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principios constitucionais processuais penais

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Processo Penal
Princípios Aplicáveis
Prof. Ms. Mauro Cesar Maggio Stürmer
Facebook: Mauro Sturmer
@professor_mauro
Conceito de Processo Penal 
• É um conjunto de princípios e normas que disciplinam a
composição das lides penais, por meio da aplicação do direito
penal objetivo.
• É o conjunto de princípios e normas que regulam a aplicação
jurisdicional do Direito Penal, bem como as atividades
persecutórias da Polícia Judiciária, e a estruturação dos órgãos
da função jurisdicional e respectivos auxiliares.
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Direito de Punir (e o processo 
penal)
• Ius Puniend – monopólio do estado?
• Lei 6.001/73 (Estatuto do Índio) Art. 57. Será tolerada a aplicação, pelos
grupos tribais, de acordo com as instituições próprias, de sanções penais
ou disciplinares contra os seus membros, desde que não revistam caráter
cruel ou infamante, proibida em qualquer caso a pena de morte.
• Ação Penal Privada – transfere o direito de punir?
• Jus persequendi in indicio (autor) ... Ius puniendi (Estado)
• Concretização do Ius Puniendi
• Genérico, abstrato e impessoal
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Tipo de Processo Penal 
• Inquisitivo
• As funções de acusar, defender e julgar se reúnem em uma só pessoa, no juiz 
inquisidor.
• Características: processo sigiloso, sem contraditório visando sempre a confissão
do réu (a confissão era considerada a rainha das provas).
• Acusatório
• As funções de acusar, defender e julgar são distribuídas para personagens
diferentes, especializados.
• Características: pressupõe processo onde todas as garantias constitucionais são 
observadas.
• Misto
• é uma combinação dos dois sistemas anteriores, dividindo em duas fases:
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Princípio da Legalidade
• Declaração dos Direitos do Homem de 1789:
• “Ninguém pode ser acusado, preso ou detido senão nos casos
determinados pela lei e de acordo com as formas por esta
prescrita”
• art. 5°, inciso II, da Constituição Federal que assegura a
que
• “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa
senão em virtude de lei”
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Princípio da Humanidade
• Art. 5° incisos III e XLIX da CF
• "ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano 
ou degradante”
• "é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral”
• garantias processuais que de o processo penal não pode
expor o homem a situações degradantes e torturante.
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Princípio do Devido 
Processo Legal
• A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 asseverava que
“Ninguém pode ser acusado, preso ou detido senão nos casos determinados
pela lei e de acordo com as formas por esta prescrita. Os que solicitam,
expedem executam ou mandam executar ordens arbitrárias devem ser
punidos (...)”
• art. 5°, inciso LIV, que "ninguém será privado da liberdade ou de seus bens
sem o devido processo legal"
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Imparcialidade do Juiz
 O Juiz, no processo penal, situa-se entre as partes e acima delas –
tendo em vista o seu caráter substitutivo. Certo de que ele não vai ao
processo em nome próprio jamais poderá haver conflito de interesse
entre o Magistrado e a parte. Trata-se de uma característica subjetiva
do órgão jurisdicional.
 Para isso estipulam-se:
◦ Garantias (art. 95 da CF)
◦ Proibi-se Tribunais e Juízes de Exceção (art. 5º, XXXVII).
◦ Dessas regras decorre que ninguém será processado por órgão criado após a ocorrência do
fato.
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Limite ao Poder Punitivo 
do Estado
• Processo – instrumento de contenção na persecução
penal
• Instrumento que inibe a opressão do estatal/judicial –
não é instrumento de arbítrio do estado Ministério
Público".
• O acusado não necessita provar sua inocência.
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Igualdade Processual
 Nada mais é do que um desdobramento do mandamento
esculpido no caput do art. 5º de nossa Constituição que nos
informa de que todos são iguais perante a Lei. Assim, em juízo as
partes devem ter mas mesmas oportunidades.
 Atenuação: princípio do favor rei. O acusado goza de alguns
privilégios em contraste com a pretensão acusatória. Exemplos:
◦ Art. 609, parágrafo único (embargos infringentes e de nulidade); art. 621
e seguintes (revisão criminal).
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Contraditório
 As partes tem o direito de não apenas produzir provas e de sustentar suas
razões, mas também de vê-las seriamente apreciadas e valoradas pelo
julgador.
 Dessa forma elas tem o direito de ser cientificadas sobre os fatos ocorridos
no processo (citações, intimações e notificações).
 Tal principio foi mais uma vez prestigiado com a reforma de 2008 que
proibiu (art. 155 do CPP) a fundamentação da decisão com base
exclusivamente em elementos informativos.
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Ampla Defesa
• Implica no dever do Estado em proporcionar a todo o acusado a
mais completa defesa, seja autodefesa (pessoal) ou técnica
(efetivada por profissional do Direito inscrito na OAB). Implica,
ainda, no fato de que ao Estado cabe prestar assistência jurídica e
integral ao necessitados (art. 5º, LXXIV).
• Decorre ainda a necessidade de se observar, como regra, a ordem
natural do processo em que a defesa será a última a se
manifestar.
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Da Ação ou da Demanda
•Cabe sempre a parte provocar a prestação
da Jurisdição, tendo em vista que os órgãos
jurisdicionais são inertes.
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Garantia contra a autoincriminação
• Art. 5º, inciso LXIII, da Constituição com a seguinte redação: "O preso será informado de seus
direitos, entre os quais o de permanecer calado (...)".
• Nemo tenetur se detegere,
• Art. 14, §3º, alínea ´g´, do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos — Pacto de Nova
Iorque que toda pessoa humana tem o direito de não ser obrigada a depor contra si mesma nem
a confessar-se culpada.
