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1368378 - RECURSO DE APELAÇÃO - DANOS MORAIS - REDE - VIVIAN ROZI MAGRO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 03ª VARA CÍVEL DO FORO DA COMARCA DE PIRASSUNUNGA - SP
PROCESSO Nº 1001635-93.2017.8.26.0457
 			TIM CELULAR S.A., devidamente qualificada nos autos da ação em epígrafe movida por VIVIAN ROZI MAGRO, vem, respeitosamente, com fundamento nos artigos 1009 e seguintes, do Código de Processo Civil, interpor o presente RECURSO DE APELAÇÃO, pelas razões a seguir expostas.		
Requer seja o presente recurso recebido no duplo efeito, quais sejam, suspensivo e devolutivo, nos termos do artigo 1.012, do Código de Processo Civil.
 		Outrossim, requer a juntada da guia comprobatória do recolhimento das custas judiciais de preparo e porte de remessa e retorno, protestando pelo recolhimento de eventual diferença que vier a ser apurada, para os fins e efeitos de direito.
 Por fim, requer que as intimações de todos os atos deste processo sejam realizadas exclusivamente em nome de DR. ANTONIO RODRIGO SANT’ANA INSCRITO NA OAB/SP 234.190, sob pena de nulidade.
Termos em que,
Pede deferimento.
Barueri, 19 de abril de 2018.
KESLEY HUMEL WAGNER ANTONIO RODRIGOSANT’ANA
 OAB/SP 212.779 OAB/SP 234.190
RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO
Apelante: TIM CELULAR S.A
Apelada: VIVIAN ROZI MAGRO
Autos nº 1001635-93.2017.8.26.0457
MM. JUÍZO DA 03ª VARA CÍVEL DO FORO DA COMARCA DE PIRASSUNUNGA – SP.
	 Colenda Câmara,
	 			 	Ínclitos Julgadores
I- SÍNTESE DA DEMANDA
Trata-se de ação de indenização por danos morais na qual a autora alega que teria ficado sem sinal em um determinado período, o que lhe causou supostos prejuízos. 
Segundo as alegações da Autora esta aduziu que a linha de telefone apresentou falhas no serviço, como “ausência de sinal”, dificuldade e realizar qualquer ligação e constantes quedas de chamadas NO PERÍODO DE 04/2017 a 16/05/2017. 
Alega ainda ter entrado em contato com a requerida através de protocolos, porém, nada foi solucionado. 
Diante do acima exposto, a Autora ajuizou a presente demanda requerendo a condenação da Ré: (i) medida liminar inaudita altera pars para que seja determinar o imediato restabelecimento do serviço pela Ré, sob pena de multa diária; (ii) indenização a título de dano moral, em valor a ser arbitrado por V.Exª; (iii) A inversão legal do ônus da prova nos termos do art. 14, §3º e 38 do CDC. 
 Processado o feito, sobreveio a r.sentença que julgou a ação procedente, nos seguintes termos:
“... Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido para condenar a ré TIM CELULAR S/A a pagar à autora VIVIAN ROZI MAGRO a importância de R$ 9.800,00 (nove mil e oitocentos reais), acrescida de correção monetária a partir desta data e juros legais de mora de 1% a contar da citação. Por causa da sucumbência, arcará a ré com as custas, despesas processuais e honorários advocatícios da parte adversa, que fixo em 10% do valor atribuído à causa. P.R.I.C...”(g.n)
Ocorre que, em que pesem as razões lançadas pelo MM. Juiz de Primeira Instância, a r. sentença de fls. Não merece prosperar, devendo ser totalmente reformada por este Egrégio Tribunal de Justiça, e ainda mais com relação ao valor da indenização arbitrada a título de danos morais, conforme a seguir será demonstrado.
II- DA NECESSIDADE DE REFORMA DA R. SENTENÇA
A) Da realidade dos fatos 
Toda a celeuma posta na presente demanda reside no fato que a apelada afirma que o sinal da apelante é extremamente instável e causa-lhe diversos problemas para realizar ligações, entretanto, a área de reclamação da parte apelada é coberta pela empresa Ré. 
Não obstante, de acordo com a cláusula 8.9 do termo de compromisso do SMP as áreas atendidas pelos sistemas de comunicação móvel não estão isentas a existência de áreas de sombra, onde o sinal poderá oscilar. 
