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Gestão e Tendências em Academias - Texto Complementar I

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Nova lei exige atestado médico semestral para frequentar academia 
Desde maio, alunos de academias da cidade de São Paulo têm que se submeter a 
exames médicos semestrais, de acordo com a lei 11.383/1993, sancionada pelo 
prefeito Gilberto Kassab. 
"Acho a medida um exagero que pode incentivar a busca por atestados comprados 
ou por consultas burocráticas só para cumprir tabela", diz o fisiologista Turíbio Leite 
de Barros [CREF 041074-P/SP], da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), que 
defende os exames anuais. "A não ser em casos específicos, a avaliação anual é 
suficiente." 
As academias terão que manter os atestados médicos anexados às fichas dos alunos. 
O documento deve autorizar a prática de exercícios específicos, além de expor 
qualquer restrição física. 
E o não cumprimento da lei pode levar à multa e fechamento do estabelecimento, 
segundo a Covisa (Coordenação de Vigilância em Saúde), responsável pela 
fiscalização. 
Para o cirurgião especializado em medicina esportiva Liaw Chao, ser avaliado a cada 
seis meses é benéfico: "A academia serve como porta de entrada para o consultório, 
convencendo pacientes relapsos, sobretudo homens, a se cuidarem melhor". 
Ao voltar para a ginástica depois de quatro anos parado, o empresário Ian Walace, 
44, surpreendeu-se com a quantidade de testes que precisou fazer: "Antes era mais 
simples, só uma corridinha na esteira, uma medição de pulso. Achei melhor agora, 
passa confiança", diz. 
Mas não ficou animado quando descobriu que logo terá que repetir os exames 
posturais, cardíacos e neuromotores: "Achei exagerado, meu estado de saúde não 
vai mudar em um semestre". 
Preocupadas com a evasão de alunos por conta do aumento dos exames, academias 
como a Bodytech e a K2 colocaram médicos de plantão em suas unidades. 
"Facilita a vida do aluno e garante que os exames sejam úteis tanto para a parte 
médica quanto para avaliar o desempenho", afirma Daniel Gusmão [CREF 039551-
G/SP], coordenador da rede de academias K2. 
A facilidade tem seu preço. Nas unidades da K2, o aluno paga R$ 75 para fazer a 
avaliação médica. Se quiser fazer também a avaliação física, desembolsa mais R$ 
150. 
Na Bodytech, um "checkup fitness" que inclui testes médicos e físicos custa R$ 420. 
MENOR DE IDADE 
A nova lei obriga ainda que menores de 18 anos apresentem uma autorização dos 
pais ou responsáveis para frequentar a academia. Segundo o hebiatra Maurício de 
Souza Lima, do Hospital Sírio Libanês, ter que assinar o documento pode 
conscientizar os pais da importância de avaliar a atividade dos filhos. 
Para o médico, o excesso de exercícios pode causar tendinite e comprometer as 
cartilagens. "Acho temerário um adolescente passar mais de uma hora na academia 
mais de três vezes por semana." 
A intensidade do exercício precisa ser controlada de acordo com o nível de 
crescimento. Musculação com muito peso, em geral só depois dos 16 para as meninas 
e dos 18 para os meninos: "É preciso fazer uma avaliação individual, tendo em vista 
não apenas o critério cronológico, mas o desenvolvimento individual já que o estirão 
puberal não ocorre na mesma idade para todos os adolescentes", explica Lima. 
Fonte: Folha de S. Paulo