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Breve Estudo dos Crimes Previstos nos arts. 304, 305, 307, 309, 311 e 312 do CTB Publicado por Aphonso Garbin 5 meses atrás Alisson Prestes Roque Ana Paula Cristóvão Aphonso Vinicius Garbin Ariane Ricardo Sumário 1. Introdução; 2. Das disposições gerais; 3. Dos crimes em espécie; 3.1 Omissão de socorro; 3.2 Fuga do local do acidente; 3.3 Violação suspensão ou proibição para condução de veículo automotor; 3.4 Direção de veículo automotor sem permissão para dirigir ou habilitação; 3.5 Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada; 3.6 Trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque, dentre outros; 3.7 Inovar artificiosamente em acidente automobilístico; 4. Disposições finais; 5. Bibliografia. Resumo O presente trabalho visa estudar os crimes previstos nos arts. 304, 305, 307, 309, 311 e 312 da Lei nº 9.503/97 (Código de Trânsito Brasileiro), com uma breve exposição inicial acerca das suas disposições, passando a análise de cada tipo penal previsto na referida lei. 1. Introdução O legislador, quando da elaboração da Lei nº 9.503/97, deu especial atenção às condutas ilícitas mais graves decorrentes do trânsito, tipificandoas como crime. JusBrasil Artigos 24 de junho de 2015 Sendo assim, no Capítulo XIX da referida lei, houve a disposição de diversos tipos penais, algumas inclusive constantes em lei geral (Código Penal), mas que não podem ser confundidas, dada a especialidade da conduta aqui prevista. Nos crimes de trânsito, o legislador não quis apenas majorar a pena de alguns crimes previamente existentes, tampouco incriminar outras que não existiam, mas sim dar maior conscientização ao condutor acerca de práticas potencialmente danosas, ou as que se consumam em dano. É uma nobre tentativa de fazer o condutor tomar maior cautela, agir com toda prudência, perícia e cuidado necessário na condução de um veículo automotor. Visa também evitar que a vítima seja deixada sem socorro, bem como amargue prejuízo em razão da fuga do condutor. Objetiva também evitar o prejuízo da instrução processual e aplicação das penalidades de cunho judiciário e administrativo. É importante salientar que o estudo do CTB é imperioso ao operador do Direito, vez que algumas práticas nele constantes se confundem com os crimes em geral, mas, dada sua especialidade, demandam processamento e punição diferenciados. 2. Das disposições gerais De início, em suas disposições gerais, o art. 291 do CTB, prevê que as normas gerais do Código Penal e de Processo Penal, bem como a Lei nº 9.099/95, aplicamse na ausência de disposições previstas em contrário, nos seguintes termos: Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos neste Código, aplicam se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal, se este Capítulo não dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que couber. Parágrafo único. Aplicamse aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa, de embriaguez ao volante, e de participação em competição não autorizada o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. § 1o Aplicase aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver: I sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência; II participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente; III transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinqüenta quilômetros por hora). § 2o Nas hipóteses previstas no § 1o deste artigo, deverá ser instaurado inquérito policial para a investigação da infração penal. Resta também disposto no CTB, em seu art. 292, que poderá figurar como penalidade principal, isolada ou cumulativamente, a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Neste sentido, prevê o art. 293 do mesmo Diploma Legal, que a penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação, tem a duração de dois meses a cinco anos, definindo em seu parágrafo primeiro que, quando do trânsito em julgado da sentença condenatória, o acusado será intimado para entregar ao judiciário, no prazo de quarenta e oito horas, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação, sendo que, conforme consta no parágrafo segundo, a penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor não será iniciada enquanto o agente, por efeito de condenação penal, estiver preso. É importante salientar que o não atendimento da ordem judicial pelo apenado, ensejará também as penalidades do crime previsto no art. 330 do CP, além da busca e apreensão do documento, mediante requerimento do Ministério Público ou ex officio pelo juiz[2]. Por medida