Além disso, enfatiza-se o termo 2.1.1 do Contrato de Prestação do Serviço Móvel Pessoal (regulamentado junto à ANATEL):
2.1.1 - O CLIENTE declara conhecer as condições, prazos e preços referentes ao Plano de Serviço de sua opção, declarando, ainda, conhecer toda a área de serviço constante do Mapa de Cobertura da TIM, onde será prestado o SMP, conforme manual e folhetos entregues, informações disponíveis nas Lojas TIM e no www.tim.com.br. 
Ora nobres julgadores, seria extremamente fácil aos usuários dos serviços de telefonia simplesmente afirmar falha no sinal da operadora, sem fazer qualquer prova e então ingressar com uma ação judicial, tal como fez a Autora e tal como foi acatado erroneamente pelo juízo “a quo”. 
Ademais, observa a apelante que, em determinados locais, onde existe interrupção do sinal devido a obstáculos, as ondas de rádio sofrem interferência, não sendo possível que a velocidade máxima da conexão disponibilizada seja completamente alcançada. São as chamadas ÁREAS DE SOMBRA. 
Mesmo existindo tais possibilidades, não se pode concluir que as alegações da apelada são procedentes, pois conforme consulta realizada no mapa de cobertura, a área cadastrada pela mesma, este possui a cobertura GSM e GPRS, não sendo verificada qualquer anormalidade na disponibilização do serviço. 
Além disso, não há nos autos prova de que a própria apelada não tenha interrompido suas ligações ou de qualquer irregularidade na prestação do serviços.
Ademais, se não bastasse, há registro de ligações, recargas efetuadas normalmente pela apelada no período mencionado, de 14/05/2017 a 06/06/2017, conforme demonstrado pela apelante em sua defesa.
Desta forma, resta latente a tentativa da apelada em apresentar matéria dúbia com o puro fito de consubstanciar o pedido absurdo de danos morais e a condenação desta apelante em valor de tão alto patamar. 
Assim, a r. sentença deverá ser reformada no todo para a decretação da TOTAL IMPROCEDENCIA DO PEDIDO, isto por que conforme passaremos a expor, a empresa requerida não deve ser compelida ao pagamento de valor tão aviltante de Danos Morais. 
B) Da ausência de danos morais
A Recorrida pleiteou indenização de ordem moral, sendo aludido requerimento acatado pelo MM. Juízo que condenou a empresa Recorrente ao pagamento ao Recorrido a título de indenização por danos morais no valor de o valor de R$ 9.800,00 (nove mil e oitocentos reais), acrescida de correção monetária a partir desta data e juros legais de mora de 1% a contar da citação.
No entanto, a condenação que fora imposta à empresa Recorrente merece ser totalmente reformada em sua totalidade.
Isto por que, o patamar da indenização está muito “a quem” da usual aplicação de danos morais.
Conforme demonstrado na defesa apresentada, não há como atribuir à Recorrente conduta ilícita ou antijurídica apta a ensejar danos extrapatrimoniais, visto que em momento algum teve a intenção de causar danos a Apelada.
Isto por que observa a Ré que, em determinados locais, onde existe interrupção do sinal devido a obstáculos, as ondas de rádio sofrem interferência, não sendo possível que a velocidade máxima da conexão disponibilizada seja completamente alcançada. São as chamadas ÁREAS DE SOMBRA.
Mesmo existindo tais possibilidades, não se pode concluir que as alegações da apelada são procedentes, pois conforme consulta realizada no mapa de cobertura, a área cadastrada pela apelada possui a cobertura GSM e GPRS, não sendo verificada qualquer anormalidade na disponibilização do serviço.
			No mais, há que se concluir que a alegação genérica da apelada acerca do experimento de sensações consubstanciadas que toda essa situação teria lhe causado constrangimento, motivo pelo qual requereu indenização por danos morais. Contudo, a apelada deixa de demonstrá-los.
Isso porque, conforme demonstrado, não houve qualquer dano moral causado a apelada, já que os serviços prestadospela apelante foram efetivamente utilizados por ela, sem qualquer irregularidade ou queda proposital das ligações efetuadas.
