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Breve Estudo dos Crimes Previstos nos arts. 304, 305, 307, 309, 311 e 312 do CTB

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Breve Estudo dos Crimes Previstos nos arts. 304,
305, 307, 309, 311 e 312 do CTB
Publicado por Aphonso Garbin ­ 5 meses atrás
Alisson Prestes Roque
Ana Paula Cristóvão
Aphonso Vinicius Garbin
Ariane Ricardo
Sumário
1.  Introdução; 2. Das disposições gerais; 3. Dos crimes em espécie; 3.1 Omissão de socorro; 3.2 Fuga
do  local do acidente; 3.3 Violação suspensão ou proibição para condução de veículo automotor; 3.4
Direção de veículo automotor sem permissão para dirigir ou habilitação; 3.5 Permitir,  confiar ou entregar a
direção de veículo automotor a pessoa não habilitada; 3.6 Trafegar em velocidade  incompatível com a
segurança nas proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque, dentre outros;
3.7  Inovar artificiosamente em acidente automobilístico; 4. Disposições  finais; 5. Bibliografia.
Resumo
O presente  trabalho visa estudar os crimes previstos nos arts. 304, 305, 307, 309, 311 e 312 da Lei nº
9.503/97  (Código de Trânsito Brasileiro),  com uma breve exposição  inicial acerca das suas disposições,
passando a análise de cada  tipo penal previsto na  referida  lei.
1.  Introdução
O  legislador, quando da elaboração da Lei nº 9.503/97, deu especial atenção às condutas  ilícitas mais
graves decorrentes do  trânsito,  tipificando­as como crime.
JusBrasil ­ Artigos
24 de  junho de 2015
Sendo assim, no Capítulo XIX da  referida  lei, houve a disposição de diversos  tipos penais, algumas
inclusive constantes em  lei geral  (Código Penal), mas que não podem ser confundidas, dada a
especialidade da conduta aqui prevista.
Nos crimes de  trânsito, o  legislador não quis apenas majorar a pena de alguns crimes previamente
existentes,  tampouco  incriminar outras que não existiam, mas sim dar maior conscientização ao condutor
acerca de práticas potencialmente danosas, ou as que se consumam em dano. É uma nobre  tentativa de
fazer o condutor  tomar maior cautela, agir  com  toda prudência, perícia e cuidado necessário na condução
de um veículo automotor.
Visa  também evitar que a vítima seja deixada sem socorro, bem como amargue prejuízo em  razão da
fuga do condutor. Objetiva  também evitar o prejuízo da  instrução processual e aplicação das penalidades
de cunho  judiciário e administrativo.
É  importante salientar que o estudo do CTB é  imperioso ao operador do Direito, vez que algumas práticas
nele constantes se confundem com os crimes em geral, mas, dada sua especialidade, demandam
processamento e punição diferenciados.
2. Das disposições gerais
De  início, em suas disposições gerais, o art. 291 do CTB, prevê que as normas gerais do Código Penal  e
de Processo Penal, bem como a Lei nº 9.099/95, aplicam­se na ausência de disposições previstas em
contrário, nos seguintes  termos:
Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos neste Código, aplicam­
se as normas gerais do Código Penal  e do Código de Processo Penal,  se este Capítulo não dispuser
de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que couber.
Parágrafo único. Aplicam­se aos crimes de  trânsito de  lesão corporal culposa, de embriaguez ao
volante, e de participação em competição não autorizada o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei nº
9.099, de 26 de setembro de 1995.
§ 1o Aplica­se aos crimes de  trânsito de  lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei
no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver:
I  ­  sob a  influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência;
II  ­ participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição ou
demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente;
III  ­  transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h  (cinqüenta
quilômetros por hora).
§ 2o Nas hipóteses previstas no § 1o deste artigo, deverá ser  instaurado  inquérito policial para a
investigação da  infração penal.
Resta  também disposto no CTB, em seu art. 292, que poderá  figurar como penalidade principal,  isolada
ou cumulativamente, a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir
veículo automotor.
Neste sentido, prevê o art. 293 do mesmo Diploma Legal, que a penalidade de suspensão ou de proibição
de se obter a permissão ou a habilitação,  tem a duração de dois meses a cinco anos, definindo em seu
parágrafo primeiro que, quando do  trânsito em  julgado da sentença condenatória, o acusado será  intimado
para entregar ao  judiciário, no prazo de quarenta e oito horas, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de
Habilitação, sendo que, conforme consta no parágrafo segundo, a penalidade de suspensão ou de
proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir  veículo automotor não será  iniciada
enquanto o agente, por efeito de condenação penal, estiver preso.
