 
à esperada.
 A Nairu pode ser entendida como uma taxa de desemprego 
estrutural, uma vez que é causada por fatores de médio 
e longo prazo.
Modelo monetarista
Recomendações de política
 Política fiscal: o modelo monetarista prega que o estado do 
orçamento não tem nenhum efeito significativo sobre o curso 
da renda nominal ou das flutuações cíclicas. 
 Portanto, a política fiscal seria totalmente ineficaz 
e o importante seria a quantidade de moeda.
 Política monetária: mudanças na quantidade de moeda 
representam a principal causa das alterações da renda 
nominal e, a curto prazo, também nas alterações da 
renda real.
Interatividade
De acordo com a tradição monetarista e sua teoria quantitativa 
da moeda (TQM) capitaneada por Milton Friedman (1912-2006), 
aumentos da oferta monetária acima da expansão do nível de 
atividade teria como principal resultado:
a) expectativa mais otimista dos agentes no longo prazo.
b) aumento do nível de preços.
c) expansão da arrecadação tributária.
d) todas as alternativas estão corretas. 
e) nenhuma das alternativas está correta.
Modelo de expectativas racionais (novo-clássico)
 Teoria baseada em microfundamentos (postulados da teoria 
neoclássica – equilíbrio walrasiano).
 Agentes econômicos são racionais (isto é, os agentes são 
“otimizadores contínuos”).
 Agentes não sofrem de “ilusão monetária” (somente preços 
relativos importam para otimizar decisões).
 Flexibilidade de preços e de salários contínua, o que garante 
o market clearing (equilíbrio).
Modelo de expectativas racionais (novo-clássico)
Fonte: Livro-texto.
Modelo de expectativas racionais (novo-clássico)
 A hipótese de expectativas racionais foi uma inovação 
na macroeconomia, pois alterou a natureza de tratamento 
dado às expectativas. 
 De estáticas ou mesmo adaptativas, portanto de natureza 
retrospectiva (observação de informações passadas), as 
expectativas passaram a ser tratadas como se dispusessem 
de uma natureza prospectiva – agentes econômicos utilizam 
todas as informações relevantes disponíveis e avaliam 
inclusive as informações sobre política econômica e teorias 
econômicas relevantes.
Modelo de expectativas racionais (novo-clássico)
Fonte: Livro-texto.
Modelo de expectativas racionais (novo-clássico)
Fonte: Livro-texto.
Modelo de expectativas racionais (novo-clássico)
 No caso de um choque não antecipado pelos agentes, 
tem-se no modelo novo-clássico um resultado semelhante 
ao previsto nos modelos keynesianos e monetaristas. 
 Porém, no caso do novo-clássico os efeitos seriam apenas de 
curto prazo e resultado da não antecipação pelos agentes do 
efeito inflacionário decorrente da política.
Modelo de expectativas racionais (novo-clássico)
Curva de oferta de Lucas
Fonte: Livro-texto.
Modelo de expectativas racionais (novo-clássico)
Fonte: Livro-texto.
Modelo de expectativas racionais (novo-clássico)
Fonte: Livro-texto.
Modelo de expectativas racionais (novo-clássico)
Modelo de “ilhas” (oferta) de Lucas
 A partirde um ambiente de informação imperfeita, Robert 
Lucas Jr. utilizou uma parábola para se referir às empresas: 
cada uma estaria em uma ilha isolada. Os moradores de 
cada ilha produzem bens e podem se encontrar em um 
local específico para realizarem trocas. Nesse modelo, os 
trabalhadores da ilha estão dispostos a trabalhar mais quando 
esperam que o produto de sua ilha atinja um preço (pi) alto em 
relação ao nível geral de preços da economia (p).
 Beta mais próximo de 1 
significa um aumento 
do preço.
 Beta mais próximo de 0 
significa um aumento da 
produção. 
 Se Beta for igual a 1, a 
curva de oferta agregada 
será vertical.
Modelo de expectativas racionais (novo-clássico)
E(p) = prognóstico estabelecido
p = nível de preços
Fonte: Livro-texto.
Modelo de expectativas racionais (novo-clássico)
 A chamada lei de Okun é derivada da formulação 
desenvolvida nos anos 1960 pelo economista Arthur 
Okun, que relaciona crescimento do produto a variações 
no desemprego. 
 A lei propõe que o hiato do produto (diferença entre produto 
potencial e produto efetivo) é proporcional à diferença entre a 
taxa de desemprego efetiva e a taxa natural de desemprego.
 Combinando-se a lei de Okun com a oferta de Lucas:
Fonte: Livro-texto.
Modelo de expectativas racionais (novo-clássico)
Fonte: Livro-texto.
Modelo de expectativas racionais (novo-clássico)
Fonte: Livro-texto.
Interatividade
Para a economia novo-clássica, é correto afirmar que:
I. as expectativas racionais implicam que os agentes 
não cometem erros sistemáticos;
II. os agentes utilizam e avaliam consistentemente todas 
as informações relevantes disponíveis;
III. uma situação de ótimo de Pareto não é desejável 
na relação de barganha entre os agentes.
a) Apenas a proposição I está correta.
b) Apenas a proposição II está correta.
c) I, II e III estão incorretas.
d) Apenas as proposições I e II estão corretas.
e) Apenas a proposição III está correta.