			
 	 	Vejamos o entendimento jurisprudencial:
“DANO MORAL – Responsabilidade civil - Indenização pleiteada em virtude de clonagem de linha celular – Recorrido que alega, simplesmente, ter sido atingido moralmente, em decorrência da demora na solução do problema – Sentença de improcedência – Irretorquível - Para configurar o dano indenizável, a despeito de não prescindir de prova, não basta a mera afirmação de ter sofrido, seja no plano objetivo ou subjetivo, ataque a honra, imagem, bom nome, tradição, personalidade, sentimento interno, ou humilhação, angústia, dor, pânico, medo e outros, impõe-se, para sua caracterização, que se possa extrair do fato efetivamente ocorrido o seu resultado, com a ocorrência de um dos fenômenos exemplificados – Indenização afastada - Sentença mantida - Recurso improvido.” (TJSP - 25ª Câm. de Direito Privado - Apelação Cível nº 996.045-0 – São Paulo – Rel. Des. Antônio Benedito Ribeiro Pinto –  DJ 31.10.06 – grifos nossos)
“DANO MORAL – Responsabilidade Civil – Telefonia celular – Clonagem de linha – Concessionária que tão logo detectou o fato tomou todas as medidas necessárias (troca de número, lançamento de crédito na conta e devolução do montante objeto de débito automático) sem a inscrição do nome das partes em cadastro restritivo de crédito – Situação que importa em aborrecimento, transtorno e alguma preocupação – Descaracterização, todavia, como dano moral, porque nas circunstâncias, tudo se resume às conseqüências da fraude de terceiro, sem causar dor física ou psicológica, constrangimento, sentimento de reprovação, lesão ou ofensa ao conceito social, à honra e à dignidade dos Recorridoes – Indenizatória improcedente – Recurso provido para esse fim.” (TJSP - 28ª Câm. de Direito Privado - Apelação Cível nº 944.377-0/2 – Osasco –Rel. Des. Celso Pimentel – grifos nossos)
 
	 A r. sentença combatida, entendeu por bem condenar a Apelante ao pagamento de indenização por hipotéticos danos morais.
			Não pode prosperar a condenação por danos morais fixada na r. sentença, uma vez que a única pretensão da Apelada é de locupletar-se em face da Apelante, visto que é clara a inexistência dos danos morais. 
			Além do mais, a Apelada não comprovou que tenha sofrido quaisquer danos, apenas realizando meras alegações de que tenha suportado danos de ordem moral, e apenas mencionou que a Apelante tinha o dever de prestar a reparação, mas não comprova tal alegação. 
			Em segundo lugar, ainda que algum constrangimento tenha sido causado a Apelada (se é que se pode dar ao fato tal adjetivo), este demonstrara-se mero transtorno que não configura o dano moral.
			Sobre o tema, convém transcrever a opinião de CARLOS ROBERTO GONÇALVES, que se socorre da lição de SÉRGIO CAVALIERI (Responsabilidade Civil, editora Saraiva, 8ª edição, revista, 2003, pp. 549-550):
“Para evitar excessos e abusos, recomenda Sérgio Cavalieri, com razão, que só se deve reputar como dano moral ‘a dor, vexame, sofrimento ou humilhação que, fugindo à normalidade, interfira intensamente no comportamento psicológico do indivíduo, causando-lhe aflições, angústia e desequilíbrio em seu bem-estar. Mero dissabor, aborrecimento, mágoa, irritação ou sensibilidade exacerbada estão fora da órbita do dano moral, porquanto, além de fazerem parte da normalidade do nosso dia-a-dia, no trabalho, no trânsito, entre amigos e até no ambiente familiar, tais situações não são intensas e duradouras, a ponto de romper o equilíbrio psicológico do indivíduo”.
			A mesma opinião é adotada nos ensinamentos de PONTES DE MIRANDA (Tratado de Direito Privado, ed. Borsoi, Tomo 26, p. 34-5, § 3.108, n. 2):
“O que se há de exigir como pressuposto comum da reparabilidade do dano não patrimonial, incluído, pois, o moral, é a gravidade, além da ilicitude. Se não teve gravidade o dano, não se há pensar em indenização. De minimis nun curat praetor”.
			
 Tais ensinamentos foram incorporados à jurisprudência dos tribunais, tal como ilustram as seguintes ementas:
“CIVIL. DANO MORAL. NÃO OCORRÊNCIA. 
O mero dissabor não pode ser alçado ao patamar do dano moral, mas somente aquela agressão que exacerba a naturalidade dos fatos da vida, causando fundadas aflições ou angústias no espírito de quem ela se dirige. 