É  importante salientar que o não atendimento da ordem  judicial pelo apenado, ensejará  também as
penalidades do crime previsto no art. 330 do CP, além da busca e apreensão do documento, mediante
requerimento do Ministério Público ou ex officio pelo  juiz[2].
Por medida de cautela, o art. 294 do CTB define que em  todas as  fases da  investigação ou da ação
penal, mostrando­se necessária para a garantia da ordem pública, poderá o magistrado, como medida
cautelar, de ofício, ou a  requerimento do Ministério Público, ou ainda mediante  representação da
autoridade policial, decretar, motivadamente, a suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir
veículo automotor, ou a proibição de sua obtenção, cabendo  recurso em sentido estrito,  sem efeito
suspensivo, da  referida decisão, conforme preceitua o parágrafo único do dispositivo.
Ocorrendo a suspensão ou proibição do direito de dirigir ou obter permissão para  tal,  será sempre
comunicada pelo  judiciário ao Conselho Nacional de Trânsito  (CONTRAN), e ao órgão de  trânsito do
Estado em que o  indiciado ou  réu  for domiciliado ou  residente, conforme preceitua o art. 295 do CTB.
Ademais, se o agente  for  reincidente na prática de crime de  trânsito, o magistrado aplicará a penalidade
de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir  veículo automotor,  sem prejuízo das demais
sanções penais cabíveis, conforme preceitua o art. 296 do CTB. Porém, a  reincidência de que  trata o
referido dispositivo abrange somente os crimes previstos na  lei de  trânsito, cabendo somente na
reincursão destes crimes, pois caso contrário o magistrado não possuí  tal  faculdade[3].
Quanto à penalidade de multa  reparatória, prevista no art. 297 do CTB, esta consiste no pagamento, em
depósito em  favor da vítima ou seus sucessores, de valor calculado com base no disposto no art. 49 do
CP, quando ocorrendo prejuízo material, devendo ser adequada ao  tanto do prejuízo demonstrado
(parágrafo primeiro), descontando­se da  indenização civil  tal  valor  (parágrafo  terceiro).
Define  também o art. 298 do CTB as circunstâncias agravantes dos crimes de  trânsito:
Art. 298.  São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos crimes de  trânsito  ter o condutor
do veículo cometido a  infração:
I  ­  com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande  risco de grave dano patrimonial a
terceiros;
II  ­ utilizando o veículo sem placas, com placas  falsas ou adulteradas;
III  ­  sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
IV  ­ com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria diferente da do veículo;
V  ­ quando a sua profissão ou atividade exigir  cuidados especiais com o  transporte de passageiros ou
de carga;
VI  ­ utilizando veículo em que  tenham sido adulterados equipamentos ou características que afetem a
sua segurança ou o seu  funcionamento de acordo comos  limites de velocidade prescritos nas
especificações do  fabricante;
VII  ­  sobre  faixa de  trânsito  temporária ou permanentemente destinada a pedestres.
Por  fim, o art. 301 do CTB, prevê que não será  imposta prisão em  flagrante e nem se exigirá  fiança ao
condutor de veículo que prestar pronto e  integral socorro à pessoa vitimada nos casos de acidentes de
trânsito.
3. Dos crimes em espécie
3.1 Omissão de socorro
Tal delito  resta previsto no art. 304 do CTB, assim definido:
Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar  imediato socorro à vítima,
ou, não podendo  fazê­lo diretamente, por  justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública:
Penas  ­ detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o  fato não constituir elemento de crime mais
grave.
Parágrafo único.  Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo, ainda que a sua
omissão seja suprida por  terceiros ou que se  trate de vítima com morte  instantânea ou com  ferimentos
leves.
Esse  tipo penal  incrimina aquele que, na ocasião de acidente, não presta socorro  imediato à vítima, ou
deixa de solicitar a autoridade pública competente para  fazê­lo. Nesse caso, a obrigação é do condutor de
veículo no evento,  independente de  ter dado causa ao sinistro, pois, caso  tenha motivado o acidente será
responsabilizado na  forma dos crimes previstos nos arts. 302 e 303 do CTB[4].
O sujeito ativo de  tal  crime é o condutor de veículo envolvido no acidente, enquanto o sujeito passivo é a
vítima do acidente de  trânsito[5].
O elemento subjetivo do  tipo penal é o dolo, não se  incriminando sua  forma culposa, sendo seu objeto
material a pessoa  ferida e não socorrida, ao passo que seu objeto  jurídico é a vida e a  integridade  física
humana[6].