de cautela, o art. 294 do CTB define que em todas as fases da investigação ou da ação penal, mostrandose necessária para a garantia da ordem pública, poderá o magistrado, como medida cautelar, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, ou ainda mediante representação da autoridade policial, decretar, motivadamente, a suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua obtenção, cabendo recurso em sentido estrito, sem efeito suspensivo, da referida decisão, conforme preceitua o parágrafo único do dispositivo. Ocorrendo a suspensão ou proibição do direito de dirigir ou obter permissão para tal, será sempre comunicada pelo judiciário ao Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), e ao órgão de trânsito do Estado em que o indiciado ou réu for domiciliado ou residente, conforme preceitua o art. 295 do CTB. Ademais, se o agente for reincidente na prática de crime de trânsito, o magistrado aplicará a penalidade de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor, sem prejuízo das demais sanções penais cabíveis, conforme preceitua o art. 296 do CTB. Porém, a reincidência de que trata o referido dispositivo abrange somente os crimes previstos na lei de trânsito, cabendo somente na reincursão destes crimes, pois caso contrário o magistrado não possuí tal faculdade[3]. Quanto à penalidade de multa reparatória, prevista no art. 297 do CTB, esta consiste no pagamento, em depósito em favor da vítima ou seus sucessores, de valor calculado com base no disposto no art. 49 do CP, quando ocorrendo prejuízo material, devendo ser adequada ao tanto do prejuízo demonstrado (parágrafo primeiro), descontandose da indenização civil tal valor (parágrafo terceiro). Define também o art. 298 do CTB as circunstâncias agravantes dos crimes de trânsito: Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos crimes de trânsito ter o condutor do veículo cometido a infração: I com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de grave dano patrimonial a terceiros; II utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas; III sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; IV com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria diferente da do veículo; V quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte de passageiros ou de carga; VI utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou características que afetem a sua segurança ou o seu funcionamento de acordo comos limites de velocidade prescritos nas especificações do fabricante; VII sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestres. Por fim, o art. 301 do CTB, prevê que não será imposta prisão em flagrante e nem se exigirá fiança ao condutor de veículo que prestar pronto e integral socorro à pessoa vitimada nos casos de acidentes de trânsito. 3. Dos crimes em espécie 3.1 Omissão de socorro Tal delito resta previsto no art. 304 do CTB, assim definido: Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazêlo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública: Penas detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não constituir elemento de crime mais grave. Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo, ainda que a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com ferimentos leves. Esse tipo penal incrimina aquele que, na ocasião de acidente, não presta socorro imediato à vítima, ou deixa de solicitar a autoridade pública competente para fazêlo. Nesse caso, a obrigação é do condutor de veículo no evento, independente de ter dado causa ao sinistro, pois, caso tenha motivado o acidente será responsabilizado na forma dos crimes previstos nos arts. 302 e 303 do CTB[4]. O sujeito ativo de tal crime é o condutor de veículo envolvido no acidente, enquanto o sujeito passivo é a vítima do acidente de trânsito[5]. O elemento subjetivo do tipo penal é o dolo, não se incriminando sua forma culposa, sendo seu objeto material a pessoa ferida e não socorrida, ao passo que seu objeto jurídico é a vida e a integridade física humana[6]. Quanto à sua classificação, é crime próprio; formal; de forma livre; omissivo; instantâneo; de perigo; unissubjetivo; unissubsistente; não admitido em forma tentada por ser delito omissivo próprio[7]. É crime subsidiário, na medida em que ocorrerá quando não existente as hipóteses mais graves previstas nos arts. 302 e 303 do CTB[8], sendo então absorvido pelo outro crime. Contudo, ocorrendo a absolvição do agente por conta desses crimes, persistirá a sanção do art. 304, se constante na denúncia e restando provada a sua ocorrência nos autos[9]. É importante salientar que, em caso de morte instantânea, omissão suprimida por terceiros melhor aparelhados para o socorro, ou vítima com ferimentos leves que se negam ao auxílio, o delito não se configura, não sendo passível de repreensão criminal[10]. 