Recurso parcialmente conhecido e, nessa parte, provido.
(...)
Por isso é que, 'nessa linha de princípio só deve ser reputado como dano moral a dor, vexame, sofrimento ou humilhação que, fugindo à normalidade, interfira intensamente ao comportamento psicológico do indivíduo, causando-lhe aflições, angústias e desequilíbrio em seu bem-estar. Mero dissabor, aborrecimento, mágoa, irritação ou sensibilidade exacerbada estão fora da órbita do dano moral”. (STJ-4ª Turma, REsp 215666/ RJ, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha – DJU 29.10.01 e RSTJ vol. 150, pág. 382).
“DANO MORAL. BANCO. PESSOA PRESA EM PORTA DETECTORA DE METAIS. HIPÓTESE DE MERO ABORRECIMENTO QUE FAZ PARTE DO QUOTIDIANO DE QUALQUER CIDADÃO DE UMA CIDADE GRANDE. AÇÃO IMPROCEDENTE”. (TJSP-1ªCâmara, Ap. 101.697-4-SP, j. 25-7-2000);
“Mero aborrecimento, dissabor, mágoa, irritação ou sensibilidade exacerbada estão fora da órbita do dano moral”. (STJ-4ª Turma, REsp 303.396-PB, rel. Min. BARROS MONTEIRO, j. 05.11.2002, DJU 24.02.2003);
			Infelizmente, tem sido comum o desvirtuamento do instituto do dano moral, que tem sido utilizado com objetivos dispiciendos. O dano moral não serve para enriquecer ninguém; ele foi criado para compensar a vítima das lesões não-patrimoniais a bens jurídicos que merecem tutela.
 Sendo assim, não se pode prosperar a presente condenação proferida contra a empresa Ré, na medida em que os fatos em apreço não geraram absolutamente qualquer dano moral. 
 Pelos motivos expostos, o pleito visando a condenação da Apelante a indenizar a Apelada por “danos morais” é completamente descabido, por lhe faltar o mínimo de respaldo fático e jurídico, devendo a r. sentença ser totalmente reformada.
c) Da Valoração do Dano
 A r. sentença condenou a Apelante a pagar a Apelada a quantia de R$ 9.800,00 (nove mil e oitocentos reais).
			Ocorre que o quantum indenizatório fixado pelo magistrado “a quo”, encontra-se completamente excessivo e desproporcional ao caso. Os parâmetros utilizados encontram-se totalmente contrários à orientação do C. Superior Tribunal de Justiça, que tem afastado os ressarcimentos vultosos, recomendando o arbitramento com moderação, vedando assim, o enriquecimento ilícito do Recorrido desestimulando a obtenção de vantagem fácil e imerecida. 
			 O valor arbitrado na condenação não tem qualquer respaldo fático e jurisprudencial. No caso, o Recorrido em sua inicial pleiteia a condenação da Recorrente, sem sequer comprovar danos efetivos advindos de tal conduta, a qual foi totalmente legítima.
			
			A condenação imposta caracteriza enriquecimento ilícito, sendo assim, necessário se faz a utilização dos princípios de moderação e da razoabilidade para a quantificação da indenização pleiteada.
 
 Nessa linha de raciocínio, cita a Recorrente brilhante decisão proferida pela 2ª Câmara Cível, do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, na qual, confirmando a improcedência de pedido de indenização por dano moral, o relator Des. SERGIO CAVALIERI FILHO, com propriedade, enfatizou:
“A matéria de mérito cinge-se em saber o que configura e o que não configura o dano moral. Na falta de critérios objetivos, essa questão vem se tornando tormentosa na doutrina e na jurisprudência, levando o julgador a situação de perplexidade. Ultrapassadas as fases da irreparabilidade do dano moral e da sua inacumulabilidade com o dano material, corremos o risco de ingressarmos na faseda sua industrialização, onde o aborrecimento banal ou mera sensibilidade são apresentados como dano moral, em busca de indenizações milionárias. Tenho entendido que, na solução dessa questão, cumpre ao juiz seguir a trilha da lógica do razoável, em busca da sensibilidade ético-social normal. Deve tomar por paradigma o cidadão que se coloca a igual distância do homem frio, insensível, e o homem de extrema sensibilidade. Nessa linha de princípio, só deve ser reputado como dano moral a dor, vexame, sofrimento ou humilhação que, fugindo à normalidade, interfira intensamente no comportamento psicológico do indivíduo, causando-lhe aflições, angustia e desequilíbrio em seu bem estar. Mero dissabor, aborrecimento, mágoa, irritação ou sensibilidade exacerbada estão fora da órbita do dano moral, porquanto, além de fazerem parte da normalidade do nosso dia a dia, no trabalho, no trânsito, entre os amigos e até no ambiente familiar, tais situações não são intensas e duradouras, a ponto de romper o equilíbrio psicológico do indivíduo. Se assim não se entender, acabaremos por banalizar o dano moral, ensejando ações judiciais em busca de indenizações pelos mais triviais aborrecimentos.” (Ap. Cível nº 8.218/95, j. 13.02.96 – g.n.)