Teoria dos ciclos econômicos reais
De acordo com Blanchard (2011), é importante destacar dois 
pressupostos do modelo:
 Metodologicamente: baseado em microfundamentos, por 
exemplo, maximização de utilidade dos trabalhadores, dos 
empresários e expectativas racionais.
 Conceitualmente: as flutuações econômicas têm como origem 
os choques na oferta e não na demanda. Prescott acreditava 
que as alterações no produto real da economia fossem na 
realidade movimentos naturais do produto e não desajustes 
ou desvios do nível natural.
Teoria dos ciclos econômicos reais
 Expectativas racionais e sem assimetria de informação.
 A flexibilidade de preços sempre prevalece.
 Flutuações do produto agregado e de emprego são movidas 
por grandes mudanças aleatórias (por exemplo, choques 
tecnológicos).
 Uma variedade de mecanismos de propagação leva adiante 
o impacto do impulso inicial.
 Flutuações no emprego refletem mudanças voluntárias 
no número de horas que as pessoas escolhem dedicar 
ao trabalho (lazer e trabalho são substituíveis).
 Política monetária é irrelevante (moeda é neutra).
 Não há diferenças substanciais entre curto 
e longo prazos.
Teoria dos ciclos econômicos reais
Segundo Froyen (2006, p. 318), os teóricos dos ciclos reais 
de negócios interpretam essas flutuações como:
 “originárias de variações nas oportunidades reais 
da economia privada”. Tais mudanças podem ser causadas 
por fatores como choques na tecnologia, variações nas 
condições ambientais, alterações nos preços reais (relativos) 
de matérias-primas importadas (por exemplo, petróleo bruto) 
e mudanças nas alíquotas tributárias. Mudanças nas 
preferências individuais – por exemplo, preferência por 
bens em relação ao lazer – também implicam flutuações 
no produto.”
Teoria dos ciclos econômicos reais
 Taxa de juros, para a teoria de escolha intertemporal, 
expressa a escolha intertemporal entre o consumo presente 
e o futuro. Portanto, a taxa de juros e o prêmio que se recebe 
ao abrir mão do consumo presente para consumir no futuro. 
Caso a taxa de juros esteja alta, dada esta teoria, é preferível 
consumir no futuro, pois o prêmio é alto e, em detrimento 
disso, reduz-se o consumo presente. Assume-se que o 
consumidor seja forward looking e escolha o consumo 
para o presente e o futuro a fim de maximizar o nível de 
satisfação ao longo de toda a vida.
Teoria dos ciclos econômicos reais
Fonte: Livro-texto.
Teoria dos ciclos econômicos reais
Críticas ao modelo
 As observações sugerem que a difusão tecnológica 
tende a ser lenta.
 O processo de difusão tecnológica, no agregado, tende 
a produzir resultados suaves no produto agregado.
 A regressão técnica necessária para produzir recessões 
(afinal, as flutuações econômicas são fundamentalmente 
causadas por choques tecnológicos) não encontra 
microfundamentações plausíveis.
Interatividade
Acerca da teoria dos ciclos econômicos reais, escolha 
a alternativa incorreta.
a) Expectativas racionais e sem assimetria de informação.
b) A flexibilidade de preços sempre prevalece.
c) Flutuações do produto agregado e de emprego 
são movidas por grandes mudanças aleatórias, 
por exemplo, choques tecnológicos.
d) Uma variedade de mecanismos de propagação 
leva adiante o impacto do impulso inicial.
e) Política monetária é relevante (moeda não é neutra).
Modelos novos-keynesianos
 Incorpora elementos como expectativas racionais 
aos preceitos da escola keynesiana.
 Estudos sobre rigidez de preços (custo de menu) e salários 
e desequilíbrio de mercados.
 Desemprego involuntário e demanda efetiva.
Modelos novos-keynesianos
 Histerese: para tratar de variáveis que apresentam uma 
variação e tendência que se afasta de um valor ou média 
inicial e não volta a apresentar tendência de retorno para 
esse mesmo valor ou média iniciais.
 Por exemplo, se a média de desemprego é de 7% ao ano 
dentro de uma conjuntura em que a economia cresce 5% 
ao ano, mas, numa dada recessão econômica, a taxa de 
desemprego sobe para 10% ao ano e permanece a mesma 
em um cenário no qual a recessão econômica é superada, 
isto é, com crescimento econômico, denominaremos esse 
fato de histerese.
Modelos novos-keynesianos
Modelo de contrato de Taylor trabalha dentro de um contexto de 
expectativas racionais supondo duas hipóteses principais:
1. Os contratos de trabalho são sobrepostos, de forma que 
as decisões de salários da economia não serão feitas 
conjuntamente.
2. As decisões salariais são tomadas com base no nível de 
salário que se encontra em vigor no conjunto de firmas, o 
que transfere os efeitos dos choques de um contrato para 
outro, [...] como um contrato multiplicador.
Interatividade
Leia a afirmação a seguir: “[...] o modelo (novo-keynesiano) 
conserva e é construído com as mesmas ferramentas 
utilizadas pelos modelos novos-clássicos”. Sobre esse 
modelo, assinale a alternativa incorreta.
a) Agentes individuais racionais dotados 
de expectativas racionais.
b) Agentes são solidários e buscam maximizar 
o bem-estar social antes do bem-estar individual.
c) Busca por fundamentos microeconômicos para justificar 
flutuações macroeconômicas.
d) Utilizam abordagem matemática.
e) Todas as alternativas anteriores estão corretas.
ATÉ A PRÓXIMA!

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