3.2 Fuga do local do acidente Este delito resta elencado no art. 305 do CTB, com o seguinte teor: Art. 305. Afastarse o condutor do veículo do local do acidente, para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída: Penas detenção, de seis meses a um ano, ou multa. Tratase de tipo incriminador que visa penalizar aquele que foge do local do acidente para evitar de ser responsabilizado civil e penalmente pelo ato praticado. O sujeito ativo deste delito é o condutor do veículo envolvido no acidente, enquanto que o sujeito passivo é o Estado[11]. Seu elemento subjetivo consiste no dolo em fugir à responsabilidade civil ou criminal, não se punindo a forma tentada, sendo seu objeto material o local do acidente, e jurídico a administração da justiça[12] No mais, este crime classificase como próprio; formal; de forma livre; comissivo, e excepcionalmente comissivo por omissão; instantâneo; unissubjetivo; plurissubsistente; admitindo tentativa[13]. Há entendimento também no sentido de que tal ilícito penal seja inconstitucional, baseado no principio de que ninguém é obrigado a fazer prova contra si, não havendo na espécie fundamento hábil a sustentar tal obrigação na conduta. Sendo assim, na âmbito penal, todo criminoso tem o direito de fugir a responsabilidade, exceto aquele de delito de trânsito[14]. 3.3 Violação suspensão ou proibição para condução de veículo automor Este crime resta elencado no art. 307 do CTB, nos seguintes termos: Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor imposta com fundamento neste Código: Penas detenção, de seis meses a um ano e multa, com nova imposição adicional de idêntico prazo de suspensão ou de proibição. Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o condenado que deixa de entregar, no prazo estabelecido no § 1º do art. 293, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação. Tratase, portanto, da violação de proibição de dirigir, consistente num tipo penal que visa tornar a efeito uma sanção ou medida cautelar imposta em razão de outro delito de trânsito. Sendo assim, suspenso o direito de dirigir, e o agente vier a descumprir tal ordem, logo incorrerá no referido crime[15]. Para incursão nesta conduta, não somente é necessário o descumprimento de proibição judicial, sendo também suficiente a proibição administrativa[16]. O sujeito ativo do deste delito é o agente proibido de dirigir, ao passo que o sujeito passivo é a sociedade[17]. O delito se consuma quando da condução de veículo automotor apesar da proibição ou suspenso do direito de dirigir[18]. O elemento subjetivo do referido delito consiste no dolo, não sendo aceito na forma culposa, tampouco exigindo elemento subjetivo específico[19]. Neste tipo penal seria possível a tentativa, como, por exemplo, na hipótese do agente pondose de forma eficaz a dirigir (início da execução), contudo não consegue colocar o veículo em circulação em razões alheias a sua vontade, o que na prática é muito difícil[20]. É também crime comissivo próprio, somente podendo ser praticado por aquele que teve seu direito de dirigir caçado ou suspenso, ou está proibido de obter permissão para dirigir[21]. Algo curioso deste delito é que o mesmo possuí pena acessória à principal, pois além da privativa de liberdade e multa, cabe ao julgador aplicar prazo adicional de suspensão ou proibição do direito de dirigir veículos na forma anteriormente fixada e descumprida[22]. Tal crime equiparase ao fato do agente não apresentar o documento devidamente intimado, pois incorrendo nesta conduta poderá dirigir, possuindo o documento necessário para apresentar à autoridade de trânsito[23]. No mais, tratase de delito de ação penal pública incondicionada[24], sendo crime próprio; de mera conduta e forma livre; comissivo, excepcionalmente omisso por omissão; instantâneo; de perigo abstrato; unissubjetivo; plurissubsistente; e, conforme já exposto, admitese tentativa, em que pese seja de difícil configuração[25], entendendo alguns doutrinadores pela impossibilidade. 