			É cediço que a indenização por danos morais, nos casos em que é concedida, deve refletir exatamente o dano causado, de forma a evitar o enriquecimento ilícito. 
São várias as decisões a demonstrar a necessidade de se parametrizar os valores de indenização através de critérios que, efetivamente, afastam a perspectiva de obtenção de lucro. Neste sentido, pede o Recorrente vênia para transcrever as ementas abaixo:
“Constatado evidente exagero ou manifesta irrisão na fixação, pelas instâncias ordinárias, do montante indenizatório do dano moral, em flagrante violação aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, é possível a revisão, nesta Corte, de aludida quantificação. Precedentes. Considerado os princípios retro mencionados e as peculiaridades do caso em questão (valor do cheque devolvido:R$167,00; período de permanência da negativação: em torno de um mês; ocorrência de outras inscrições), o quantum fixado pelo Tribunal a quo (R$5.000,00) a título de danos morais mostra-se excessivo, não se limitando a justa reparação dos prejuízos advindos do evento danoso. Destarte, para assegurar ao lesado justa reparação, sem incorrer em enriquecimento indevido, reduzo o valor indenizatório, para fixá-lo na quantia certa de R$350,00 (trezentos e cinqüenta reais). Recurso parcialmente conhecido e, nesta parte, provido.” (STJ – RESP n° 717017/PE – 4a Turma – Re. Min. Jorge Scartezzini, DJ 06.11.2006)
“CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. DANO MORAL. INSCRIÇÃO INDEVIDA EM ÓRGÃO DE PROTEÇÃO AO CRECORRENTEDITO. PROTESTO INDEVIDO. DÍVIDA QUITADA. VALOR INDENIZATÓRIO. REDUÇÃO DO QUANTUM ARBITRADO.
1. O Tribunal de origem condenou a ora Recorrente, ao pagamento da indenização por danos morais no importe de R$6.285,30, montante correspondente a 30 vezes o valor do débito (R$209,51) que originou a negativação e manutenção indevida do nome do Recorrido em órgão restritivo de crédito.2. Constatado evidente exagero ou manifesta irrisão na fixação, pelas instâncias ordinárias, do montante indenizatório do dano moral, em flagrante violação aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, é possível a revisão, nesta Corte, de aludida quantificação. Precedentes.3. Em observância aos princípios retro mencionados, e considerando as peculiaridades do caso, assentadas nas instâncias ordinárias - notadamente, o valor do débito que ensejou a indevida inscrição (R$209,51) e o tempo de duração do indevido apontamento (dois meses), entendo que o montante indenizatório deva ser reduzido, ajustando-o aos parâmetros adotados nesta Corte.4. Destarte, assegurando-se ao lesado justa reparação, sem incorrer em enriquecimento indevido, reduzo o valor indenizatório, para fixá-lo na quantia certa de R$1.000,00 (hum mil reais). 5. Recurso conhecido e provido.” (STJ - RESP nº 827433/MA - 4a Turma - Rel. Min. Jorge Scartezzini - DJ 06.11.06)
“PROCESSUAL CIVIL. CIVIL. RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. CONCESSÃO DE CRECORRENTEDITO BANCÁRIO. INFORMAÇÕES NÃO CONFERIDAS. NEGLIGÊNCIA. NÃO COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA DE EXCLUDENTES DE ILICITUDE (ART. 14, § 3º, II, DO CDC). INSCRIÇÃO INDEVIDA EM ÓRGÃO DE PROTEÇÃO AO CRECORRENTEDITO. DANOS MORAIS. OCORRÊNCIA. INDENIZAÇÃO. REDUÇÃO DO QUANTUM.