Quanto à sua classificação, é crime próprio;  formal; de  forma  livre; omissivo;  instantâneo; de perigo;
unissubjetivo; unissubsistente; não admitido em  forma  tentada por ser delito omissivo próprio[7].
É crime subsidiário, na medida em que ocorrerá quando não existente as hipóteses mais graves previstas
nos arts. 302 e 303 do CTB[8],  sendo então absorvido pelo outro crime. Contudo, ocorrendo a absolvição
do agente por conta desses crimes, persistirá a sanção do art. 304, se constante na denúncia e  restando
provada a sua ocorrência nos autos[9].
É  importante salientar que, em caso de morte  instantânea, omissão suprimida por  terceiros melhor
aparelhados para o socorro, ou vítima com  ferimentos  leves que se negam ao auxílio, o delito não se
configura, não sendo passível de  repreensão criminal[10].
3.2 Fuga do  local do acidente
Este delito  resta elencado no art. 305 do CTB, com o seguinte  teor:
Art. 305.  Afastar­se o condutor do veículo do  local do acidente, para  fugir à  responsabilidade penal ou
civil que  lhe possa ser atribuída:
Penas  ­ detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Trata­se de  tipo  incriminador que visa penalizar aquele que  foge do  local do acidente para evitar de ser
responsabilizado civil e penalmente pelo ato praticado.
O sujeito ativo deste delito é o condutor do veículo envolvido no acidente, enquanto que o sujeito passivo
é o Estado[11].
Seu elemento subjetivo consiste no dolo em  fugir à  responsabilidade civil ou criminal, não se punindo a
forma  tentada, sendo seu objeto material o  local do acidente, e  jurídico a administração da  justiça[12]
No mais, este crime classifica­se como próprio;  formal; de  forma  livre; comissivo, e excepcionalmente
comissivo por omissão;  instantâneo; unissubjetivo; plurissubsistente; admitindo  tentativa[13].
Há entendimento  também no sentido de que  tal  ilícito penal seja  inconstitucional, baseado no principio de
que ninguém é obrigado a  fazer prova contra si, não havendo na espécie  fundamento hábil a sustentar  tal
obrigação na conduta. Sendo assim, na âmbito penal,  todo criminoso  tem o direito de  fugir a
responsabilidade, exceto aquele de delito de  trânsito[14].
3.3 Violação suspensão ou proibição para condução de veículo automor
Este crime  resta elencado no art. 307 do CTB, nos seguintes  termos:
Art. 307.  Violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir  veículo
automotor  imposta com  fundamento neste Código:
Penas  ­ detenção, de seis meses a um ano e multa, com nova  imposição adicional de  idêntico prazo
de suspensão ou de proibição.
Parágrafo único. Nas mesmas penas  incorre o condenado que deixa de entregar, no prazo estabelecido
no § 1º do art. 293, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação.
Trata­se, portanto, da violação de proibição de dirigir,  consistente num  tipo penal que visa  tornar a efeito
uma sanção ou medida cautelar  imposta em  razão de outro delito de  trânsito. Sendo assim, suspenso o
direito de dirigir, e o agente vier a descumprir  tal ordem,  logo  incorrerá no  referido crime[15].
Para  incursão nesta conduta, não somente é necessário o descumprimento de proibição  judicial,  sendo
também suficiente a proibição administrativa[16].
O sujeito ativo do deste delito é o agente proibido de dirigir, ao passo que o sujeito passivo é a
sociedade[17].
O delito se consuma quando da condução de veículo automotor apesar da proibição ou suspenso do
direito de dirigir[18].
O elemento subjetivo do  referido delito consiste no dolo, não sendo aceito na  forma culposa,  tampouco
exigindo elemento subjetivo específico[19].
Neste  tipo penal seria possível a  tentativa, como, por exemplo, na hipótese do agente pondo­se de  forma
eficaz a dirigir  (início da execução), contudo não consegue colocar o veículo em circulação em  razões
alheias a sua vontade, o que na prática é muito difícil[20].
É  também crime comissivo próprio, somente podendo ser praticado por aquele que  teve seu direito de
dirigir  caçado ou suspenso, ou está proibido de obter permissão para dirigir[21].
Algo curioso deste delito é que o mesmo possuí pena acessória à principal, pois além da privativa de
liberdade e multa, cabe ao  julgador aplicar prazo adicional de suspensão ou proibição do direito de dirigir
veículos na  forma anteriormente  fixada e descumprida[22].
Tal crime equipara­se ao  fato do agente não apresentar o documento devidamente  intimado, pois
incorrendo nesta conduta poderá dirigir, possuindo o documento necessário para apresentar à autoridade
de  trânsito[23].