• art. 8º, §2º, alínea ´g´, do Pacto de São José da Costa Rica o direito que toda pessoa tem de "não
ser obrigada a depor contra si mesma, nem a declarar-se culpada
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Indisponibilidade e 
Obrigatoriedade
 Ao contrário do Processo Civil onde a regra é da disponibilidade – ressalvadas algumas limitações que decorrem da
natureza indisponível de certos direitos materiais – no Processo Penal vigora o princípio da indisponibilidade ou
obrigatoriedade, uma vez que o crime é uma lesão irreparável ao interesse coletivo. Exemplifica-se:
 A autoridade policial não pode recusar-se a proceder uma investigações
 Não poderá haver o arquivamento do IP sem a manifestação do Poder Judiciário
 O MP não pode desistir da ação proposta ou do recurso interposto.
◦ Excepcionalmente o Processo Penal mitiga tal princípio:
 Crimes de Ação Penal Privada
 Crimes de Ação Penal Pública Condicionada a Representação do Ofendido ou do 
Ministro da Justiça.
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Princípio da inocência
• Princípio da inocência revela-se no fato de que
ninguém pode ser considerado culpado senão após o
trânsito em julgado de uma sentença condenatória
(conforme art. 5º, inciso LVII, CF/88).
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Princípio do juiz natural
• Previsto no art. 5º, LIII da Carta Magna de 1988, e
significa dizer que é a garantia de um julgamento por
um juiz competente.
• Estabelecido por regras objetivas (de competência)
previamente previstas no ordenamento jurídico.
• Proibição de criação de tribunais de exceção, constituídos
à posteriori a infração penal e especificamente para julgá-la.
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Princípio da publicidade
•A possibilidade de qualquer indivíduo
verificar os autos de um processo e de estar
presente em audiência, revela-se como um
instrumento de fiscalização dos trabalhos
dos operadores do Direito.
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Princípio da oficialidade
•Compete a órgãos oficiais de persecução
criminal, para investigar os delitos e
realizar o processamento dos crimes, no
sistema acusatório.
• Investigação pelo detetive particular- LEI Nº 13.432, DE 11 DE ABRIL DE 2017.
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Oficiosidade
• A autoridades públicas a quem cabe a
persecução penal devem agir de ofício. Não
necessitam de provocação ou assentimento de
ninguém.
• Princípio abrandado pela Ação Penal Privada e Ação Penal
Pública Condicionada a Representação.
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Do impulso Oficial
• Uma vez instaurada a Ação Penal, compete ao
juiz mover o processo de fase em fase, até
exaurir a sua jurisdição.
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Princípio da Persuasão 
Racional do Magistrado
• O Juiz decide com base nos elementos
existentes no processo, mas deve avaliá-los por
critérios racionais e sempre motivar suas
decisões.
• Atenção: no Tribunal do Júri vale a sistema do Livre
Convencimento.
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Da Lealdade Processual
•Veda-se o emprego fraudulento de
provas (ilícitos processuais).
•Acarreta sanção de ordem processual.
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Economia Processual
• Procura da máxima eficiência na aplicação do direito.
• No processo penal não se anulam atos imperfeitos
quando não prejudicarem a acusação ou a defesa e
quando não influenciarem na verdade substancial ou
na decisão da causa.
• Art. 563. Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não 
resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa.
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Duplo Grau de Jurisdição
• Consiste na possibilidade de revisão, por via recursal, das causas
já analisadas/julgadas pelo Juiz de primeiro grau.
• Não é tratado de forma expressa nos textos legais e
Constitucional, mas decorre da própria organização do poder
judiciário.
• Há casos em que o mencionado princípio não é aplicável.
• JULGAMENTO PELO STF
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Princípio do Promotor Natural
• Art. 5º, LIII, CF - ninguém será processado nem
sentenciado senão pela autoridade competente.
• Não pode haver designação casuística de um
determinado membro do MP (STF).
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Identidade Física do Juiz
• Não vigorava no Processo Penal;
• Introduzido na reforma processual de 2008;
• Veio a reforçar o princípio da oralidade
• Art. 399, § 2o : O juiz que presidiu a instrução deverá
proferir a sentença.
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Igualdade Processual
 Nada mais é do que um desdobramento do mandamento
esculpido no caput do art. 5º de nossa Constituição que
nos informa de que todos são iguais perante a Lei. Assim,
em juízo as partes devem ter mas mesmas oportunidades.
 Atenuação: princípio do favor rei. O acusado goza de alguns
privilégios em contraste com a pretensão acusatória. Exemplos:
◦ Art. 609, parágrafo único (embargos infringentes e de nulidade);
art. 621 e seguintes (revisão criminal).
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Razoável duração do Processo
• LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo,
são assegurados a razoável duração do processo e os
meios que garantam a celeridade de sua
tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)
•
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Princípio da oralidade
• Tem vantagem de tornar mais célere e mais leve a
instrução criminal.
• Art. 403 do CPP
• Lei 9.099/95
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Princípio ne bis in idem
• Art. 14, §7º, do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, 
"Ninguém poderá ser processado ou punido por um delito pelo qual já 
foi absolvido ou condenado por sentença passada em julgado, em 
conformidade com a lei e os procedimentos penais de cada país”.
• art. 8º, §4º, do Pacto de São José da Costa Rica "O acusado absolvido 
por sentença passada em julgado não poderá ser submetido a novo 
processo pelos mesmos fatos".
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Princípio da economia 
processual
• Opção menos onerosa às partes e ao próprio Estado
no desenvolvimento do processo.
• Ex.: conservar atos não decisórios diante de uma
nulidade processual
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