3.4 Direção de veículo automotor sem permissão para dirigir ou habilitação Este crime está previsto no art. 309 do CTB nos seguintes termos: Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano: Penas detenção, de seis meses a um ano, ou multa. É o tipo penal que pune aquele que conduz veículo automotor em via pública sem permissão ou habilitação para dirigir. O sujeito ativo de tal crime pode ser qualquer pessoa, ao passo que o sujeito passivo é a sociedade. Seu elemento subjetivo é o dolo de perigo, não se punindo a modalidade culposa. Seu objeto material é o veículo automotor, ao passo que o jurídico é a segurança viária[26]. Tal crime se configura como comum; formal; de forma livre; comissivo, e excepcionalmente comissivo por omissão; instantâneo; de perigo concreto; unisubjetivo; plurissubsistente; admitido na forma tentada, em que pese sua difícil configuração[27]. É condição básicado delito que este seja praticado em via pública, pois na circulação em local particular não haverá movimentação de outros veículos ou pessoas[28]. 3.5 Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada Este delito, elencado no art. 310 do CTB, assim se caracteriza: Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em condições de conduzilo com segurança: Penas detenção, de seis meses a um ano, ou multa. É o tipo penal incriminador da conduta daquele que permite, confia ou entrega a direção de veículo automotor à pessoa não habilitada para conduzilo, seja por falta de habilitação, estado de saúde física ou mental, assim como pela embriaguez, não sendo necessário que seja completa, bastando apenas que o condutor esteja sob influencia de álcool ou substância de efeito análogo[29]. O sujeito ativo deste crime pode ser qualquer pessoa, sendo que o passivo será a sociedade. Seu elemento subjetivo é o dolo de perigo, não admitindo a forma culposa. Seu objeto material é a direção do veículo automotor, ao passo que o jurídico é a segurança viária[30]. Este crime se classifica como comum; formal; de forma livre; comissivo, excepcionalmente comissivo por omissão; instantâneo; de perigo abstrato; unissubjetivo; plurissubsistente; admitido na forma tentada, apesar da sua difícil configuração[31]. 3.6 Trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque, dentre outros Este crime resta elencado no art. 311 do CTB, nos seguintes termos: Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja grande movimentação ou concentração de pessoas, gerando perigo de dano: Penas detenção, de seis meses a um ano, ou multa. Este tipo penal visa responsabilizar aquele que conduz veículo automotor em velocidade incompatível com lugares públicos com grande concentração de pessoas, provocando o perigo concreto[32]. Como sujeito ativo do referido crime pode figurar qualquer pessoa, já no polo passivo é a sociedade. Seu elemento subjetivo é o dolo de perigo, não admitindo punição na sua forma culposa. Seu objeto material é o veículo automotor, ao passo que o jurídico é a segurança viária[33]. Esse delito se classifica como comum; formal; de forma livre; comissivo, excepcionalmente comissivo por omissão; instantâneo; de perigo concreto; unissubjetivo; unissubsistente; não admitido na forma tentada por se tratar de tipo cometido em apenas um ato[34]. No mais, é importante destacar que se trata de norma penal em branco, complementada nas normas de trânsito de cada local, verificandose qual é a velocidade adequada à via[35]. 3.7 Inovar artificiosamente em acidente automobilístico Figurando como último delito previsto no CTB, este crime consta no art. 312 do referido codex, nos seguintes termos: Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de acidente automobilístico com vítima, na pendência do respectivo procedimento policial preparatório, inquérito policial ou processo penal, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, a fim de induzir a erro o agente policial, o perito, ou juiz: Penas detenção, de seis meses a um ano, ou multa. Parágrafo único. Aplicase o disposto neste artigo, ainda que não iniciados, quando da inovação, o procedimento preparatório, o inquérito ou o processo aos quais se refere. Este tipo penal visa incriminar aquele que frauda o processo, mediante inovação, quando de acidente automobilístico que gerou vítima, podendo ser antes ou durante a investigação criminal, induzindo ao erro o juiz, agente policial ou perito[36]. O sujeito ativo deste delito pode ser qualquer pessoa, ao passo que o passivo é o Estado. Seu elemento subjetivo é o dolo, exigindo a indução ao erro, não se punindo na forma culposa. Seu objeto material é o lugar, a coisa ou a pessoa objeto da inovação artificial, ao passo que o jurídico é a administração da justiça[37]. Tal delito se classifica como comum; formal; de forma livre; comissivo, e excepcionalmente comissivo por omissão; instantâneo; unissubjetivo; plurissubsistente; admitido na forma tentada[38]. 