No mais,  trata­se de delito de ação penal pública  incondicionada[24],  sendo crime próprio; de mera
conduta e  forma  livre; comissivo, excepcionalmente omisso por omissão;  instantâneo; de perigo abstrato;
unissubjetivo; plurissubsistente; e, conforme  já exposto, admite­se  tentativa, em que pese seja de difícil
configuração[25], entendendo alguns doutrinadores pela  impossibilidade.
3.4 Direção de veículo automotor sem permissão para dirigir ou habilitação
Este crime está previsto no art. 309 do CTB nos seguintes  termos:
Art. 309.  Dirigir  veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação
ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano:
Penas  ­ detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
É o  tipo penal que pune aquele que conduz veículo automotor em via pública sem permissão ou
habilitação para dirigir.
O sujeito ativo de  tal  crime pode ser qualquer pessoa, ao passo que o sujeito passivo é a sociedade. Seu
elemento subjetivo é o dolo de perigo, não se punindo a modalidade culposa. Seu objeto material é o
veículo automotor, ao passo que o  jurídico é a segurança viária[26].
Tal crime se configura como comum;  formal; de  forma  livre; comissivo, e excepcionalmente comissivo
por omissão;  instantâneo; de perigo concreto; unisubjetivo; plurissubsistente; admitido na  forma  tentada,
em que pese sua difícil  configuração[27].
É condição básicado delito que este seja praticado em via pública, pois na circulação em  local particular
não haverá movimentação de outros veículos ou pessoas[28].
3.5 Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada
Este delito, elencado no art. 310 do CTB, assim se caracteriza:
Art. 310.  Permitir,  confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada, com
habilitação cassada ou com o direito de dirigir  suspenso, ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde,
física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em condições de conduzi­lo com segurança:
Penas  ­ detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
É o  tipo penal  incriminador da conduta daquele que permite, confia ou entrega a direção de veículo
automotor à pessoa não habilitada para conduzi­lo,  seja por  falta de habilitação, estado de saúde  física
ou mental, assim como pela embriaguez, não sendo necessário que seja completa, bastando apenas que
o condutor esteja sob  influencia de álcool ou substância de efeito análogo[29].
O sujeito ativo deste crime pode ser qualquer pessoa, sendo que o passivo será a sociedade. Seu
elemento subjetivo é o dolo de perigo, não admitindo a  forma culposa. Seu objeto material é a direção do
veículo automotor, ao passo que o  jurídico é a segurança viária[30].
Este crime se classifica como comum;  formal; de  forma  livre; comissivo, excepcionalmente comissivo por
omissão;  instantâneo; de perigo abstrato; unissubjetivo; plurissubsistente; admitido na  forma  tentada,
apesar da sua difícil  configuração[31].
3.6 Trafegar em velocidade  incompatível com a segurança nas proximidades de escolas, hospitais,
estações de embarque e desembarque, dentre outros
Este crime  resta elencado no art. 311 do CTB, nos seguintes  termos:
Art. 311.  Trafegar em velocidade  incompatível com a segurança nas proximidades de escolas,
hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros,  logradouros estreitos, ou onde haja
grande movimentação ou concentração de pessoas, gerando perigo de dano:
Penas  ­ detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Este  tipo penal visa  responsabilizar aquele que conduz veículo automotor em velocidade  incompatível
com  lugares públicos com grande concentração de pessoas, provocando o perigo concreto[32].
Como sujeito ativo do  referido crime pode  figurar qualquer pessoa,  já no polo passivo é a sociedade. Seu
elemento subjetivo é o dolo de perigo, não admitindo punição na sua  forma culposa. Seu objeto material é
o veículo automotor, ao passo que o  jurídico é a segurança viária[33].
Esse delito se classifica como comum;  formal; de  forma  livre; comissivo, excepcionalmente comissivo
por omissão;  instantâneo; de perigo concreto; unissubjetivo; unissubsistente; não admitido na  forma
tentada por se  tratar de  tipo cometido em apenas um ato[34].
No mais, é  importante destacar que se  trata de norma penal em branco, complementada nas normas de
trânsito de cada  local,  verificando­se qual é a velocidade adequada à via[35].