1. O Tribunal de origem, com base no conjunto fático-probatório carreado aos autos, concluiu restar plenamente comprovado a conduta ilícita da instituição financeira, que, agindo com negligência – ao "conceder significativo montante de crédito sem, todavia, conferir a veracidade das informações que lhe foram prestadas" - ocasionou o resultado danoso, com a indevida inscrição negativa do nome da Recorrida por um débito inexistente, uma vez que, como comprovado, jamais teve qualquer relacionamento contratual com o banco-Recorrente.
2. As instâncias ordinárias consideraram não haver o Recorrente produzido prova capaz de demonstrar a suposta existência de excludentes de responsabilidade, quais sejam, a alegada "culpa concorrente da Recorrida, aliada à ação de terceiros". Inocorrência, portanto, da referida infringência ao art. 14, § 3º, II, do CDC. 
3. Quanto à alegada infringência ao art. 21, do CPC, ao argumento de que o valor indenizatório arbitrado foi inferior ao pedido inicial, a insurgência não procede. Como corretamente salientou o v. Acórdão Recorrido (fls. 142), trata-se de raciocínio equivocado, pois a Recorrida requereu que fosse condenado o banco "em importância a ser arbitrada por este r. Juízo, na forma da Lei..." (fls. 11). Ademais, mesmo que a Recorrida tivesse postulado quantia na exordial, esta, como já restou pacificado nesta Corte, tem caráter meramente estimativo (REsp. nº 265.350/RJ, Rel. Min. ARI PARGENDLER, DJU de 27.08.2001). 
4. Considerando-se as peculiaridades do pleito em questão - grau de culpa do banco-Recorrente, valor do suposto débito (R$10.000,00), porte econômico das partes, repercussão do dano (não demonstrou a Recorrida a superveniência de embaraços de maior vulto por conta da anotação negativa) - o montante fixado pela Corte a quo, em R$10.000,00 (dez mil reais) mostra-se excessivo, não se limitando à compensação dos prejuízos advindos do fato danoso. Destarte, para assegurar à lesada justa reparação, sem incorrer em enriquecimento ilícito, reduzo o valor indenizatório, para fixá-lo na quantia certa de R$3.000,00 (três mil reais). 
5. Recurso conhecido parcialmente e, nesta parte, provido. (RESP 8083388 / ES, Rel, Ministro Jorge Scartezzini, 4ª Turma, j. 14.02.2006, DJU 06.03.2006, pg. 415)
“RECURSO ESPECIAL. CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. DANOS MORAIS. INSCRIÇÃO INDEVIDA NO CADASTRO DE PROTEÇÃO AO CRECORRENTEDITO. ABERTURA DE CONTA CORRENTE. DOCUMENTOS FALSOS. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. INDENIZAÇÃO. CABIMENTO. QUANTUM INDENIZATÓRIO. REDUÇÃO.
1. Dissídio jurisprudencial comprovado, nos termos do art. 541, § único, do CPC, e art. 255, e parágrafo, do Regimento Interno desta Corte. 2. Não resta caracterizada qualquer ofensa ao artigo 535, II, do Estatuto Processual Civil, se o Tribunal de origem aprecia fundamentadamente os dispositivos invocados pelo embargante 3. De acordo com a jurisprudência desta Corte, o dano moral decorre do próprio ato lesivo de inscrição indevida junto aos órgãos restritivos de crédito. Precedentes.4. Conforme entendimento firmado nesta Corte, reconhecido o direito à indenização por dano moral, e ainda que o valor arbitrado seja em montante inferior ao pretendido pelo Recorrido, não há que se falar em sucumbência recíproca. Precedentes. 5. Constatado evidente exagero ou manifesta irrisão na fixação, pelas instâncias ordinárias, do montante indenizatório do dano moral, em flagrante violação aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, é possível a revisão, nesta Corte, da aludida quantificação.Precedentes. 6. Inobstante a efetiva ocorrência do dano e o dever de indenizar, há de se considerar, in casu, na fixação do quantum indenizatório, a inexistência, nos autos, de elementos de informação para o dimensionamento de eventuais prejuízos e, sobretudo, como ressaltado no v. acórdão "que o abalo sofrido pela Recorrido não foi de grandes proporções...e que não demonstrou que seu crédito foi abalado ou que tenha havido qualquer obstáculo a negócios envolvendo créitos" (fls. 117). 7. Consideradas as peculiaridades do caso em questão e os princípios de moderação e da razoabilidade, o valor fixado pelo Tribunal a quo, a titulo de danos morais, mostra-se excessivo, não se limitando à compensação dos prejuízos advindos do evento danoso, pelo que se impõe a respectiva redução a R$ 2.000,00 (dois mil reais). 8. Recurso conhecido em parte e parcialmente provido. (RESP 708645/ RO, Rel. Ministro Jorge Scartezzini, 4ª Turma, j. 15.02.2005, DJ 28.03.2005, PG 289.)”