4. Disposições finais Os crimes previstos no CTB não somente visam aumentar a reprimenda aos tipos penais preexistentes e criar novos, mas sim levar o condutor a agir com maior prudência, perícia e cuidado quando da direção de veículo automotor. Demanda o CTB levar o condutor a agir de acordo com as disposições de trânsito nele contidas, repreendendo de forma rigorosa algumas condutas, ante ao trânsito caótico que presenciamos no dia a dia das cidades brasileiras. No mais, o estudo da disposição especial é imperioso ao jurista na medida em que, além daqueles tipos penais não constantes na lei geral, outros se assemelham com os préexistentes, porém não podem ser confundidos pelo operador jurídico. 5. Bibliografia JUNQUEIRA, Gustavo Octaviano Diniz; FULLER, Paulo Henrique Aranda. Legislação penal especial. 1. V. 5. Ed. São Paulo: Premier Maxima, 2008. NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas. 5. Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010. NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal comentado. 4 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003. RIZZARDO, Arnaldo. Comentários ao Código de Trânsito Brasileiro. 7. Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008. [1] Atividade acadêmica prescrita pelo Prof. Juliano Luis Cavalcanti, como requisito à obtenção de nota na disciplina Legislação Especial Penal, com alterações. [2]RIZZARDO, Arnaldo. Comentários ao Código de Trânsito Brasileiro, p. 579. [3]RIZZARDO, Arnaldo. Comentários ao Código de Trânsito Brasileiro, p. 583. [4]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1248. [5]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1248. [6]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1248. [7]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1249. [8]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1249. [9]RIZZARDO, Arnaldo. Comentários ao Código de Trânsito Brasileiro, p. 599. [10]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1249. [11]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1250. [12]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1250. [13]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1250. [14]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1250. [15]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1254. [16]JUNQUEIRA, Gustavo Octaviano Diniz; FULLER, Paulo Henrique Aranda. Legislação penal especial, p. 400. [17]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1254. [18]JUNQUEIRA, Gustavo Octaviano Diniz; FULLER, Paulo Henrique Aranda. Legislação penal especial, p. 401. [19]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1255. [20]JUNQUEIRA, Gustavo Octaviano Diniz; FULLER, Paulo Henrique Aranda. Legislação penal especial, p. 401. [21]JUNQUEIRA, Gustavo Octaviano Diniz; FULLER, Paulo Henrique Aranda. Legislação penal especial, p. 401. [22]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 12541255. [23]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1255. [24]JUNQUEIRA, Gustavo Octaviano Diniz; FULLER, Paulo Henrique Aranda. Legislação penal especial,p. 401. [25]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1254. [26]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1256. [27]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1256. [28]RIZZARDO, Arnaldo. Comentários ao Código de Trânsito Brasileiro, p. 606. [29]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 12561257. [30]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1257. [31]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1257. [32]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1257. [33]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1257. [34]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1257. [35]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1257. [36]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1258. [37]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1258. [38]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1258. Disponível em: http://aphonso.jusbrasil.com.br/artigos/159437109/breveestudodoscrimesprevistosnos arts304305307309311e312doctb 5 publicações 46 seguidores Aphonso Garbin Advogado Advogado. Bacharel em Direito pela Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI). Tem experiência na área de Direito, com ênfase no Direito Penal, Processual Penal e pleitos indenizatórios. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/2001037312884779. Email: aphonso@outlook.com
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