3.7  Inovar artificiosamente em acidente automobilístico
Figurando como último delito previsto no CTB, este crime consta no art. 312 do  referido codex, nos
seguintes  termos:
Art. 312.  Inovar artificiosamente, em caso de acidente automobilístico com vítima, na pendência do
respectivo procedimento policial preparatório,  inquérito policial ou processo penal, o estado de  lugar, de
coisa ou de pessoa, a  fim de  induzir a erro o agente policial, o perito, ou  juiz:
Penas  ­ detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Parágrafo único. Aplica­se o disposto neste artigo, ainda que não  iniciados, quando da  inovação, o
procedimento preparatório, o  inquérito ou o processo aos quais se  refere.
Este  tipo penal visa  incriminar aquele que  frauda o processo, mediante  inovação, quando de acidente
automobilístico que gerou vítima, podendo ser antes ou durante a  investigação criminal,  induzindo ao erro
o  juiz, agente policial ou perito[36].
O sujeito ativo deste delito pode ser qualquer pessoa, ao passo que o passivo é o Estado. Seu elemento
subjetivo é o dolo, exigindo a  indução ao erro, não se punindo na  forma culposa. Seu objeto material é o
lugar, a coisa ou a pessoa objeto da  inovação artificial, ao passo que o  jurídico é a administração da
justiça[37].
Tal delito se classifica como comum;  formal; de  forma  livre; comissivo, e excepcionalmente comissivo
por omissão;  instantâneo; unissubjetivo; plurissubsistente; admitido na  forma  tentada[38].
4. Disposições  finais
Os crimes previstos no CTB não somente visam aumentar a  reprimenda aos  tipos penais preexistentes e
criar novos, mas sim  levar o condutor a agir  com maior prudência, perícia e cuidado quando da direção
de veículo automotor.
Demanda o CTB levar o condutor a agir de acordo com as disposições de  trânsito nele contidas,
repreendendo de  forma  rigorosa algumas condutas, ante ao  trânsito caótico que presenciamos no dia a
dia das cidades brasileiras.
No mais, o estudo da disposição especial é  imperioso ao  jurista na medida em que, além daqueles  tipos
penais não constantes na  lei geral, outros se assemelham com os pré­existentes, porém não podem ser
confundidos pelo operador  jurídico.
5. Bibliografia
JUNQUEIRA, Gustavo Octaviano Diniz; FULLER, Paulo Henrique Aranda. Legislação penal especial. 1. V.
5. Ed. São Paulo: Premier Maxima, 2008.
NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas. 5. Ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2010.
NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal  comentado. 4 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003.
RIZZARDO, Arnaldo. Comentários ao Código de Trânsito Brasileiro. 7. Ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2008.
[1]  Atividade acadêmica prescrita pelo Prof.  Juliano Luis Cavalcanti,  como  requisito à obtenção de nota
na disciplina Legislação Especial Penal,  com alterações.
[2]RIZZARDO, Arnaldo. Comentários ao Código de Trânsito Brasileiro, p. 579.
[3]RIZZARDO, Arnaldo. Comentários ao Código de Trânsito Brasileiro, p. 583.
[4]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1248.
[5]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1248.
[6]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1248.
[7]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1249.
[8]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1249.
[9]RIZZARDO, Arnaldo. Comentários ao Código de Trânsito Brasileiro, p. 599.
[10]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1249.
[11]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1250.
[12]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1250.
[13]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1250.
[14]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1250.
[15]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1254.
[16]JUNQUEIRA, Gustavo Octaviano Diniz; FULLER, Paulo Henrique Aranda. Legislação penal especial,
p. 400.
[17]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1254.
[18]JUNQUEIRA, Gustavo Octaviano Diniz; FULLER, Paulo Henrique Aranda. Legislação penal especial,
p. 401.
[19]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1255.
[20]JUNQUEIRA, Gustavo Octaviano Diniz; FULLER, Paulo Henrique Aranda. Legislação penal especial,
p. 401.
[21]JUNQUEIRA, Gustavo Octaviano Diniz; FULLER, Paulo Henrique Aranda. Legislação penal especial,
p. 401.
[22]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1254­1255.
[23]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1255.
[24]JUNQUEIRA, Gustavo Octaviano Diniz; FULLER, Paulo Henrique Aranda. Legislação penal especial,p. 401.
[25]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1254.
[26]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1256.
[27]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1256.
[28]RIZZARDO, Arnaldo. Comentários ao Código de Trânsito Brasileiro, p. 606.
[29]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1256­1257.
[30]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1257.
[31]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1257.
[32]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1257.
[33]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1257.
[34]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1257.
[35]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1257.
[36]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1258.
[37]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1258.
[38]NUCCI, Guilherme de Souza. Leis penais e processuais comentadas, p. 1258.
Disponível em: http://aphonso.jusbrasil.com.br/artigos/159437109/breve­estudo­dos­crimes­previstos­nos­
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