			No mesmo sentido, a indenização deve ser condizente com o transtorno sofrido e arbitrado criteriosamente, a fim de não se confundir o instituto compensatório e punitivo da indenização com o repudiado enriquecimento sem causa, senão vejamos:
“O arbitramento da indenização por dano moral deve ser moderado e equitativo, atento às circunstâncias de cada caso, evitando-se que se converta a dor em instrumento de captação de vantagem” (Acórdão da 1ª Câmara Cível do TJDF – IOB 5/95 p.71)
“A indenização deve ser fixada em termos razoáveis, não se justificando que a reparação venha a constituir-se em enriquecimento indevido, com manifestos abusos e exageros, devendo o arbitramento operar com moderação, proporcionalmente ao grau de culpa e ao porte econômico das partes, orientando-se o juiz pelos critérios sugeridos pela doutrina e jurisprudência, com razoabilidade, valendo-se de sua experiência e bom senso, atento à realidade da vida e às peculiaridades de cada caso. (STJ - RESP 254300/SP; Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira; 4ª Turma, DJU 11/09/2000)
Sendo assim, se o mérito da sentença for mantido, essa Colenda Turma deverá ao menos REDUZIR o valor da condenação para um patamar justo e razoável.
Importante mencionar a r. sentença prolatada nos autos nº 281.01.2009.002026-1, pelo MM. Juízo do Juizado Especial Cível da Comarca de Itatiba-SP:
“(...) Inicialmente, merece elogios a boa-fé processual demonstrada pela requerida ao reconhecer o equívoco em contestação, ao invés de apresentar numerosas preliminares e alegações de mérito sem qualquer fundamento lógico ou jurídico, como sói ocorrer em demandas do gênero. A atitude compatível com o que se espera de um dos líderes de mercado em seu segmento certamente mitiga o abalo psíquico da consumidora. (...) A reparação por dano moral deve se constituir em valor suficiente à reprovação da conduta ilícita, funcionando como fator inibidor de condutas futuras semelhantes, assim como deve ser apta a amenizar o sofrimento experimentado pela vítima. São esses os parâmetros que utilizo para, no caso, considerando a pequena repercussão do ocorrido, a justificativa apresentada, bem como o reconhecimento do equívoco pela parte Recorrente, que informa a imediata solução da questão, fixar em R$ 1.500,00 o quantum a ser pago pela Recorrente à Recorrida a título de reparação pela prática de dano moral. (...)” (grifos nossos)
Dessa forma, está demonstrado que a condenação imposta à Apelante não merece prosperar, devendo, portanto, a sentença proferida ser reformada para que a ação proposta pela Apelada seja julgada totalmente improcedente ou ainda que assim não se entenda, que seja diminuído o valor da condenação, conforme jurisprudência apresentada, a fim de se evitar o enriquecimento ilícito da Apelante.
III- CONCLUSÃO
A Apelante requer que o presente recurso seja conhecido e provido para que seja a r. sentença reformada para que a presente demanda seja julgada TOTAMENTE IMPROCEDENTE. 
Alternativamente, caso não seja esse o entendimento adotado, o que se admite somente a título de argumentação, requer, que seja provido o presente recurso para reformar a r. sentença diminuído o valor da condenação, conforme jurisprudência apresentada.
Por fim, requer que as intimações de todos os atos deste processo sejam realizadas exclusivamente em nome de DR. ANTONIO RODRIGO SANT’ANA INSCRITO NA OAB/SP 234.190, sob pena de nulidade.
Termos em que,
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